Bolsonaro, PCO e Daniel Silveira: veja investigados no inquérito das fake news relatado por Moraes


Gabinete do ministro do STF ordenou que órgão do TSE produzisse relatórios para embasar decisões do próprio magistrado; magistrado nega que tenha havido irregularidade

Por Pedro Augusto Figueiredo
Atualização:

O inquérito das fake news foi aberto de ofício em março de 2019 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para investigar “notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações” contra a Corte. Relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que foi escolhido sem sorteio, o inquérito ainda está aberto e atingiu ao longo dos anos Jair Bolsonaro (PL), deputados, empresários e blogueiros — quase sempre ligados ao ex-presidente — e até mesmo o Partido da Causa Operária (PCO).

Mensagens e diálogos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo e divulgados nesta terça-feira, 13, contudo, mostram que o gabinete de Moraes no STF ordenou, de forma não oficial, que o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) produzisse relatórios para abastecer o inquérito das fake news e embasar as decisões do próprio ministro contra os bolsonaristas.

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Em nota, o gabinete de Moraes afirmou que, no curso dos inquéritos, fez solicitações a inúmeros órgãos, incluindo o TSE. Segundo o magistrado, todas as ações foram feitas seguindo os termos regimentais.

Inquérito foi aberto de ofício por Dias Toffoli em 2019 e relatado por Alexandre de Moraes. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADAO Foto: Estadão

A reportagem cita dois casos em que houve pedido de produção dos relatórios: o do blogueiro Paulo Figueiredo Filho e do comentarista Rodrigo Constantino. Segundo o jornal, os documentos continham publicações de ambos nas redes sociais com críticas à atuação da Justiça na eleição de 2022 e serviram como base para Moraes ordenar, no final de 2022, a quebra de sigilo bancário de Figueiredo e Constantino, bloquear os perfis deles na internet e cancelar os respectivos passaportes.

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Não é possível precisar todos os investigados no inquérito das fake news porque o processo está sob sigilo no STF, mas, ao longo dos anos, operações e decisões que vieram a público permitem traçar um histórico da investigação.

O principal investigado é Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi incluído no inquérito em agosto de 2021, dias após realizar uma transmissão ao vivo com ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. Meses antes, em fevereiro, o então deputado federal Daniel Silveira teve a prisão em flagrante decretada por Moraes no âmbito da investigação após divulgar um vídeo no qual afirmou que o STF não “faz p.... nenhuma” e que os 11 ministros da Corte deveriam ser destituídos.

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Antes disso, em maio de 2020, Moraes expediu 29 mandados de busca e apreensão contra os blogueiros Allan dos Santos e Bernardo Kuster, a ativista Sara Winter, os empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury e o ex-deputado Roberto Jefferson, entre outros alvos. A operação mirava o chamado “gabinete do ódio”, estrutura criada pelo entorno de Bolsonaro para disseminar notícias falsas. Também houve pedidos de quebra de sigilos fiscal e bancários de supostos financiadores do esquema.

Foi nesta operação que Moraes ordenou que oito deputados federais e estaduais bolsonaristas prestassem depoimentos à Polícia Federal no âmbito do inquérito das fake news. Foram eles: Beatriz Kicis (PL-DF) Carla Zambelli (PL-SP), Filipe Barros (PL-PR), Cabo Junio Amaral (PL-MG), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), Gil Diniz (PL-SP), o próprio Daniel Silveira e o à época deputado paulista Douglas Garcia.

O PCO também se tornou alvo do inquérito antes das eleições de 2022. A sigla teve as redes bloqueadas por Moraes após defender a “dissolução do STF”, chamar o ministro de “skinhead de toga” e “tucano fascista”. Outra sigla que sofreu as consequências do processo foi o PL, partido de Bolsonaro.

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O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto (PL) foi intimado pelo ministro do Supremo a apresentar explicações sobre um relatório publicado pelo PL que contestava o sistema de apuração de votos do TSE apenas quatro dias antes do primeiro turno em 2022.

Veja lista de investigados, presos, alvos de mandado de busca e apreensão ou citados no inquérito das fake news

  • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente
  • Valdemar Costa Neto (PL), por ser presidente do PL
  • Partido da Causa Operária (PCO)
  • Beatriz Kicis (PL- DF), deputada federal
  • Carla Zambelli (PL-SP), deputado federal
  • Daniel Silveira, ex-deputado federal
  • Filipe Barros (PL-PR), deputado federal
  • Cabo Junio do Amaral (PL-MG), deputado federal
  • Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), deputado federal
  • Douglas Garcia, ex-deputado estadual por São Paulo
  • Gil Diniz (PL-SP), deputado estadual por São Paulo
  • Roberto Jefferson Monteiro Francisco - ex-deputado
  • Luciano Hang - empresário bolsonarista dono das lojas Havan
  • Allan dos Santos - sócio do site conservador Terça Livre; um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo;
  • Sara Winter - ex-ativista bolsonarista
  • Winston Rodrigues Lima - capitão da reserva da Marinha e youtuber
  • Reynaldo Bianchi Junior - youtuber e humorista
  • Bernardo Pires Kuster - youtuber
  • Marcelo Stachin - ativista bolsonarista
  • Edgard Gomes Corona - dono da rede de academia Bio Ritmo e Smartfit
  • Edson Pires Salomão - assessor do então deputado estadual Douglas Garcia
  • Rodrigo Barbosa Ribeiro - auxiliar parlamentar do então deputado estadual Douglas Garcia
  • Enzo Leonardo Suzi Momenti - youtuber
  • Eduardo Fabres Portella
  • Paulo Gonçalves Bezerra
  • Marcos Dominguez Bellizia
  • Otavio Oscar Fakhoury
  • Rafael Moreno

O inquérito das fake news foi aberto de ofício em março de 2019 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para investigar “notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações” contra a Corte. Relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que foi escolhido sem sorteio, o inquérito ainda está aberto e atingiu ao longo dos anos Jair Bolsonaro (PL), deputados, empresários e blogueiros — quase sempre ligados ao ex-presidente — e até mesmo o Partido da Causa Operária (PCO).

