BRASÍLIA – O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, anunciou nesta terça-feira, 28, Frank Márcio de Oliveira como novo diretor-geral da Agência de Inteligência Brasileira (ABIN). Diretor adjunto da órgão, Oliveira substituirá o delegado Alexandre Ramagem, que foi confirmado como novo chefe da Polícia Federal.
“Levei ao presidente da República o nome do sr. Frank Márcio de Oliveira para ser o novo diretor da Abin. É oficial de inteligência, com mais de 20 anos de carreira e ampla experiência na atividade. Tenho convicção que a agência seguirá em boas mãos”, escreveu Heleno no Twitter.
O general também agradeceu Ramagem, que dirigiu a agência de inteligência nos últimos oito meses. Segundo Heleno, o ex-chefe da Abin – que assumiu a cadeira antes ocupada por Maurício Valeixo – ampliou a aproximação com a Polícia Federal, a partir de agora sob seu comando. A demissão de Valeixo na PF foi o pivô da crise que culminou com a saída do então ministro da Justiça, Sérgio Moro.
“Agradeço ao Delegado Ramagem pelo excelente trabalho como diretor da ABIN. Ampliou a saudável aproximação com a Polícia Federal e incentivou uma inteligência mais ágil. Como exige a era digital. Cumpriu cabalmente sua missão em um ótimo ambiente de trabalho”, destacou o ministro.
Novo chefe da Abin, Oliveira ingressou na agência em 1999 como oficial de inteligência concursado. Neste período, atuou como coordenador de Operações e de Contra Inteligência. Entre 2011 e 2013, foi adido de Inteligência na Embaixada do Brasil na Colômbia. Deixou o posto para assumir a superintendência estadual da Abin no Rio durante a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Em 2016, no governo de Michel Temer, Oliveira se tornou diretor adjunto da Abin, à época dirigida por Janér Tesch Alvarenga. Mesmo com a chegada de Ramagem à chefia da agência, por indicação do presidente Jair Bolsonaro, ele permaneceu na equipe.
Oliveira é ex-oficial da Polícia Militar de Minas Gerais. Foi piloto de helicóptero, participando de operações especiais e de salvamento aéreomédico. Formou-se na década de 1990 como bacharel em Segurança Pública na Academia da PM mineira e fez especialização em Gestão da Segurança Pública, na Fundação João Pinheiro.
Foi observador policial das Nações Unidas em Angola, fez cursos em Israel e nos Estados Unidos, onde autou como pesquisador na Universidade Nacional de Inteligência.
A escolha do diretor-geral da Abin foi de Heleno e marca a volta do comando da agência às mãos de um oficial de carreira. Na prática, não haverá grande transição na cúpula da Abin. Oliveira estava no mesmo cargo desde o governo Temer, quando o órgão voltou a ser vinculado ao GSI, e acompanhou de perto as duas últimas gestões. /COLABOROU FELIPE FRAZÃO