Bolsonaro silencia sobre Milton Ribeiro e gabinete paralelo de pastores em ‘Marcha para Jesus’


Discursando para evangélicos em Balneário Camboriú (SC), presidente usou ‘pautas de costumes’, como o aborto, para reforçar a polarização contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Por Bianca Ávila Müller, Felipe Frazão e Davi Medeiros
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do evento religioso Marcha para Jesus neste sábado, 25, em Balneário Camboriú (SC). No primeiro discurso público aos evangélicos após a prisão de Milton Ribeiro, ele não deu sua versão para o telefonema em que o ex-ministro e pastor presbiteriano cita que teria sido alertado pelo presidente dos riscos de uma operação de busca e apreensão. Em vez disso, aproveitou a recente polêmica em torno da legalização do aborto para reforçar a polarização contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro definiu as eleições deste ano como uma “briga do bem contra o mal”. Aproveitando o caráter religioso do evento, mencionou as chamadas “pautas de costumes” para demarcar posição contra o PT. Afirmou, ainda, que a cidade de Balneário Camboriú, comparada por ele a Dubai, pode “perder a pompa se a bandeira do País for pintada de vermelho”.

“Um lado defende o aborto, o outro é contra; um lado defende a família, o outro quer cada vez mais desgastar os seus valores; um lado é contra a ideologia de gênero, o outro é favorável; um lado quer que seu povo se arme, para que cada vez mais se afaste a sombra daqueles que querem roubar essa nossa tão sagrada liberdade; e eu tenho dito: povo armado jamais será escravizado”, disse o presidente.

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Após a prisão de Milton Ribeiro, que foi solto na última quinta-feira, Bolsonaro mudou o tom sobre o pastor. Em março, quando o Estadão revelou o gabinete paralelo no MEC, o presidente disse que colocaria a “cara no fogo” pelo então ministro da pasta. Esta semana, após a operação da Polícia Federal, afirmou que, “Se a PF prendeu, tem um motivo”.

Posteriormente, disse que errou e colocaria, na verdade, “a mão no fogo”. Hoje, em Santa Catarina, não apenas não defendeu, como não citou o nome de Ribeiro. O escândalo atingiu diretamente o presidente nesta sexta-feira, 24, quando um grampo da PF revelou que Milton foi alertado por Bolsonaro sobre a possibilidade de haver buscas contra o ex-ministro.

A existência da conversa, para o Ministério Público Federal, indica que pode ter havido interferência ilícita na Operação Acesso Pago por parte do presidente, com o vazamento dos planos da Polícia Federal, o que teria obstruído a investigação. Por causa disso, o inquérito foi remetido ao Supremo Tribunal Federal.

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O presidente se esquivou de falar sobre a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, por quem chegou a dizer que colocaria a cara no fogo. Bolsonaro disse que formou seu ministério “com as pressões mais variadas possíveis para manter Brasília como sempre esteve ao longo das últimas décadas” e que fez o contrário.

O presidente nem sequer citou o combate à corrupção, o que já foi uma bandeira de campanha dele. Ignorou também a atuação extraoficial no MEC dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, da Assembleia de Deus Cristo Para Todos, ambos presos na Operação Acesso Pago e, assim como o ex-ministro, libertados por decisão judicial que ainda será reavaliada.

O Palácio do Planalto e o comitê de pré-campanha temem a reação dos cristãos conservadores ao esquema revelado pelo Estadão. Parlamentares da bancada evangélica admitiram que o caso gerou constrangimento no segmento e teve uma repercussão política negativa. Apesar do desgaste sem precedentes, os deputados dizem que o caso não vai fazer Bolsonaro perder apoio e atuam em linha com o Planalto para defender o presidente.

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O presidente Jair Bolsonaro participa da Marcha para Jesus em Balneário Camboriú (SC) acompanhado da primeira dama Michelle Bolsonaro e do empresário Luciano Hang. Foto: Bianca Ávila Müller

Bolsonaro chegou à cidade por volta das 10 horas acompanhado da primeira dama Michelle Bolsonaro. O empresário Luciano Hang, das Lojas Havan, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, também estiveram no local. A Polícia Militar informou que o evento reuniu cerca de 25 mil pessoas, metade do esperado pela organização.

