Bolsonaro aposta em general Braga Netto na disputa para prefeitura do Rio em 2024


Ex-presidente vai aguardar fim das negociações do diretório estadual do PL para bater o martelo sobre o nome que apoiará na capital fluminense

Por Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – Após barrar o filho e senador, Flávio Bolsonaro (PL), na disputa pela Prefeitura do Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro costura uma candidatura de seu vice na chapa derrotada nas eleições do ano passado à sucessão municipal de 2024. O general da reserva Walter Braga Netto é a aposta de Bolsonaro para agradar seu eleitorado tradicional na cidade e evitar um racha do grupo político.

Pesquisas internas do PL indicavam que Flávio teria dificuldades em vencer o prefeito e eventual candidato à reeleição Eduardo Paes (PSD), que busca o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de Jair Bolsonaro de tirar o filho do processo sucessório municipal levou em conta, ainda, o impacto das denúncias de corrupção envolvendo a família. No entanto, as escolhas do ex-presidente têm incomodado o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como mostrou a Coluna do Estadão.

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Com a saída do senador do jogo, reacendeu a disputa interna no diretório do PL fluminense pela indicação de um novo candidato. Além de Braga Netto, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o senador Carlos Portinho e os deputados estaduais Márcio Gualberto e Alan Lopes trabalham pela indicação ou pelo posto de vice, em caso de composição com outros partidos.

O general foi um dos poucos oficias militares da reserva que passaram pelo governo Bolsonaro sem perder a confiança do então presidente e seus filhos. Em novembro passado, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, Braga Netto demonstrou simpatia pelo movimento que preparava um golpe. “Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar pra vocês agora”, disse o militar a simpatizantes que defendiam, na portaria do Palácio da Alvorada, uma intervenção militar. Quase dois meses depois, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos três poderes em Brasília.

O general da reserva Walter Braga Netto; ex-ministro foi vice na chapa de Bolsonaro derrotada em 2022  Foto: ADRIANO MACHADO
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Ameaças

Braga Netto sempre foi considerado um “cumpridor de ordens”. Ele atuou como ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro em 2020 e da Defesa em 2021. Na pasta da Defesa, não hesitou em defender a bandeira mais polêmica do chefe. O Estadão revelou que, em julho de 2021, ele mandou um interlocutor dizer ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), em tom de ameaça, que só haveria eleições presidenciais no ano seguinte se tivesse voto impresso. Ainda como titular da pasta, Braga Netto publicou uma ordem do dia celebrando o golpe de Estado de 31 de março de 1964, que culminou na ditadura militar.

A carreira política de Braga Netto começou em 2018, quando chefiou a intervenção federal no Rio durante o mandato do então presidente Michel Temer. Mineiro de Belo Horizonte, ele entrou no Exército em 1974. Foi responsável pela segurança dos Jogos Olímpicos do Brasil em 2016, pouco antes de ser nomeado chefe do Comando Militar do Leste, com sede no Rio.

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Disputa interna no PL

O ex-presidente Jair Bolsonaro aguarda o fim das negociações do diretório carioca do PL com os demais partidos de centro-direita para a disputa municipal. Correndo por fora, o senador Carlos Portinho (PL) tenta forjar uma aliança com partidos como PP, Republicanos e União Brasil. Para pavimentar uma pré-candidatura, ele busca um entendimento com o deputado federal Dr. Luizinho (PP).

O parlamentar do Progressistas, por sua vez, tem o apoio do governador Cláudio Castro (PL), que defende uma amplia coligação para vencer Paes. “O presidente Bolsonaro é o grande articulador das eleições de 2024, que é o campo preparatório para as eleições de 2026″, afirma Portinho ao Estadão. “O general Braga Netto é o grande estrategista das ações do PL, não só no Rio de Janeiro como em todo o país”, diz, em tom diplomático.

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O senador Carlos Portinho (PL); parlamentar tenta forjar uma aliança com PP, Republicanos e União Brasil Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Um dos integrantes do PL que mais se empenharam na candidatura de Flávio Bolsonaro, o deputado estadual Alan Lopes (PL-RJ) passou a defender a escolha de Braga Netto após o senador deixar a disputa. “Minha missão é lutar para expulsar os corruptos ditadores do Rio de Janeiro”.

