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STF envia à primeira instância pedidos para investigar Bolsonaro


Ex-presidente perdeu o foro privilegiado ao deixar o cargo

Por Rayssa Motta
Bolsonaro discursa durante manifestação na Avenida Paulista no dia 7 de Setembro. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O Supremo Tribunal Federal (STF) enviou à Justiça Federal em Brasília e à Justiça do Distrito Federal dez pedidos de investigação sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Leia a decisão

As representações vão para a primeira instância porque ele perdeu o foro privilegiado ao deixar o cargo. A prerrogativa garante que, enquanto estão na função, autoridades sejam investigadas e processadas nos tribunais superiores. A condição é que o caso tenha relação com o exercício do cargo.

Parte das ações será enviada ao presidente do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), desembargador José Amilcar Machado, para a distribuição na Seção Judiciária do Distrito Federal. As outras vão tramitar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

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Sete investigações foram remetidas pela ministra Cármen Lúcia à Justiça Federal. A decisão cita a 'perda superveniente do foro' e reconhece a incompetência do STF para conduzir e julgar os casos.

"Consolidado é, pois, o entendimento deste Supremo Tribunal de ser inaceitável em qualquer situação, à luz da Constituição da República, a incidência da regra de foro especial por prerrogativa da função para quem já não seja titular da função pública que o determinava", escreveu a ministra.

As representações transferidas envolvem os ataques do ex-presidente aos ministros do STF e ao tribunal no feriado do 7 de setembro de 2021. Bolsonaro discursou a apoiadores em Brasília e em São Paulo e ameaçou descumprir decisões da Corte. Os pedidos de investigação, feitos por partidos políticos e entidades da sociedade civil, citam indícios de ameaça ao livre funcionamento do Judiciário e uso indevido da máquina pública.

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Outra ação pede que o ex-presidente seja investigado por crime de racismo, após ter associado o peso de um homem negro a arrobas, unidade comumente usada para medir o peso de gado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu o arquivamento do caso, mas a transferência abre margem para que o posicionamento seja revisto na primeira instância.

A ministra enviou, por fim, um pedido para investigar a motociata organizada pelo ex-presidente em Orlando, nos Estados Unidos, em junho do ano passado. O blogueiro Allan dos Santos, que já era considerado foragido, participou do evento.

Os ministros Edson Fachin e Luiz Fux também declinaram ações sobre Bolsonaro que estavam em seus gabinetes. Os pedidos de investigação foram encaminhados ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Um é movido pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirma ter sido vítima de difamação em uma publicação do ex-presidente nas redes sociais sobre a compra de vacinas contra a covid-19. A segunda representação é da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A petista alega que Bolsonaro cometeu injúria e ofendeu sua honra ao depreciar os trabalhos da Comissão da Verdade.

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Essas são as primeiras ações que atingem Bolsonaro a serem encaminhadas para a primeira instância. Carmen Lúcia também é relatora da investigação sobre o gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC). O ex-presidente é investigado sob suspeita de interferência no inquérito. O caso ainda não foi declinado.

A PGR já havia encaminhado para a primeira instância, nesta semana, o pedido do ministro Luís Roberto Barroso para investigar Bolsonaro por descumprir decisões do STF sobre a proteção a comunidades indígenas.

O ex-presidente responde ainda a quatro inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes. As investigações envolvem as acusações feitas pelo senador e ex-ministro Sérgio Moro de interferência indevida na Polícia Federal (PF); o vazamento de uma investigação sobre o ataque ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); a disseminação de notícias falsas sobre o processo eleitoral e sobre a pandemia; além do inquérito sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

Bolsonaro discursa durante manifestação na Avenida Paulista no dia 7 de Setembro. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O Supremo Tribunal Federal (STF) enviou à Justiça Federal em Brasília e à Justiça do Distrito Federal dez pedidos de investigação sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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As representações vão para a primeira instância porque ele perdeu o foro privilegiado ao deixar o cargo. A prerrogativa garante que, enquanto estão na função, autoridades sejam investigadas e processadas nos tribunais superiores. A condição é que o caso tenha relação com o exercício do cargo.

Parte das ações será enviada ao presidente do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), desembargador José Amilcar Machado, para a distribuição na Seção Judiciária do Distrito Federal. As outras vão tramitar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Sete investigações foram remetidas pela ministra Cármen Lúcia à Justiça Federal. A decisão cita a 'perda superveniente do foro' e reconhece a incompetência do STF para conduzir e julgar os casos.

"Consolidado é, pois, o entendimento deste Supremo Tribunal de ser inaceitável em qualquer situação, à luz da Constituição da República, a incidência da regra de foro especial por prerrogativa da função para quem já não seja titular da função pública que o determinava", escreveu a ministra.

As representações transferidas envolvem os ataques do ex-presidente aos ministros do STF e ao tribunal no feriado do 7 de setembro de 2021. Bolsonaro discursou a apoiadores em Brasília e em São Paulo e ameaçou descumprir decisões da Corte. Os pedidos de investigação, feitos por partidos políticos e entidades da sociedade civil, citam indícios de ameaça ao livre funcionamento do Judiciário e uso indevido da máquina pública.

