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'Vem tanta coisa aí, tanta confusão', diz Delcídio


Senador que fez delação premiada afirma que que fez 'uma colaboração de político, com agendas de viagens, datas, horários'

Por Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Delcídio do Amaral. Foto: Alex Silva/Estadão

O senador Delcídio Amaral, que nesta terça-feira, 15, se desligou do PT, prevê 'confusão' para breve. Enigmático, o ex-líder do Governo, que fez delação premiada e agitou o Congresso, o Palácio do Planalto e também a oposição, disse que na próxima semana retorna às suas atividades parlamentares. Não faz ideia de como será recebido. "É uma incógnita." Diz que "é inacreditável" Lula no Ministério de Dilma. "É para se blindar do Moro."

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Estadão: Como está a sua rotina?Senador Delcídio Amaral: Muito difícil. Porque eu estou fazendo exames médicos, exames de controle de saúde eu preciso fazer. Eu estou terminando essa bateria de exames sob um momento de tensão muito forte.

Estadão: Vai retornar ao Senado?Delcídio Amaral: Minha licença termina na semana que vem. Aí retomo as atividades.

Estadão: Como espera ser recebido na Casa?Delcídio Amaral: É uma incógnita, claro. Por isso que a gente tem que avaliar bem. Tem que deixar maturar um pouco. Acho que é melhor.

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Estadão: Sua expectativa?Delcídio Amaral: Acho que vem tanta coisa aí, tanta confusão. Daqui a pouco já vem outra agenda...não dá tempo para respirar.

Estadão: Tem provas do que afirma em sua delação?Delcídio Amaral: É preciso dizer que a minha colaboração é uma colaboração de político, não é uma colaboração de lobista, de executivo, de empresário. É uma colaboração de político. Agora, o que atesta as coisas todas que eu digo são as agendas, as viagens, é a precisão dos acontecimentos. É como eu registro no meu dia a dia. Outras situações que já fazem parte dessa investigação (da Lava Jato) vêm comrpovar tudo mesmo. Como toda agenda de político eu registro tudo, datas, horários. Não tenho dúvida de que em função das agendas, dos indícios, o que é afirmado vai ser comprovado. Aliás, em boa parte dos episódios mencionados já há comprovação até mesmo por outras colaborações. Eu sei que algumas coisas que relatei já foram confirmadas por executivos de uma empreiteira. Confirmaram tudo.

Estadão: O caminho está aberto para os investigadores?Delcídio Amaral: Na verdade, a maneira como a minha colaboração foi estrutrada foi uma maneira sistêmica. Ela junta as pontas e aí complementa com as outras informações. Vai ficar fácil para os investigadores trabalharem com outras informações já existentes. Uma coisa fecha com outra. As evidências todas casam com as histórias, casa tudo, horário, data e tal.

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Estadão: O sr. tem medo de morrer?Delcídio Amaral: Eu, pessoalmente, não. Mas, evidentemente, a gente tem que tomar muito cuidado com a família. Eu tenho filha jovem, eu tenho muitas preocupações. Minha mãe vive no pantanal, vive numa fazenda. Eu, evidentemente vou conversar com os meus advogados sobre isso. É aquela história, a gente nunca sabe. Você pode ter uma percepção dos fatos de uma maneira generalista ou mais equilibrada, mas não tem controle sobre iniciativas pessoais. É um negócio complicadíssimo. Eu lhe confesso que estou muito preocupado. Tanto é que isso vou conversar com os meus advogados para a gente tomar todas as precauções. Não dá para brincar, tem que tomar todas as cautelas.

Estadão: Muito assustado?Delcídio Amaral: Já passei por situação muito parecida na CPI dos Correios, mas agora, pela gravidade do momento é muito pior.

Estadão: O que acha de Lula no Ministério de Dilma?Delcídio Amaral: Uma loucura ele ir para o Ministério. Eu acho que ele vai acabar indo (para o Ministério) para tentar se blindar do Moro (Sérgio Moro, juiz da Lava Jato).

