Apoiadores de Bolsonaro realizam atos diante de sedes militares no Rio e em SP e pedem intervenção


Manifestantes gritam ‘eu autorizo’ e ofensas a Lula, além de cantarem hinos militares e religiosos; protesto reúne milhares de pessoas e inclui outros Estados, como SC, MG e DF

Por Rayanderson Guerra, Fabio Grellet e Adriana Ferraz
Atualização:

SÃO PAULO e RIO - Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fizeram nesta quarta-feira, 2, manifestações diante de sedes militares em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foram registrados atos também em outros Estados, como Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais. Inconformados com a vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas pediam “intervenção militar” ou “intervenção federal” – com base em uma leitura do artigo 142 da Constituição – e a anulação da eleição presidencial, com o argumento de que Lula não poderia ter concorrido.

Após o resultado das urnas ter sido sacramentado, no domingo, militantes bolsonaristas começaram a bloquear rodovias e estradas federais e estaduais. Na segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a ação conjunta de policiais militares e policiais rodoviários federais e ameaçar de prisão o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que as estradas começassem a ser desobstruídas. Nesta quarta, os bloqueios já haviam diminuído.

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Milhares de pessoas foram à região do Ibirapuera, em São Paulo, protestar contra o resultado da eleição presidencial nas proximidades da sede do Comando Militar do Sudeste.  Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

São Paulo

Vestidas de verde-amarelo, milhares de pessoas pediam “intervenção federal” em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Por volta das 11 horas, manifestantes tomavam as duas faixas da Avenida Sargento Mário Kozel Filho. Quase duas horas depois, já ocupavam parte da Avenida Pedro Álvares Cabral. A Secretaria de Segurança Pública paulista informou que não havia um balanço de quantas pessoas participaram do ato.

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Os bolsonaristas puxavam gritos de “Fora PT” e “intervenção federal”. A multidão que se reuniu na região do Ibirapuera pedia provas da lisura do processo eleitoral.

Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste. Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

Entre os grupos de conversa, a esperança prevalecia: “São Paulo nunca me decepciona, olha quanta gente vai ter de nos ouvir!”, dizia uma manifestante. “Não vamos aguentar mais quatro anos de PT. Temos de nos mobilizar, ocupar as ruas”, afirmava outro bolsonarista presente no Ibirapuera ao comentar os votos dados a Lula pelo Nordeste: “Eles viraram um exército da esqueda”.

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Sem carros de som ou discursos políticos - apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) evitaram desta vez participar para não serem confundidos com golpistas -, os presentes ocupavam o tempo puxando gritos de guerra, como “minha bandeira nunca será vermelha” ou “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Estouros de fogos de artifício deixavam os presentes eufóricos, assim como a chegada de mais bandeiras verde-amarelas.

Citado nos pedidos de intervenção, o artigo 142 trata sobre as atribuições das Forças Armadas. “Basta fazer uma leitura do texto para observar que o artigo (142) apenas disciplina as Forças Armadas, com questões relativas à carreira, por exemplo. Nada além disso”, afirmou o advogado e professor de direito eleitoral Renato Ribeiro de Almeida.

Alguns moradores do bairro Paraíso, na zona sul, vaiaram os manifestantes que seguiam para sede do Comando Militar do Sudeste saindo da Avenida Paulista. Fogos de artifício foram ouvidos desde o começo da manhã até o fim da tarde desta quarta.

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No feriado de Finados, o ato bolsonarista contra o resultado das eleições virou programa de família em São Paulo. Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste, na zona sul da capital.

Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

O vaivém de apoiadores foi grande até pelo menos as 14h, quando parte do grupo começou a se dispersar para almoçar na região. No caminho, discussões com eleitores de Lula nas janelas dos prédios e comemorações com motoristas que passavam buzinando, assim como torcidas rivais após o fim do campeonato.

