‘Bolsonaro esperava voltar para o Brasil na glória de um golpe’, diz Lula


Presidente diz que inteligência do governo não funcionou e houve neglicência na segurança do Planalto e na PM de Brasília

Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Jair Bolsonaro estava contando com um golpe para voltar dos Estados Unidos e reassumir o poder. Em entrevista à Globonews, Lula prometeu se reaproximar dos militares, mas quer as Forças Armadas despolitizadas. O presidente também acusou a Polícia Militar do Distrito Federal de negligência e afirmou que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Presidência não funcionaram para evitar os atos do dia 8 de janeiro, quando os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

“Fiquei com a impressão que era o começo de um golpe de estado. Me dava a impressão de que Bolsonaro sabia de tudo o que estava acontecendo e estava esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”, disse o petista.

O presidente Lula dise que o serviço do inteligência do governo não funcionou para alertar o governo sobre risco de invasão como o que ocorreu no dia 8 de janeiro. Foto: REUTERS / REUTERS
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Depois de ter declarado publicamente que tinha perdido a confiança de parte dos militares e avisar que as Forças Armadas, Lula terá encontro com os comandantes das três Forças ainda esta semana. Numa tentativa de se reaproximar da caserna, o presidente disse que já encomendou ao Exército, Marinha e Aeronáutica uma lista do que precisam em recursos e estrutura para se modernizar, um discurso que costuma agradar os oficiais da cúpula. Lula reiterou, no entanto, que não quer ver os militares envolvidos com a política.

“O importante é despolitizar as Forças Armadas. O soldado, o sargento e o coronel é do Estado. Não é Exército do Lula, do Bolsonaro, eles têm que defender o Estado brasileiro, a Constituição. Eu quero conversar com eles (os comandantes) abertamente. Quero manter uma relação civilizada. Convivi dignamente com as três Forças. Não quero ter problemas com as Forças, nem que elas tenham problema comigo. Quero que a gente volte à normalidade” disse Lula, acrescentando: “As pessoas estão aí para cumprir as suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política tira a farda, renuncia ao seu cargo, cria um partido político e vai fazer política. Mas enquanto estiver a serviço nas Forças Armadas, enquanto estiver na Advocacia Geral da União, no Ministério Público, essa gente não pode fazer política”.

Lula contou que, no dia 8 de janeiro, ao acompanhar pelo computador de Araraquara, as imagens de invasão dos prédios públicos, ligou para o general Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e cobrou: “Onde estão os soldados?”.

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O petista admitiu que ficou irritado com a falta de ação do setor de segurança. Acusou a PM do DF de ter sido negligente, deixando os extremistas invadir os prédios, mas também apontou sua raiva para o setor de inteligência do governo. Para ele, falharam as inteligências do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e também do GSI. “Houve um erro elementar: minha inteligência (de governo) não existiu”, declarou.

O petista relatou que na sexta-feira que antecedeu à tentativa de golpe recebeu informações de que havia apenas 150 acampadas na frente do QG do Exército e estava tudo tranquilo. No fim de semana, no entanto, como revelou o Estadão, caravanas de ônibus se dirigiram a Brasília aumentando para 4 mil o número de extremistas na frente do quartel militar. Lula afirmou que no dia da ocupação havia 8 mil pessoas participando dos atos golpistas.

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Apesar da insatisfação com a atuação dos militares, Lula saiu em defesa do ministro da Defesa, José Múcio. “Zé Múcio é meu amigo, eu confio, tem muita habilidade política. Tem gente que quer sair logo na porrada. Não é assim”. Também indicou que não pretende trocar os comandantes das Forças. “Você não pode substituir o jogador porque ele perdeu um gol. Tem que ver onde houve um erro nosso, negligência. Foi pego todo mundo de surpresa. O alerta é que a gente não pode mais ficar desprevenido”.

Lula defendeu apuração de todos os responsáveis pela invasão e a efetiva punição dos culpados. “Se Bolsonaro tiver participação direta no que aconteceu ele tem que ser punido”, afirmou. O petista disse, no entanto, que se opõe a ideia de se criar uma CPI para investigar a tentativa de golpe.