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Estadão: Por que o sr. se desligou do PT?Delcídio Amaral: Eu não vou ficar aí. Primeiro, aquilo que aconteceu quando fui preso. Inacreditável o que o partido fez comigo. Aquilo me prejudicou numa intensidade inacreditável. Não havia mais condição de ficar no PT com a homologação (da delação premiada), com tudo isso acontecendo. Era uma coisa normal, o curso natural das coisas.

Estadão: E as denúncias contra o sr?Delcídio Amaral: O fato é que não existe nenhuma acusação que fica de pé contra mim. O processo inteiro eu não tenho nada de corrupção, nada que ficou caracterizado como um caso de corrupção na minha conduta. Isso aí para mim é muito importante. Eu aproveitei na colaboração para responder a todas as acusações que existiam contra mim. O que ficou lá foi esse negócio de caixa 2 que acabou caducando por causa dos oito anos já transcorridos. Não tem corrupção, na verdade minha colaboração é mais para testemunha. Os caras confundem, dizem que delator tem que assumir culpa. Mas, no meu caso, eu sou praticamente uma testemunha.

Estadão: O ministro Aloizio Mercadante diz que sugeriu tudo dentro da legalidade.Delcídio Amaral: Eu não tenho intimidade com ele, como é que fala da minha filha em entrevista? Ele não pode negar aquilo que está na gravação.

Delcídio do Amaral. Foto: Alex Silva/Estadão

O senador Delcídio Amaral, que nesta terça-feira, 15, se desligou do PT, prevê 'confusão' para breve. Enigmático, o ex-líder do Governo, que fez delação premiada e agitou o Congresso, o Palácio do Planalto e também a oposição, disse que na próxima semana retorna às suas atividades parlamentares. Não faz ideia de como será recebido. "É uma incógnita." Diz que "é inacreditável" Lula no Ministério de Dilma. "É para se blindar do Moro."

Estadão: Como está a sua rotina?Senador Delcídio Amaral: Muito difícil. Porque eu estou fazendo exames médicos, exames de controle de saúde eu preciso fazer. Eu estou terminando essa bateria de exames sob um momento de tensão muito forte.

Estadão: Vai retornar ao Senado?Delcídio Amaral: Minha licença termina na semana que vem. Aí retomo as atividades.

Estadão: Como espera ser recebido na Casa?Delcídio Amaral: É uma incógnita, claro. Por isso que a gente tem que avaliar bem. Tem que deixar maturar um pouco. Acho que é melhor.

Estadão: Sua expectativa?Delcídio Amaral: Acho que vem tanta coisa aí, tanta confusão. Daqui a pouco já vem outra agenda...não dá tempo para respirar.

Estadão: Tem provas do que afirma em sua delação?Delcídio Amaral: É preciso dizer que a minha colaboração é uma colaboração de político, não é uma colaboração de lobista, de executivo, de empresário. É uma colaboração de político. Agora, o que atesta as coisas todas que eu digo são as agendas, as viagens, é a precisão dos acontecimentos. É como eu registro no meu dia a dia. Outras situações que já fazem parte dessa investigação (da Lava Jato) vêm comrpovar tudo mesmo. Como toda agenda de político eu registro tudo, datas, horários. Não tenho dúvida de que em função das agendas, dos indícios, o que é afirmado vai ser comprovado. Aliás, em boa parte dos episódios mencionados já há comprovação até mesmo por outras colaborações. Eu sei que algumas coisas que relatei já foram confirmadas por executivos de uma empreiteira. Confirmaram tudo.

Estadão: O caminho está aberto para os investigadores?Delcídio Amaral: Na verdade, a maneira como a minha colaboração foi estrutrada foi uma maneira sistêmica. Ela junta as pontas e aí complementa com as outras informações. Vai ficar fácil para os investigadores trabalharem com outras informações já existentes. Uma coisa fecha com outra. As evidências todas casam com as histórias, casa tudo, horário, data e tal.

