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Tribunal aposenta com vencimentos de quase R$ 40 mil desembargadora acusada de pegar propina


Tribunal de Justiça da Bahia publicou nesta segunda, 15, decreto de aposentadoria compulsória de Ilona Márcia Reis, aos 75 anos de idade, alvo da Operação Faroeste por suposto recebimento de R$ 800 mil em esquema de venda de sentenças; ‘Conceder a aposentadoria voluntária à magistrada seria premiá-la’, alertou ministro do STJ em julgamento no ano passado; Estadão busca contato com magistrada

Por Pepita Ortega
Atualização:
Ilona Márcia Reis, do Tribunal de Justiça da Bahia Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça da Bahia publicou nesta segunda-feira, 15, decreto de aposentadoria compulsória, em razão de idade (75 anos), da desembargadora Ilona Márcia Reis, ré na Operação Faroeste por suposta venda de decisões judiciais em troca de propinas de R$ 800 mil.

A reportagem do Estadão busca contato com a desembargadora. O espaço está aberto.

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Ilona foi delatada por sua colega de Corte, a desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli. Também alvo da Operação Faroeste, Sandra Inês chegou a ser presa por ordem do Superior Tribunal de Justiça. Acuada, ela fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Seu relato devastador, nunca visto na história de nenhum tribunal do País, implodiu o Judiciário baiano.

As revelações da desembargadora apontam para uma engrenada máquina de comércio de sentenças, desvios, improbidade e propinas na Corte.

Além de Ilona Márcia Reis, a delatora apontou outros onze desembargadores - inclusive dois ex-presidentes do TJ da Bahia -, onze juízes de primeira instância, 12 advogados e, ainda, servidores do TJ da Bahia. Ao todo uma lista de 58 nomes.

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Agora aposentada, Ilona seguirá recebendo o subsídio de R$ 39,7 mil enquanto responde à ação penal por associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Há a expectativa de que o processo seja enviado para a Justiça do Estado da Bahia, considerando que a desembargadora perde o foro por prerrogativa de função perante o Superior Tribunal de Justiça - o deslocamento de competência sobre a ação contra a desembargadora ainda será debatido no STJ.

Ilona virou ré na Operação Faroeste em julgamento realizado pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça no dia 5 de junho. A magistrada já estava afastada do cargo desde dezembro de 2020, quando foi alvo da fase ostensiva da investigação.

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Na ocasião, Ilona foi presa por ordem do ministro Og Fernandes, do STJ.

Ilona é alvo de uma ação penal por supostamente ter vendido decisões judiciais em três processos ligados a imóveis localizados no Oeste baiano.

Quando a desembargadora se tornou ré, o ministro Og Fernandes destacou movimentações bancárias sob suspeita da magistrada, além da localização, com um advogado e um ex-servidor do Tribunal de Justiça da Bahia, de minutas de decisões ou votos em nome de Ilona antes do julgamento pela Corte estadual.

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A aposentadoria de Ilona chegou a ser questionada no Superior Tribunal de Justiça. A subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo questionou o fato de a desembargadora ter solicitado a aposentadoria voluntária no mesmo mês em que foi alvo de denúncia criminal. Lindôra via o pedido de aposentadoria como uma estratégia para evitar a condenação.

O ministro Og Fernandes, relator da Operação Faroeste, chegou a deferir uma liminar suspendendo o procedimento administrativo sobre o caso. Em 2023, a Corte Especial do STJ barrou a aposentadoria compulsória da desembargadora. Considerou que o pedido poderia atrasar o andamento do processo na Corte, em razão da perda do foro por prerrogativa de função da magistrada.

No julgamento, o relator destacou que a remessa do caso à Justiça estadual poderia configurar uma possível manobra para dificultar a prestação jurisdicional.

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Na ocasião, o ministro ainda argumentou que a efetivação da aposentadoria, antes de uma condenação, impediria o efeito da perda do cargo, “devido à ausência de expressa previsão legal quanto à possibilidade de cassação da aposentadoria como consequência específica da decisão condenatória”.

