Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria após ter passaporte apreendido, diz NYT


Jornal americano divulgou vídeos e imagens do ex-presidente na representação diplomática em fevereiro; Embaixada não se pronunciou e defesa de Bolsonaro alega que foi visita para atualizar o ‘cenário político’ entre os dois países

Por Gabriel de Sousa e Tácio Lorran
Atualização:

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou pelo menos duas noites na Embaixada da Hungria após ser obrigado a entregar o passaporte à Justiça brasileira. A informação foi divulgada pelo jornal dos Estados Unidos The New York Times (NYT).

Imagens do ex-presidente Jair Bolsnaro na embaixada da Hungria, segundo NYT Foto: Reprodução / NYT

O jornal publicou imagens de vídeo e fotos indicando que Bolsonaro entrou na embaixada em Brasilia no dia 12 de fevereiro e só saiu de lá dois dias depois. O NYT divulgou ainda fotos de satélite mostrando que o veículo usado pelo ex-presidente ficou estacionado na embaixada.

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Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, concluiu a defesa de Bolsonaro. O Estadão procurou a Embaixada da Hungria, mas não obteve retorno.

A casa de Bolsonaro no bairro Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google.

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Distância entre a casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília, e a Embaixada da Hungria Foto: Reprodução/ Google Maps

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com o primeiro-ministro Viktor Orbán, que é um político da extrema-direita do país europeu. A estratégia seria tentar escapar de punições da Justiça brasileira , segundo o NYT. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios invioláveis dos países de origem.

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Bolsonaro teria chegado na Embaixada da Hungria no dia 12 de fevereiro, após postar um vídeo convocando apoiadores para o ato na Avenida Paulista que ocorreu no dia 25, reunindo milhares de bolsonaristas. Na manifestação, o ex-presidente minimizou as provas obtidas pelas investigações em que é alvo e defendeu anistia para os presos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.

Momentos antes de Bolsonaro chegar, as câmeras de segurança mostraram Miklós Halmai, embaixador da Hungria do Brasil, andando e digitando no telefone. Por conta do feriado de Carnaval, a embaixada húngara estava vazia, sendo frequentada apenas pelos diplomatas que vivem no prédio.

Bolsonaro chegou às 21h34 em um carro perto. O vídeo divulgado pelo NYT mostra um homem batendo palmas para chamar a atenção dos funcionários da embaixada. Depois de três minutos Halmai abre o portão e indica onde o carro de Bolsonaro pode estacionar.

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O ex-presidente e o primeiro-ministro hungáro possuem um relacionamento próximo há anos. Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro.

Em dezembro do ano passado, Bolsonaro e Orbán se reuniram em Buenos Aires na posse do presidente da Argentina, Javier Milei. No encontro, Orbán chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

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“Estamos em Buenos Aires para comemorar a grande vitória do presidente Javier Milei. Tive o prazer de encontrar com meu grande amigo, presidente Jair Bolsonaro. A direita está a crescer não só na Europa, mas em todo o mundo!”, disse Orban no X (antigo Twitter).

Bolsonaro foi alvo de operação que investiga tentativa de golpe antes de ir para a Embaixada da Hungria

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Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF). O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.“Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

Além da tentativa de golpe, a situação jurídica de Bolsonaro também é ameaçada pelo caso das joias que foram vendidas ilegalmente por Bolsonaro e seus aliados, o inquérito das milícias digitais e o apuração da fraude nos dados do Ministério da Saúde. No último, o ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou pelo menos duas noites na Embaixada da Hungria após ser obrigado a entregar o passaporte à Justiça brasileira. A informação foi divulgada pelo jornal dos Estados Unidos The New York Times (NYT).

Imagens do ex-presidente Jair Bolsnaro na embaixada da Hungria, segundo NYT Foto: Reprodução / NYT

O jornal publicou imagens de vídeo e fotos indicando que Bolsonaro entrou na embaixada em Brasilia no dia 12 de fevereiro e só saiu de lá dois dias depois. O NYT divulgou ainda fotos de satélite mostrando que o veículo usado pelo ex-presidente ficou estacionado na embaixada.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, concluiu a defesa de Bolsonaro. O Estadão procurou a Embaixada da Hungria, mas não obteve retorno.

