O outro lado da notícia

10 'pérolas' de Lula que ampliaram incertezas sobre rumos da economia


Declarações polêmicas do presidente desde a vitória nas eleições têm gerado calafrios no mundo dos negócios

Por José Fucs
 Foto: Nelson Almeida /AFP

Decorridos quase três meses desde sua vitória nas eleições e pouco menos de um mês desde sua posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece não ter descido ainda do palanque.

Quem esperava ver um Lula mais moderado, em razão da ampla frente política que apoiou sua volta ao Planalto, está levando um duro choque de realidade com a postura adotada até agora pelo presidente, considerada previsível por boa parte dos 95 milhões de eleitores que preferiram se abster, manter a neutralidade ou apoiar Bolsonaro no pleito e hoje recheiam as redes sociais com o inevitável "faz o L", quando alguém que abraçou a candidatura do petista o critica por aí.

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Com uma série de declarações polêmicas, alinhadas às ideias antimercado do PT e de outros partidos de esquerda, Lula tem provocado calafrios no mundo dos negócios e ampliado as incertezas sobre os rumos da economia.

Embora algumas de suas afirmações tenham sido suavizadas depois, por ele mesmo ou por seus auxiliares diretos, a percepção de muitos analistas é de que Lula tem sido o principal responsável pelas turbulências registradas no mercado financeiro, usado como "bode expiatório" em seus discursos e entrevistas, e na arena empresarial de forma geral.

"Há uma dificuldade de ler as opções do presidente", disse recentemente, em entrevista ao Estadão, o economista Samuel Pessôa, responsável no Brasil pela área de pesquisas econômicas do Julius Baer Family Office, tradicional casa bancária suíça voltada à gestão de fortunas.

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No campo fiscal, apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dar sinais de que pretende manter as contas públicas sob controle, há dúvidas de que suas propostas terão o respaldo de Lula e da ala política do governo para se concretizar.

"Uma coisa é o Haddad falar 'vou trazer a estabilidade fiscal'. Outra é ele conseguir convencer o presidente e o PT a fazer isso", afirmou também ao Estadão o economista Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central e presidente do conselho de administração da Jive Investments. "Só o tempo vai nos dizer o que irá acontecer."

Confira a seguir 10 frases controvertidas de Lula sobre a economia desde a vitória nas eleições de 30 de outubro:

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  1. "Por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse País? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos?" (10/11/2022)

  1. "Não adianta só pensar em responsabilidade fiscal (...). Para cumprir teto fiscal, geralmente é preciso desmontar políticas sociais e não se mexe com o mercado financeiro. Mas o dólar não aumenta ou a bolsa cai por causa das pessoas sérias e sim, dos especuladores." (17/11/2022)

  1. "Se eu compro comida é gasto, se compro para o pobre é gasto, se coloco dinheiro na saúde é gasto, na educação é gasto. A única coisa que não é tratada como gasto neste país é o dinheiro que a gente paga de juros para o sistema financeiro." (12/1/2023)

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  1. "Daqui para frente, tudo o que a gente fizer é investimento, até aumentar salário. Vamos construir uma outra narrativa para esse País." (12/1/2023)

  1. "Nesse País, se brigou muito para ter um Banco Central independente, achando que ia melhorar. Eu posso dizer, com a minha experiência, é uma bobagem achar que o presidente do BC vai fazer mais do que quando o presidente (da República) era quem (o) indicava." (18/1/2022)

  1. "Eu duvido que esse presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto) seja mais independente do que foi o (Henrique) Meirelles. Eu duvido. Por que, com o Banco Central independente, a inflação está do jeito que está e o juro está do jeito que está?" (18/1/2023)

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  1. "A inflação está em 6,5%, 7,5%. Por que os juros (Selic) estão a 13,5%? Qual a explicação de a gente ter um juro (Selic) de 13,5% hoje? O Banco Central é independente, a gente poderia nem ter juros." (18/1/2023)

  1. "Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%. Quando faz isso, é preciso arrochar mais a economia para atingir aquele 3,7%. Por que precisava fazer 3,7%? Por que não faz 4,5%, como fizemos (nos mandatos anteriores)?" (18/1/2023)

  1. "Elas (a responsabilidade fiscal e a responsabilidade social) são antagônicas por causa da ganância das pessoas mais ricas. O empresário não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou. Ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam." (18/1/2023)
  2.  "O trabalhador que trabalha em aplicativo não é um microempreendedor. Ele percebe que não é microempreendedor quando se machuca, quando fica doente, quando quebra a moto, quebra o carro. Ele começa a perceber que não tem nenhum sistema de seguridade social no momento de sofrimento." (18/1/2023)

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 Foto: Nelson Almeida /AFP

Decorridos quase três meses desde sua vitória nas eleições e pouco menos de um mês desde sua posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece não ter descido ainda do palanque.