Segundo ele, participaram dos atos bolsonaristas, mas também profissionais que estavam preparados para invadir e ocupar prédios públicos com intenção de derrubar o governo eleito. O presidente afirmou que a sociedade brasileira precisa de paz e que o discurso de ódio não fez bem ao País. “Nos últimos quatro anos, o que nós vimos foi ódio disseminado todos os dias. A quantidade de fake news, as coisas mais absurdas que eu jamais acreditei que as pessoas pudessem acreditar”.

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Na entrevista, Lula voltou a reclamar que não pode ocupar o Palácio da Alvorada. Seu antecessor teria deixado a residência sem condição de habitabilidade. “Deve ser o único caso da história em que o presidente não tem casa para morar”, disse, contando que ao visitar o prédio não havia nem cama no quarto e que as instalações estavam “semidestruídas”.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Jair Bolsonaro estava contando com um golpe para voltar dos Estados Unidos e reassumir o poder. Em entrevista à Globonews, Lula prometeu se reaproximar dos militares, mas quer as Forças Armadas despolitizadas. O presidente também acusou a Polícia Militar do Distrito Federal de negligência e afirmou que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Presidência não funcionaram para evitar os atos do dia 8 de janeiro, quando os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

“Fiquei com a impressão que era o começo de um golpe de estado. Me dava a impressão de que Bolsonaro sabia de tudo o que estava acontecendo e estava esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”, disse o petista.

O presidente Lula dise que o serviço do inteligência do governo não funcionou para alertar o governo sobre risco de invasão como o que ocorreu no dia 8 de janeiro. Foto: REUTERS / REUTERS

Depois de ter declarado publicamente que tinha perdido a confiança de parte dos militares e avisar que as Forças Armadas, Lula terá encontro com os comandantes das três Forças ainda esta semana. Numa tentativa de se reaproximar da caserna, o presidente disse que já encomendou ao Exército, Marinha e Aeronáutica uma lista do que precisam em recursos e estrutura para se modernizar, um discurso que costuma agradar os oficiais da cúpula. Lula reiterou, no entanto, que não quer ver os militares envolvidos com a política.

“O importante é despolitizar as Forças Armadas. O soldado, o sargento e o coronel é do Estado. Não é Exército do Lula, do Bolsonaro, eles têm que defender o Estado brasileiro, a Constituição. Eu quero conversar com eles (os comandantes) abertamente. Quero manter uma relação civilizada. Convivi dignamente com as três Forças. Não quero ter problemas com as Forças, nem que elas tenham problema comigo. Quero que a gente volte à normalidade” disse Lula, acrescentando: “As pessoas estão aí para cumprir as suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política tira a farda, renuncia ao seu cargo, cria um partido político e vai fazer política. Mas enquanto estiver a serviço nas Forças Armadas, enquanto estiver na Advocacia Geral da União, no Ministério Público, essa gente não pode fazer política”.

Lula contou que, no dia 8 de janeiro, ao acompanhar pelo computador de Araraquara, as imagens de invasão dos prédios públicos, ligou para o general Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e cobrou: “Onde estão os soldados?”.

O petista admitiu que ficou irritado com a falta de ação do setor de segurança. Acusou a PM do DF de ter sido negligente, deixando os extremistas invadir os prédios, mas também apontou sua raiva para o setor de inteligência do governo. Para ele, falharam as inteligências do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e também do GSI. “Houve um erro elementar: minha inteligência (de governo) não existiu”, declarou.

O petista relatou que na sexta-feira que antecedeu à tentativa de golpe recebeu informações de que havia apenas 150 acampadas na frente do QG do Exército e estava tudo tranquilo. No fim de semana, no entanto, como revelou o Estadão, caravanas de ônibus se dirigiram a Brasília aumentando para 4 mil o número de extremistas na frente do quartel militar. Lula afirmou que no dia da ocupação havia 8 mil pessoas participando dos atos golpistas.