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Eduardo Pazuello e o deputado estadual Márcio Gualberto também brigam como alternativas para assumir uma vaga de vice-prefeito, caso o partido decida apoiar outra legenda. O ex-ministro da Saúde e Gualberto pretendem participar de uma série de seminários e encontros para discutir o tema da segurança pública. “Continuo trabalhando para que a população do Rio de Janeiro tenha tranquilidade para andar pelas ruas, sem temer a violência que atualmente assola nosso Estado”, escreveu Gualberto nas redes sociais. O tema da segurança continua sendo a aposta do grupo na busca de votos na cidade.

“O PL tem excelentes quadros e uma visão de sociedade que se coaduna com os anseios da população brasileira. Farei aquilo que for o melhor para os cidadãos fluminenses e que tenha sido decidido pelos líderes partidários. O Presidente Jair Bolsonaro é o maior líder político do nosso País, tem uma grande experiência política e será fundamental nas próximas eleições”, diz Gualberto.

A opção Pazuello, contudo, esbarra no presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O dirigente tem dito à interlocutores que lançar o militar é entregar a eleição para o prefeito Eduardo Paes (PSD), uma vez que Pazuello era ministro da Saúde na pandemia da Covid-19, quando Bolsonaro adotou o negacionismo como resposta à crise. Ao contrário do que ocorreu na disputa para deputado, na eleição para prefeito esse tema não passaria batido.

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Para o cientista político Marcus Ianoni, Braga Netto atende ao eleitor conservador e de origem militar, e é considerado um nome de confiança de Bolsonaro. O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) avalia que o general da reserva é um dos nomes capazes de aglutinar o espólio bolsonarista na tentativa de vitória contra Paes. “Braga Netto é um dos únicos nomes do PL capazes de representar o ex-presidente Jair Bolsonaro. É militar como Bolsonaro e comunga de ideias semelhantes ao que defende o ex-presidente. Em um Estado em que Bolsonaro venceu em 70 cidades, enquanto Lula saiu vitorioso em 22, o apoio do bolsonarismo pode impactar a disputa municipal”, avalia.

No município do Rio de Janeiro, Bolsonaro obteve 1.929.209 votos, o que corresponde a 52,66% dos votos válidos. Já Lula obteve 1.734.159 votos, o que representa 47,34% dos votos válidos. Sede do Comando Militar do Leste (CML), a cidade abriga um dos maiores efetivos das Forças Armadas no País. Das 109 organizações militares subordinadas ao CML, mais da metade (69) estão localizadas no município. As Forças Armadas concentram metade de seu efetivo militar na região Sudeste (49,14% do total). O Sul concentra 16,49% dos militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, seguido pelo Nordeste (14,34%). Centro-Oeste e Norte têm os menores números de militares, 8,72% e 11,29%, respectivamente.

RIO – Após barrar o filho e senador, Flávio Bolsonaro (PL), na disputa pela Prefeitura do Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro costura uma candidatura de seu vice na chapa derrotada nas eleições do ano passado à sucessão municipal de 2024. O general da reserva Walter Braga Netto é a aposta de Bolsonaro para agradar seu eleitorado tradicional na cidade e evitar um racha do grupo político.

Pesquisas internas do PL indicavam que Flávio teria dificuldades em vencer o prefeito e eventual candidato à reeleição Eduardo Paes (PSD), que busca o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de Jair Bolsonaro de tirar o filho do processo sucessório municipal levou em conta, ainda, o impacto das denúncias de corrupção envolvendo a família. No entanto, as escolhas do ex-presidente têm incomodado o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como mostrou a Coluna do Estadão.

Com a saída do senador do jogo, reacendeu a disputa interna no diretório do PL fluminense pela indicação de um novo candidato. Além de Braga Netto, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o senador Carlos Portinho e os deputados estaduais Márcio Gualberto e Alan Lopes trabalham pela indicação ou pelo posto de vice, em caso de composição com outros partidos.

O general foi um dos poucos oficias militares da reserva que passaram pelo governo Bolsonaro sem perder a confiança do então presidente e seus filhos. Em novembro passado, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, Braga Netto demonstrou simpatia pelo movimento que preparava um golpe. “Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar pra vocês agora”, disse o militar a simpatizantes que defendiam, na portaria do Palácio da Alvorada, uma intervenção militar. Quase dois meses depois, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos três poderes em Brasília.