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No centro do Rio

Também nesta quarta, milhares de bolsonaristas protestaram no Rio de Janeiro. A Polícia Militar não fez estimativa de público, mas o ato lotou toda a praça em frente ao Comando Militar do Leste (CML) e se estendeu por toda as duas faixas da Avenida Presidente Vargas, principal via do centro do Rio.

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A manifestação ocorreu em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede organizacional das Forças Armadas que abrange Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8 horas com faixas e cartazes pedindo “intervenção militar” e bandeiras do Brasil.

Nem a chuva desanimou a multidão, que entoavam gritos de “eu autorizo”, fazendo a referência à tomada do poder pelas Forças Armadas. O evento também foi marcado por hinos militares e religiosos e ofensas ao presidente eleito.

Em outro ato, na zona oeste do Rio, cerca de 500 pessoas se reuniram diante do Comando da 1.ª Divisão de Exército, na Vila Militar, também para pedir intervenção militar. A maioria dos manifestantes usava camisa da seleção brasileira e empunhava bandeiras do Brasil.

A reportagem contou duas faixas e quatro cartazes pedindo intervenção militar. O grupo alternava cantos e coros – o Hino Nacional foi repetido com frequência, e às vezes, era interrompido por coros como “a nossa bandeira jamais será vermelha” e “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

Bolsonaristas protestam pedindo intervenção militar em frente ao Comando Militar do Leste, no centro do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Belo Horizonte

Manifestantes também foram para Avenida Raja Gabaglia, em frente à sede do Comando da 4.ª Região Militar do Exército, zona oeste de Belo Horizonte. Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pediam a intervenção dos militares para impedir a posse do presidente eleito. “Forças armadas, salvem o Brasil”, entoam os bolsonaristas. Alguns manifestantes estimulavam os presentes a acampar no local, sugerindo que eles e só saíssem após uma suposta intervenção militar.

O Exército foi procurado para comentar os protestos, mas não havia se manifestado até a publicação deste texto.

SÃO PAULO e RIO - Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fizeram nesta quarta-feira, 2, manifestações diante de sedes militares em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foram registrados atos também em outros Estados, como Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais. Inconformados com a vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas pediam “intervenção militar” ou “intervenção federal” – com base em uma leitura do artigo 142 da Constituição – e a anulação da eleição presidencial, com o argumento de que Lula não poderia ter concorrido.

Após o resultado das urnas ter sido sacramentado, no domingo, militantes bolsonaristas começaram a bloquear rodovias e estradas federais e estaduais. Na segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a ação conjunta de policiais militares e policiais rodoviários federais e ameaçar de prisão o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que as estradas começassem a ser desobstruídas. Nesta quarta, os bloqueios já haviam diminuído.

Milhares de pessoas foram à região do Ibirapuera, em São Paulo, protestar contra o resultado da eleição presidencial nas proximidades da sede do Comando Militar do Sudeste.  Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

São Paulo

Vestidas de verde-amarelo, milhares de pessoas pediam “intervenção federal” em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Por volta das 11 horas, manifestantes tomavam as duas faixas da Avenida Sargento Mário Kozel Filho. Quase duas horas depois, já ocupavam parte da Avenida Pedro Álvares Cabral. A Secretaria de Segurança Pública paulista informou que não havia um balanço de quantas pessoas participaram do ato.

Os bolsonaristas puxavam gritos de “Fora PT” e “intervenção federal”. A multidão que se reuniu na região do Ibirapuera pedia provas da lisura do processo eleitoral.

Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste. Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

Entre os grupos de conversa, a esperança prevalecia: “São Paulo nunca me decepciona, olha quanta gente vai ter de nos ouvir!”, dizia uma manifestante. “Não vamos aguentar mais quatro anos de PT. Temos de nos mobilizar, ocupar as ruas”, afirmava outro bolsonarista presente no Ibirapuera ao comentar os votos dados a Lula pelo Nordeste: “Eles viraram um exército da esqueda”.