Apesar da insatisfação com a atuação dos militares, Lula saiu em defesa do ministro da Defesa, José Múcio. “Zé Múcio é meu amigo, eu confio, tem muita habilidade política. Tem gente que quer sair logo na porrada. Não é assim”. Também indicou que não pretende trocar os comandantes das Forças. “Você não pode substituir o jogador porque ele perdeu um gol. Tem que ver onde houve um erro nosso, negligência. Foi pego todo mundo de surpresa. O alerta é que a gente não pode mais ficar desprevenido”.

Lula defendeu apuração de todos os responsáveis pela invasão e a efetiva punição dos culpados. “Se Bolsonaro tiver participação direta no que aconteceu ele tem que ser punido”, afirmou. O petista disse, no entanto, que se opõe a ideia de se criar uma CPI para investigar a tentativa de golpe.

Segundo ele, participaram dos atos bolsonaristas, mas também profissionais que estavam preparados para invadir e ocupar prédios públicos com intenção de derrubar o governo eleito. O presidente afirmou que a sociedade brasileira precisa de paz e que o discurso de ódio não fez bem ao País. “Nos últimos quatro anos, o que nós vimos foi ódio disseminado todos os dias. A quantidade de fake news, as coisas mais absurdas que eu jamais acreditei que as pessoas pudessem acreditar”.

Na entrevista, Lula voltou a reclamar que não pode ocupar o Palácio da Alvorada. Seu antecessor teria deixado a residência sem condição de habitabilidade. “Deve ser o único caso da história em que o presidente não tem casa para morar”, disse, contando que ao visitar o prédio não havia nem cama no quarto e que as instalações estavam “semidestruídas”.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Jair Bolsonaro estava contando com um golpe para voltar dos Estados Unidos e reassumir o poder. Em entrevista à Globonews, Lula prometeu se reaproximar dos militares, mas quer as Forças Armadas despolitizadas. O presidente também acusou a Polícia Militar do Distrito Federal de negligência e afirmou que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Presidência não funcionaram para evitar os atos do dia 8 de janeiro, quando os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

“Fiquei com a impressão que era o começo de um golpe de estado. Me dava a impressão de que Bolsonaro sabia de tudo o que estava acontecendo e estava esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”, disse o petista.

O presidente Lula dise que o serviço do inteligência do governo não funcionou para alertar o governo sobre risco de invasão como o que ocorreu no dia 8 de janeiro. Foto: REUTERS / REUTERS

Depois de ter declarado publicamente que tinha perdido a confiança de parte dos militares e avisar que as Forças Armadas, Lula terá encontro com os comandantes das três Forças ainda esta semana. Numa tentativa de se reaproximar da caserna, o presidente disse que já encomendou ao Exército, Marinha e Aeronáutica uma lista do que precisam em recursos e estrutura para se modernizar, um discurso que costuma agradar os oficiais da cúpula. Lula reiterou, no entanto, que não quer ver os militares envolvidos com a política.

“O importante é despolitizar as Forças Armadas. O soldado, o sargento e o coronel é do Estado. Não é Exército do Lula, do Bolsonaro, eles têm que defender o Estado brasileiro, a Constituição. Eu quero conversar com eles (os comandantes) abertamente. Quero manter uma relação civilizada. Convivi dignamente com as três Forças. Não quero ter problemas com as Forças, nem que elas tenham problema comigo. Quero que a gente volte à normalidade” disse Lula, acrescentando: “As pessoas estão aí para cumprir as suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política tira a farda, renuncia ao seu cargo, cria um partido político e vai fazer política. Mas enquanto estiver a serviço nas Forças Armadas, enquanto estiver na Advocacia Geral da União, no Ministério Público, essa gente não pode fazer política”.

Lula contou que, no dia 8 de janeiro, ao acompanhar pelo computador de Araraquara, as imagens de invasão dos prédios públicos, ligou para o general Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e cobrou: “Onde estão os soldados?”.

