Boca Aberta, o deputado recordista no Conselho de Ética da Câmara


Em primeiro mandato, parlamentar é o único da atual legislatura com duas representações contra ele na Casa; 'Quero ver quem vai calar a minha boca', afirma

Por Renato Onofre

BRASÍLIA – “Quero ver quem vai calar a minha boca”, esbravejou o deputado Boca Aberta (PROS-PR) no plenário da Câmara, no dia 15 de agosto, enquanto era contido por seguranças. Toda vez que ele se dirige para usar o microfone, os agentes se preparam para evitar confusão. O Estado presenciou por duas vezes, no mês passado, os policiais legislativos se aproximarem do parlamentar antes mesmo de ele começar a soltar a sua metralhadora verbal. 

O deputado federal Boca Aberta (PROS-PR) no Plenário da Câmara Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Em seu primeiro mandato, Boca Aberta é o único deputado da atual legislatura com duas representações contra ele no Conselho de Ética da Casa. Até o momento, as queixas dos colegas parlamentares resultaram em dois processos que podem render de uma censura até a cassação. Outras duas representações estão a caminho de serem formalizadas.

continua após a publicidade

O estilo eloquente de Boca Aberta levou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a lhe dar um aviso quase em tom paternal no dia 7: “Calma. Assim você vai acabar tendo mais de 100 representações”. O deputado paranaense atacava colegas que tinham deixado a sessão para ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) protestar contra o pedido de transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Curitiba para São Paulo.

Ao Estado, Boca Aberta se definiu: “Sou a trilha sonora dos excluídos. Terrorista verbal. Sanguinário na fala e eloquente no discurso”. O estilo boquirroto do “terrorista verbal” conquistou eleitores, mas desagrada os colegas de plenário, que procuram o Conselho de Ética. “É um golpe. Um tapetão. Querem me calar porque eu falo o que eles não querem ouvir. Mas não vão. Nunca!”, afirmou sobre as representações contra ele no conselho.

Desde o primeiro dia em que pisou no Salão Verde para tomar posse do cargo, o parlamentar deixou claro que estava ali para ser notado. Entre as centenas de deputados, o paranaense se destacou por um terno azul claro confeccionado a partir de camisetas do Londrina Esporte Clube, time de futebol da cidade do deputado.

continua após a publicidade

Eleito deputado federal pela primeira vez, com 90.158 votos, Boca Aberta tem sua carreira política marcada por processos judiciais desde o tempo em que percorria as ruas de Londrina com uma bicicleta motorizada – “Gracie Kelly, a bike-terror” – denunciando problemas na segunda maior cidade do Paraná.

“Não estou aqui para fazer amigos. Já fui cassado por não sentar com os porcos para comer a lavagem e não vou sentar com eles aqui no Congresso não”, afirmou o parlamentar ao Estado ao comentar a cassação que sofreu na Câmara dos Vereadores de Londrina em 2016.

continua após a publicidade

O estilo o levou ao isolamento político, como o próprio admite. Durante a sessão do Conselho de Ética que analisou os seus casos no último dia 20, nenhum parlamentar usou a palavra para defendê-lo. O relatório do deputado Alexandre Leite (DEM-RJ), dando prosseguimento ao seu processo, foi aprovado por unanimidade.

O processo mais avançado contra o parlamentar envolve uma invasão de um hospital público em Jataizinho, região de Londrina (PR). Boca aberta chegou ao local às 4h30, numa ação que ele batizou de “blitz da saúde”.

Sem nenhum tipo de aviso prévio, Boca Aberta perguntou para funcionários do hospital onde estava o médico de plantão. Ao ser avisado de que o profissional estava na sala de descanso, o deputado invadiu o local e acordou o médico. O parlamentar filmou toda a cena e postou em uma rede.

continua após a publicidade

Na justificativa do processo que pode levar a sua cassação, o relator afirmou que Boca Aberta “abusou” das prerrogativas de deputado ao entrar no hospital sem a devida autorização. “Onde já se viu? Se é publico é meu. Entro e saio à hora que eu quiser. Não há invasão no que é público”, justificou ao Estado o parlamentar paranaense. 

A última confusão foi no dia 15 de agosto. Incomodado com os termos usados por Boca Aberta durante a sessão, o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) reclamou. “Onde nós vamos chegar. O que está virando isso, pelo amor de Deus. Estou nesta Casa há muitos anos e nunca vi nada igual. Por favor, esta Casa nunca viveu desse jeito”. Boca Aberta não gostou da cena e, literalmente, partiu para cima de Nascimento. “Só vou calar a minha boca no dia que meterem bala”, disse o deputado do PROS, fazendo som de disparos com a boca. 