Voltando a falar sobre as “quatro linhas da Constituição”, Bolsonaro afirmou que sua eleição serviu para que o brasileiro “começasse a entender o que é política e o que representa cada um dos Três Poderes”. Em tom de ameaça, ele disse que cresce a possibilidade de ter de “tomar uma decisão”, mas não foi claro sobre que decisão seria esta.

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“Sempre tenho falado das 4 linhas da Constituição. Tenho certeza que, se preciso for, e cada vez mais parece que será preciso, nós tomaremos as decisões que devam ser tomadas”, declarou.

A concentração para a marcha começou na Praça Almirante Tamandaré, no centro da cidade, e partiu em direção à barra norte de Balneário, onde um palco foi montado para receber o presidente. Bolsonaro também deve participar de um almoço com pastores, políticos e empresários. O retorno a Brasília está previsto para a tarde deste sábado.

O evento estava previsto para acontecer em 2 de julho, mas foi antecipado para permitir a participação do presidente. Esta é a terceira Marcha para Jesus da qual Bolsonaro participa no intervalo de um mês. Ele também esteve nos eventos realizados em Manaus, em 28 de maio, e em Curitiba, em 21 de maio.

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Como mostrou o Estadão, as Marchas para Jesus dão palanque para Bolsonaro neste ano de eleição. O presidente tem participado de uma série de grandes eventos evangélicos, uma de suas bases eleitorais (ele é líder de intenções de voto entre esse grupo). Além disso, ao longo deste ano, o chefe do Executivo e a primeira-dama, Michelle, receberam pastores, bispos e influenciadores digitais evangélicos no Palácio da Alvorada.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do evento religioso Marcha para Jesus neste sábado, 25, em Balneário Camboriú (SC). No primeiro discurso público aos evangélicos após a prisão de Milton Ribeiro, ele não deu sua versão para o telefonema em que o ex-ministro e pastor presbiteriano cita que teria sido alertado pelo presidente dos riscos de uma operação de busca e apreensão. Em vez disso, aproveitou a recente polêmica em torno da legalização do aborto para reforçar a polarização contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro definiu as eleições deste ano como uma “briga do bem contra o mal”. Aproveitando o caráter religioso do evento, mencionou as chamadas “pautas de costumes” para demarcar posição contra o PT. Afirmou, ainda, que a cidade de Balneário Camboriú, comparada por ele a Dubai, pode “perder a pompa se a bandeira do País for pintada de vermelho”.

“Um lado defende o aborto, o outro é contra; um lado defende a família, o outro quer cada vez mais desgastar os seus valores; um lado é contra a ideologia de gênero, o outro é favorável; um lado quer que seu povo se arme, para que cada vez mais se afaste a sombra daqueles que querem roubar essa nossa tão sagrada liberdade; e eu tenho dito: povo armado jamais será escravizado”, disse o presidente.

Após a prisão de Milton Ribeiro, que foi solto na última quinta-feira, Bolsonaro mudou o tom sobre o pastor. Em março, quando o Estadão revelou o gabinete paralelo no MEC, o presidente disse que colocaria a “cara no fogo” pelo então ministro da pasta. Esta semana, após a operação da Polícia Federal, afirmou que, “Se a PF prendeu, tem um motivo”.

Posteriormente, disse que errou e colocaria, na verdade, “a mão no fogo”. Hoje, em Santa Catarina, não apenas não defendeu, como não citou o nome de Ribeiro. O escândalo atingiu diretamente o presidente nesta sexta-feira, 24, quando um grampo da PF revelou que Milton foi alertado por Bolsonaro sobre a possibilidade de haver buscas contra o ex-ministro.

A existência da conversa, para o Ministério Público Federal, indica que pode ter havido interferência ilícita na Operação Acesso Pago por parte do presidente, com o vazamento dos planos da Polícia Federal, o que teria obstruído a investigação. Por causa disso, o inquérito foi remetido ao Supremo Tribunal Federal.

O presidente se esquivou de falar sobre a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, por quem chegou a dizer que colocaria a cara no fogo. Bolsonaro disse que formou seu ministério “com as pressões mais variadas possíveis para manter Brasília como sempre esteve ao longo das últimas décadas” e que fez o contrário.

