Caso Covaxin: 'Não tenho como saber o que acontece nos 22 ministérios', diz Bolsonaro


Presidente foi acusado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) de ignorar alertas para supostas irregularidades no contrato de aquisição da vacina indiana

Por Gustavo Côrtes e Matheus de Souza
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira, 28, que desconhecia os detalhes sobre o contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde e negou irregularidades no negócio. "São 22 ministérios, não tenho como saber o que acontece, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Bolsonaro foi acusado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) de ignorar alertas para supostas irregularidades no contrato de aquisição do imunizante, como superfaturamento e favorecimento indevido à empresa responsável pela intermediação. O irmão do parlamentar, Luis Ricardo Miranda, é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde e autor da denúncia. Em depoimento à CPI da Covid, o servidor de carreira da pasta disse ter informado ao presidente três nomes de pessoas que o pressionaram a efetuar a importação da Covaxin.

O presidente admitiu ter recebido a visita de Luis Miranda, mas afirmou que "aqui vem tudo quanto é tipo de gente".

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"Não posso falar: 'Você é deputado, deixa eu ver tua ficha aí'. Eu ia receber pouca gente. Recebo todo mundo", afirmou. "Agora, os caras botam a narrativa 'a vacina fissura o governo Bolsonaro no tocante à corrupção'", disse o presidente, que alegou que nenhuma vacina foi de fato comprada. "Inventaram a corrupção virtual, né? Não recebemos uma dose, não pagamos um centavo."

O presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto nesta quarta, 23 Foto: Marcos Correa/PR

Na última sexta-feira, o deputado Miranda afirmou à CPI que o presidente teria dito que o líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), seria o responsável pelos "rolos" na compra da Covaxin. Ricardo Barros admitiu, ontem, que pode ter sido citado pelo presidente, mas atribuiu a menção a outro contrato suspeito envolvendo sua gestão no ministério.

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Em contra-ataque à CPI, o presidente afirmou que integrantes da comissão liberaram recursos por meio de emendas parlamentares para a compra da Covaxin. "As emendas para a Covaxin vieram deles, do Randolfe, que é o relator, do Renan e do próprio Omar Aziz", disse. "Na época, falaram que tinha que comprar em qualquer momento, independente do preço."

2022

O presidente também voltou a comentar sobre sua filiação a um partido político para concorrer ao pleito de 2022. Sem citar o Patriota, que se preparava para recebê-lo antes de conflitos internos, afirmou que deve entrar em uma sigla pequena e que os membros de sua base que optarem por segui-lo não vão ter "televisão nem dinheiro".

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Bolsonaro espera que seus apoiadores o sigam para o novo partido, mas, segundo ele, os deputados ainda não podem acompanhá-lo por questões de fidelidade partidária (se mudarem de legenda antes da chamada "janela partidária" correm o risco de perder o mandato). "Vão ter um momento difícil pela frente", disse sobre apoiadores que o seguirem na filiação a uma nova sigla, em referência a questões envolvendo o fundo partidário. 

O tema, segundo o presidente, não é uma preocupação para ele. "Alguns falaram inclusive que eu estava de olho no fundo partidário. Uma caneta Bic, uma caneta que eu mudei em dezembro, R$ 20 bilhões. Eu estou preocupado com os R$ 8 milhões de fundo partidário? Não tenho preocupação com isso", afirmou, referindo-se ao valor mensal recebido pelo PSL, sua antiga legenda.

Bolsonaro descartou uma possível volta ao PSL. Segundo ele, "o PSL tem bastante dinheiro e bastante televisão", mas tem "uma minoria lá fazendo besteira".

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"Eu tive de sair de lá (PSL), porque um vereador fez uma besteira no canto. O culpado era eu. Nem sabia quem era aquele vereador”, afirmou o presidente

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira, 28, que desconhecia os detalhes sobre o contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde e negou irregularidades no negócio. "São 22 ministérios, não tenho como saber o que acontece, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Bolsonaro foi acusado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) de ignorar alertas para supostas irregularidades no contrato de aquisição do imunizante, como superfaturamento e favorecimento indevido à empresa responsável pela intermediação. O irmão do parlamentar, Luis Ricardo Miranda, é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde e autor da denúncia. Em depoimento à CPI da Covid, o servidor de carreira da pasta disse ter informado ao presidente três nomes de pessoas que o pressionaram a efetuar a importação da Covaxin.

O presidente admitiu ter recebido a visita de Luis Miranda, mas afirmou que "aqui vem tudo quanto é tipo de gente".

"Não posso falar: 'Você é deputado, deixa eu ver tua ficha aí'. Eu ia receber pouca gente. Recebo todo mundo", afirmou. "Agora, os caras botam a narrativa 'a vacina fissura o governo Bolsonaro no tocante à corrupção'", disse o presidente, que alegou que nenhuma vacina foi de fato comprada. "Inventaram a corrupção virtual, né? Não recebemos uma dose, não pagamos um centavo."

O presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto nesta quarta, 23 Foto: Marcos Correa/PR

Na última sexta-feira, o deputado Miranda afirmou à CPI que o presidente teria dito que o líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), seria o responsável pelos "rolos" na compra da Covaxin. Ricardo Barros admitiu, ontem, que pode ter sido citado pelo presidente, mas atribuiu a menção a outro contrato suspeito envolvendo sua gestão no ministério.