A casa de Bolsonaro no bairro Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google.

Distância entre a casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília, e a Embaixada da Hungria Foto: Reprodução/ Google Maps

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com o primeiro-ministro Viktor Orbán, que é um político da extrema-direita do país europeu. A estratégia seria tentar escapar de punições da Justiça brasileira , segundo o NYT. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios invioláveis dos países de origem.

Bolsonaro teria chegado na Embaixada da Hungria no dia 12 de fevereiro, após postar um vídeo convocando apoiadores para o ato na Avenida Paulista que ocorreu no dia 25, reunindo milhares de bolsonaristas. Na manifestação, o ex-presidente minimizou as provas obtidas pelas investigações em que é alvo e defendeu anistia para os presos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.

Momentos antes de Bolsonaro chegar, as câmeras de segurança mostraram Miklós Halmai, embaixador da Hungria do Brasil, andando e digitando no telefone. Por conta do feriado de Carnaval, a embaixada húngara estava vazia, sendo frequentada apenas pelos diplomatas que vivem no prédio.

Bolsonaro chegou às 21h34 em um carro perto. O vídeo divulgado pelo NYT mostra um homem batendo palmas para chamar a atenção dos funcionários da embaixada. Depois de três minutos Halmai abre o portão e indica onde o carro de Bolsonaro pode estacionar.

O ex-presidente e o primeiro-ministro hungáro possuem um relacionamento próximo há anos. Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro.

Em dezembro do ano passado, Bolsonaro e Orbán se reuniram em Buenos Aires na posse do presidente da Argentina, Javier Milei. No encontro, Orbán chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

“Estamos em Buenos Aires para comemorar a grande vitória do presidente Javier Milei. Tive o prazer de encontrar com meu grande amigo, presidente Jair Bolsonaro. A direita está a crescer não só na Europa, mas em todo o mundo!”, disse Orban no X (antigo Twitter).

Bolsonaro foi alvo de operação que investiga tentativa de golpe antes de ir para a Embaixada da Hungria

Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF). O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.“Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

Além da tentativa de golpe, a situação jurídica de Bolsonaro também é ameaçada pelo caso das joias que foram vendidas ilegalmente por Bolsonaro e seus aliados, o inquérito das milícias digitais e o apuração da fraude nos dados do Ministério da Saúde. No último, o ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou pelo menos duas noites na Embaixada da Hungria após ser obrigado a entregar o passaporte à Justiça brasileira. A informação foi divulgada pelo jornal dos Estados Unidos The New York Times (NYT).

Imagens do ex-presidente Jair Bolsnaro na embaixada da Hungria, segundo NYT Foto: Reprodução / NYT

O jornal publicou imagens de vídeo e fotos indicando que Bolsonaro entrou na embaixada em Brasilia no dia 12 de fevereiro e só saiu de lá dois dias depois. O NYT divulgou ainda fotos de satélite mostrando que o veículo usado pelo ex-presidente ficou estacionado na embaixada.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, concluiu a defesa de Bolsonaro. O Estadão procurou a Embaixada da Hungria, mas não obteve retorno.

A casa de Bolsonaro no bairro Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google.

Distância entre a casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília, e a Embaixada da Hungria Foto: Reprodução/ Google Maps

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com o primeiro-ministro Viktor Orbán, que é um político da extrema-direita do país europeu. A estratégia seria tentar escapar de punições da Justiça brasileira , segundo o NYT. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios invioláveis dos países de origem.

Bolsonaro teria chegado na Embaixada da Hungria no dia 12 de fevereiro, após postar um vídeo convocando apoiadores para o ato na Avenida Paulista que ocorreu no dia 25, reunindo milhares de bolsonaristas. Na manifestação, o ex-presidente minimizou as provas obtidas pelas investigações em que é alvo e defendeu anistia para os presos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.

Momentos antes de Bolsonaro chegar, as câmeras de segurança mostraram Miklós Halmai, embaixador da Hungria do Brasil, andando e digitando no telefone. Por conta do feriado de Carnaval, a embaixada húngara estava vazia, sendo frequentada apenas pelos diplomatas que vivem no prédio.