O petista admitiu que ficou irritado com a falta de ação do setor de segurança. Acusou a PM do DF de ter sido negligente, deixando os extremistas invadir os prédios, mas também apontou sua raiva para o setor de inteligência do governo. Para ele, falharam as inteligências do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e também do GSI. “Houve um erro elementar: minha inteligência (de governo) não existiu”, declarou.

O petista relatou que na sexta-feira que antecedeu à tentativa de golpe recebeu informações de que havia apenas 150 acampadas na frente do QG do Exército e estava tudo tranquilo. No fim de semana, no entanto, como revelou o Estadão, caravanas de ônibus se dirigiram a Brasília aumentando para 4 mil o número de extremistas na frente do quartel militar. Lula afirmou que no dia da ocupação havia 8 mil pessoas participando dos atos golpistas.

Apesar da insatisfação com a atuação dos militares, Lula saiu em defesa do ministro da Defesa, José Múcio. “Zé Múcio é meu amigo, eu confio, tem muita habilidade política. Tem gente que quer sair logo na porrada. Não é assim”. Também indicou que não pretende trocar os comandantes das Forças. “Você não pode substituir o jogador porque ele perdeu um gol. Tem que ver onde houve um erro nosso, negligência. Foi pego todo mundo de surpresa. O alerta é que a gente não pode mais ficar desprevenido”.

Lula defendeu apuração de todos os responsáveis pela invasão e a efetiva punição dos culpados. “Se Bolsonaro tiver participação direta no que aconteceu ele tem que ser punido”, afirmou. O petista disse, no entanto, que se opõe a ideia de se criar uma CPI para investigar a tentativa de golpe.

Segundo ele, participaram dos atos bolsonaristas, mas também profissionais que estavam preparados para invadir e ocupar prédios públicos com intenção de derrubar o governo eleito. O presidente afirmou que a sociedade brasileira precisa de paz e que o discurso de ódio não fez bem ao País. “Nos últimos quatro anos, o que nós vimos foi ódio disseminado todos os dias. A quantidade de fake news, as coisas mais absurdas que eu jamais acreditei que as pessoas pudessem acreditar”.

Na entrevista, Lula voltou a reclamar que não pode ocupar o Palácio da Alvorada. Seu antecessor teria deixado a residência sem condição de habitabilidade. “Deve ser o único caso da história em que o presidente não tem casa para morar”, disse, contando que ao visitar o prédio não havia nem cama no quarto e que as instalações estavam “semidestruídas”.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Jair Bolsonaro estava contando com um golpe para voltar dos Estados Unidos e reassumir o poder. Em entrevista à Globonews, Lula prometeu se reaproximar dos militares, mas quer as Forças Armadas despolitizadas. O presidente também acusou a Polícia Militar do Distrito Federal de negligência e afirmou que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Presidência não funcionaram para evitar os atos do dia 8 de janeiro, quando os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

“Fiquei com a impressão que era o começo de um golpe de estado. Me dava a impressão de que Bolsonaro sabia de tudo o que estava acontecendo e estava esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”, disse o petista.

O presidente Lula dise que o serviço do inteligência do governo não funcionou para alertar o governo sobre risco de invasão como o que ocorreu no dia 8 de janeiro. Foto: REUTERS / REUTERS

Depois de ter declarado publicamente que tinha perdido a confiança de parte dos militares e avisar que as Forças Armadas, Lula terá encontro com os comandantes das três Forças ainda esta semana. Numa tentativa de se reaproximar da caserna, o presidente disse que já encomendou ao Exército, Marinha e Aeronáutica uma lista do que precisam em recursos e estrutura para se modernizar, um discurso que costuma agradar os oficiais da cúpula. Lula reiterou, no entanto, que não quer ver os militares envolvidos com a política.

