ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Barbara Calixto, Beatriz Pontes e Giovana Cassalati, três alunas do curso de Biomedicina da Unisagrado que gravaram um vídeo na semana passada debochando de Patricia Linares, colega de classe mais velha, saíram da instituição. O caso aconteceu em Bauru, a 330 km da capital paulista.
A assessoria de comunicação da universidade afirma que, antes que o processo disciplinar fosse encerrado, "as três estudantes solicitaram a desistência do curso de Biomedicina; dessa forma o processo perdeu o objeto e por isso foi finalizado".
As meninas gravaram um vídeo no 'close friends' do Instagram - ferramenta por meio da qual apenas alguns usuários selecionados podem ver o story. Contudo, o material foi vazado e circulou por todo o país.
Elas brincam com a ideia de 'desmatricular' Patricia por causa da idade. "Ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada. Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Acha que a professora é o Google."
Ao Estadão, Patricia contou que ficou abalada com o vídeo e chorou muito, mas não cogitou desistir do curso. Fazer uma faculdade era um sonho antigo seu, mas ela não teve oportunidade de realizá-lo antes por causa do trabalho.
A repercussão do caso chegou até os ministros dos Direitos Humanos e da Educação, que gravaram um vídeo em apoio a Patricia. Mulheres com mais de 40 anos e estão fazendo um curso superior organizaram uma corrente no Twitter compartilhando suas histórias.
"Todos têm uma história como a minha", afirma Patrícia. Ela decidiu transformar seu caso em uma bandeira contra o etarismo - o preconceito contra pessoas mais velhas.
O número de estudantes universitários com mais de 40 anos subiu 171% na última década. "Eu decidi fazer dessa coisa ruim que aconteceu comigo algo de bom. É por essas pessoas que estou me expondo."