Bolsonaristas tentam impulsionar candidatura de Marinho ao Senado e disparam ataques a Pacheco


Estratégia virtual segue modelo adotado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro

Por Levy Teles e Samuel Lima
Atualização:

BRASÍLIA - Na véspera da eleição para a presidência do Senado, o favorito na disputa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que busca se manter no cargo, virou alvo de ataques virtuais. Apoiadores de Jair Bolsonaro repetiram a estratégia digital do ex-presidente e se organizam para atacar o adversário e impulsionar o nome de Rogério Marinho (PL-RN) nas redes com a intenção de elegê-lo como presidente do Senado.

A estratégia adotada nas redes foi aumentar o volume de menções negativas a Pacheco e convencer senadores indecisos a votarem em Marinho. Assessores de parlamentares que ainda não manifestaram apoio a algum candidato admitem que passaram a receber nos últimos dias contatos frequentes, principalmente de grupos favoráveis ao potiguar, através das redes sociais e por e-mail e telefone dos gabinetes.

A ofensiva bolsonarista, em grande parte, tenta minar a candidatura de Pacheco com campanha negativa. “Se os senadores traírem o seu povo e não elegerem Rogério Marinho, eles serão lembrados como os generais que traíram a própria história das Forças Armadas, o nosso presidente e o povo”, diz uma publicação em circulação de grupos bolsonaristas em diferentes aplicativos de mensagem. A postagem ainda diz que o Brasil vai quebrar caso outro resultado ocorra.

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Bolsonaristas Telegram Foto: Reprodução

A principal estratégia de pressão está organizada num site chamado Como Vota Senador, criado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) — youtuber investigado no inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF). O endereço exibe um placar abastecido por “fontes próprias de informação” que mostra os senadores que irão votar em Pacheco, em Marinho e os indecisos. Junto aos nomes, estão os contatos dos parlamentares.

Com isso, a militância passou a cobrar publicamente os políticos, incluindo por mensagens e conteúdos pré-fabricados. No Telegram, os militantes associam Pacheco ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e elaboraram um modelo de e-mail para ser disparado aos senadores. “Rodrigo Pacheco é o candidato e o responsável pela desmoralização do Congresso Nacional”, diz uma publicação em circulação em um canal do Telegram com mais de 18 mil seguidores. “Pressionem os senadores para que não votem em Rodrigo Pacheco. A melhor opção é Rogério Marinho!”

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“Repassando. Uma amiga está enviando mensagem todos os dias”, respondeu um usuário a uma publicação com todos os endereços de e-mails dos senadores da nova legislatura num grupo com dezenas de milhares de membros.

pacheco lula Foto: Reprodução

A reportagem procurou o gabinete e as assessorias dos senadores listados como indecisos. Os relatos são similares. “Recebemos muitas ligações e mensagens nas redes sociais”, disse a assessoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MD), líder do partido de Pacheco no Senado, que mesmo assim manifestou apoio a Marinho na tarde desta terça-feira, 31. A secretária do gabinete do senador afirmou que, ao longo do dia, o telefone tocou “a cada 30 minutos”.

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Nas contas do site de Gayer, a disputa teria chegado a um “empate”, o que foi comemorado pelo grupo de apoio a Marinho nas redes. Influenciadores bolsonaristas também impulsionam uma campanha para colher assinaturas em um site contra a reeleição de Pacheco. A meta era chegar a 1 milhão e havia cerca de 720 mil na tarde desta terça, 31, com exigência apenas de nome e e-mail para participar. Procurado, o deputado não respondeu.

Nas últimas duas semanas Pacheco teve mais menções que Marinho no Twitter, segundo levantamento da consultoria Bites. O mineiro somou 1,2 milhão de referências (um aumento de 111% em comparação há 14 dias) ante 875 mil do rival no mesmo período (crescimento de 484% em relação ao mesmo período).

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Dados do Monitor de Redes Sociais do Estadão, criado em parceria com o Torabit, mostram que o presidente da Casa teve um percentual de rejeição quatro vezes maior no Twitter — 74% a 18% — e quase nove vezes mais citações negativas do que o oponente.

As hashtags, itens usados para centralizar a discussão, são, em sua maioria contrárias a Pacheco. As mensagens têm o potencial de alcance de até 31,8 milhões de pessoas. A #PachecoSim, chegou a pouco mais de 10 mil usuários.

