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TSE sofreu ‘assédio’ de ministro da Defesa de Bolsonaro na eleição, diz Gilmar Mendes


Decano do STF afirmou em evento promovido pelo Estadão e pelo Mackenzie que general Paulo Sérgio Nogueira escrevia ‘todo dia’ ao Tribunal Superior Superior Eleitoral

Por Rayssa Motta e Pepita Ortega
Gilmar Mendes: "O sistema eleitoral, numa eleição extremamente disputada, provou-se excelente." Foto: werther santana

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira, 13, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sofreu “assédio” do ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, na preparação da eleição de 2022.

“O TSE sofreu um assédio, não da população ou dos torcedores para a eleição de Bolsonaro, mas do ministro da Defesa, que todo dia pela manhã escrevia uma carta ao ministro (Edson) Fachin e o ministro Fachin respondia à tarde”, afirmou em seminário promovido pelo Estadão e a Universidade Presbiteriana Mackenzie sobre “O papel do STF na democracia”.

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O então ministro da Defesa dirigiu diversos questionamentos ao TSE sobre a segurança das urnas e a integridade do processo eleitoral. Na época, as Forças Armadas, que tradicionalmente têm a função de apoio logístico nas eleições, foram convidadas para participar de uma comissão de transparência do Tribunal Superior Eleitoral, mas o clima foi de animosidade até o encerramento do segundo turno.

“O sistema eleitoral, numa eleição extremamente disputada, provou-se excelente”, seguiu Gilmar Mendes. “As instituições mostraram resiliência, força e eu tenho muito orgulho de poder dizer isso.”

As declarações do ministro foram dadas no painel “As cortes constitucionais e a qualidade da democracia”, com participação do diretor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Gianpaolo Poggio Smanio - ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo - e do professor da Faculdade de Direito da Goethe Universität Frankfurt am Main (Alemanha), Ricardo Campos, com mediação do repórter especial e colunista do Estadão Marcelo Godoy.

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Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, Gianpaolo Poggio Smanio, diretor da Faculdade de Direito da Mackenzie, e Ricardo Campos, docente da Goethe Universität Frankfurt am Main, em painel sobre as cortes constitucionais e a qualidade da democracia. Foto: werther santana

Omissão

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O ministro defendeu ainda que o STF está autorizado a decidir sempre que for acionado e houver “omissão” do Congresso. Para Gilmar Mendes, a Corte não pode aguardar indefinidamente uma posição dos deputados e senadores sobre direitos fundamentais.

“A Constituição cobra, sim, do Supremo Tribunal Federal, respostas no sentido de ser uma Corte pró-ativa, especialmente no campo das omissões legislativas ou administrativas inconstitucionais”, defendeu. “Deixar de legislar para regular um direito fundamental significa descumprir a Constituição.”

Em julgamento recente, o STF impôs ao Congresso a obrigação de atualizar a distribuição de cadeiras na Câmara dos Deputados. Também abriu prazo para a União e os governadores apresentarem planos para pôr fim a violações de direitos em presídios. Nos dois casos, os ministros constaram omissões dos agentes públicos.

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Gilmar também afirmou que não vê um ativismo indevido do STF ao longo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Eu não vejo que o tribunal tenha tido uma conduta anormal nesse período. Deu resposta para desafios que então se colocaram. Nós tínhamos um governo que, em grande medida, era negacionista na pandemia e o tribunal então teve que decidir sobre questões de saúde”, opinou o ministro.

Gilmar Mendes: "O sistema eleitoral, numa eleição extremamente disputada, provou-se excelente." Foto: werther santana

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira, 13, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sofreu “assédio” do ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, na preparação da eleição de 2022.

“O TSE sofreu um assédio, não da população ou dos torcedores para a eleição de Bolsonaro, mas do ministro da Defesa, que todo dia pela manhã escrevia uma carta ao ministro (Edson) Fachin e o ministro Fachin respondia à tarde”, afirmou em seminário promovido pelo Estadão e a Universidade Presbiteriana Mackenzie sobre “O papel do STF na democracia”.

O então ministro da Defesa dirigiu diversos questionamentos ao TSE sobre a segurança das urnas e a integridade do processo eleitoral. Na época, as Forças Armadas, que tradicionalmente têm a função de apoio logístico nas eleições, foram convidadas para participar de uma comissão de transparência do Tribunal Superior Eleitoral, mas o clima foi de animosidade até o encerramento do segundo turno.

“O sistema eleitoral, numa eleição extremamente disputada, provou-se excelente”, seguiu Gilmar Mendes. “As instituições mostraram resiliência, força e eu tenho muito orgulho de poder dizer isso.”