O Conselho de Ética da Câmara tentou por duas vezes notificar Boca Aberta sobre a abertura de processo disciplinar contra ele. Sem sucesso, a notificação foi publicada no Diário Oficial do último dia 30. Agora, ele tem dez dias úteis para apresentar a sua defesa. 

BRASÍLIA – “Quero ver quem vai calar a minha boca”, esbravejou o deputado Boca Aberta (PROS-PR) no plenário da Câmara, no dia 15 de agosto, enquanto era contido por seguranças. Toda vez que ele se dirige para usar o microfone, os agentes se preparam para evitar confusão. O Estado presenciou por duas vezes, no mês passado, os policiais legislativos se aproximarem do parlamentar antes mesmo de ele começar a soltar a sua metralhadora verbal. 

O deputado federal Boca Aberta (PROS-PR) no Plenário da Câmara Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Em seu primeiro mandato, Boca Aberta é o único deputado da atual legislatura com duas representações contra ele no Conselho de Ética da Casa. Até o momento, as queixas dos colegas parlamentares resultaram em dois processos que podem render de uma censura até a cassação. Outras duas representações estão a caminho de serem formalizadas.

O estilo eloquente de Boca Aberta levou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a lhe dar um aviso quase em tom paternal no dia 7: “Calma. Assim você vai acabar tendo mais de 100 representações”. O deputado paranaense atacava colegas que tinham deixado a sessão para ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) protestar contra o pedido de transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Curitiba para São Paulo.

Ao Estado, Boca Aberta se definiu: “Sou a trilha sonora dos excluídos. Terrorista verbal. Sanguinário na fala e eloquente no discurso”. O estilo boquirroto do “terrorista verbal” conquistou eleitores, mas desagrada os colegas de plenário, que procuram o Conselho de Ética. “É um golpe. Um tapetão. Querem me calar porque eu falo o que eles não querem ouvir. Mas não vão. Nunca!”, afirmou sobre as representações contra ele no conselho.

Desde o primeiro dia em que pisou no Salão Verde para tomar posse do cargo, o parlamentar deixou claro que estava ali para ser notado. Entre as centenas de deputados, o paranaense se destacou por um terno azul claro confeccionado a partir de camisetas do Londrina Esporte Clube, time de futebol da cidade do deputado.

Eleito deputado federal pela primeira vez, com 90.158 votos, Boca Aberta tem sua carreira política marcada por processos judiciais desde o tempo em que percorria as ruas de Londrina com uma bicicleta motorizada – “Gracie Kelly, a bike-terror” – denunciando problemas na segunda maior cidade do Paraná.

“Não estou aqui para fazer amigos. Já fui cassado por não sentar com os porcos para comer a lavagem e não vou sentar com eles aqui no Congresso não”, afirmou o parlamentar ao Estado ao comentar a cassação que sofreu na Câmara dos Vereadores de Londrina em 2016.

O estilo o levou ao isolamento político, como o próprio admite. Durante a sessão do Conselho de Ética que analisou os seus casos no último dia 20, nenhum parlamentar usou a palavra para defendê-lo. O relatório do deputado Alexandre Leite (DEM-RJ), dando prosseguimento ao seu processo, foi aprovado por unanimidade.

O processo mais avançado contra o parlamentar envolve uma invasão de um hospital público em Jataizinho, região de Londrina (PR). Boca aberta chegou ao local às 4h30, numa ação que ele batizou de “blitz da saúde”.

Sem nenhum tipo de aviso prévio, Boca Aberta perguntou para funcionários do hospital onde estava o médico de plantão. Ao ser avisado de que o profissional estava na sala de descanso, o deputado invadiu o local e acordou o médico. O parlamentar filmou toda a cena e postou em uma rede.

Na justificativa do processo que pode levar a sua cassação, o relator afirmou que Boca Aberta “abusou” das prerrogativas de deputado ao entrar no hospital sem a devida autorização. “Onde já se viu? Se é publico é meu. Entro e saio à hora que eu quiser. Não há invasão no que é público”, justificou ao Estado o parlamentar paranaense. 

A última confusão foi no dia 15 de agosto. Incomodado com os termos usados por Boca Aberta durante a sessão, o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) reclamou. “Onde nós vamos chegar. O que está virando isso, pelo amor de Deus. Estou nesta Casa há muitos anos e nunca vi nada igual. Por favor, esta Casa nunca viveu desse jeito”. Boca Aberta não gostou da cena e, literalmente, partiu para cima de Nascimento. “Só vou calar a minha boca no dia que meterem bala”, disse o deputado do PROS, fazendo som de disparos com a boca. 

O Conselho de Ética da Câmara tentou por duas vezes notificar Boca Aberta sobre a abertura de processo disciplinar contra ele. Sem sucesso, a notificação foi publicada no Diário Oficial do último dia 30. Agora, ele tem dez dias úteis para apresentar a sua defesa. 