Das 50 mensagens mais compartilhadas sobre Pacheco no Twitter, 49 são contra; das 50 mensagens mais compartilhadas sobre Marinho, 48 são positivas. Nas últimas duas semanas foram 868 mil compartilhamentos em hashtags contra o presidente do Senado.

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Pacheco pouco falou nas redes na última semana. As únicas publicações recentes dele foram nesta terça-feira, 30, prestando condolências pela morte da mãe do ministro Antonio Anastasia, do TCU, e apenas agradeceu o apoio inicial do PDT no dia 23. Marinho tem sucesso nas redes se gabando pelos apoios recebidos, como o do senador que se tornou defensor dos acusados pelos atos antidemocráticos no dia 8, Marcos do Val (Podemos-ES).

Contra-ataque

Como noticiou o Estadão, a eleição para o comando do Senado ganhou contornos de “terceiro turno”. Bolsonaristas protagonizam o debate digital sobre o assunto, associando o nome de Pacheco ao do presidente Lula e chamando o senador do PSD de “marionete” do STF e do ministro Alexandre de Moraes.

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Aliados do governo Lula, porém, só optaram por uma defesa mais enfática do atual presidente da Casa apenas na reta final da disputa, mesmo que o anúncio de apoio do PT tenha ocorrido há vários dias.

Para contrapor o discurso bolsonarista, críticos do ex-presidente Jair Bolsonaro passaram a associar Marinho a pautas negacionistas do governo passado, como contrapor o cenário de fome no Brasil e a gravidade da pandemia de covid-19, e ao ataque golpista contra a sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Outro assunto recorrente é a crise sanitária do povo indígena Yanomami.

Páginas de humor e de fofoca também entraram tardiamente na campanha contra Marinho nas redes sociais. Somam-se a isso críticas a senadores de oposição a Bolsonaro que agora decidiram votar contra Pacheco — como o senador Alessandro Vieira, que discutiu com Gregório Duvivier no Twitter.

Apelo nas redes

Nas últimas duas semanas, Marinho também cresceu bem mais que o principal adversário nas suas próprias redes. Ele ganhou 109,7 mil seguidores no Twitter, Instagram, Facebook e YouTube, um crescimento de 19% em sua base. No mesmo período, ganhou 27 mil seguidores (crescimento de 3,9%). Pacheco tem só 4,8 mil novos seguidores, 1% de alta.

O potiguar tem o apoio expresso na plataforma de ex-ministros e filhos de Bolsonaro como o senador Flávio.

A disputa pela presidência do Senado ainda gerou 27.903 publicações no Facebook, com 3,1 milhões de interações (soma de curtidas, comentários e compartilhamentos), e 3.165 posts no Instagram, com 12,6 milhões de reações. O nome de Pacheco é o mais lembrado no Facebook — 19 mil a 11 mil de Marinho. No Instagram, eles praticamente empatam com 1,8 mil posts cada. Conteúdos que mencionam os dois candidatos foram contabilizados para ambos, e a busca geral inclui termos genéricos sobre a eleição na Casa.

BRASÍLIA - Na véspera da eleição para a presidência do Senado, o favorito na disputa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que busca se manter no cargo, virou alvo de ataques virtuais. Apoiadores de Jair Bolsonaro repetiram a estratégia digital do ex-presidente e se organizam para atacar o adversário e impulsionar o nome de Rogério Marinho (PL-RN) nas redes com a intenção de elegê-lo como presidente do Senado.

A estratégia adotada nas redes foi aumentar o volume de menções negativas a Pacheco e convencer senadores indecisos a votarem em Marinho. Assessores de parlamentares que ainda não manifestaram apoio a algum candidato admitem que passaram a receber nos últimos dias contatos frequentes, principalmente de grupos favoráveis ao potiguar, através das redes sociais e por e-mail e telefone dos gabinetes.

A ofensiva bolsonarista, em grande parte, tenta minar a candidatura de Pacheco com campanha negativa. “Se os senadores traírem o seu povo e não elegerem Rogério Marinho, eles serão lembrados como os generais que traíram a própria história das Forças Armadas, o nosso presidente e o povo”, diz uma publicação em circulação de grupos bolsonaristas em diferentes aplicativos de mensagem. A postagem ainda diz que o Brasil vai quebrar caso outro resultado ocorra.