Og Fernandes anotou que conceder a aposentadoria voluntária à magistrada seria “premiá-la” por conduta “altamente repreensível”, uma situação que “gera sentimento de impunidade e injustiça, potencializando o descrédito nas instituições públicas, notadamente no Poder Judiciário”.

COM A PALAVRA, A DESEMBARGADORA

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A reportagem do Estadão busca contato com a desembargadora Ilona Márcia Reis. O espaço está aberto (pepita.ortega@estadao.com)

Ilona Márcia Reis, do Tribunal de Justiça da Bahia Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça da Bahia publicou nesta segunda-feira, 15, decreto de aposentadoria compulsória, em razão de idade (75 anos), da desembargadora Ilona Márcia Reis, ré na Operação Faroeste por suposta venda de decisões judiciais em troca de propinas de R$ 800 mil.

A reportagem do Estadão busca contato com a desembargadora. O espaço está aberto.

Ilona foi delatada por sua colega de Corte, a desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli. Também alvo da Operação Faroeste, Sandra Inês chegou a ser presa por ordem do Superior Tribunal de Justiça. Acuada, ela fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Seu relato devastador, nunca visto na história de nenhum tribunal do País, implodiu o Judiciário baiano.

As revelações da desembargadora apontam para uma engrenada máquina de comércio de sentenças, desvios, improbidade e propinas na Corte.

Além de Ilona Márcia Reis, a delatora apontou outros onze desembargadores - inclusive dois ex-presidentes do TJ da Bahia -, onze juízes de primeira instância, 12 advogados e, ainda, servidores do TJ da Bahia. Ao todo uma lista de 58 nomes.

Agora aposentada, Ilona seguirá recebendo o subsídio de R$ 39,7 mil enquanto responde à ação penal por associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Há a expectativa de que o processo seja enviado para a Justiça do Estado da Bahia, considerando que a desembargadora perde o foro por prerrogativa de função perante o Superior Tribunal de Justiça - o deslocamento de competência sobre a ação contra a desembargadora ainda será debatido no STJ.

Ilona virou ré na Operação Faroeste em julgamento realizado pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça no dia 5 de junho. A magistrada já estava afastada do cargo desde dezembro de 2020, quando foi alvo da fase ostensiva da investigação.

Na ocasião, Ilona foi presa por ordem do ministro Og Fernandes, do STJ.

Ilona é alvo de uma ação penal por supostamente ter vendido decisões judiciais em três processos ligados a imóveis localizados no Oeste baiano.

Quando a desembargadora se tornou ré, o ministro Og Fernandes destacou movimentações bancárias sob suspeita da magistrada, além da localização, com um advogado e um ex-servidor do Tribunal de Justiça da Bahia, de minutas de decisões ou votos em nome de Ilona antes do julgamento pela Corte estadual.

A aposentadoria de Ilona chegou a ser questionada no Superior Tribunal de Justiça. A subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo questionou o fato de a desembargadora ter solicitado a aposentadoria voluntária no mesmo mês em que foi alvo de denúncia criminal. Lindôra via o pedido de aposentadoria como uma estratégia para evitar a condenação.

O ministro Og Fernandes, relator da Operação Faroeste, chegou a deferir uma liminar suspendendo o procedimento administrativo sobre o caso. Em 2023, a Corte Especial do STJ barrou a aposentadoria compulsória da desembargadora. Considerou que o pedido poderia atrasar o andamento do processo na Corte, em razão da perda do foro por prerrogativa de função da magistrada.

No julgamento, o relator destacou que a remessa do caso à Justiça estadual poderia configurar uma possível manobra para dificultar a prestação jurisdicional.

Na ocasião, o ministro ainda argumentou que a efetivação da aposentadoria, antes de uma condenação, impediria o efeito da perda do cargo, “devido à ausência de expressa previsão legal quanto à possibilidade de cassação da aposentadoria como consequência específica da decisão condenatória”.

Og Fernandes anotou que conceder a aposentadoria voluntária à magistrada seria “premiá-la” por conduta “altamente repreensível”, uma situação que “gera sentimento de impunidade e injustiça, potencializando o descrédito nas instituições públicas, notadamente no Poder Judiciário”.