O general da reserva Walter Braga Netto; ex-ministro foi vice na chapa de Bolsonaro derrotada em 2022  Foto: ADRIANO MACHADO

Ameaças

Braga Netto sempre foi considerado um “cumpridor de ordens”. Ele atuou como ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro em 2020 e da Defesa em 2021. Na pasta da Defesa, não hesitou em defender a bandeira mais polêmica do chefe. O Estadão revelou que, em julho de 2021, ele mandou um interlocutor dizer ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), em tom de ameaça, que só haveria eleições presidenciais no ano seguinte se tivesse voto impresso. Ainda como titular da pasta, Braga Netto publicou uma ordem do dia celebrando o golpe de Estado de 31 de março de 1964, que culminou na ditadura militar.

A carreira política de Braga Netto começou em 2018, quando chefiou a intervenção federal no Rio durante o mandato do então presidente Michel Temer. Mineiro de Belo Horizonte, ele entrou no Exército em 1974. Foi responsável pela segurança dos Jogos Olímpicos do Brasil em 2016, pouco antes de ser nomeado chefe do Comando Militar do Leste, com sede no Rio.

Disputa interna no PL

O ex-presidente Jair Bolsonaro aguarda o fim das negociações do diretório carioca do PL com os demais partidos de centro-direita para a disputa municipal. Correndo por fora, o senador Carlos Portinho (PL) tenta forjar uma aliança com partidos como PP, Republicanos e União Brasil. Para pavimentar uma pré-candidatura, ele busca um entendimento com o deputado federal Dr. Luizinho (PP).

O parlamentar do Progressistas, por sua vez, tem o apoio do governador Cláudio Castro (PL), que defende uma amplia coligação para vencer Paes. “O presidente Bolsonaro é o grande articulador das eleições de 2024, que é o campo preparatório para as eleições de 2026″, afirma Portinho ao Estadão. “O general Braga Netto é o grande estrategista das ações do PL, não só no Rio de Janeiro como em todo o país”, diz, em tom diplomático.

O senador Carlos Portinho (PL); parlamentar tenta forjar uma aliança com PP, Republicanos e União Brasil Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Um dos integrantes do PL que mais se empenharam na candidatura de Flávio Bolsonaro, o deputado estadual Alan Lopes (PL-RJ) passou a defender a escolha de Braga Netto após o senador deixar a disputa. “Minha missão é lutar para expulsar os corruptos ditadores do Rio de Janeiro”.

Eduardo Pazuello e o deputado estadual Márcio Gualberto também brigam como alternativas para assumir uma vaga de vice-prefeito, caso o partido decida apoiar outra legenda. O ex-ministro da Saúde e Gualberto pretendem participar de uma série de seminários e encontros para discutir o tema da segurança pública. “Continuo trabalhando para que a população do Rio de Janeiro tenha tranquilidade para andar pelas ruas, sem temer a violência que atualmente assola nosso Estado”, escreveu Gualberto nas redes sociais. O tema da segurança continua sendo a aposta do grupo na busca de votos na cidade.

“O PL tem excelentes quadros e uma visão de sociedade que se coaduna com os anseios da população brasileira. Farei aquilo que for o melhor para os cidadãos fluminenses e que tenha sido decidido pelos líderes partidários. O Presidente Jair Bolsonaro é o maior líder político do nosso País, tem uma grande experiência política e será fundamental nas próximas eleições”, diz Gualberto.

A opção Pazuello, contudo, esbarra no presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O dirigente tem dito à interlocutores que lançar o militar é entregar a eleição para o prefeito Eduardo Paes (PSD), uma vez que Pazuello era ministro da Saúde na pandemia da Covid-19, quando Bolsonaro adotou o negacionismo como resposta à crise. Ao contrário do que ocorreu na disputa para deputado, na eleição para prefeito esse tema não passaria batido.

Para o cientista político Marcus Ianoni, Braga Netto atende ao eleitor conservador e de origem militar, e é considerado um nome de confiança de Bolsonaro. O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) avalia que o general da reserva é um dos nomes capazes de aglutinar o espólio bolsonarista na tentativa de vitória contra Paes. “Braga Netto é um dos únicos nomes do PL capazes de representar o ex-presidente Jair Bolsonaro. É militar como Bolsonaro e comunga de ideias semelhantes ao que defende o ex-presidente. Em um Estado em que Bolsonaro venceu em 70 cidades, enquanto Lula saiu vitorioso em 22, o apoio do bolsonarismo pode impactar a disputa municipal”, avalia.