“O importante é despolitizar as Forças Armadas. O soldado, o sargento e o coronel é do Estado. Não é Exército do Lula, do Bolsonaro, eles têm que defender o Estado brasileiro, a Constituição. Eu quero conversar com eles (os comandantes) abertamente. Quero manter uma relação civilizada. Convivi dignamente com as três Forças. Não quero ter problemas com as Forças, nem que elas tenham problema comigo. Quero que a gente volte à normalidade” disse Lula, acrescentando: “As pessoas estão aí para cumprir as suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política tira a farda, renuncia ao seu cargo, cria um partido político e vai fazer política. Mas enquanto estiver a serviço nas Forças Armadas, enquanto estiver na Advocacia Geral da União, no Ministério Público, essa gente não pode fazer política”.

Lula contou que, no dia 8 de janeiro, ao acompanhar pelo computador de Araraquara, as imagens de invasão dos prédios públicos, ligou para o general Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e cobrou: “Onde estão os soldados?”.

O petista admitiu que ficou irritado com a falta de ação do setor de segurança. Acusou a PM do DF de ter sido negligente, deixando os extremistas invadir os prédios, mas também apontou sua raiva para o setor de inteligência do governo. Para ele, falharam as inteligências do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e também do GSI. “Houve um erro elementar: minha inteligência (de governo) não existiu”, declarou.

O petista relatou que na sexta-feira que antecedeu à tentativa de golpe recebeu informações de que havia apenas 150 acampadas na frente do QG do Exército e estava tudo tranquilo. No fim de semana, no entanto, como revelou o Estadão, caravanas de ônibus se dirigiram a Brasília aumentando para 4 mil o número de extremistas na frente do quartel militar. Lula afirmou que no dia da ocupação havia 8 mil pessoas participando dos atos golpistas.

Apesar da insatisfação com a atuação dos militares, Lula saiu em defesa do ministro da Defesa, José Múcio. “Zé Múcio é meu amigo, eu confio, tem muita habilidade política. Tem gente que quer sair logo na porrada. Não é assim”. Também indicou que não pretende trocar os comandantes das Forças. “Você não pode substituir o jogador porque ele perdeu um gol. Tem que ver onde houve um erro nosso, negligência. Foi pego todo mundo de surpresa. O alerta é que a gente não pode mais ficar desprevenido”.

Lula defendeu apuração de todos os responsáveis pela invasão e a efetiva punição dos culpados. “Se Bolsonaro tiver participação direta no que aconteceu ele tem que ser punido”, afirmou. O petista disse, no entanto, que se opõe a ideia de se criar uma CPI para investigar a tentativa de golpe.

Segundo ele, participaram dos atos bolsonaristas, mas também profissionais que estavam preparados para invadir e ocupar prédios públicos com intenção de derrubar o governo eleito. O presidente afirmou que a sociedade brasileira precisa de paz e que o discurso de ódio não fez bem ao País. “Nos últimos quatro anos, o que nós vimos foi ódio disseminado todos os dias. A quantidade de fake news, as coisas mais absurdas que eu jamais acreditei que as pessoas pudessem acreditar”.

Na entrevista, Lula voltou a reclamar que não pode ocupar o Palácio da Alvorada. Seu antecessor teria deixado a residência sem condição de habitabilidade. “Deve ser o único caso da história em que o presidente não tem casa para morar”, disse, contando que ao visitar o prédio não havia nem cama no quarto e que as instalações estavam “semidestruídas”.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Jair Bolsonaro estava contando com um golpe para voltar dos Estados Unidos e reassumir o poder. Em entrevista à Globonews, Lula prometeu se reaproximar dos militares, mas quer as Forças Armadas despolitizadas. O presidente também acusou a Polícia Militar do Distrito Federal de negligência e afirmou que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Presidência não funcionaram para evitar os atos do dia 8 de janeiro, quando os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

“Fiquei com a impressão que era o começo de um golpe de estado. Me dava a impressão de que Bolsonaro sabia de tudo o que estava acontecendo e estava esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”, disse o petista.