Sem carros de som ou discursos políticos - apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) evitaram desta vez participar para não serem confundidos com golpistas -, os presentes ocupavam o tempo puxando gritos de guerra, como “minha bandeira nunca será vermelha” ou “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Estouros de fogos de artifício deixavam os presentes eufóricos, assim como a chegada de mais bandeiras verde-amarelas.

Citado nos pedidos de intervenção, o artigo 142 trata sobre as atribuições das Forças Armadas. “Basta fazer uma leitura do texto para observar que o artigo (142) apenas disciplina as Forças Armadas, com questões relativas à carreira, por exemplo. Nada além disso”, afirmou o advogado e professor de direito eleitoral Renato Ribeiro de Almeida.

Alguns moradores do bairro Paraíso, na zona sul, vaiaram os manifestantes que seguiam para sede do Comando Militar do Sudeste saindo da Avenida Paulista. Fogos de artifício foram ouvidos desde o começo da manhã até o fim da tarde desta quarta.

No feriado de Finados, o ato bolsonarista contra o resultado das eleições virou programa de família em São Paulo. Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste, na zona sul da capital.

Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

O vaivém de apoiadores foi grande até pelo menos as 14h, quando parte do grupo começou a se dispersar para almoçar na região. No caminho, discussões com eleitores de Lula nas janelas dos prédios e comemorações com motoristas que passavam buzinando, assim como torcidas rivais após o fim do campeonato.

No centro do Rio

Também nesta quarta, milhares de bolsonaristas protestaram no Rio de Janeiro. A Polícia Militar não fez estimativa de público, mas o ato lotou toda a praça em frente ao Comando Militar do Leste (CML) e se estendeu por toda as duas faixas da Avenida Presidente Vargas, principal via do centro do Rio.

A manifestação ocorreu em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede organizacional das Forças Armadas que abrange Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8 horas com faixas e cartazes pedindo “intervenção militar” e bandeiras do Brasil.

Nem a chuva desanimou a multidão, que entoavam gritos de “eu autorizo”, fazendo a referência à tomada do poder pelas Forças Armadas. O evento também foi marcado por hinos militares e religiosos e ofensas ao presidente eleito.

Em outro ato, na zona oeste do Rio, cerca de 500 pessoas se reuniram diante do Comando da 1.ª Divisão de Exército, na Vila Militar, também para pedir intervenção militar. A maioria dos manifestantes usava camisa da seleção brasileira e empunhava bandeiras do Brasil.

A reportagem contou duas faixas e quatro cartazes pedindo intervenção militar. O grupo alternava cantos e coros – o Hino Nacional foi repetido com frequência, e às vezes, era interrompido por coros como “a nossa bandeira jamais será vermelha” e “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

Bolsonaristas protestam pedindo intervenção militar em frente ao Comando Militar do Leste, no centro do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Belo Horizonte

Manifestantes também foram para Avenida Raja Gabaglia, em frente à sede do Comando da 4.ª Região Militar do Exército, zona oeste de Belo Horizonte. Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pediam a intervenção dos militares para impedir a posse do presidente eleito. “Forças armadas, salvem o Brasil”, entoam os bolsonaristas. Alguns manifestantes estimulavam os presentes a acampar no local, sugerindo que eles e só saíssem após uma suposta intervenção militar.

O Exército foi procurado para comentar os protestos, mas não havia se manifestado até a publicação deste texto.

SÃO PAULO e RIO - Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fizeram nesta quarta-feira, 2, manifestações diante de sedes militares em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foram registrados atos também em outros Estados, como Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais. Inconformados com a vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas pediam “intervenção militar” ou “intervenção federal” – com base em uma leitura do artigo 142 da Constituição – e a anulação da eleição presidencial, com o argumento de que Lula não poderia ter concorrido.

Após o resultado das urnas ter sido sacramentado, no domingo, militantes bolsonaristas começaram a bloquear rodovias e estradas federais e estaduais. Na segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a ação conjunta de policiais militares e policiais rodoviários federais e ameaçar de prisão o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que as estradas começassem a ser desobstruídas. Nesta quarta, os bloqueios já haviam diminuído.