No município do Rio de Janeiro, Bolsonaro obteve 1.929.209 votos, o que corresponde a 52,66% dos votos válidos. Já Lula obteve 1.734.159 votos, o que representa 47,34% dos votos válidos. Sede do Comando Militar do Leste (CML), a cidade abriga um dos maiores efetivos das Forças Armadas no País. Das 109 organizações militares subordinadas ao CML, mais da metade (69) estão localizadas no município. As Forças Armadas concentram metade de seu efetivo militar na região Sudeste (49,14% do total). O Sul concentra 16,49% dos militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, seguido pelo Nordeste (14,34%). Centro-Oeste e Norte têm os menores números de militares, 8,72% e 11,29%, respectivamente.

RIO – Após barrar o filho e senador, Flávio Bolsonaro (PL), na disputa pela Prefeitura do Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro costura uma candidatura de seu vice na chapa derrotada nas eleições do ano passado à sucessão municipal de 2024. O general da reserva Walter Braga Netto é a aposta de Bolsonaro para agradar seu eleitorado tradicional na cidade e evitar um racha do grupo político.

Pesquisas internas do PL indicavam que Flávio teria dificuldades em vencer o prefeito e eventual candidato à reeleição Eduardo Paes (PSD), que busca o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de Jair Bolsonaro de tirar o filho do processo sucessório municipal levou em conta, ainda, o impacto das denúncias de corrupção envolvendo a família. No entanto, as escolhas do ex-presidente têm incomodado o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como mostrou a Coluna do Estadão.

Com a saída do senador do jogo, reacendeu a disputa interna no diretório do PL fluminense pela indicação de um novo candidato. Além de Braga Netto, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o senador Carlos Portinho e os deputados estaduais Márcio Gualberto e Alan Lopes trabalham pela indicação ou pelo posto de vice, em caso de composição com outros partidos.

O general foi um dos poucos oficias militares da reserva que passaram pelo governo Bolsonaro sem perder a confiança do então presidente e seus filhos. Em novembro passado, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, Braga Netto demonstrou simpatia pelo movimento que preparava um golpe. “Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar pra vocês agora”, disse o militar a simpatizantes que defendiam, na portaria do Palácio da Alvorada, uma intervenção militar. Quase dois meses depois, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos três poderes em Brasília.

O general da reserva Walter Braga Netto; ex-ministro foi vice na chapa de Bolsonaro derrotada em 2022  Foto: ADRIANO MACHADO

Ameaças

Braga Netto sempre foi considerado um “cumpridor de ordens”. Ele atuou como ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro em 2020 e da Defesa em 2021. Na pasta da Defesa, não hesitou em defender a bandeira mais polêmica do chefe. O Estadão revelou que, em julho de 2021, ele mandou um interlocutor dizer ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), em tom de ameaça, que só haveria eleições presidenciais no ano seguinte se tivesse voto impresso. Ainda como titular da pasta, Braga Netto publicou uma ordem do dia celebrando o golpe de Estado de 31 de março de 1964, que culminou na ditadura militar.

A carreira política de Braga Netto começou em 2018, quando chefiou a intervenção federal no Rio durante o mandato do então presidente Michel Temer. Mineiro de Belo Horizonte, ele entrou no Exército em 1974. Foi responsável pela segurança dos Jogos Olímpicos do Brasil em 2016, pouco antes de ser nomeado chefe do Comando Militar do Leste, com sede no Rio.

Disputa interna no PL

O ex-presidente Jair Bolsonaro aguarda o fim das negociações do diretório carioca do PL com os demais partidos de centro-direita para a disputa municipal. Correndo por fora, o senador Carlos Portinho (PL) tenta forjar uma aliança com partidos como PP, Republicanos e União Brasil. Para pavimentar uma pré-candidatura, ele busca um entendimento com o deputado federal Dr. Luizinho (PP).