Quem esperava ver um Lula mais moderado, em razão da ampla frente política que apoiou sua volta ao Planalto, está levando um duro choque de realidade com a postura adotada até agora pelo presidente, considerada previsível por boa parte dos 95 milhões de eleitores que preferiram se abster, manter a neutralidade ou apoiar Bolsonaro no pleito e hoje recheiam as redes sociais com o inevitável "faz o L", quando alguém que abraçou a candidatura do petista o critica por aí.

Com uma série de declarações polêmicas, alinhadas às ideias antimercado do PT e de outros partidos de esquerda, Lula tem provocado calafrios no mundo dos negócios e ampliado as incertezas sobre os rumos da economia.

Embora algumas de suas afirmações tenham sido suavizadas depois, por ele mesmo ou por seus auxiliares diretos, a percepção de muitos analistas é de que Lula tem sido o principal responsável pelas turbulências registradas no mercado financeiro, usado como "bode expiatório" em seus discursos e entrevistas, e na arena empresarial de forma geral.

"Há uma dificuldade de ler as opções do presidente", disse recentemente, em entrevista ao Estadão, o economista Samuel Pessôa, responsável no Brasil pela área de pesquisas econômicas do Julius Baer Family Office, tradicional casa bancária suíça voltada à gestão de fortunas.

No campo fiscal, apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dar sinais de que pretende manter as contas públicas sob controle, há dúvidas de que suas propostas terão o respaldo de Lula e da ala política do governo para se concretizar.

"Uma coisa é o Haddad falar 'vou trazer a estabilidade fiscal'. Outra é ele conseguir convencer o presidente e o PT a fazer isso", afirmou também ao Estadão o economista Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central e presidente do conselho de administração da Jive Investments. "Só o tempo vai nos dizer o que irá acontecer."

Confira a seguir 10 frases controvertidas de Lula sobre a economia desde a vitória nas eleições de 30 de outubro:

  1. "Por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse País? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos?" (10/11/2022)

  1. "Não adianta só pensar em responsabilidade fiscal (...). Para cumprir teto fiscal, geralmente é preciso desmontar políticas sociais e não se mexe com o mercado financeiro. Mas o dólar não aumenta ou a bolsa cai por causa das pessoas sérias e sim, dos especuladores." (17/11/2022)

  1. "Se eu compro comida é gasto, se compro para o pobre é gasto, se coloco dinheiro na saúde é gasto, na educação é gasto. A única coisa que não é tratada como gasto neste país é o dinheiro que a gente paga de juros para o sistema financeiro." (12/1/2023)

  1. "Daqui para frente, tudo o que a gente fizer é investimento, até aumentar salário. Vamos construir uma outra narrativa para esse País." (12/1/2023)

  1. "Nesse País, se brigou muito para ter um Banco Central independente, achando que ia melhorar. Eu posso dizer, com a minha experiência, é uma bobagem achar que o presidente do BC vai fazer mais do que quando o presidente (da República) era quem (o) indicava." (18/1/2022)

  1. "Eu duvido que esse presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto) seja mais independente do que foi o (Henrique) Meirelles. Eu duvido. Por que, com o Banco Central independente, a inflação está do jeito que está e o juro está do jeito que está?" (18/1/2023)

  1. "A inflação está em 6,5%, 7,5%. Por que os juros (Selic) estão a 13,5%? Qual a explicação de a gente ter um juro (Selic) de 13,5% hoje? O Banco Central é independente, a gente poderia nem ter juros." (18/1/2023)

  1. "Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%. Quando faz isso, é preciso arrochar mais a economia para atingir aquele 3,7%. Por que precisava fazer 3,7%? Por que não faz 4,5%, como fizemos (nos mandatos anteriores)?" (18/1/2023)

  1. "Elas (a responsabilidade fiscal e a responsabilidade social) são antagônicas por causa da ganância das pessoas mais ricas. O empresário não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou. Ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam." (18/1/2023)
  2.  "O trabalhador que trabalha em aplicativo não é um microempreendedor. Ele percebe que não é microempreendedor quando se machuca, quando fica doente, quando quebra a moto, quebra o carro. Ele começa a perceber que não tem nenhum sistema de seguridade social no momento de sofrimento." (18/1/2023)

 

 Foto: Nelson Almeida /AFP

Decorridos quase três meses desde sua vitória nas eleições e pouco menos de um mês desde sua posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece não ter descido ainda do palanque.