Bolsonaristas Telegram Foto: Reprodução

A principal estratégia de pressão está organizada num site chamado Como Vota Senador, criado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) — youtuber investigado no inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF). O endereço exibe um placar abastecido por “fontes próprias de informação” que mostra os senadores que irão votar em Pacheco, em Marinho e os indecisos. Junto aos nomes, estão os contatos dos parlamentares.

Com isso, a militância passou a cobrar publicamente os políticos, incluindo por mensagens e conteúdos pré-fabricados. No Telegram, os militantes associam Pacheco ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e elaboraram um modelo de e-mail para ser disparado aos senadores. “Rodrigo Pacheco é o candidato e o responsável pela desmoralização do Congresso Nacional”, diz uma publicação em circulação em um canal do Telegram com mais de 18 mil seguidores. “Pressionem os senadores para que não votem em Rodrigo Pacheco. A melhor opção é Rogério Marinho!”

“Repassando. Uma amiga está enviando mensagem todos os dias”, respondeu um usuário a uma publicação com todos os endereços de e-mails dos senadores da nova legislatura num grupo com dezenas de milhares de membros.

pacheco lula Foto: Reprodução

A reportagem procurou o gabinete e as assessorias dos senadores listados como indecisos. Os relatos são similares. “Recebemos muitas ligações e mensagens nas redes sociais”, disse a assessoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MD), líder do partido de Pacheco no Senado, que mesmo assim manifestou apoio a Marinho na tarde desta terça-feira, 31. A secretária do gabinete do senador afirmou que, ao longo do dia, o telefone tocou “a cada 30 minutos”.

Nas contas do site de Gayer, a disputa teria chegado a um “empate”, o que foi comemorado pelo grupo de apoio a Marinho nas redes. Influenciadores bolsonaristas também impulsionam uma campanha para colher assinaturas em um site contra a reeleição de Pacheco. A meta era chegar a 1 milhão e havia cerca de 720 mil na tarde desta terça, 31, com exigência apenas de nome e e-mail para participar. Procurado, o deputado não respondeu.

Nas últimas duas semanas Pacheco teve mais menções que Marinho no Twitter, segundo levantamento da consultoria Bites. O mineiro somou 1,2 milhão de referências (um aumento de 111% em comparação há 14 dias) ante 875 mil do rival no mesmo período (crescimento de 484% em relação ao mesmo período).

Dados do Monitor de Redes Sociais do Estadão, criado em parceria com o Torabit, mostram que o presidente da Casa teve um percentual de rejeição quatro vezes maior no Twitter — 74% a 18% — e quase nove vezes mais citações negativas do que o oponente.

As hashtags, itens usados para centralizar a discussão, são, em sua maioria contrárias a Pacheco. As mensagens têm o potencial de alcance de até 31,8 milhões de pessoas. A #PachecoSim, chegou a pouco mais de 10 mil usuários.

Das 50 mensagens mais compartilhadas sobre Pacheco no Twitter, 49 são contra; das 50 mensagens mais compartilhadas sobre Marinho, 48 são positivas. Nas últimas duas semanas foram 868 mil compartilhamentos em hashtags contra o presidente do Senado.

Pacheco pouco falou nas redes na última semana. As únicas publicações recentes dele foram nesta terça-feira, 30, prestando condolências pela morte da mãe do ministro Antonio Anastasia, do TCU, e apenas agradeceu o apoio inicial do PDT no dia 23. Marinho tem sucesso nas redes se gabando pelos apoios recebidos, como o do senador que se tornou defensor dos acusados pelos atos antidemocráticos no dia 8, Marcos do Val (Podemos-ES).

Contra-ataque

Como noticiou o Estadão, a eleição para o comando do Senado ganhou contornos de “terceiro turno”. Bolsonaristas protagonizam o debate digital sobre o assunto, associando o nome de Pacheco ao do presidente Lula e chamando o senador do PSD de “marionete” do STF e do ministro Alexandre de Moraes.

Aliados do governo Lula, porém, só optaram por uma defesa mais enfática do atual presidente da Casa apenas na reta final da disputa, mesmo que o anúncio de apoio do PT tenha ocorrido há vários dias.

Para contrapor o discurso bolsonarista, críticos do ex-presidente Jair Bolsonaro passaram a associar Marinho a pautas negacionistas do governo passado, como contrapor o cenário de fome no Brasil e a gravidade da pandemia de covid-19, e ao ataque golpista contra a sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Outro assunto recorrente é a crise sanitária do povo indígena Yanomami.