COM A PALAVRA, A DESEMBARGADORA

A reportagem do Estadão busca contato com a desembargadora Ilona Márcia Reis. O espaço está aberto (pepita.ortega@estadao.com)

Ilona Márcia Reis, do Tribunal de Justiça da Bahia Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça da Bahia publicou nesta segunda-feira, 15, decreto de aposentadoria compulsória, em razão de idade (75 anos), da desembargadora Ilona Márcia Reis, ré na Operação Faroeste por suposta venda de decisões judiciais em troca de propinas de R$ 800 mil.

A reportagem do Estadão busca contato com a desembargadora. O espaço está aberto.

Ilona foi delatada por sua colega de Corte, a desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli. Também alvo da Operação Faroeste, Sandra Inês chegou a ser presa por ordem do Superior Tribunal de Justiça. Acuada, ela fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Seu relato devastador, nunca visto na história de nenhum tribunal do País, implodiu o Judiciário baiano.

As revelações da desembargadora apontam para uma engrenada máquina de comércio de sentenças, desvios, improbidade e propinas na Corte.

Além de Ilona Márcia Reis, a delatora apontou outros onze desembargadores - inclusive dois ex-presidentes do TJ da Bahia -, onze juízes de primeira instância, 12 advogados e, ainda, servidores do TJ da Bahia. Ao todo uma lista de 58 nomes.

Agora aposentada, Ilona seguirá recebendo o subsídio de R$ 39,7 mil enquanto responde à ação penal por associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Há a expectativa de que o processo seja enviado para a Justiça do Estado da Bahia, considerando que a desembargadora perde o foro por prerrogativa de função perante o Superior Tribunal de Justiça - o deslocamento de competência sobre a ação contra a desembargadora ainda será debatido no STJ.

Ilona virou ré na Operação Faroeste em julgamento realizado pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça no dia 5 de junho. A magistrada já estava afastada do cargo desde dezembro de 2020, quando foi alvo da fase ostensiva da investigação.

Na ocasião, Ilona foi presa por ordem do ministro Og Fernandes, do STJ.

Ilona é alvo de uma ação penal por supostamente ter vendido decisões judiciais em três processos ligados a imóveis localizados no Oeste baiano.

Quando a desembargadora se tornou ré, o ministro Og Fernandes destacou movimentações bancárias sob suspeita da magistrada, além da localização, com um advogado e um ex-servidor do Tribunal de Justiça da Bahia, de minutas de decisões ou votos em nome de Ilona antes do julgamento pela Corte estadual.

A aposentadoria de Ilona chegou a ser questionada no Superior Tribunal de Justiça. A subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo questionou o fato de a desembargadora ter solicitado a aposentadoria voluntária no mesmo mês em que foi alvo de denúncia criminal. Lindôra via o pedido de aposentadoria como uma estratégia para evitar a condenação.

O ministro Og Fernandes, relator da Operação Faroeste, chegou a deferir uma liminar suspendendo o procedimento administrativo sobre o caso. Em 2023, a Corte Especial do STJ barrou a aposentadoria compulsória da desembargadora. Considerou que o pedido poderia atrasar o andamento do processo na Corte, em razão da perda do foro por prerrogativa de função da magistrada.

No julgamento, o relator destacou que a remessa do caso à Justiça estadual poderia configurar uma possível manobra para dificultar a prestação jurisdicional.

Na ocasião, o ministro ainda argumentou que a efetivação da aposentadoria, antes de uma condenação, impediria o efeito da perda do cargo, “devido à ausência de expressa previsão legal quanto à possibilidade de cassação da aposentadoria como consequência específica da decisão condenatória”.

Og Fernandes anotou que conceder a aposentadoria voluntária à magistrada seria “premiá-la” por conduta “altamente repreensível”, uma situação que “gera sentimento de impunidade e injustiça, potencializando o descrédito nas instituições públicas, notadamente no Poder Judiciário”.

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