O parlamentar do Progressistas, por sua vez, tem o apoio do governador Cláudio Castro (PL), que defende uma amplia coligação para vencer Paes. “O presidente Bolsonaro é o grande articulador das eleições de 2024, que é o campo preparatório para as eleições de 2026″, afirma Portinho ao Estadão. “O general Braga Netto é o grande estrategista das ações do PL, não só no Rio de Janeiro como em todo o país”, diz, em tom diplomático.

O senador Carlos Portinho (PL); parlamentar tenta forjar uma aliança com PP, Republicanos e União Brasil Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Um dos integrantes do PL que mais se empenharam na candidatura de Flávio Bolsonaro, o deputado estadual Alan Lopes (PL-RJ) passou a defender a escolha de Braga Netto após o senador deixar a disputa. “Minha missão é lutar para expulsar os corruptos ditadores do Rio de Janeiro”.

Eduardo Pazuello e o deputado estadual Márcio Gualberto também brigam como alternativas para assumir uma vaga de vice-prefeito, caso o partido decida apoiar outra legenda. O ex-ministro da Saúde e Gualberto pretendem participar de uma série de seminários e encontros para discutir o tema da segurança pública. “Continuo trabalhando para que a população do Rio de Janeiro tenha tranquilidade para andar pelas ruas, sem temer a violência que atualmente assola nosso Estado”, escreveu Gualberto nas redes sociais. O tema da segurança continua sendo a aposta do grupo na busca de votos na cidade.

“O PL tem excelentes quadros e uma visão de sociedade que se coaduna com os anseios da população brasileira. Farei aquilo que for o melhor para os cidadãos fluminenses e que tenha sido decidido pelos líderes partidários. O Presidente Jair Bolsonaro é o maior líder político do nosso País, tem uma grande experiência política e será fundamental nas próximas eleições”, diz Gualberto.

A opção Pazuello, contudo, esbarra no presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O dirigente tem dito à interlocutores que lançar o militar é entregar a eleição para o prefeito Eduardo Paes (PSD), uma vez que Pazuello era ministro da Saúde na pandemia da Covid-19, quando Bolsonaro adotou o negacionismo como resposta à crise. Ao contrário do que ocorreu na disputa para deputado, na eleição para prefeito esse tema não passaria batido.

Para o cientista político Marcus Ianoni, Braga Netto atende ao eleitor conservador e de origem militar, e é considerado um nome de confiança de Bolsonaro. O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) avalia que o general da reserva é um dos nomes capazes de aglutinar o espólio bolsonarista na tentativa de vitória contra Paes. “Braga Netto é um dos únicos nomes do PL capazes de representar o ex-presidente Jair Bolsonaro. É militar como Bolsonaro e comunga de ideias semelhantes ao que defende o ex-presidente. Em um Estado em que Bolsonaro venceu em 70 cidades, enquanto Lula saiu vitorioso em 22, o apoio do bolsonarismo pode impactar a disputa municipal”, avalia.

No município do Rio de Janeiro, Bolsonaro obteve 1.929.209 votos, o que corresponde a 52,66% dos votos válidos. Já Lula obteve 1.734.159 votos, o que representa 47,34% dos votos válidos. Sede do Comando Militar do Leste (CML), a cidade abriga um dos maiores efetivos das Forças Armadas no País. Das 109 organizações militares subordinadas ao CML, mais da metade (69) estão localizadas no município. As Forças Armadas concentram metade de seu efetivo militar na região Sudeste (49,14% do total). O Sul concentra 16,49% dos militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, seguido pelo Nordeste (14,34%). Centro-Oeste e Norte têm os menores números de militares, 8,72% e 11,29%, respectivamente.

RIO – Após barrar o filho e senador, Flávio Bolsonaro (PL), na disputa pela Prefeitura do Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro costura uma candidatura de seu vice na chapa derrotada nas eleições do ano passado à sucessão municipal de 2024. O general da reserva Walter Braga Netto é a aposta de Bolsonaro para agradar seu eleitorado tradicional na cidade e evitar um racha do grupo político.

Pesquisas internas do PL indicavam que Flávio teria dificuldades em vencer o prefeito e eventual candidato à reeleição Eduardo Paes (PSD), que busca o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de Jair Bolsonaro de tirar o filho do processo sucessório municipal levou em conta, ainda, o impacto das denúncias de corrupção envolvendo a família. No entanto, as escolhas do ex-presidente têm incomodado o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como mostrou a Coluna do Estadão.