Outra ação pede que o ex-presidente seja investigado por crime de racismo, após ter associado o peso de um homem negro a arrobas, unidade comumente usada para medir o peso de gado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu o arquivamento do caso, mas a transferência abre margem para que o posicionamento seja revisto na primeira instância.

A ministra enviou, por fim, um pedido para investigar a motociata organizada pelo ex-presidente em Orlando, nos Estados Unidos, em junho do ano passado. O blogueiro Allan dos Santos, que já era considerado foragido, participou do evento.

Os ministros Edson Fachin e Luiz Fux também declinaram ações sobre Bolsonaro que estavam em seus gabinetes. Os pedidos de investigação foram encaminhados ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Um é movido pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirma ter sido vítima de difamação em uma publicação do ex-presidente nas redes sociais sobre a compra de vacinas contra a covid-19. A segunda representação é da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A petista alega que Bolsonaro cometeu injúria e ofendeu sua honra ao depreciar os trabalhos da Comissão da Verdade.

Essas são as primeiras ações que atingem Bolsonaro a serem encaminhadas para a primeira instância. Carmen Lúcia também é relatora da investigação sobre o gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC). O ex-presidente é investigado sob suspeita de interferência no inquérito. O caso ainda não foi declinado.

A PGR já havia encaminhado para a primeira instância, nesta semana, o pedido do ministro Luís Roberto Barroso para investigar Bolsonaro por descumprir decisões do STF sobre a proteção a comunidades indígenas.

O ex-presidente responde ainda a quatro inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes. As investigações envolvem as acusações feitas pelo senador e ex-ministro Sérgio Moro de interferência indevida na Polícia Federal (PF); o vazamento de uma investigação sobre o ataque ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); a disseminação de notícias falsas sobre o processo eleitoral e sobre a pandemia; além do inquérito sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

Bolsonaro discursa durante manifestação na Avenida Paulista no dia 7 de Setembro. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O Supremo Tribunal Federal (STF) enviou à Justiça Federal em Brasília e à Justiça do Distrito Federal dez pedidos de investigação sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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As representações vão para a primeira instância porque ele perdeu o foro privilegiado ao deixar o cargo. A prerrogativa garante que, enquanto estão na função, autoridades sejam investigadas e processadas nos tribunais superiores. A condição é que o caso tenha relação com o exercício do cargo.

Parte das ações será enviada ao presidente do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), desembargador José Amilcar Machado, para a distribuição na Seção Judiciária do Distrito Federal. As outras vão tramitar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Sete investigações foram remetidas pela ministra Cármen Lúcia à Justiça Federal. A decisão cita a 'perda superveniente do foro' e reconhece a incompetência do STF para conduzir e julgar os casos.

"Consolidado é, pois, o entendimento deste Supremo Tribunal de ser inaceitável em qualquer situação, à luz da Constituição da República, a incidência da regra de foro especial por prerrogativa da função para quem já não seja titular da função pública que o determinava", escreveu a ministra.

As representações transferidas envolvem os ataques do ex-presidente aos ministros do STF e ao tribunal no feriado do 7 de setembro de 2021. Bolsonaro discursou a apoiadores em Brasília e em São Paulo e ameaçou descumprir decisões da Corte. Os pedidos de investigação, feitos por partidos políticos e entidades da sociedade civil, citam indícios de ameaça ao livre funcionamento do Judiciário e uso indevido da máquina pública.

Outra ação pede que o ex-presidente seja investigado por crime de racismo, após ter associado o peso de um homem negro a arrobas, unidade comumente usada para medir o peso de gado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu o arquivamento do caso, mas a transferência abre margem para que o posicionamento seja revisto na primeira instância.

A ministra enviou, por fim, um pedido para investigar a motociata organizada pelo ex-presidente em Orlando, nos Estados Unidos, em junho do ano passado. O blogueiro Allan dos Santos, que já era considerado foragido, participou do evento.

Os ministros Edson Fachin e Luiz Fux também declinaram ações sobre Bolsonaro que estavam em seus gabinetes. Os pedidos de investigação foram encaminhados ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Um é movido pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirma ter sido vítima de difamação em uma publicação do ex-presidente nas redes sociais sobre a compra de vacinas contra a covid-19. A segunda representação é da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A petista alega que Bolsonaro cometeu injúria e ofendeu sua honra ao depreciar os trabalhos da Comissão da Verdade.

Essas são as primeiras ações que atingem Bolsonaro a serem encaminhadas para a primeira instância. Carmen Lúcia também é relatora da investigação sobre o gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC). O ex-presidente é investigado sob suspeita de interferência no inquérito. O caso ainda não foi declinado.

A PGR já havia encaminhado para a primeira instância, nesta semana, o pedido do ministro Luís Roberto Barroso para investigar Bolsonaro por descumprir decisões do STF sobre a proteção a comunidades indígenas.

O ex-presidente responde ainda a quatro inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes. As investigações envolvem as acusações feitas pelo senador e ex-ministro Sérgio Moro de interferência indevida na Polícia Federal (PF); o vazamento de uma investigação sobre o ataque ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); a disseminação de notícias falsas sobre o processo eleitoral e sobre a pandemia; além do inquérito sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

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