Quem esperava ver um Lula mais moderado, em razão da ampla frente política que apoiou sua volta ao Planalto, está levando um duro choque de realidade com a postura adotada até agora pelo presidente, considerada previsível por boa parte dos 95 milhões de eleitores que preferiram se abster, manter a neutralidade ou apoiar Bolsonaro no pleito e hoje recheiam as redes sociais com o inevitável "faz o L", quando alguém que abraçou a candidatura do petista o critica por aí.

Com uma série de declarações polêmicas, alinhadas às ideias antimercado do PT e de outros partidos de esquerda, Lula tem provocado calafrios no mundo dos negócios e ampliado as incertezas sobre os rumos da economia.

Embora algumas de suas afirmações tenham sido suavizadas depois, por ele mesmo ou por seus auxiliares diretos, a percepção de muitos analistas é de que Lula tem sido o principal responsável pelas turbulências registradas no mercado financeiro, usado como "bode expiatório" em seus discursos e entrevistas, e na arena empresarial de forma geral.

"Há uma dificuldade de ler as opções do presidente", disse recentemente, em entrevista ao Estadão, o economista Samuel Pessôa, responsável no Brasil pela área de pesquisas econômicas do Julius Baer Family Office, tradicional casa bancária suíça voltada à gestão de fortunas.

No campo fiscal, apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dar sinais de que pretende manter as contas públicas sob controle, há dúvidas de que suas propostas terão o respaldo de Lula e da ala política do governo para se concretizar.

"Uma coisa é o Haddad falar 'vou trazer a estabilidade fiscal'. Outra é ele conseguir convencer o presidente e o PT a fazer isso", afirmou também ao Estadão o economista Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central e presidente do conselho de administração da Jive Investments. "Só o tempo vai nos dizer o que irá acontecer."

Confira a seguir 10 frases controvertidas de Lula sobre a economia desde a vitória nas eleições de 30 de outubro:

  1. "Por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse País? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos?" (10/11/2022)

  1. "Não adianta só pensar em responsabilidade fiscal (...). Para cumprir teto fiscal, geralmente é preciso desmontar políticas sociais e não se mexe com o mercado financeiro. Mas o dólar não aumenta ou a bolsa cai por causa das pessoas sérias e sim, dos especuladores." (17/11/2022)

  1. "Se eu compro comida é gasto, se compro para o pobre é gasto, se coloco dinheiro na saúde é gasto, na educação é gasto. A única coisa que não é tratada como gasto neste país é o dinheiro que a gente paga de juros para o sistema financeiro." (12/1/2023)

  1. "Daqui para frente, tudo o que a gente fizer é investimento, até aumentar salário. Vamos construir uma outra narrativa para esse País." (12/1/2023)

  1. "Nesse País, se brigou muito para ter um Banco Central independente, achando que ia melhorar. Eu posso dizer, com a minha experiência, é uma bobagem achar que o presidente do BC vai fazer mais do que quando o presidente (da República) era quem (o) indicava." (18/1/2022)

  1. "Eu duvido que esse presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto) seja mais independente do que foi o (Henrique) Meirelles. Eu duvido. Por que, com o Banco Central independente, a inflação está do jeito que está e o juro está do jeito que está?" (18/1/2023)

  1. "A inflação está em 6,5%, 7,5%. Por que os juros (Selic) estão a 13,5%? Qual a explicação de a gente ter um juro (Selic) de 13,5% hoje? O Banco Central é independente, a gente poderia nem ter juros." (18/1/2023)

  1. "Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%. Quando faz isso, é preciso arrochar mais a economia para atingir aquele 3,7%. Por que precisava fazer 3,7%? Por que não faz 4,5%, como fizemos (nos mandatos anteriores)?" (18/1/2023)

  1. "Elas (a responsabilidade fiscal e a responsabilidade social) são antagônicas por causa da ganância das pessoas mais ricas. O empresário não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou. Ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam." (18/1/2023)
  2.  "O trabalhador que trabalha em aplicativo não é um microempreendedor. Ele percebe que não é microempreendedor quando se machuca, quando fica doente, quando quebra a moto, quebra o carro. Ele começa a perceber que não tem nenhum sistema de seguridade social no momento de sofrimento." (18/1/2023)

 

 Foto: Nelson Almeida /AFP

Decorridos quase três meses desde sua vitória nas eleições e pouco menos de um mês desde sua posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece não ter descido ainda do palanque.