Páginas de humor e de fofoca também entraram tardiamente na campanha contra Marinho nas redes sociais. Somam-se a isso críticas a senadores de oposição a Bolsonaro que agora decidiram votar contra Pacheco — como o senador Alessandro Vieira, que discutiu com Gregório Duvivier no Twitter.

Apelo nas redes

Nas últimas duas semanas, Marinho também cresceu bem mais que o principal adversário nas suas próprias redes. Ele ganhou 109,7 mil seguidores no Twitter, Instagram, Facebook e YouTube, um crescimento de 19% em sua base. No mesmo período, ganhou 27 mil seguidores (crescimento de 3,9%). Pacheco tem só 4,8 mil novos seguidores, 1% de alta.

O potiguar tem o apoio expresso na plataforma de ex-ministros e filhos de Bolsonaro como o senador Flávio.

A disputa pela presidência do Senado ainda gerou 27.903 publicações no Facebook, com 3,1 milhões de interações (soma de curtidas, comentários e compartilhamentos), e 3.165 posts no Instagram, com 12,6 milhões de reações. O nome de Pacheco é o mais lembrado no Facebook — 19 mil a 11 mil de Marinho. No Instagram, eles praticamente empatam com 1,8 mil posts cada. Conteúdos que mencionam os dois candidatos foram contabilizados para ambos, e a busca geral inclui termos genéricos sobre a eleição na Casa.

BRASÍLIA - Na véspera da eleição para a presidência do Senado, o favorito na disputa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que busca se manter no cargo, virou alvo de ataques virtuais. Apoiadores de Jair Bolsonaro repetiram a estratégia digital do ex-presidente e se organizam para atacar o adversário e impulsionar o nome de Rogério Marinho (PL-RN) nas redes com a intenção de elegê-lo como presidente do Senado.

A estratégia adotada nas redes foi aumentar o volume de menções negativas a Pacheco e convencer senadores indecisos a votarem em Marinho. Assessores de parlamentares que ainda não manifestaram apoio a algum candidato admitem que passaram a receber nos últimos dias contatos frequentes, principalmente de grupos favoráveis ao potiguar, através das redes sociais e por e-mail e telefone dos gabinetes.

A ofensiva bolsonarista, em grande parte, tenta minar a candidatura de Pacheco com campanha negativa. “Se os senadores traírem o seu povo e não elegerem Rogério Marinho, eles serão lembrados como os generais que traíram a própria história das Forças Armadas, o nosso presidente e o povo”, diz uma publicação em circulação de grupos bolsonaristas em diferentes aplicativos de mensagem. A postagem ainda diz que o Brasil vai quebrar caso outro resultado ocorra.

Bolsonaristas Telegram Foto: Reprodução

A principal estratégia de pressão está organizada num site chamado Como Vota Senador, criado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) — youtuber investigado no inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal (STF). O endereço exibe um placar abastecido por “fontes próprias de informação” que mostra os senadores que irão votar em Pacheco, em Marinho e os indecisos. Junto aos nomes, estão os contatos dos parlamentares.

Com isso, a militância passou a cobrar publicamente os políticos, incluindo por mensagens e conteúdos pré-fabricados. No Telegram, os militantes associam Pacheco ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e elaboraram um modelo de e-mail para ser disparado aos senadores. “Rodrigo Pacheco é o candidato e o responsável pela desmoralização do Congresso Nacional”, diz uma publicação em circulação em um canal do Telegram com mais de 18 mil seguidores. “Pressionem os senadores para que não votem em Rodrigo Pacheco. A melhor opção é Rogério Marinho!”

“Repassando. Uma amiga está enviando mensagem todos os dias”, respondeu um usuário a uma publicação com todos os endereços de e-mails dos senadores da nova legislatura num grupo com dezenas de milhares de membros.

pacheco lula Foto: Reprodução

A reportagem procurou o gabinete e as assessorias dos senadores listados como indecisos. Os relatos são similares. “Recebemos muitas ligações e mensagens nas redes sociais”, disse a assessoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MD), líder do partido de Pacheco no Senado, que mesmo assim manifestou apoio a Marinho na tarde desta terça-feira, 31. A secretária do gabinete do senador afirmou que, ao longo do dia, o telefone tocou “a cada 30 minutos”.

