BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro repetiu o gesto feito no ano passado e participou, neste sábado, 4, de uma comemoração pelo aniversário da independência dos Estados Unidos. Recebido pelo embaixador americano no Brasil, Todd Chapman, na residência do diplomata, no Lago Sul, em Brasília, o presidente chegou por volta das 13h e permaneceu no local por cerca de duas horas.
A comemoração ocorreu em meio à pandemia de covid-19, apesar de ser um evento mais restrito que o do ano anterior, quando Bolsonaro participou de um coquetel na sede da embaixada dos EUA para celebrar a data. Mesmo assim, o almoço reuniu vários ministros, sem cumprir as recomendações de distanciamento social recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, e sem que os convidados fizessem uso da máscara de proteção, conforme foto do encontro postada pelo próprio presidente em suas redes sociais.
Nesta semana, o presidente Bolsonaro sancionou a lei sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras durante a pandemia, mas vetou trechos que, na prática, desobrigam a utilização do equipamento em locais fechados como igrejas, comércios e escolas. O argumento para justificar o veto foi o de que o dispositivo do texto era muito abrangente e poderia configurar "violação de domicílio".
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, alvo de pressão no Palácio do Planalto para sua substituição, conforme o Estadão/Broadcast Político revelou, estava presente ao almoço. Também participaram os ministros da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; da Casa Civil, Braga Netto; e o Secretário Especial de Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha, além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O adido de Defesa dos EUA, Lorenzo Harris, também participou do evento.
A ida de um presidente brasileiro à comemoração do feriado americano era incomum até Bolsonaro assumir o Executivo. Em 2019, ele chegou a se comparar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no evento, e convidou o norte-americano para uma visita ao Brasil, o que não ocorreu desde então.
Pela manhã, Bolsonaro esteve em Santa Catarina, onde cidades atingidas pelo ciclone bomba em Santa Catarina.