Bolsonaro se defende e diz que depredações em Brasília ‘fogem à regra’


Ex-presidente fez três tuítes para se defender sobre relação com os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília

Por Vinícius Valfré
Atualização:

BRASÍLIA - Mais de seis horas após o início das invasões e depredações das sedes dos três Poderes da República, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou, de Orlando, nos Estados Unidos, três tuítes em que afirma que atos como ocorridos ontem “fogem à regra”.

Bolsonaro se defendeu de ser responsável por incentivar as ações golpistas, que pediam intervenção federal e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mais cedo, Lula disse que seu antecessor também é responsável pelos atos de vandalismo que se espalharam por Brasília.

Bolsonaro comparou os atos violentos de ontem a protestos “realizados pela esquerda em 2013 e 2017″”. Nos dois protestos usados como comparação pelo ex-presidente não houve invasões das sedes dos três Poderes nem depredações na dimensão como a que ocorreu neste domingo.

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“Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade”, escreveu o ex-presidente. “No mais, repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil”, completou Bolsonaro.

Nos grupos de mensagens dos extremistas, a orientação foi a de evitar o nome de Jair Bolsonaro e direcionar pedidos de golpe às Forças Armadas. Nas ruas, porém, extremistas usavam camisas, faixas e bandeiras em alusão ao ex-presidente.

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Extremistas com camiseta estampando imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro em atos terroristas em Brasília Foto: Leonencio Nossa

Para o professor de História Contemporânea da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e um dos coordenadores do Observatório da Extrema Direita Odilon Caldeira, as mensagens cifradas nas redes disparadas pelo ex-presidente desde que foi derrotado nas urnas influenciam os extremistas.

O especialista cita o fato de Bolsonaro manter o título de presidente em seus perfis oficiais e repetir a postura do norte-americano Donald Trump na invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, ao permanecer em silêncio horas após o início dos atos de vandalismo no centro do poder brasileiro.

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Os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump se encontraram no Salão Oval da Casa Branca em março. Foto: Reuters / Kevin Lamarque

“A dimensão hipotética desse ato antidemocrático já está inscrita dentro de uma ótica bolsonarista há anos. Bolsonaro, apesar de ter, em certa medida, reconhecido o resultado das urnas, ele continua mobilizando militantes, seja por meio de mensagens cifradas, seja por utilização do título de presidente no Twitter. Isso deve ser lido como instrumento do Bolsonaro e do bolsonarismo para não ter implicação do ponto de vista político e jurídico”, afirmou.

A invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, ocorreu antes de Joe Biden tomar posse. Na ocasião, Trump permaneceu em silêncio. A quebradeira na Praça dos Três Poderes em Brasília é realizada com um novo governo estabelecido. Para Odilon Caldeira, o ato deste domingo, 8, vai além do questionamento do resultado das urnas.

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“Vejo esse processo em torno de uma ótica não de rechaço do processo eleitoral, mas de esvaziamento da normalidade da prática política. Quando esses grupos conseguem escalar violentamente, colocam em xeque a habilidade das instituições democráticas em lidar com esse problema. Se os governantes e o STF não dão conta de lidar, seria uma síntese da falta de legitimidade política dessas instituições. Aos olhos desses grupos, seria uma questão de não haver democracia e só a intervenção militar resolveria”, comentou.

BRASÍLIA - Mais de seis horas após o início das invasões e depredações das sedes dos três Poderes da República, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou, de Orlando, nos Estados Unidos, três tuítes em que afirma que atos como ocorridos ontem “fogem à regra”.

Bolsonaro se defendeu de ser responsável por incentivar as ações golpistas, que pediam intervenção federal e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mais cedo, Lula disse que seu antecessor também é responsável pelos atos de vandalismo que se espalharam por Brasília.

Bolsonaro comparou os atos violentos de ontem a protestos “realizados pela esquerda em 2013 e 2017″”. Nos dois protestos usados como comparação pelo ex-presidente não houve invasões das sedes dos três Poderes nem depredações na dimensão como a que ocorreu neste domingo.

“Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade”, escreveu o ex-presidente. “No mais, repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil”, completou Bolsonaro.

Nos grupos de mensagens dos extremistas, a orientação foi a de evitar o nome de Jair Bolsonaro e direcionar pedidos de golpe às Forças Armadas. Nas ruas, porém, extremistas usavam camisas, faixas e bandeiras em alusão ao ex-presidente.

Extremistas com camiseta estampando imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro em atos terroristas em Brasília Foto: Leonencio Nossa

Para o professor de História Contemporânea da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e um dos coordenadores do Observatório da Extrema Direita Odilon Caldeira, as mensagens cifradas nas redes disparadas pelo ex-presidente desde que foi derrotado nas urnas influenciam os extremistas.