Bolsonaro chegou às 21h34 em um carro perto. O vídeo divulgado pelo NYT mostra um homem batendo palmas para chamar a atenção dos funcionários da embaixada. Depois de três minutos Halmai abre o portão e indica onde o carro de Bolsonaro pode estacionar.

O ex-presidente e o primeiro-ministro hungáro possuem um relacionamento próximo há anos. Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro.

Em dezembro do ano passado, Bolsonaro e Orbán se reuniram em Buenos Aires na posse do presidente da Argentina, Javier Milei. No encontro, Orbán chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

“Estamos em Buenos Aires para comemorar a grande vitória do presidente Javier Milei. Tive o prazer de encontrar com meu grande amigo, presidente Jair Bolsonaro. A direita está a crescer não só na Europa, mas em todo o mundo!”, disse Orban no X (antigo Twitter).

Bolsonaro foi alvo de operação que investiga tentativa de golpe antes de ir para a Embaixada da Hungria

Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF). O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.“Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

Além da tentativa de golpe, a situação jurídica de Bolsonaro também é ameaçada pelo caso das joias que foram vendidas ilegalmente por Bolsonaro e seus aliados, o inquérito das milícias digitais e o apuração da fraude nos dados do Ministério da Saúde. No último, o ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou pelo menos duas noites na Embaixada da Hungria após ser obrigado a entregar o passaporte à Justiça brasileira. A informação foi divulgada pelo jornal dos Estados Unidos The New York Times (NYT).

Imagens do ex-presidente Jair Bolsnaro na embaixada da Hungria, segundo NYT Foto: Reprodução / NYT

O jornal publicou imagens de vídeo e fotos indicando que Bolsonaro entrou na embaixada em Brasilia no dia 12 de fevereiro e só saiu de lá dois dias depois. O NYT divulgou ainda fotos de satélite mostrando que o veículo usado pelo ex-presidente ficou estacionado na embaixada.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, concluiu a defesa de Bolsonaro. O Estadão procurou a Embaixada da Hungria, mas não obteve retorno.

A casa de Bolsonaro no bairro Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google.

Distância entre a casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília, e a Embaixada da Hungria Foto: Reprodução/ Google Maps

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com o primeiro-ministro Viktor Orbán, que é um político da extrema-direita do país europeu. A estratégia seria tentar escapar de punições da Justiça brasileira , segundo o NYT. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios invioláveis dos países de origem.

Bolsonaro teria chegado na Embaixada da Hungria no dia 12 de fevereiro, após postar um vídeo convocando apoiadores para o ato na Avenida Paulista que ocorreu no dia 25, reunindo milhares de bolsonaristas. Na manifestação, o ex-presidente minimizou as provas obtidas pelas investigações em que é alvo e defendeu anistia para os presos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.

Momentos antes de Bolsonaro chegar, as câmeras de segurança mostraram Miklós Halmai, embaixador da Hungria do Brasil, andando e digitando no telefone. Por conta do feriado de Carnaval, a embaixada húngara estava vazia, sendo frequentada apenas pelos diplomatas que vivem no prédio.

Bolsonaro chegou às 21h34 em um carro perto. O vídeo divulgado pelo NYT mostra um homem batendo palmas para chamar a atenção dos funcionários da embaixada. Depois de três minutos Halmai abre o portão e indica onde o carro de Bolsonaro pode estacionar.

O ex-presidente e o primeiro-ministro hungáro possuem um relacionamento próximo há anos. Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro.

Em dezembro do ano passado, Bolsonaro e Orbán se reuniram em Buenos Aires na posse do presidente da Argentina, Javier Milei. No encontro, Orbán chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

“Estamos em Buenos Aires para comemorar a grande vitória do presidente Javier Milei. Tive o prazer de encontrar com meu grande amigo, presidente Jair Bolsonaro. A direita está a crescer não só na Europa, mas em todo o mundo!”, disse Orban no X (antigo Twitter).