As declarações do ministro foram dadas no painel “As cortes constitucionais e a qualidade da democracia”, com participação do diretor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Gianpaolo Poggio Smanio - ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo - e do professor da Faculdade de Direito da Goethe Universität Frankfurt am Main (Alemanha), Ricardo Campos, com mediação do repórter especial e colunista do Estadão Marcelo Godoy.

Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, Gianpaolo Poggio Smanio, diretor da Faculdade de Direito da Mackenzie, e Ricardo Campos, docente da Goethe Universität Frankfurt am Main, em painel sobre as cortes constitucionais e a qualidade da democracia. Foto: werther santana

Omissão

O ministro defendeu ainda que o STF está autorizado a decidir sempre que for acionado e houver “omissão” do Congresso. Para Gilmar Mendes, a Corte não pode aguardar indefinidamente uma posição dos deputados e senadores sobre direitos fundamentais.

“A Constituição cobra, sim, do Supremo Tribunal Federal, respostas no sentido de ser uma Corte pró-ativa, especialmente no campo das omissões legislativas ou administrativas inconstitucionais”, defendeu. “Deixar de legislar para regular um direito fundamental significa descumprir a Constituição.”

Em julgamento recente, o STF impôs ao Congresso a obrigação de atualizar a distribuição de cadeiras na Câmara dos Deputados. Também abriu prazo para a União e os governadores apresentarem planos para pôr fim a violações de direitos em presídios. Nos dois casos, os ministros constaram omissões dos agentes públicos.

Gilmar também afirmou que não vê um ativismo indevido do STF ao longo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Eu não vejo que o tribunal tenha tido uma conduta anormal nesse período. Deu resposta para desafios que então se colocaram. Nós tínhamos um governo que, em grande medida, era negacionista na pandemia e o tribunal então teve que decidir sobre questões de saúde”, opinou o ministro.

Gilmar Mendes: "O sistema eleitoral, numa eleição extremamente disputada, provou-se excelente." Foto: werther santana

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira, 13, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sofreu “assédio” do ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, na preparação da eleição de 2022.

“O TSE sofreu um assédio, não da população ou dos torcedores para a eleição de Bolsonaro, mas do ministro da Defesa, que todo dia pela manhã escrevia uma carta ao ministro (Edson) Fachin e o ministro Fachin respondia à tarde”, afirmou em seminário promovido pelo Estadão e a Universidade Presbiteriana Mackenzie sobre “O papel do STF na democracia”.

O então ministro da Defesa dirigiu diversos questionamentos ao TSE sobre a segurança das urnas e a integridade do processo eleitoral. Na época, as Forças Armadas, que tradicionalmente têm a função de apoio logístico nas eleições, foram convidadas para participar de uma comissão de transparência do Tribunal Superior Eleitoral, mas o clima foi de animosidade até o encerramento do segundo turno.

“O sistema eleitoral, numa eleição extremamente disputada, provou-se excelente”, seguiu Gilmar Mendes. “As instituições mostraram resiliência, força e eu tenho muito orgulho de poder dizer isso.”

As declarações do ministro foram dadas no painel “As cortes constitucionais e a qualidade da democracia”, com participação do diretor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Gianpaolo Poggio Smanio - ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo - e do professor da Faculdade de Direito da Goethe Universität Frankfurt am Main (Alemanha), Ricardo Campos, com mediação do repórter especial e colunista do Estadão Marcelo Godoy.

Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, Gianpaolo Poggio Smanio, diretor da Faculdade de Direito da Mackenzie, e Ricardo Campos, docente da Goethe Universität Frankfurt am Main, em painel sobre as cortes constitucionais e a qualidade da democracia. Foto: werther santana

Omissão

O ministro defendeu ainda que o STF está autorizado a decidir sempre que for acionado e houver “omissão” do Congresso. Para Gilmar Mendes, a Corte não pode aguardar indefinidamente uma posição dos deputados e senadores sobre direitos fundamentais.

“A Constituição cobra, sim, do Supremo Tribunal Federal, respostas no sentido de ser uma Corte pró-ativa, especialmente no campo das omissões legislativas ou administrativas inconstitucionais”, defendeu. “Deixar de legislar para regular um direito fundamental significa descumprir a Constituição.”

Em julgamento recente, o STF impôs ao Congresso a obrigação de atualizar a distribuição de cadeiras na Câmara dos Deputados. Também abriu prazo para a União e os governadores apresentarem planos para pôr fim a violações de direitos em presídios. Nos dois casos, os ministros constaram omissões dos agentes públicos.

Gilmar também afirmou que não vê um ativismo indevido do STF ao longo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Eu não vejo que o tribunal tenha tido uma conduta anormal nesse período. Deu resposta para desafios que então se colocaram. Nós tínhamos um governo que, em grande medida, era negacionista na pandemia e o tribunal então teve que decidir sobre questões de saúde”, opinou o ministro.

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