O presidente Lula dise que o serviço do inteligência do governo não funcionou para alertar o governo sobre risco de invasão como o que ocorreu no dia 8 de janeiro. Foto: REUTERS / REUTERS

Depois de ter declarado publicamente que tinha perdido a confiança de parte dos militares e avisar que as Forças Armadas, Lula terá encontro com os comandantes das três Forças ainda esta semana. Numa tentativa de se reaproximar da caserna, o presidente disse que já encomendou ao Exército, Marinha e Aeronáutica uma lista do que precisam em recursos e estrutura para se modernizar, um discurso que costuma agradar os oficiais da cúpula. Lula reiterou, no entanto, que não quer ver os militares envolvidos com a política.

“O importante é despolitizar as Forças Armadas. O soldado, o sargento e o coronel é do Estado. Não é Exército do Lula, do Bolsonaro, eles têm que defender o Estado brasileiro, a Constituição. Eu quero conversar com eles (os comandantes) abertamente. Quero manter uma relação civilizada. Convivi dignamente com as três Forças. Não quero ter problemas com as Forças, nem que elas tenham problema comigo. Quero que a gente volte à normalidade” disse Lula, acrescentando: “As pessoas estão aí para cumprir as suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política tira a farda, renuncia ao seu cargo, cria um partido político e vai fazer política. Mas enquanto estiver a serviço nas Forças Armadas, enquanto estiver na Advocacia Geral da União, no Ministério Público, essa gente não pode fazer política”.

Lula contou que, no dia 8 de janeiro, ao acompanhar pelo computador de Araraquara, as imagens de invasão dos prédios públicos, ligou para o general Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e cobrou: “Onde estão os soldados?”.

O petista admitiu que ficou irritado com a falta de ação do setor de segurança. Acusou a PM do DF de ter sido negligente, deixando os extremistas invadir os prédios, mas também apontou sua raiva para o setor de inteligência do governo. Para ele, falharam as inteligências do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e também do GSI. “Houve um erro elementar: minha inteligência (de governo) não existiu”, declarou.

O petista relatou que na sexta-feira que antecedeu à tentativa de golpe recebeu informações de que havia apenas 150 acampadas na frente do QG do Exército e estava tudo tranquilo. No fim de semana, no entanto, como revelou o Estadão, caravanas de ônibus se dirigiram a Brasília aumentando para 4 mil o número de extremistas na frente do quartel militar. Lula afirmou que no dia da ocupação havia 8 mil pessoas participando dos atos golpistas.

Apesar da insatisfação com a atuação dos militares, Lula saiu em defesa do ministro da Defesa, José Múcio. “Zé Múcio é meu amigo, eu confio, tem muita habilidade política. Tem gente que quer sair logo na porrada. Não é assim”. Também indicou que não pretende trocar os comandantes das Forças. “Você não pode substituir o jogador porque ele perdeu um gol. Tem que ver onde houve um erro nosso, negligência. Foi pego todo mundo de surpresa. O alerta é que a gente não pode mais ficar desprevenido”.

Lula defendeu apuração de todos os responsáveis pela invasão e a efetiva punição dos culpados. “Se Bolsonaro tiver participação direta no que aconteceu ele tem que ser punido”, afirmou. O petista disse, no entanto, que se opõe a ideia de se criar uma CPI para investigar a tentativa de golpe.

Segundo ele, participaram dos atos bolsonaristas, mas também profissionais que estavam preparados para invadir e ocupar prédios públicos com intenção de derrubar o governo eleito. O presidente afirmou que a sociedade brasileira precisa de paz e que o discurso de ódio não fez bem ao País. “Nos últimos quatro anos, o que nós vimos foi ódio disseminado todos os dias. A quantidade de fake news, as coisas mais absurdas que eu jamais acreditei que as pessoas pudessem acreditar”.

Na entrevista, Lula voltou a reclamar que não pode ocupar o Palácio da Alvorada. Seu antecessor teria deixado a residência sem condição de habitabilidade. “Deve ser o único caso da história em que o presidente não tem casa para morar”, disse, contando que ao visitar o prédio não havia nem cama no quarto e que as instalações estavam “semidestruídas”.

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