Quem esperava ver um Lula mais moderado, em razão da ampla frente política que apoiou sua volta ao Planalto, está levando um duro choque de realidade com a postura adotada até agora pelo presidente, considerada previsível por boa parte dos 95 milhões de eleitores que preferiram se abster, manter a neutralidade ou apoiar Bolsonaro no pleito e hoje recheiam as redes sociais com o inevitável "faz o L", quando alguém que abraçou a candidatura do petista o critica por aí.

Com uma série de declarações polêmicas, alinhadas às ideias antimercado do PT e de outros partidos de esquerda, Lula tem provocado calafrios no mundo dos negócios e ampliado as incertezas sobre os rumos da economia.

Embora algumas de suas afirmações tenham sido suavizadas depois, por ele mesmo ou por seus auxiliares diretos, a percepção de muitos analistas é de que Lula tem sido o principal responsável pelas turbulências registradas no mercado financeiro, usado como "bode expiatório" em seus discursos e entrevistas, e na arena empresarial de forma geral.

"Há uma dificuldade de ler as opções do presidente", disse recentemente, em entrevista ao Estadão, o economista Samuel Pessôa, responsável no Brasil pela área de pesquisas econômicas do Julius Baer Family Office, tradicional casa bancária suíça voltada à gestão de fortunas.

No campo fiscal, apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dar sinais de que pretende manter as contas públicas sob controle, há dúvidas de que suas propostas terão o respaldo de Lula e da ala política do governo para se concretizar.

"Uma coisa é o Haddad falar 'vou trazer a estabilidade fiscal'. Outra é ele conseguir convencer o presidente e o PT a fazer isso", afirmou também ao Estadão o economista Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central e presidente do conselho de administração da Jive Investments. "Só o tempo vai nos dizer o que irá acontecer."

Confira a seguir 10 frases controvertidas de Lula sobre a economia desde a vitória nas eleições de 30 de outubro:

  1. "Por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse País? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos?" (10/11/2022)

  1. "Não adianta só pensar em responsabilidade fiscal (...). Para cumprir teto fiscal, geralmente é preciso desmontar políticas sociais e não se mexe com o mercado financeiro. Mas o dólar não aumenta ou a bolsa cai por causa das pessoas sérias e sim, dos especuladores." (17/11/2022)

  1. "Se eu compro comida é gasto, se compro para o pobre é gasto, se coloco dinheiro na saúde é gasto, na educação é gasto. A única coisa que não é tratada como gasto neste país é o dinheiro que a gente paga de juros para o sistema financeiro." (12/1/2023)

  1. "Daqui para frente, tudo o que a gente fizer é investimento, até aumentar salário. Vamos construir uma outra narrativa para esse País." (12/1/2023)

  1. "Nesse País, se brigou muito para ter um Banco Central independente, achando que ia melhorar. Eu posso dizer, com a minha experiência, é uma bobagem achar que o presidente do BC vai fazer mais do que quando o presidente (da República) era quem (o) indicava." (18/1/2022)

  1. "Eu duvido que esse presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto) seja mais independente do que foi o (Henrique) Meirelles. Eu duvido. Por que, com o Banco Central independente, a inflação está do jeito que está e o juro está do jeito que está?" (18/1/2023)

  1. "A inflação está em 6,5%, 7,5%. Por que os juros (Selic) estão a 13,5%? Qual a explicação de a gente ter um juro (Selic) de 13,5% hoje? O Banco Central é independente, a gente poderia nem ter juros." (18/1/2023)

  1. "Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%. Quando faz isso, é preciso arrochar mais a economia para atingir aquele 3,7%. Por que precisava fazer 3,7%? Por que não faz 4,5%, como fizemos (nos mandatos anteriores)?" (18/1/2023)

  1. "Elas (a responsabilidade fiscal e a responsabilidade social) são antagônicas por causa da ganância das pessoas mais ricas. O empresário não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou. Ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam." (18/1/2023)
  2.  "O trabalhador que trabalha em aplicativo não é um microempreendedor. Ele percebe que não é microempreendedor quando se machuca, quando fica doente, quando quebra a moto, quebra o carro. Ele começa a perceber que não tem nenhum sistema de seguridade social no momento de sofrimento." (18/1/2023)

 

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Decorridos quase três meses desde sua vitória nas eleições e pouco menos de um mês desde sua posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece não ter descido ainda do palanque.