Estadão: O sr. tem medo de morrer?Delcídio Amaral: Eu, pessoalmente, não. Mas, evidentemente, a gente tem que tomar muito cuidado com a família. Eu tenho filha jovem, eu tenho muitas preocupações. Minha mãe vive no pantanal, vive numa fazenda. Eu, evidentemente vou conversar com os meus advogados sobre isso. É aquela história, a gente nunca sabe. Você pode ter uma percepção dos fatos de uma maneira generalista ou mais equilibrada, mas não tem controle sobre iniciativas pessoais. É um negócio complicadíssimo. Eu lhe confesso que estou muito preocupado. Tanto é que isso vou conversar com os meus advogados para a gente tomar todas as precauções. Não dá para brincar, tem que tomar todas as cautelas.

Estadão: Muito assustado?Delcídio Amaral: Já passei por situação muito parecida na CPI dos Correios, mas agora, pela gravidade do momento é muito pior.

Estadão: O que acha de Lula no Ministério de Dilma?Delcídio Amaral: Uma loucura ele ir para o Ministério. Eu acho que ele vai acabar indo (para o Ministério) para tentar se blindar do Moro (Sérgio Moro, juiz da Lava Jato).

Estadão: Por que o sr. se desligou do PT?Delcídio Amaral: Eu não vou ficar aí. Primeiro, aquilo que aconteceu quando fui preso. Inacreditável o que o partido fez comigo. Aquilo me prejudicou numa intensidade inacreditável. Não havia mais condição de ficar no PT com a homologação (da delação premiada), com tudo isso acontecendo. Era uma coisa normal, o curso natural das coisas.

Estadão: E as denúncias contra o sr?Delcídio Amaral: O fato é que não existe nenhuma acusação que fica de pé contra mim. O processo inteiro eu não tenho nada de corrupção, nada que ficou caracterizado como um caso de corrupção na minha conduta. Isso aí para mim é muito importante. Eu aproveitei na colaboração para responder a todas as acusações que existiam contra mim. O que ficou lá foi esse negócio de caixa 2 que acabou caducando por causa dos oito anos já transcorridos. Não tem corrupção, na verdade minha colaboração é mais para testemunha. Os caras confundem, dizem que delator tem que assumir culpa. Mas, no meu caso, eu sou praticamente uma testemunha.

Estadão: O ministro Aloizio Mercadante diz que sugeriu tudo dentro da legalidade.Delcídio Amaral: Eu não tenho intimidade com ele, como é que fala da minha filha em entrevista? Ele não pode negar aquilo que está na gravação.

Delcídio do Amaral. Foto: Alex Silva/Estadão

O senador Delcídio Amaral, que nesta terça-feira, 15, se desligou do PT, prevê 'confusão' para breve. Enigmático, o ex-líder do Governo, que fez delação premiada e agitou o Congresso, o Palácio do Planalto e também a oposição, disse que na próxima semana retorna às suas atividades parlamentares. Não faz ideia de como será recebido. "É uma incógnita." Diz que "é inacreditável" Lula no Ministério de Dilma. "É para se blindar do Moro."

Estadão: Como está a sua rotina?Senador Delcídio Amaral: Muito difícil. Porque eu estou fazendo exames médicos, exames de controle de saúde eu preciso fazer. Eu estou terminando essa bateria de exames sob um momento de tensão muito forte.

Estadão: Vai retornar ao Senado?Delcídio Amaral: Minha licença termina na semana que vem. Aí retomo as atividades.

Estadão: Como espera ser recebido na Casa?Delcídio Amaral: É uma incógnita, claro. Por isso que a gente tem que avaliar bem. Tem que deixar maturar um pouco. Acho que é melhor.

Estadão: Sua expectativa?Delcídio Amaral: Acho que vem tanta coisa aí, tanta confusão. Daqui a pouco já vem outra agenda...não dá tempo para respirar.