Com a saída do senador do jogo, reacendeu a disputa interna no diretório do PL fluminense pela indicação de um novo candidato. Além de Braga Netto, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o senador Carlos Portinho e os deputados estaduais Márcio Gualberto e Alan Lopes trabalham pela indicação ou pelo posto de vice, em caso de composição com outros partidos.

O general foi um dos poucos oficias militares da reserva que passaram pelo governo Bolsonaro sem perder a confiança do então presidente e seus filhos. Em novembro passado, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, Braga Netto demonstrou simpatia pelo movimento que preparava um golpe. “Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar pra vocês agora”, disse o militar a simpatizantes que defendiam, na portaria do Palácio da Alvorada, uma intervenção militar. Quase dois meses depois, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos três poderes em Brasília.

O general da reserva Walter Braga Netto; ex-ministro foi vice na chapa de Bolsonaro derrotada em 2022  Foto: ADRIANO MACHADO

Ameaças

Braga Netto sempre foi considerado um “cumpridor de ordens”. Ele atuou como ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro em 2020 e da Defesa em 2021. Na pasta da Defesa, não hesitou em defender a bandeira mais polêmica do chefe. O Estadão revelou que, em julho de 2021, ele mandou um interlocutor dizer ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), em tom de ameaça, que só haveria eleições presidenciais no ano seguinte se tivesse voto impresso. Ainda como titular da pasta, Braga Netto publicou uma ordem do dia celebrando o golpe de Estado de 31 de março de 1964, que culminou na ditadura militar.

A carreira política de Braga Netto começou em 2018, quando chefiou a intervenção federal no Rio durante o mandato do então presidente Michel Temer. Mineiro de Belo Horizonte, ele entrou no Exército em 1974. Foi responsável pela segurança dos Jogos Olímpicos do Brasil em 2016, pouco antes de ser nomeado chefe do Comando Militar do Leste, com sede no Rio.

Disputa interna no PL

O ex-presidente Jair Bolsonaro aguarda o fim das negociações do diretório carioca do PL com os demais partidos de centro-direita para a disputa municipal. Correndo por fora, o senador Carlos Portinho (PL) tenta forjar uma aliança com partidos como PP, Republicanos e União Brasil. Para pavimentar uma pré-candidatura, ele busca um entendimento com o deputado federal Dr. Luizinho (PP).

O parlamentar do Progressistas, por sua vez, tem o apoio do governador Cláudio Castro (PL), que defende uma amplia coligação para vencer Paes. “O presidente Bolsonaro é o grande articulador das eleições de 2024, que é o campo preparatório para as eleições de 2026″, afirma Portinho ao Estadão. “O general Braga Netto é o grande estrategista das ações do PL, não só no Rio de Janeiro como em todo o país”, diz, em tom diplomático.

O senador Carlos Portinho (PL); parlamentar tenta forjar uma aliança com PP, Republicanos e União Brasil Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Um dos integrantes do PL que mais se empenharam na candidatura de Flávio Bolsonaro, o deputado estadual Alan Lopes (PL-RJ) passou a defender a escolha de Braga Netto após o senador deixar a disputa. “Minha missão é lutar para expulsar os corruptos ditadores do Rio de Janeiro”.

Eduardo Pazuello e o deputado estadual Márcio Gualberto também brigam como alternativas para assumir uma vaga de vice-prefeito, caso o partido decida apoiar outra legenda. O ex-ministro da Saúde e Gualberto pretendem participar de uma série de seminários e encontros para discutir o tema da segurança pública. “Continuo trabalhando para que a população do Rio de Janeiro tenha tranquilidade para andar pelas ruas, sem temer a violência que atualmente assola nosso Estado”, escreveu Gualberto nas redes sociais. O tema da segurança continua sendo a aposta do grupo na busca de votos na cidade.

“O PL tem excelentes quadros e uma visão de sociedade que se coaduna com os anseios da população brasileira. Farei aquilo que for o melhor para os cidadãos fluminenses e que tenha sido decidido pelos líderes partidários. O Presidente Jair Bolsonaro é o maior líder político do nosso País, tem uma grande experiência política e será fundamental nas próximas eleições”, diz Gualberto.