Milhares de pessoas foram à região do Ibirapuera, em São Paulo, protestar contra o resultado da eleição presidencial nas proximidades da sede do Comando Militar do Sudeste.  Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

São Paulo

Vestidas de verde-amarelo, milhares de pessoas pediam “intervenção federal” em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Por volta das 11 horas, manifestantes tomavam as duas faixas da Avenida Sargento Mário Kozel Filho. Quase duas horas depois, já ocupavam parte da Avenida Pedro Álvares Cabral. A Secretaria de Segurança Pública paulista informou que não havia um balanço de quantas pessoas participaram do ato.

Os bolsonaristas puxavam gritos de “Fora PT” e “intervenção federal”. A multidão que se reuniu na região do Ibirapuera pedia provas da lisura do processo eleitoral.

Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste. Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

Entre os grupos de conversa, a esperança prevalecia: “São Paulo nunca me decepciona, olha quanta gente vai ter de nos ouvir!”, dizia uma manifestante. “Não vamos aguentar mais quatro anos de PT. Temos de nos mobilizar, ocupar as ruas”, afirmava outro bolsonarista presente no Ibirapuera ao comentar os votos dados a Lula pelo Nordeste: “Eles viraram um exército da esqueda”.

Sem carros de som ou discursos políticos - apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) evitaram desta vez participar para não serem confundidos com golpistas -, os presentes ocupavam o tempo puxando gritos de guerra, como “minha bandeira nunca será vermelha” ou “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Estouros de fogos de artifício deixavam os presentes eufóricos, assim como a chegada de mais bandeiras verde-amarelas.

Citado nos pedidos de intervenção, o artigo 142 trata sobre as atribuições das Forças Armadas. “Basta fazer uma leitura do texto para observar que o artigo (142) apenas disciplina as Forças Armadas, com questões relativas à carreira, por exemplo. Nada além disso”, afirmou o advogado e professor de direito eleitoral Renato Ribeiro de Almeida.

Alguns moradores do bairro Paraíso, na zona sul, vaiaram os manifestantes que seguiam para sede do Comando Militar do Sudeste saindo da Avenida Paulista. Fogos de artifício foram ouvidos desde o começo da manhã até o fim da tarde desta quarta.

No feriado de Finados, o ato bolsonarista contra o resultado das eleições virou programa de família em São Paulo. Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste, na zona sul da capital.

Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

O vaivém de apoiadores foi grande até pelo menos as 14h, quando parte do grupo começou a se dispersar para almoçar na região. No caminho, discussões com eleitores de Lula nas janelas dos prédios e comemorações com motoristas que passavam buzinando, assim como torcidas rivais após o fim do campeonato.

No centro do Rio

Também nesta quarta, milhares de bolsonaristas protestaram no Rio de Janeiro. A Polícia Militar não fez estimativa de público, mas o ato lotou toda a praça em frente ao Comando Militar do Leste (CML) e se estendeu por toda as duas faixas da Avenida Presidente Vargas, principal via do centro do Rio.

A manifestação ocorreu em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede organizacional das Forças Armadas que abrange Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8 horas com faixas e cartazes pedindo “intervenção militar” e bandeiras do Brasil.

Nem a chuva desanimou a multidão, que entoavam gritos de “eu autorizo”, fazendo a referência à tomada do poder pelas Forças Armadas. O evento também foi marcado por hinos militares e religiosos e ofensas ao presidente eleito.

Em outro ato, na zona oeste do Rio, cerca de 500 pessoas se reuniram diante do Comando da 1.ª Divisão de Exército, na Vila Militar, também para pedir intervenção militar. A maioria dos manifestantes usava camisa da seleção brasileira e empunhava bandeiras do Brasil.