O presidente nem sequer citou o combate à corrupção, o que já foi uma bandeira de campanha dele. Ignorou também a atuação extraoficial no MEC dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, da Assembleia de Deus Cristo Para Todos, ambos presos na Operação Acesso Pago e, assim como o ex-ministro, libertados por decisão judicial que ainda será reavaliada.

O Palácio do Planalto e o comitê de pré-campanha temem a reação dos cristãos conservadores ao esquema revelado pelo Estadão. Parlamentares da bancada evangélica admitiram que o caso gerou constrangimento no segmento e teve uma repercussão política negativa. Apesar do desgaste sem precedentes, os deputados dizem que o caso não vai fazer Bolsonaro perder apoio e atuam em linha com o Planalto para defender o presidente.

O presidente Jair Bolsonaro participa da Marcha para Jesus em Balneário Camboriú (SC) acompanhado da primeira dama Michelle Bolsonaro e do empresário Luciano Hang. Foto: Bianca Ávila Müller

Bolsonaro chegou à cidade por volta das 10 horas acompanhado da primeira dama Michelle Bolsonaro. O empresário Luciano Hang, das Lojas Havan, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, também estiveram no local. A Polícia Militar informou que o evento reuniu cerca de 25 mil pessoas, metade do esperado pela organização.

Voltando a falar sobre as “quatro linhas da Constituição”, Bolsonaro afirmou que sua eleição serviu para que o brasileiro “começasse a entender o que é política e o que representa cada um dos Três Poderes”. Em tom de ameaça, ele disse que cresce a possibilidade de ter de “tomar uma decisão”, mas não foi claro sobre que decisão seria esta.

“Sempre tenho falado das 4 linhas da Constituição. Tenho certeza que, se preciso for, e cada vez mais parece que será preciso, nós tomaremos as decisões que devam ser tomadas”, declarou.

A concentração para a marcha começou na Praça Almirante Tamandaré, no centro da cidade, e partiu em direção à barra norte de Balneário, onde um palco foi montado para receber o presidente. Bolsonaro também deve participar de um almoço com pastores, políticos e empresários. O retorno a Brasília está previsto para a tarde deste sábado.

O evento estava previsto para acontecer em 2 de julho, mas foi antecipado para permitir a participação do presidente. Esta é a terceira Marcha para Jesus da qual Bolsonaro participa no intervalo de um mês. Ele também esteve nos eventos realizados em Manaus, em 28 de maio, e em Curitiba, em 21 de maio.

Como mostrou o Estadão, as Marchas para Jesus dão palanque para Bolsonaro neste ano de eleição. O presidente tem participado de uma série de grandes eventos evangélicos, uma de suas bases eleitorais (ele é líder de intenções de voto entre esse grupo). Além disso, ao longo deste ano, o chefe do Executivo e a primeira-dama, Michelle, receberam pastores, bispos e influenciadores digitais evangélicos no Palácio da Alvorada.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do evento religioso Marcha para Jesus neste sábado, 25, em Balneário Camboriú (SC). No primeiro discurso público aos evangélicos após a prisão de Milton Ribeiro, ele não deu sua versão para o telefonema em que o ex-ministro e pastor presbiteriano cita que teria sido alertado pelo presidente dos riscos de uma operação de busca e apreensão. Em vez disso, aproveitou a recente polêmica em torno da legalização do aborto para reforçar a polarização contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro definiu as eleições deste ano como uma “briga do bem contra o mal”. Aproveitando o caráter religioso do evento, mencionou as chamadas “pautas de costumes” para demarcar posição contra o PT. Afirmou, ainda, que a cidade de Balneário Camboriú, comparada por ele a Dubai, pode “perder a pompa se a bandeira do País for pintada de vermelho”.

“Um lado defende o aborto, o outro é contra; um lado defende a família, o outro quer cada vez mais desgastar os seus valores; um lado é contra a ideologia de gênero, o outro é favorável; um lado quer que seu povo se arme, para que cada vez mais se afaste a sombra daqueles que querem roubar essa nossa tão sagrada liberdade; e eu tenho dito: povo armado jamais será escravizado”, disse o presidente.