Estadão: Tem provas do que afirma em sua delação?Delcídio Amaral: É preciso dizer que a minha colaboração é uma colaboração de político, não é uma colaboração de lobista, de executivo, de empresário. É uma colaboração de político. Agora, o que atesta as coisas todas que eu digo são as agendas, as viagens, é a precisão dos acontecimentos. É como eu registro no meu dia a dia. Outras situações que já fazem parte dessa investigação (da Lava Jato) vêm comrpovar tudo mesmo. Como toda agenda de político eu registro tudo, datas, horários. Não tenho dúvida de que em função das agendas, dos indícios, o que é afirmado vai ser comprovado. Aliás, em boa parte dos episódios mencionados já há comprovação até mesmo por outras colaborações. Eu sei que algumas coisas que relatei já foram confirmadas por executivos de uma empreiteira. Confirmaram tudo.

Estadão: O caminho está aberto para os investigadores?Delcídio Amaral: Na verdade, a maneira como a minha colaboração foi estrutrada foi uma maneira sistêmica. Ela junta as pontas e aí complementa com as outras informações. Vai ficar fácil para os investigadores trabalharem com outras informações já existentes. Uma coisa fecha com outra. As evidências todas casam com as histórias, casa tudo, horário, data e tal.

Estadão: O sr. tem medo de morrer?Delcídio Amaral: Eu, pessoalmente, não. Mas, evidentemente, a gente tem que tomar muito cuidado com a família. Eu tenho filha jovem, eu tenho muitas preocupações. Minha mãe vive no pantanal, vive numa fazenda. Eu, evidentemente vou conversar com os meus advogados sobre isso. É aquela história, a gente nunca sabe. Você pode ter uma percepção dos fatos de uma maneira generalista ou mais equilibrada, mas não tem controle sobre iniciativas pessoais. É um negócio complicadíssimo. Eu lhe confesso que estou muito preocupado. Tanto é que isso vou conversar com os meus advogados para a gente tomar todas as precauções. Não dá para brincar, tem que tomar todas as cautelas.

Estadão: Muito assustado?Delcídio Amaral: Já passei por situação muito parecida na CPI dos Correios, mas agora, pela gravidade do momento é muito pior.

Estadão: O que acha de Lula no Ministério de Dilma?Delcídio Amaral: Uma loucura ele ir para o Ministério. Eu acho que ele vai acabar indo (para o Ministério) para tentar se blindar do Moro (Sérgio Moro, juiz da Lava Jato).

Estadão: Por que o sr. se desligou do PT?Delcídio Amaral: Eu não vou ficar aí. Primeiro, aquilo que aconteceu quando fui preso. Inacreditável o que o partido fez comigo. Aquilo me prejudicou numa intensidade inacreditável. Não havia mais condição de ficar no PT com a homologação (da delação premiada), com tudo isso acontecendo. Era uma coisa normal, o curso natural das coisas.

Estadão: E as denúncias contra o sr?Delcídio Amaral: O fato é que não existe nenhuma acusação que fica de pé contra mim. O processo inteiro eu não tenho nada de corrupção, nada que ficou caracterizado como um caso de corrupção na minha conduta. Isso aí para mim é muito importante. Eu aproveitei na colaboração para responder a todas as acusações que existiam contra mim. O que ficou lá foi esse negócio de caixa 2 que acabou caducando por causa dos oito anos já transcorridos. Não tem corrupção, na verdade minha colaboração é mais para testemunha. Os caras confundem, dizem que delator tem que assumir culpa. Mas, no meu caso, eu sou praticamente uma testemunha.

Estadão: O ministro Aloizio Mercadante diz que sugeriu tudo dentro da legalidade.Delcídio Amaral: Eu não tenho intimidade com ele, como é que fala da minha filha em entrevista? Ele não pode negar aquilo que está na gravação.

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