A reportagem contou duas faixas e quatro cartazes pedindo intervenção militar. O grupo alternava cantos e coros – o Hino Nacional foi repetido com frequência, e às vezes, era interrompido por coros como “a nossa bandeira jamais será vermelha” e “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

Bolsonaristas protestam pedindo intervenção militar em frente ao Comando Militar do Leste, no centro do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Belo Horizonte

Manifestantes também foram para Avenida Raja Gabaglia, em frente à sede do Comando da 4.ª Região Militar do Exército, zona oeste de Belo Horizonte. Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pediam a intervenção dos militares para impedir a posse do presidente eleito. “Forças armadas, salvem o Brasil”, entoam os bolsonaristas. Alguns manifestantes estimulavam os presentes a acampar no local, sugerindo que eles e só saíssem após uma suposta intervenção militar.

O Exército foi procurado para comentar os protestos, mas não havia se manifestado até a publicação deste texto.

SÃO PAULO e RIO - Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fizeram nesta quarta-feira, 2, manifestações diante de sedes militares em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foram registrados atos também em outros Estados, como Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais. Inconformados com a vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas pediam “intervenção militar” ou “intervenção federal” – com base em uma leitura do artigo 142 da Constituição – e a anulação da eleição presidencial, com o argumento de que Lula não poderia ter concorrido.

Após o resultado das urnas ter sido sacramentado, no domingo, militantes bolsonaristas começaram a bloquear rodovias e estradas federais e estaduais. Na segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a ação conjunta de policiais militares e policiais rodoviários federais e ameaçar de prisão o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que as estradas começassem a ser desobstruídas. Nesta quarta, os bloqueios já haviam diminuído.

Milhares de pessoas foram à região do Ibirapuera, em São Paulo, protestar contra o resultado da eleição presidencial nas proximidades da sede do Comando Militar do Sudeste.  Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

São Paulo

Vestidas de verde-amarelo, milhares de pessoas pediam “intervenção federal” em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Por volta das 11 horas, manifestantes tomavam as duas faixas da Avenida Sargento Mário Kozel Filho. Quase duas horas depois, já ocupavam parte da Avenida Pedro Álvares Cabral. A Secretaria de Segurança Pública paulista informou que não havia um balanço de quantas pessoas participaram do ato.

Os bolsonaristas puxavam gritos de “Fora PT” e “intervenção federal”. A multidão que se reuniu na região do Ibirapuera pedia provas da lisura do processo eleitoral.

Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste. Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

Entre os grupos de conversa, a esperança prevalecia: “São Paulo nunca me decepciona, olha quanta gente vai ter de nos ouvir!”, dizia uma manifestante. “Não vamos aguentar mais quatro anos de PT. Temos de nos mobilizar, ocupar as ruas”, afirmava outro bolsonarista presente no Ibirapuera ao comentar os votos dados a Lula pelo Nordeste: “Eles viraram um exército da esqueda”.

Sem carros de som ou discursos políticos - apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) evitaram desta vez participar para não serem confundidos com golpistas -, os presentes ocupavam o tempo puxando gritos de guerra, como “minha bandeira nunca será vermelha” ou “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Estouros de fogos de artifício deixavam os presentes eufóricos, assim como a chegada de mais bandeiras verde-amarelas.

Citado nos pedidos de intervenção, o artigo 142 trata sobre as atribuições das Forças Armadas. “Basta fazer uma leitura do texto para observar que o artigo (142) apenas disciplina as Forças Armadas, com questões relativas à carreira, por exemplo. Nada além disso”, afirmou o advogado e professor de direito eleitoral Renato Ribeiro de Almeida.

Alguns moradores do bairro Paraíso, na zona sul, vaiaram os manifestantes que seguiam para sede do Comando Militar do Sudeste saindo da Avenida Paulista. Fogos de artifício foram ouvidos desde o começo da manhã até o fim da tarde desta quarta.

No feriado de Finados, o ato bolsonarista contra o resultado das eleições virou programa de família em São Paulo. Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste, na zona sul da capital.

Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

O vaivém de apoiadores foi grande até pelo menos as 14h, quando parte do grupo começou a se dispersar para almoçar na região. No caminho, discussões com eleitores de Lula nas janelas dos prédios e comemorações com motoristas que passavam buzinando, assim como torcidas rivais após o fim do campeonato.