Em contra-ataque à CPI, o presidente afirmou que integrantes da comissão liberaram recursos por meio de emendas parlamentares para a compra da Covaxin. "As emendas para a Covaxin vieram deles, do Randolfe, que é o relator, do Renan e do próprio Omar Aziz", disse. "Na época, falaram que tinha que comprar em qualquer momento, independente do preço."

2022

O presidente também voltou a comentar sobre sua filiação a um partido político para concorrer ao pleito de 2022. Sem citar o Patriota, que se preparava para recebê-lo antes de conflitos internos, afirmou que deve entrar em uma sigla pequena e que os membros de sua base que optarem por segui-lo não vão ter "televisão nem dinheiro".

Bolsonaro espera que seus apoiadores o sigam para o novo partido, mas, segundo ele, os deputados ainda não podem acompanhá-lo por questões de fidelidade partidária (se mudarem de legenda antes da chamada "janela partidária" correm o risco de perder o mandato). "Vão ter um momento difícil pela frente", disse sobre apoiadores que o seguirem na filiação a uma nova sigla, em referência a questões envolvendo o fundo partidário. 

O tema, segundo o presidente, não é uma preocupação para ele. "Alguns falaram inclusive que eu estava de olho no fundo partidário. Uma caneta Bic, uma caneta que eu mudei em dezembro, R$ 20 bilhões. Eu estou preocupado com os R$ 8 milhões de fundo partidário? Não tenho preocupação com isso", afirmou, referindo-se ao valor mensal recebido pelo PSL, sua antiga legenda.

Bolsonaro descartou uma possível volta ao PSL. Segundo ele, "o PSL tem bastante dinheiro e bastante televisão", mas tem "uma minoria lá fazendo besteira".

"Eu tive de sair de lá (PSL), porque um vereador fez uma besteira no canto. O culpado era eu. Nem sabia quem era aquele vereador”, afirmou o presidente

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira, 28, que desconhecia os detalhes sobre o contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde e negou irregularidades no negócio. "São 22 ministérios, não tenho como saber o que acontece, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Bolsonaro foi acusado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) de ignorar alertas para supostas irregularidades no contrato de aquisição do imunizante, como superfaturamento e favorecimento indevido à empresa responsável pela intermediação. O irmão do parlamentar, Luis Ricardo Miranda, é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde e autor da denúncia. Em depoimento à CPI da Covid, o servidor de carreira da pasta disse ter informado ao presidente três nomes de pessoas que o pressionaram a efetuar a importação da Covaxin.

O presidente admitiu ter recebido a visita de Luis Miranda, mas afirmou que "aqui vem tudo quanto é tipo de gente".

"Não posso falar: 'Você é deputado, deixa eu ver tua ficha aí'. Eu ia receber pouca gente. Recebo todo mundo", afirmou. "Agora, os caras botam a narrativa 'a vacina fissura o governo Bolsonaro no tocante à corrupção'", disse o presidente, que alegou que nenhuma vacina foi de fato comprada. "Inventaram a corrupção virtual, né? Não recebemos uma dose, não pagamos um centavo."

O presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto nesta quarta, 23 Foto: Marcos Correa/PR

Na última sexta-feira, o deputado Miranda afirmou à CPI que o presidente teria dito que o líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), seria o responsável pelos "rolos" na compra da Covaxin. Ricardo Barros admitiu, ontem, que pode ter sido citado pelo presidente, mas atribuiu a menção a outro contrato suspeito envolvendo sua gestão no ministério.

Em contra-ataque à CPI, o presidente afirmou que integrantes da comissão liberaram recursos por meio de emendas parlamentares para a compra da Covaxin. "As emendas para a Covaxin vieram deles, do Randolfe, que é o relator, do Renan e do próprio Omar Aziz", disse. "Na época, falaram que tinha que comprar em qualquer momento, independente do preço."

2022

O presidente também voltou a comentar sobre sua filiação a um partido político para concorrer ao pleito de 2022. Sem citar o Patriota, que se preparava para recebê-lo antes de conflitos internos, afirmou que deve entrar em uma sigla pequena e que os membros de sua base que optarem por segui-lo não vão ter "televisão nem dinheiro".

Bolsonaro espera que seus apoiadores o sigam para o novo partido, mas, segundo ele, os deputados ainda não podem acompanhá-lo por questões de fidelidade partidária (se mudarem de legenda antes da chamada "janela partidária" correm o risco de perder o mandato). "Vão ter um momento difícil pela frente", disse sobre apoiadores que o seguirem na filiação a uma nova sigla, em referência a questões envolvendo o fundo partidário. 

O tema, segundo o presidente, não é uma preocupação para ele. "Alguns falaram inclusive que eu estava de olho no fundo partidário. Uma caneta Bic, uma caneta que eu mudei em dezembro, R$ 20 bilhões. Eu estou preocupado com os R$ 8 milhões de fundo partidário? Não tenho preocupação com isso", afirmou, referindo-se ao valor mensal recebido pelo PSL, sua antiga legenda.

Bolsonaro descartou uma possível volta ao PSL. Segundo ele, "o PSL tem bastante dinheiro e bastante televisão", mas tem "uma minoria lá fazendo besteira".

"Eu tive de sair de lá (PSL), porque um vereador fez uma besteira no canto. O culpado era eu. Nem sabia quem era aquele vereador”, afirmou o presidente

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