Após a prisão de Milton Ribeiro, que foi solto na última quinta-feira, Bolsonaro mudou o tom sobre o pastor. Em março, quando o Estadão revelou o gabinete paralelo no MEC, o presidente disse que colocaria a “cara no fogo” pelo então ministro da pasta. Esta semana, após a operação da Polícia Federal, afirmou que, “Se a PF prendeu, tem um motivo”.

Posteriormente, disse que errou e colocaria, na verdade, “a mão no fogo”. Hoje, em Santa Catarina, não apenas não defendeu, como não citou o nome de Ribeiro. O escândalo atingiu diretamente o presidente nesta sexta-feira, 24, quando um grampo da PF revelou que Milton foi alertado por Bolsonaro sobre a possibilidade de haver buscas contra o ex-ministro.

A existência da conversa, para o Ministério Público Federal, indica que pode ter havido interferência ilícita na Operação Acesso Pago por parte do presidente, com o vazamento dos planos da Polícia Federal, o que teria obstruído a investigação. Por causa disso, o inquérito foi remetido ao Supremo Tribunal Federal.

O presidente se esquivou de falar sobre a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, por quem chegou a dizer que colocaria a cara no fogo. Bolsonaro disse que formou seu ministério “com as pressões mais variadas possíveis para manter Brasília como sempre esteve ao longo das últimas décadas” e que fez o contrário.

O presidente nem sequer citou o combate à corrupção, o que já foi uma bandeira de campanha dele. Ignorou também a atuação extraoficial no MEC dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, da Assembleia de Deus Cristo Para Todos, ambos presos na Operação Acesso Pago e, assim como o ex-ministro, libertados por decisão judicial que ainda será reavaliada.

O Palácio do Planalto e o comitê de pré-campanha temem a reação dos cristãos conservadores ao esquema revelado pelo Estadão. Parlamentares da bancada evangélica admitiram que o caso gerou constrangimento no segmento e teve uma repercussão política negativa. Apesar do desgaste sem precedentes, os deputados dizem que o caso não vai fazer Bolsonaro perder apoio e atuam em linha com o Planalto para defender o presidente.

O presidente Jair Bolsonaro participa da Marcha para Jesus em Balneário Camboriú (SC) acompanhado da primeira dama Michelle Bolsonaro e do empresário Luciano Hang. Foto: Bianca Ávila Müller

Bolsonaro chegou à cidade por volta das 10 horas acompanhado da primeira dama Michelle Bolsonaro. O empresário Luciano Hang, das Lojas Havan, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, também estiveram no local. A Polícia Militar informou que o evento reuniu cerca de 25 mil pessoas, metade do esperado pela organização.

Voltando a falar sobre as “quatro linhas da Constituição”, Bolsonaro afirmou que sua eleição serviu para que o brasileiro “começasse a entender o que é política e o que representa cada um dos Três Poderes”. Em tom de ameaça, ele disse que cresce a possibilidade de ter de “tomar uma decisão”, mas não foi claro sobre que decisão seria esta.

“Sempre tenho falado das 4 linhas da Constituição. Tenho certeza que, se preciso for, e cada vez mais parece que será preciso, nós tomaremos as decisões que devam ser tomadas”, declarou.

A concentração para a marcha começou na Praça Almirante Tamandaré, no centro da cidade, e partiu em direção à barra norte de Balneário, onde um palco foi montado para receber o presidente. Bolsonaro também deve participar de um almoço com pastores, políticos e empresários. O retorno a Brasília está previsto para a tarde deste sábado.

O evento estava previsto para acontecer em 2 de julho, mas foi antecipado para permitir a participação do presidente. Esta é a terceira Marcha para Jesus da qual Bolsonaro participa no intervalo de um mês. Ele também esteve nos eventos realizados em Manaus, em 28 de maio, e em Curitiba, em 21 de maio.

Como mostrou o Estadão, as Marchas para Jesus dão palanque para Bolsonaro neste ano de eleição. O presidente tem participado de uma série de grandes eventos evangélicos, uma de suas bases eleitorais (ele é líder de intenções de voto entre esse grupo). Além disso, ao longo deste ano, o chefe do Executivo e a primeira-dama, Michelle, receberam pastores, bispos e influenciadores digitais evangélicos no Palácio da Alvorada.

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