No centro do Rio

Também nesta quarta, milhares de bolsonaristas protestaram no Rio de Janeiro. A Polícia Militar não fez estimativa de público, mas o ato lotou toda a praça em frente ao Comando Militar do Leste (CML) e se estendeu por toda as duas faixas da Avenida Presidente Vargas, principal via do centro do Rio.

A manifestação ocorreu em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede organizacional das Forças Armadas que abrange Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8 horas com faixas e cartazes pedindo “intervenção militar” e bandeiras do Brasil.

Nem a chuva desanimou a multidão, que entoavam gritos de “eu autorizo”, fazendo a referência à tomada do poder pelas Forças Armadas. O evento também foi marcado por hinos militares e religiosos e ofensas ao presidente eleito.

Em outro ato, na zona oeste do Rio, cerca de 500 pessoas se reuniram diante do Comando da 1.ª Divisão de Exército, na Vila Militar, também para pedir intervenção militar. A maioria dos manifestantes usava camisa da seleção brasileira e empunhava bandeiras do Brasil.

A reportagem contou duas faixas e quatro cartazes pedindo intervenção militar. O grupo alternava cantos e coros – o Hino Nacional foi repetido com frequência, e às vezes, era interrompido por coros como “a nossa bandeira jamais será vermelha” e “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

Bolsonaristas protestam pedindo intervenção militar em frente ao Comando Militar do Leste, no centro do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Belo Horizonte

Manifestantes também foram para Avenida Raja Gabaglia, em frente à sede do Comando da 4.ª Região Militar do Exército, zona oeste de Belo Horizonte. Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pediam a intervenção dos militares para impedir a posse do presidente eleito. “Forças armadas, salvem o Brasil”, entoam os bolsonaristas. Alguns manifestantes estimulavam os presentes a acampar no local, sugerindo que eles e só saíssem após uma suposta intervenção militar.

O Exército foi procurado para comentar os protestos, mas não havia se manifestado até a publicação deste texto.

SÃO PAULO e RIO - Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fizeram nesta quarta-feira, 2, manifestações diante de sedes militares em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foram registrados atos também em outros Estados, como Santa Catarina, Distrito Federal e Minas Gerais. Inconformados com a vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas pediam “intervenção militar” ou “intervenção federal” – com base em uma leitura do artigo 142 da Constituição – e a anulação da eleição presidencial, com o argumento de que Lula não poderia ter concorrido.

Após o resultado das urnas ter sido sacramentado, no domingo, militantes bolsonaristas começaram a bloquear rodovias e estradas federais e estaduais. Na segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a ação conjunta de policiais militares e policiais rodoviários federais e ameaçar de prisão o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que as estradas começassem a ser desobstruídas. Nesta quarta, os bloqueios já haviam diminuído.

Milhares de pessoas foram à região do Ibirapuera, em São Paulo, protestar contra o resultado da eleição presidencial nas proximidades da sede do Comando Militar do Sudeste.  Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

São Paulo

Vestidas de verde-amarelo, milhares de pessoas pediam “intervenção federal” em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Por volta das 11 horas, manifestantes tomavam as duas faixas da Avenida Sargento Mário Kozel Filho. Quase duas horas depois, já ocupavam parte da Avenida Pedro Álvares Cabral. A Secretaria de Segurança Pública paulista informou que não havia um balanço de quantas pessoas participaram do ato.

Os bolsonaristas puxavam gritos de “Fora PT” e “intervenção federal”. A multidão que se reuniu na região do Ibirapuera pedia provas da lisura do processo eleitoral.

Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste. Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

Entre os grupos de conversa, a esperança prevalecia: “São Paulo nunca me decepciona, olha quanta gente vai ter de nos ouvir!”, dizia uma manifestante. “Não vamos aguentar mais quatro anos de PT. Temos de nos mobilizar, ocupar as ruas”, afirmava outro bolsonarista presente no Ibirapuera ao comentar os votos dados a Lula pelo Nordeste: “Eles viraram um exército da esqueda”.