Nas contas do site de Gayer, a disputa teria chegado a um “empate”, o que foi comemorado pelo grupo de apoio a Marinho nas redes. Influenciadores bolsonaristas também impulsionam uma campanha para colher assinaturas em um site contra a reeleição de Pacheco. A meta era chegar a 1 milhão e havia cerca de 720 mil na tarde desta terça, 31, com exigência apenas de nome e e-mail para participar. Procurado, o deputado não respondeu.

Nas últimas duas semanas Pacheco teve mais menções que Marinho no Twitter, segundo levantamento da consultoria Bites. O mineiro somou 1,2 milhão de referências (um aumento de 111% em comparação há 14 dias) ante 875 mil do rival no mesmo período (crescimento de 484% em relação ao mesmo período).

Dados do Monitor de Redes Sociais do Estadão, criado em parceria com o Torabit, mostram que o presidente da Casa teve um percentual de rejeição quatro vezes maior no Twitter — 74% a 18% — e quase nove vezes mais citações negativas do que o oponente.

As hashtags, itens usados para centralizar a discussão, são, em sua maioria contrárias a Pacheco. As mensagens têm o potencial de alcance de até 31,8 milhões de pessoas. A #PachecoSim, chegou a pouco mais de 10 mil usuários.

Das 50 mensagens mais compartilhadas sobre Pacheco no Twitter, 49 são contra; das 50 mensagens mais compartilhadas sobre Marinho, 48 são positivas. Nas últimas duas semanas foram 868 mil compartilhamentos em hashtags contra o presidente do Senado.

Pacheco pouco falou nas redes na última semana. As únicas publicações recentes dele foram nesta terça-feira, 30, prestando condolências pela morte da mãe do ministro Antonio Anastasia, do TCU, e apenas agradeceu o apoio inicial do PDT no dia 23. Marinho tem sucesso nas redes se gabando pelos apoios recebidos, como o do senador que se tornou defensor dos acusados pelos atos antidemocráticos no dia 8, Marcos do Val (Podemos-ES).

Contra-ataque

Como noticiou o Estadão, a eleição para o comando do Senado ganhou contornos de “terceiro turno”. Bolsonaristas protagonizam o debate digital sobre o assunto, associando o nome de Pacheco ao do presidente Lula e chamando o senador do PSD de “marionete” do STF e do ministro Alexandre de Moraes.

Aliados do governo Lula, porém, só optaram por uma defesa mais enfática do atual presidente da Casa apenas na reta final da disputa, mesmo que o anúncio de apoio do PT tenha ocorrido há vários dias.

Para contrapor o discurso bolsonarista, críticos do ex-presidente Jair Bolsonaro passaram a associar Marinho a pautas negacionistas do governo passado, como contrapor o cenário de fome no Brasil e a gravidade da pandemia de covid-19, e ao ataque golpista contra a sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Outro assunto recorrente é a crise sanitária do povo indígena Yanomami.

Páginas de humor e de fofoca também entraram tardiamente na campanha contra Marinho nas redes sociais. Somam-se a isso críticas a senadores de oposição a Bolsonaro que agora decidiram votar contra Pacheco — como o senador Alessandro Vieira, que discutiu com Gregório Duvivier no Twitter.

Apelo nas redes

Nas últimas duas semanas, Marinho também cresceu bem mais que o principal adversário nas suas próprias redes. Ele ganhou 109,7 mil seguidores no Twitter, Instagram, Facebook e YouTube, um crescimento de 19% em sua base. No mesmo período, ganhou 27 mil seguidores (crescimento de 3,9%). Pacheco tem só 4,8 mil novos seguidores, 1% de alta.

O potiguar tem o apoio expresso na plataforma de ex-ministros e filhos de Bolsonaro como o senador Flávio.

A disputa pela presidência do Senado ainda gerou 27.903 publicações no Facebook, com 3,1 milhões de interações (soma de curtidas, comentários e compartilhamentos), e 3.165 posts no Instagram, com 12,6 milhões de reações. O nome de Pacheco é o mais lembrado no Facebook — 19 mil a 11 mil de Marinho. No Instagram, eles praticamente empatam com 1,8 mil posts cada. Conteúdos que mencionam os dois candidatos foram contabilizados para ambos, e a busca geral inclui termos genéricos sobre a eleição na Casa.

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