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Uma reflexão sobre a inclusão laboral das pessoas autistas


Por Natália Mônaco
Natália Mônaco. Foto: Arquivo pessoal

A ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu em 2007 o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado anualmente no dia 02 de abril. O autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), como é tecnicamente chamado, é uma condição de saúde caracterizada por prejuízos em três importantes áreas do desenvolvimento humano: habilidades socioemocionais, atenção compartilhada e linguagem.

Atualmente a ciência (Tismoo, 2020) argumenta que existem vários tipos diferentes de autismo e estes se manifestam de maneira única em cada pessoa.

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No Brasil, estima-se que existam, segundo o Conselho Nacional de Saúde, cerca de dois milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

Por outro lado, dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, afirmam que, atualmente, há um caso de autismo a cada 110 pessoas. Este dado nos leva a estimar que existam hoje no Brasil _ país que possui, aproximadamente, 214, 3 milhões de habitantes (IBGE - 2021) _ cerca de dois milhões de autistas.

Somente no estado de São Paulo, por exemplo, temos mais de 300 mil ocorrências. Contudo, apesar de numerosos, os milhões de brasileiros que possuem autismo ainda sofrem para encontrar tratamento adequado.

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E, apesar de uma previsão otimista para os próximos anos, dados também do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que 85% dos autistas brasileiros estão fora do mercado de trabalho. Neste contexto, vários fatores contribuem para a exclusão laboral destas pessoas, entre os quais, a própria família, o mercado de trabalho como um todo, a sociedade em geral e, por fim, a falta de conhecimento sobre o espectro que envolve todos estes fatores. Outro ponto que precisa ser destacado é que, como existe uma série de graus de autismo e a intensidade dos sintomas pode variar, este é um dos motivos que tem levado muitas empresas a restringirem contratações de pessoas com TEA. A dificuldade de entendimento e a possível imprevisibilidade no comportamento dessas pessoas (visto que Espectro Autista é um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento que se caracteriza pelas dificuldades de comunicação, interação social e por comportamentos restritos e repetitivos) também influencia este cenário.

No entanto, apesar dos problemas, ressalto que a Lei de 12.764/2012, conhecida também como Lei Berenice Piana, determina a participação mínima de pessoas com qualquer deficiência no mercado de trabalho e isto precisa ser aplicado também no caso das pessoas autistas. Porém, não basta ter legislação sem que haja fiscalização, como também não basta ter fiscalização sem que haja ação.

Por fim, é preciso pensar de forma mais ampla e aprofundada tanto nos próprios autistas, é claro, quanto nas dificuldades que suas famílias enfrentam na sociedade como um todo, contexto no qual se insere a necessidade de inclusão laboral destas pessoas.

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Juntos todos nós precisamos construir caminhos para que as pessoas com TEA possam trabalhar, mas isto só se dará através da capacitação de todos os profissionais que atuam nas empresas, não importando suas funções na hierarquia organizacional.

*Natália Mônaco é profissional de Educação Física, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo (2006), especialista em Atividade Motora Adaptada pela Unicamp (2008), mestre e doutora em Psicologia Educacional pelo Centro Universitário FIEO (2018). Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Educação Especial e Adaptada, atuando principalmente em processos de criação de Avaliação Física e Psicológica em pessoas com Transtorno do Desenvolvimento Intelectual. É coordenadora do DPDHD - Departamento de Pesquisas em Desenvolvimento Humano & Diversidade do Instituto Olga Kos de Inclusão

Natália Mônaco. Foto: Arquivo pessoal

A ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu em 2007 o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado anualmente no dia 02 de abril. O autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), como é tecnicamente chamado, é uma condição de saúde caracterizada por prejuízos em três importantes áreas do desenvolvimento humano: habilidades socioemocionais, atenção compartilhada e linguagem.

Atualmente a ciência (Tismoo, 2020) argumenta que existem vários tipos diferentes de autismo e estes se manifestam de maneira única em cada pessoa.

No Brasil, estima-se que existam, segundo o Conselho Nacional de Saúde, cerca de dois milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

Por outro lado, dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, afirmam que, atualmente, há um caso de autismo a cada 110 pessoas. Este dado nos leva a estimar que existam hoje no Brasil _ país que possui, aproximadamente, 214, 3 milhões de habitantes (IBGE - 2021) _ cerca de dois milhões de autistas.

Somente no estado de São Paulo, por exemplo, temos mais de 300 mil ocorrências. Contudo, apesar de numerosos, os milhões de brasileiros que possuem autismo ainda sofrem para encontrar tratamento adequado.

E, apesar de uma previsão otimista para os próximos anos, dados também do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que 85% dos autistas brasileiros estão fora do mercado de trabalho. Neste contexto, vários fatores contribuem para a exclusão laboral destas pessoas, entre os quais, a própria família, o mercado de trabalho como um todo, a sociedade em geral e, por fim, a falta de conhecimento sobre o espectro que envolve todos estes fatores. Outro ponto que precisa ser destacado é que, como existe uma série de graus de autismo e a intensidade dos sintomas pode variar, este é um dos motivos que tem levado muitas empresas a restringirem contratações de pessoas com TEA. A dificuldade de entendimento e a possível imprevisibilidade no comportamento dessas pessoas (visto que Espectro Autista é um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento que se caracteriza pelas dificuldades de comunicação, interação social e por comportamentos restritos e repetitivos) também influencia este cenário.