A opção Pazuello, contudo, esbarra no presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O dirigente tem dito à interlocutores que lançar o militar é entregar a eleição para o prefeito Eduardo Paes (PSD), uma vez que Pazuello era ministro da Saúde na pandemia da Covid-19, quando Bolsonaro adotou o negacionismo como resposta à crise. Ao contrário do que ocorreu na disputa para deputado, na eleição para prefeito esse tema não passaria batido.

Para o cientista político Marcus Ianoni, Braga Netto atende ao eleitor conservador e de origem militar, e é considerado um nome de confiança de Bolsonaro. O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) avalia que o general da reserva é um dos nomes capazes de aglutinar o espólio bolsonarista na tentativa de vitória contra Paes. “Braga Netto é um dos únicos nomes do PL capazes de representar o ex-presidente Jair Bolsonaro. É militar como Bolsonaro e comunga de ideias semelhantes ao que defende o ex-presidente. Em um Estado em que Bolsonaro venceu em 70 cidades, enquanto Lula saiu vitorioso em 22, o apoio do bolsonarismo pode impactar a disputa municipal”, avalia.

No município do Rio de Janeiro, Bolsonaro obteve 1.929.209 votos, o que corresponde a 52,66% dos votos válidos. Já Lula obteve 1.734.159 votos, o que representa 47,34% dos votos válidos. Sede do Comando Militar do Leste (CML), a cidade abriga um dos maiores efetivos das Forças Armadas no País. Das 109 organizações militares subordinadas ao CML, mais da metade (69) estão localizadas no município. As Forças Armadas concentram metade de seu efetivo militar na região Sudeste (49,14% do total). O Sul concentra 16,49% dos militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, seguido pelo Nordeste (14,34%). Centro-Oeste e Norte têm os menores números de militares, 8,72% e 11,29%, respectivamente.

RIO – Após barrar o filho e senador, Flávio Bolsonaro (PL), na disputa pela Prefeitura do Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro costura uma candidatura de seu vice na chapa derrotada nas eleições do ano passado à sucessão municipal de 2024. O general da reserva Walter Braga Netto é a aposta de Bolsonaro para agradar seu eleitorado tradicional na cidade e evitar um racha do grupo político.

Pesquisas internas do PL indicavam que Flávio teria dificuldades em vencer o prefeito e eventual candidato à reeleição Eduardo Paes (PSD), que busca o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de Jair Bolsonaro de tirar o filho do processo sucessório municipal levou em conta, ainda, o impacto das denúncias de corrupção envolvendo a família. No entanto, as escolhas do ex-presidente têm incomodado o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como mostrou a Coluna do Estadão.

Com a saída do senador do jogo, reacendeu a disputa interna no diretório do PL fluminense pela indicação de um novo candidato. Além de Braga Netto, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o senador Carlos Portinho e os deputados estaduais Márcio Gualberto e Alan Lopes trabalham pela indicação ou pelo posto de vice, em caso de composição com outros partidos.

O general foi um dos poucos oficias militares da reserva que passaram pelo governo Bolsonaro sem perder a confiança do então presidente e seus filhos. Em novembro passado, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, Braga Netto demonstrou simpatia pelo movimento que preparava um golpe. “Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar pra vocês agora”, disse o militar a simpatizantes que defendiam, na portaria do Palácio da Alvorada, uma intervenção militar. Quase dois meses depois, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos três poderes em Brasília.

O general da reserva Walter Braga Netto; ex-ministro foi vice na chapa de Bolsonaro derrotada em 2022  Foto: ADRIANO MACHADO

Ameaças

Braga Netto sempre foi considerado um “cumpridor de ordens”. Ele atuou como ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro em 2020 e da Defesa em 2021. Na pasta da Defesa, não hesitou em defender a bandeira mais polêmica do chefe. O Estadão revelou que, em julho de 2021, ele mandou um interlocutor dizer ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), em tom de ameaça, que só haveria eleições presidenciais no ano seguinte se tivesse voto impresso. Ainda como titular da pasta, Braga Netto publicou uma ordem do dia celebrando o golpe de Estado de 31 de março de 1964, que culminou na ditadura militar.

A carreira política de Braga Netto começou em 2018, quando chefiou a intervenção federal no Rio durante o mandato do então presidente Michel Temer. Mineiro de Belo Horizonte, ele entrou no Exército em 1974. Foi responsável pela segurança dos Jogos Olímpicos do Brasil em 2016, pouco antes de ser nomeado chefe do Comando Militar do Leste, com sede no Rio.