O especialista cita o fato de Bolsonaro manter o título de presidente em seus perfis oficiais e repetir a postura do norte-americano Donald Trump na invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, ao permanecer em silêncio horas após o início dos atos de vandalismo no centro do poder brasileiro.

Os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump se encontraram no Salão Oval da Casa Branca em março. Foto: Reuters / Kevin Lamarque

“A dimensão hipotética desse ato antidemocrático já está inscrita dentro de uma ótica bolsonarista há anos. Bolsonaro, apesar de ter, em certa medida, reconhecido o resultado das urnas, ele continua mobilizando militantes, seja por meio de mensagens cifradas, seja por utilização do título de presidente no Twitter. Isso deve ser lido como instrumento do Bolsonaro e do bolsonarismo para não ter implicação do ponto de vista político e jurídico”, afirmou.

A invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, ocorreu antes de Joe Biden tomar posse. Na ocasião, Trump permaneceu em silêncio. A quebradeira na Praça dos Três Poderes em Brasília é realizada com um novo governo estabelecido. Para Odilon Caldeira, o ato deste domingo, 8, vai além do questionamento do resultado das urnas.

“Vejo esse processo em torno de uma ótica não de rechaço do processo eleitoral, mas de esvaziamento da normalidade da prática política. Quando esses grupos conseguem escalar violentamente, colocam em xeque a habilidade das instituições democráticas em lidar com esse problema. Se os governantes e o STF não dão conta de lidar, seria uma síntese da falta de legitimidade política dessas instituições. Aos olhos desses grupos, seria uma questão de não haver democracia e só a intervenção militar resolveria”, comentou.

BRASÍLIA - Mais de seis horas após o início das invasões e depredações das sedes dos três Poderes da República, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou, de Orlando, nos Estados Unidos, três tuítes em que afirma que atos como ocorridos ontem “fogem à regra”.

Bolsonaro se defendeu de ser responsável por incentivar as ações golpistas, que pediam intervenção federal e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mais cedo, Lula disse que seu antecessor também é responsável pelos atos de vandalismo que se espalharam por Brasília.

Bolsonaro comparou os atos violentos de ontem a protestos “realizados pela esquerda em 2013 e 2017″”. Nos dois protestos usados como comparação pelo ex-presidente não houve invasões das sedes dos três Poderes nem depredações na dimensão como a que ocorreu neste domingo.

“Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade”, escreveu o ex-presidente. “No mais, repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil”, completou Bolsonaro.

Nos grupos de mensagens dos extremistas, a orientação foi a de evitar o nome de Jair Bolsonaro e direcionar pedidos de golpe às Forças Armadas. Nas ruas, porém, extremistas usavam camisas, faixas e bandeiras em alusão ao ex-presidente.

Extremistas com camiseta estampando imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro em atos terroristas em Brasília Foto: Leonencio Nossa

Para o professor de História Contemporânea da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e um dos coordenadores do Observatório da Extrema Direita Odilon Caldeira, as mensagens cifradas nas redes disparadas pelo ex-presidente desde que foi derrotado nas urnas influenciam os extremistas.

O especialista cita o fato de Bolsonaro manter o título de presidente em seus perfis oficiais e repetir a postura do norte-americano Donald Trump na invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, ao permanecer em silêncio horas após o início dos atos de vandalismo no centro do poder brasileiro.

Os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump se encontraram no Salão Oval da Casa Branca em março. Foto: Reuters / Kevin Lamarque

“A dimensão hipotética desse ato antidemocrático já está inscrita dentro de uma ótica bolsonarista há anos. Bolsonaro, apesar de ter, em certa medida, reconhecido o resultado das urnas, ele continua mobilizando militantes, seja por meio de mensagens cifradas, seja por utilização do título de presidente no Twitter. Isso deve ser lido como instrumento do Bolsonaro e do bolsonarismo para não ter implicação do ponto de vista político e jurídico”, afirmou.

A invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, ocorreu antes de Joe Biden tomar posse. Na ocasião, Trump permaneceu em silêncio. A quebradeira na Praça dos Três Poderes em Brasília é realizada com um novo governo estabelecido. Para Odilon Caldeira, o ato deste domingo, 8, vai além do questionamento do resultado das urnas.

“Vejo esse processo em torno de uma ótica não de rechaço do processo eleitoral, mas de esvaziamento da normalidade da prática política. Quando esses grupos conseguem escalar violentamente, colocam em xeque a habilidade das instituições democráticas em lidar com esse problema. Se os governantes e o STF não dão conta de lidar, seria uma síntese da falta de legitimidade política dessas instituições. Aos olhos desses grupos, seria uma questão de não haver democracia e só a intervenção militar resolveria”, comentou.

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