BRASÍLIA – “Quero ver quem vai calar a minha boca”, esbravejou o deputado Boca Aberta (PROS-PR) no plenário da Câmara, no dia 15 de agosto, enquanto era contido por seguranças. Toda vez que ele se dirige para usar o microfone, os agentes se preparam para evitar confusão. O Estado presenciou por duas vezes, no mês passado, os policiais legislativos se aproximarem do parlamentar antes mesmo de ele começar a soltar a sua metralhadora verbal. 

O deputado federal Boca Aberta (PROS-PR) no Plenário da Câmara Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Em seu primeiro mandato, Boca Aberta é o único deputado da atual legislatura com duas representações contra ele no Conselho de Ética da Casa. Até o momento, as queixas dos colegas parlamentares resultaram em dois processos que podem render de uma censura até a cassação. Outras duas representações estão a caminho de serem formalizadas.

O estilo eloquente de Boca Aberta levou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a lhe dar um aviso quase em tom paternal no dia 7: “Calma. Assim você vai acabar tendo mais de 100 representações”. O deputado paranaense atacava colegas que tinham deixado a sessão para ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) protestar contra o pedido de transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Curitiba para São Paulo.

Ao Estado, Boca Aberta se definiu: “Sou a trilha sonora dos excluídos. Terrorista verbal. Sanguinário na fala e eloquente no discurso”. O estilo boquirroto do “terrorista verbal” conquistou eleitores, mas desagrada os colegas de plenário, que procuram o Conselho de Ética. “É um golpe. Um tapetão. Querem me calar porque eu falo o que eles não querem ouvir. Mas não vão. Nunca!”, afirmou sobre as representações contra ele no conselho.

Desde o primeiro dia em que pisou no Salão Verde para tomar posse do cargo, o parlamentar deixou claro que estava ali para ser notado. Entre as centenas de deputados, o paranaense se destacou por um terno azul claro confeccionado a partir de camisetas do Londrina Esporte Clube, time de futebol da cidade do deputado.

Eleito deputado federal pela primeira vez, com 90.158 votos, Boca Aberta tem sua carreira política marcada por processos judiciais desde o tempo em que percorria as ruas de Londrina com uma bicicleta motorizada – “Gracie Kelly, a bike-terror” – denunciando problemas na segunda maior cidade do Paraná.

“Não estou aqui para fazer amigos. Já fui cassado por não sentar com os porcos para comer a lavagem e não vou sentar com eles aqui no Congresso não”, afirmou o parlamentar ao Estado ao comentar a cassação que sofreu na Câmara dos Vereadores de Londrina em 2016.

O estilo o levou ao isolamento político, como o próprio admite. Durante a sessão do Conselho de Ética que analisou os seus casos no último dia 20, nenhum parlamentar usou a palavra para defendê-lo. O relatório do deputado Alexandre Leite (DEM-RJ), dando prosseguimento ao seu processo, foi aprovado por unanimidade.

O processo mais avançado contra o parlamentar envolve uma invasão de um hospital público em Jataizinho, região de Londrina (PR). Boca aberta chegou ao local às 4h30, numa ação que ele batizou de “blitz da saúde”.

Sem nenhum tipo de aviso prévio, Boca Aberta perguntou para funcionários do hospital onde estava o médico de plantão. Ao ser avisado de que o profissional estava na sala de descanso, o deputado invadiu o local e acordou o médico. O parlamentar filmou toda a cena e postou em uma rede.

Na justificativa do processo que pode levar a sua cassação, o relator afirmou que Boca Aberta “abusou” das prerrogativas de deputado ao entrar no hospital sem a devida autorização. “Onde já se viu? Se é publico é meu. Entro e saio à hora que eu quiser. Não há invasão no que é público”, justificou ao Estado o parlamentar paranaense. 

A última confusão foi no dia 15 de agosto. Incomodado com os termos usados por Boca Aberta durante a sessão, o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) reclamou. “Onde nós vamos chegar. O que está virando isso, pelo amor de Deus. Estou nesta Casa há muitos anos e nunca vi nada igual. Por favor, esta Casa nunca viveu desse jeito”. Boca Aberta não gostou da cena e, literalmente, partiu para cima de Nascimento. “Só vou calar a minha boca no dia que meterem bala”, disse o deputado do PROS, fazendo som de disparos com a boca. 

O Conselho de Ética da Câmara tentou por duas vezes notificar Boca Aberta sobre a abertura de processo disciplinar contra ele. Sem sucesso, a notificação foi publicada no Diário Oficial do último dia 30. Agora, ele tem dez dias úteis para apresentar a sua defesa. 

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.