Disputa interna no PL

O ex-presidente Jair Bolsonaro aguarda o fim das negociações do diretório carioca do PL com os demais partidos de centro-direita para a disputa municipal. Correndo por fora, o senador Carlos Portinho (PL) tenta forjar uma aliança com partidos como PP, Republicanos e União Brasil. Para pavimentar uma pré-candidatura, ele busca um entendimento com o deputado federal Dr. Luizinho (PP).

O parlamentar do Progressistas, por sua vez, tem o apoio do governador Cláudio Castro (PL), que defende uma amplia coligação para vencer Paes. “O presidente Bolsonaro é o grande articulador das eleições de 2024, que é o campo preparatório para as eleições de 2026″, afirma Portinho ao Estadão. “O general Braga Netto é o grande estrategista das ações do PL, não só no Rio de Janeiro como em todo o país”, diz, em tom diplomático.

O senador Carlos Portinho (PL); parlamentar tenta forjar uma aliança com PP, Republicanos e União Brasil Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Um dos integrantes do PL que mais se empenharam na candidatura de Flávio Bolsonaro, o deputado estadual Alan Lopes (PL-RJ) passou a defender a escolha de Braga Netto após o senador deixar a disputa. “Minha missão é lutar para expulsar os corruptos ditadores do Rio de Janeiro”.

Eduardo Pazuello e o deputado estadual Márcio Gualberto também brigam como alternativas para assumir uma vaga de vice-prefeito, caso o partido decida apoiar outra legenda. O ex-ministro da Saúde e Gualberto pretendem participar de uma série de seminários e encontros para discutir o tema da segurança pública. “Continuo trabalhando para que a população do Rio de Janeiro tenha tranquilidade para andar pelas ruas, sem temer a violência que atualmente assola nosso Estado”, escreveu Gualberto nas redes sociais. O tema da segurança continua sendo a aposta do grupo na busca de votos na cidade.

“O PL tem excelentes quadros e uma visão de sociedade que se coaduna com os anseios da população brasileira. Farei aquilo que for o melhor para os cidadãos fluminenses e que tenha sido decidido pelos líderes partidários. O Presidente Jair Bolsonaro é o maior líder político do nosso País, tem uma grande experiência política e será fundamental nas próximas eleições”, diz Gualberto.

A opção Pazuello, contudo, esbarra no presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O dirigente tem dito à interlocutores que lançar o militar é entregar a eleição para o prefeito Eduardo Paes (PSD), uma vez que Pazuello era ministro da Saúde na pandemia da Covid-19, quando Bolsonaro adotou o negacionismo como resposta à crise. Ao contrário do que ocorreu na disputa para deputado, na eleição para prefeito esse tema não passaria batido.

Para o cientista político Marcus Ianoni, Braga Netto atende ao eleitor conservador e de origem militar, e é considerado um nome de confiança de Bolsonaro. O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) avalia que o general da reserva é um dos nomes capazes de aglutinar o espólio bolsonarista na tentativa de vitória contra Paes. “Braga Netto é um dos únicos nomes do PL capazes de representar o ex-presidente Jair Bolsonaro. É militar como Bolsonaro e comunga de ideias semelhantes ao que defende o ex-presidente. Em um Estado em que Bolsonaro venceu em 70 cidades, enquanto Lula saiu vitorioso em 22, o apoio do bolsonarismo pode impactar a disputa municipal”, avalia.

No município do Rio de Janeiro, Bolsonaro obteve 1.929.209 votos, o que corresponde a 52,66% dos votos válidos. Já Lula obteve 1.734.159 votos, o que representa 47,34% dos votos válidos. Sede do Comando Militar do Leste (CML), a cidade abriga um dos maiores efetivos das Forças Armadas no País. Das 109 organizações militares subordinadas ao CML, mais da metade (69) estão localizadas no município. As Forças Armadas concentram metade de seu efetivo militar na região Sudeste (49,14% do total). O Sul concentra 16,49% dos militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, seguido pelo Nordeste (14,34%). Centro-Oeste e Norte têm os menores números de militares, 8,72% e 11,29%, respectivamente.

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