No entanto, apesar dos problemas, ressalto que a Lei de 12.764/2012, conhecida também como Lei Berenice Piana, determina a participação mínima de pessoas com qualquer deficiência no mercado de trabalho e isto precisa ser aplicado também no caso das pessoas autistas. Porém, não basta ter legislação sem que haja fiscalização, como também não basta ter fiscalização sem que haja ação.

Por fim, é preciso pensar de forma mais ampla e aprofundada tanto nos próprios autistas, é claro, quanto nas dificuldades que suas famílias enfrentam na sociedade como um todo, contexto no qual se insere a necessidade de inclusão laboral destas pessoas.

Juntos todos nós precisamos construir caminhos para que as pessoas com TEA possam trabalhar, mas isto só se dará através da capacitação de todos os profissionais que atuam nas empresas, não importando suas funções na hierarquia organizacional.

*Natália Mônaco é profissional de Educação Física, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo (2006), especialista em Atividade Motora Adaptada pela Unicamp (2008), mestre e doutora em Psicologia Educacional pelo Centro Universitário FIEO (2018). Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Educação Especial e Adaptada, atuando principalmente em processos de criação de Avaliação Física e Psicológica em pessoas com Transtorno do Desenvolvimento Intelectual. É coordenadora do DPDHD - Departamento de Pesquisas em Desenvolvimento Humano & Diversidade do Instituto Olga Kos de Inclusão

Natália Mônaco. Foto: Arquivo pessoal

A ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu em 2007 o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado anualmente no dia 02 de abril. O autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), como é tecnicamente chamado, é uma condição de saúde caracterizada por prejuízos em três importantes áreas do desenvolvimento humano: habilidades socioemocionais, atenção compartilhada e linguagem.

Atualmente a ciência (Tismoo, 2020) argumenta que existem vários tipos diferentes de autismo e estes se manifestam de maneira única em cada pessoa.

No Brasil, estima-se que existam, segundo o Conselho Nacional de Saúde, cerca de dois milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

Por outro lado, dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, afirmam que, atualmente, há um caso de autismo a cada 110 pessoas. Este dado nos leva a estimar que existam hoje no Brasil _ país que possui, aproximadamente, 214, 3 milhões de habitantes (IBGE - 2021) _ cerca de dois milhões de autistas.

Somente no estado de São Paulo, por exemplo, temos mais de 300 mil ocorrências. Contudo, apesar de numerosos, os milhões de brasileiros que possuem autismo ainda sofrem para encontrar tratamento adequado.

E, apesar de uma previsão otimista para os próximos anos, dados também do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que 85% dos autistas brasileiros estão fora do mercado de trabalho. Neste contexto, vários fatores contribuem para a exclusão laboral destas pessoas, entre os quais, a própria família, o mercado de trabalho como um todo, a sociedade em geral e, por fim, a falta de conhecimento sobre o espectro que envolve todos estes fatores. Outro ponto que precisa ser destacado é que, como existe uma série de graus de autismo e a intensidade dos sintomas pode variar, este é um dos motivos que tem levado muitas empresas a restringirem contratações de pessoas com TEA. A dificuldade de entendimento e a possível imprevisibilidade no comportamento dessas pessoas (visto que Espectro Autista é um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento que se caracteriza pelas dificuldades de comunicação, interação social e por comportamentos restritos e repetitivos) também influencia este cenário.

No entanto, apesar dos problemas, ressalto que a Lei de 12.764/2012, conhecida também como Lei Berenice Piana, determina a participação mínima de pessoas com qualquer deficiência no mercado de trabalho e isto precisa ser aplicado também no caso das pessoas autistas. Porém, não basta ter legislação sem que haja fiscalização, como também não basta ter fiscalização sem que haja ação.

Por fim, é preciso pensar de forma mais ampla e aprofundada tanto nos próprios autistas, é claro, quanto nas dificuldades que suas famílias enfrentam na sociedade como um todo, contexto no qual se insere a necessidade de inclusão laboral destas pessoas.

Juntos todos nós precisamos construir caminhos para que as pessoas com TEA possam trabalhar, mas isto só se dará através da capacitação de todos os profissionais que atuam nas empresas, não importando suas funções na hierarquia organizacional.

*Natália Mônaco é profissional de Educação Física, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo (2006), especialista em Atividade Motora Adaptada pela Unicamp (2008), mestre e doutora em Psicologia Educacional pelo Centro Universitário FIEO (2018). Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Educação Especial e Adaptada, atuando principalmente em processos de criação de Avaliação Física e Psicológica em pessoas com Transtorno do Desenvolvimento Intelectual. É coordenadora do DPDHD - Departamento de Pesquisas em Desenvolvimento Humano & Diversidade do Instituto Olga Kos de Inclusão

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