Sem carros de som ou discursos políticos - apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) evitaram desta vez participar para não serem confundidos com golpistas -, os presentes ocupavam o tempo puxando gritos de guerra, como “minha bandeira nunca será vermelha” ou “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Estouros de fogos de artifício deixavam os presentes eufóricos, assim como a chegada de mais bandeiras verde-amarelas.

Citado nos pedidos de intervenção, o artigo 142 trata sobre as atribuições das Forças Armadas. “Basta fazer uma leitura do texto para observar que o artigo (142) apenas disciplina as Forças Armadas, com questões relativas à carreira, por exemplo. Nada além disso”, afirmou o advogado e professor de direito eleitoral Renato Ribeiro de Almeida.

Alguns moradores do bairro Paraíso, na zona sul, vaiaram os manifestantes que seguiam para sede do Comando Militar do Sudeste saindo da Avenida Paulista. Fogos de artifício foram ouvidos desde o começo da manhã até o fim da tarde desta quarta.

No feriado de Finados, o ato bolsonarista contra o resultado das eleições virou programa de família em São Paulo. Aos milhares, crianças, pais, avós e amigos foram lotando desde cedo as ruas do entorno do Comando Militar do Sudeste, na zona sul da capital.

Ao meio-dia, os participantes já tomavam as pistas das principais vias da região nobre do Ibirapuera devidamente vestidos para a ocasião, com camisetas verdes-amarelas e bandeiras do Brasil amarradas nas costas. Se não fosse pelos gritos de “intervenção federal” e “eu autorizo”, o clima poderia ser facilmente confundido com uma final de Copa do Mundo.

O vaivém de apoiadores foi grande até pelo menos as 14h, quando parte do grupo começou a se dispersar para almoçar na região. No caminho, discussões com eleitores de Lula nas janelas dos prédios e comemorações com motoristas que passavam buzinando, assim como torcidas rivais após o fim do campeonato.

No centro do Rio

Também nesta quarta, milhares de bolsonaristas protestaram no Rio de Janeiro. A Polícia Militar não fez estimativa de público, mas o ato lotou toda a praça em frente ao Comando Militar do Leste (CML) e se estendeu por toda as duas faixas da Avenida Presidente Vargas, principal via do centro do Rio.

A manifestação ocorreu em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede organizacional das Forças Armadas que abrange Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8 horas com faixas e cartazes pedindo “intervenção militar” e bandeiras do Brasil.

Nem a chuva desanimou a multidão, que entoavam gritos de “eu autorizo”, fazendo a referência à tomada do poder pelas Forças Armadas. O evento também foi marcado por hinos militares e religiosos e ofensas ao presidente eleito.

Em outro ato, na zona oeste do Rio, cerca de 500 pessoas se reuniram diante do Comando da 1.ª Divisão de Exército, na Vila Militar, também para pedir intervenção militar. A maioria dos manifestantes usava camisa da seleção brasileira e empunhava bandeiras do Brasil.

A reportagem contou duas faixas e quatro cartazes pedindo intervenção militar. O grupo alternava cantos e coros – o Hino Nacional foi repetido com frequência, e às vezes, era interrompido por coros como “a nossa bandeira jamais será vermelha” e “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

Bolsonaristas protestam pedindo intervenção militar em frente ao Comando Militar do Leste, no centro do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Belo Horizonte

Manifestantes também foram para Avenida Raja Gabaglia, em frente à sede do Comando da 4.ª Região Militar do Exército, zona oeste de Belo Horizonte. Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pediam a intervenção dos militares para impedir a posse do presidente eleito. “Forças armadas, salvem o Brasil”, entoam os bolsonaristas. Alguns manifestantes estimulavam os presentes a acampar no local, sugerindo que eles e só saíssem após uma suposta intervenção militar.

O Exército foi procurado para comentar os protestos, mas não havia se manifestado até a publicação deste texto.

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