O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira, 22, que a Polícia Federal teve “motivo” para prender o ex-ministro Milton Ribeiro, da Educação, no âmbito da investigação sobre o ‘gabinete paralelo’ instalado na pasta. “Ele que responda pelos atos dele”, disse. “Se a PF prendeu, tem um motivo”, afirmou, alegando que o caso mostra que “não há interferência do governo na PF”.
Em março, quando o esquema no MEC foi revelado pelo Estadão, o chefe do Executivo saiu em defesa de Milton Ribeiro e disse que “colocava a sua cara no fogo” por ele. “O Milton, coisa rara de eu falar aqui: eu boto minha cara no fogo pelo Milton”, afirmou, em transmissão ao vivo. O presidente ainda repetiu: “Minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia contra ele”. Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, eram muito próximos a Ribeiro.
Nesta quarta-feira, 22, o presidente mudou o discurso. “Se tiver algo de errado, ele vai responder. Se for inocente, sem problema; se for culpado, vai pagar. O governo colabora com a investigação. A gente não compactua com nada disso”, disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Itatiaia (MG) transmitida no YouTube. “Agora, não sei qual a profundidade dessa investigação. No meu entender, não é aquela orgânica, porque nós temos os compliances nos ministérios. Qualquer contrato, qualquer negócio não passa”, afirmou. E voltou a dizer que “não há casos de corrupção” em seu governo.
Assista às duas falas de Bolsonaro, em março e nesta quarta-feira, 22 de junho:
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Depois de falar que "colocaria a cara no fogo" pelo ex-ministro da Educação, presidente Jair Bolsonaro afirma que prisão é sinal de que ele não interfere na PF. Imagens: YouTube Jair Bolsonaro/TV Estadão
Quatro dias depois da live de Bolsonaro em março, sua mulher, Michelle, também defendeu a atuação de Ribeiro. “Ainda não tive tempo de ver, mas estou orando pela vida dele. Eu confio muito nele”, afirmou a primeira-dama durante evento de filiação dos ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) ao Republicanos, em Brasília.
Questionado por jornalistas se a saída de Ribeiro causava algum tipo de constrangimento ao governo, também em março, Michelle disse que o ex-ministro era honesto. “Deus sabe de todas as coisas e vai provar que ele é uma pessoa honesta, justa, fiel e leal.” A primeira-dama declarou ainda que conversa com Ribeiro todos os dias. “Amo a vida dele.”
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Sem vínculos com o setor de ensino e sem possuir cargo público, um grupo de pastores passou a comandar a agenda do ex-ministro Milton Ribeiro, da Educação