Bolsonaro foi alvo de operação que investiga tentativa de golpe antes de ir para a Embaixada da Hungria

Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF). O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.“Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

Além da tentativa de golpe, a situação jurídica de Bolsonaro também é ameaçada pelo caso das joias que foram vendidas ilegalmente por Bolsonaro e seus aliados, o inquérito das milícias digitais e o apuração da fraude nos dados do Ministério da Saúde. No último, o ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou pelo menos duas noites na Embaixada da Hungria após ser obrigado a entregar o passaporte à Justiça brasileira. A informação foi divulgada pelo jornal dos Estados Unidos The New York Times (NYT).

Imagens do ex-presidente Jair Bolsnaro na embaixada da Hungria, segundo NYT Foto: Reprodução / NYT

O jornal publicou imagens de vídeo e fotos indicando que Bolsonaro entrou na embaixada em Brasilia no dia 12 de fevereiro e só saiu de lá dois dias depois. O NYT divulgou ainda fotos de satélite mostrando que o veículo usado pelo ex-presidente ficou estacionado na embaixada.

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que ele passou dois dias hospedado no prédio, mas negou que a estadia se deu por busca de um asilo político. Segundo os representantes do ex-presidente, a presença na embaixada se resumiu em “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, concluiu a defesa de Bolsonaro. O Estadão procurou a Embaixada da Hungria, mas não obteve retorno.

A casa de Bolsonaro no bairro Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google.

Distância entre a casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília, e a Embaixada da Hungria Foto: Reprodução/ Google Maps

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade” com o primeiro-ministro Viktor Orbán, que é um político da extrema-direita do país europeu. A estratégia seria tentar escapar de punições da Justiça brasileira , segundo o NYT. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios invioláveis dos países de origem.

Bolsonaro teria chegado na Embaixada da Hungria no dia 12 de fevereiro, após postar um vídeo convocando apoiadores para o ato na Avenida Paulista que ocorreu no dia 25, reunindo milhares de bolsonaristas. Na manifestação, o ex-presidente minimizou as provas obtidas pelas investigações em que é alvo e defendeu anistia para os presos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.

Momentos antes de Bolsonaro chegar, as câmeras de segurança mostraram Miklós Halmai, embaixador da Hungria do Brasil, andando e digitando no telefone. Por conta do feriado de Carnaval, a embaixada húngara estava vazia, sendo frequentada apenas pelos diplomatas que vivem no prédio.

Bolsonaro chegou às 21h34 em um carro perto. O vídeo divulgado pelo NYT mostra um homem batendo palmas para chamar a atenção dos funcionários da embaixada. Depois de três minutos Halmai abre o portão e indica onde o carro de Bolsonaro pode estacionar.

O ex-presidente e o primeiro-ministro hungáro possuem um relacionamento próximo há anos. Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. “Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos”, disse Bolsonaro.

Em dezembro do ano passado, Bolsonaro e Orbán se reuniram em Buenos Aires na posse do presidente da Argentina, Javier Milei. No encontro, Orbán chamou Bolsonaro de “meu bom amigo”.

“Estamos em Buenos Aires para comemorar a grande vitória do presidente Javier Milei. Tive o prazer de encontrar com meu grande amigo, presidente Jair Bolsonaro. A direita está a crescer não só na Europa, mas em todo o mundo!”, disse Orban no X (antigo Twitter).

Bolsonaro foi alvo de operação que investiga tentativa de golpe antes de ir para a Embaixada da Hungria

Em 8 de fevereiro, quatro dias antes de Bolsonaro entrar na Embaixada da Hungria, Bolsonaro teve o passaporte apreendido após a deflagração da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF). O ex-presidente, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores da Presidência são investigados por uma tentativa de golpe de Estado.

No dia em que Bolsonaro foi alvo da operação, Orbán defendeu o aliado publicamente.“Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu o premiê húngaro no X (antigo Twitter).

Além da tentativa de golpe, a situação jurídica de Bolsonaro também é ameaçada pelo caso das joias que foram vendidas ilegalmente por Bolsonaro e seus aliados, o inquérito das milícias digitais e o apuração da fraude nos dados do Ministério da Saúde. No último, o ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.

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