Quem esperava ver um Lula mais moderado, em razão da ampla frente política que apoiou sua volta ao Planalto, está levando um duro choque de realidade com a postura adotada até agora pelo presidente, considerada previsível por boa parte dos 95 milhões de eleitores que preferiram se abster, manter a neutralidade ou apoiar Bolsonaro no pleito e hoje recheiam as redes sociais com o inevitável "faz o L", quando alguém que abraçou a candidatura do petista o critica por aí.

Com uma série de declarações polêmicas, alinhadas às ideias antimercado do PT e de outros partidos de esquerda, Lula tem provocado calafrios no mundo dos negócios e ampliado as incertezas sobre os rumos da economia.

Embora algumas de suas afirmações tenham sido suavizadas depois, por ele mesmo ou por seus auxiliares diretos, a percepção de muitos analistas é de que Lula tem sido o principal responsável pelas turbulências registradas no mercado financeiro, usado como "bode expiatório" em seus discursos e entrevistas, e na arena empresarial de forma geral.

"Há uma dificuldade de ler as opções do presidente", disse recentemente, em entrevista ao Estadão, o economista Samuel Pessôa, responsável no Brasil pela área de pesquisas econômicas do Julius Baer Family Office, tradicional casa bancária suíça voltada à gestão de fortunas.

No campo fiscal, apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dar sinais de que pretende manter as contas públicas sob controle, há dúvidas de que suas propostas terão o respaldo de Lula e da ala política do governo para se concretizar.

"Uma coisa é o Haddad falar 'vou trazer a estabilidade fiscal'. Outra é ele conseguir convencer o presidente e o PT a fazer isso", afirmou também ao Estadão o economista Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central e presidente do conselho de administração da Jive Investments. "Só o tempo vai nos dizer o que irá acontecer."

Confira a seguir 10 frases controvertidas de Lula sobre a economia desde a vitória nas eleições de 30 de outubro:

  1. "Por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse País? Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos?" (10/11/2022)

  1. "Não adianta só pensar em responsabilidade fiscal (...). Para cumprir teto fiscal, geralmente é preciso desmontar políticas sociais e não se mexe com o mercado financeiro. Mas o dólar não aumenta ou a bolsa cai por causa das pessoas sérias e sim, dos especuladores." (17/11/2022)

  1. "Se eu compro comida é gasto, se compro para o pobre é gasto, se coloco dinheiro na saúde é gasto, na educação é gasto. A única coisa que não é tratada como gasto neste país é o dinheiro que a gente paga de juros para o sistema financeiro." (12/1/2023)

  1. "Daqui para frente, tudo o que a gente fizer é investimento, até aumentar salário. Vamos construir uma outra narrativa para esse País." (12/1/2023)

  1. "Nesse País, se brigou muito para ter um Banco Central independente, achando que ia melhorar. Eu posso dizer, com a minha experiência, é uma bobagem achar que o presidente do BC vai fazer mais do que quando o presidente (da República) era quem (o) indicava." (18/1/2022)

  1. "Eu duvido que esse presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto) seja mais independente do que foi o (Henrique) Meirelles. Eu duvido. Por que, com o Banco Central independente, a inflação está do jeito que está e o juro está do jeito que está?" (18/1/2023)

  1. "A inflação está em 6,5%, 7,5%. Por que os juros (Selic) estão a 13,5%? Qual a explicação de a gente ter um juro (Selic) de 13,5% hoje? O Banco Central é independente, a gente poderia nem ter juros." (18/1/2023)

  1. "Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%. Quando faz isso, é preciso arrochar mais a economia para atingir aquele 3,7%. Por que precisava fazer 3,7%? Por que não faz 4,5%, como fizemos (nos mandatos anteriores)?" (18/1/2023)

  1. "Elas (a responsabilidade fiscal e a responsabilidade social) são antagônicas por causa da ganância das pessoas mais ricas. O empresário não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou. Ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam." (18/1/2023)
  2.  "O trabalhador que trabalha em aplicativo não é um microempreendedor. Ele percebe que não é microempreendedor quando se machuca, quando fica doente, quando quebra a moto, quebra o carro. Ele começa a perceber que não tem nenhum sistema de seguridade social no momento de sofrimento." (18/1/2023)

 

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