Mensagens e diálogos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo e divulgados nesta terça-feira, 13, contudo, mostram que o gabinete de Moraes no STF ordenou, de forma não oficial, que o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) produzisse relatórios para abastecer o inquérito das fake news e embasar as decisões do próprio ministro contra os bolsonaristas.

Em nota, o gabinete de Moraes afirmou que, no curso dos inquéritos, fez solicitações a inúmeros órgãos, incluindo o TSE. Segundo o magistrado, todas as ações foram feitas seguindo os termos regimentais.

Inquérito foi aberto de ofício por Dias Toffoli em 2019 e relatado por Alexandre de Moraes. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADAO Foto: Estadão

A reportagem cita dois casos em que houve pedido de produção dos relatórios: o do blogueiro Paulo Figueiredo Filho e do comentarista Rodrigo Constantino. Segundo o jornal, os documentos continham publicações de ambos nas redes sociais com críticas à atuação da Justiça na eleição de 2022 e serviram como base para Moraes ordenar, no final de 2022, a quebra de sigilo bancário de Figueiredo e Constantino, bloquear os perfis deles na internet e cancelar os respectivos passaportes.

Não é possível precisar todos os investigados no inquérito das fake news porque o processo está sob sigilo no STF, mas, ao longo dos anos, operações e decisões que vieram a público permitem traçar um histórico da investigação.

O principal investigado é Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi incluído no inquérito em agosto de 2021, dias após realizar uma transmissão ao vivo com ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. Meses antes, em fevereiro, o então deputado federal Daniel Silveira teve a prisão em flagrante decretada por Moraes no âmbito da investigação após divulgar um vídeo no qual afirmou que o STF não “faz p.... nenhuma” e que os 11 ministros da Corte deveriam ser destituídos.

Antes disso, em maio de 2020, Moraes expediu 29 mandados de busca e apreensão contra os blogueiros Allan dos Santos e Bernardo Kuster, a ativista Sara Winter, os empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury e o ex-deputado Roberto Jefferson, entre outros alvos. A operação mirava o chamado “gabinete do ódio”, estrutura criada pelo entorno de Bolsonaro para disseminar notícias falsas. Também houve pedidos de quebra de sigilos fiscal e bancários de supostos financiadores do esquema.

Foi nesta operação que Moraes ordenou que oito deputados federais e estaduais bolsonaristas prestassem depoimentos à Polícia Federal no âmbito do inquérito das fake news. Foram eles: Beatriz Kicis (PL-DF) Carla Zambelli (PL-SP), Filipe Barros (PL-PR), Cabo Junio Amaral (PL-MG), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), Gil Diniz (PL-SP), o próprio Daniel Silveira e o à época deputado paulista Douglas Garcia.

O PCO também se tornou alvo do inquérito antes das eleições de 2022. A sigla teve as redes bloqueadas por Moraes após defender a “dissolução do STF”, chamar o ministro de “skinhead de toga” e “tucano fascista”. Outra sigla que sofreu as consequências do processo foi o PL, partido de Bolsonaro.

O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto (PL) foi intimado pelo ministro do Supremo a apresentar explicações sobre um relatório publicado pelo PL que contestava o sistema de apuração de votos do TSE apenas quatro dias antes do primeiro turno em 2022.

Veja lista de investigados, presos, alvos de mandado de busca e apreensão ou citados no inquérito das fake news

  • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente
  • Valdemar Costa Neto (PL), por ser presidente do PL
  • Partido da Causa Operária (PCO)
  • Beatriz Kicis (PL- DF), deputada federal
  • Carla Zambelli (PL-SP), deputado federal
  • Daniel Silveira, ex-deputado federal
  • Filipe Barros (PL-PR), deputado federal
  • Cabo Junio do Amaral (PL-MG), deputado federal
  • Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), deputado federal
  • Douglas Garcia, ex-deputado estadual por São Paulo
  • Gil Diniz (PL-SP), deputado estadual por São Paulo
  • Roberto Jefferson Monteiro Francisco - ex-deputado
  • Luciano Hang - empresário bolsonarista dono das lojas Havan
  • Allan dos Santos - sócio do site conservador Terça Livre; um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo;
  • Sara Winter - ex-ativista bolsonarista
  • Winston Rodrigues Lima - capitão da reserva da Marinha e youtuber
  • Reynaldo Bianchi Junior - youtuber e humorista
  • Bernardo Pires Kuster - youtuber
  • Marcelo Stachin - ativista bolsonarista
  • Edgard Gomes Corona - dono da rede de academia Bio Ritmo e Smartfit
  • Edson Pires Salomão - assessor do então deputado estadual Douglas Garcia
  • Rodrigo Barbosa Ribeiro - auxiliar parlamentar do então deputado estadual Douglas Garcia
  • Enzo Leonardo Suzi Momenti - youtuber
  • Eduardo Fabres Portella
  • Paulo Gonçalves Bezerra
  • Marcos Dominguez Bellizia
  • Otavio Oscar Fakhoury
  • Rafael Moreno

O inquérito das fake news foi aberto de ofício em março de 2019 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para investigar “notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações” contra a Corte. Relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que foi escolhido sem sorteio, o inquérito ainda está aberto e atingiu ao longo dos anos Jair Bolsonaro (PL), deputados, empresários e blogueiros — quase sempre ligados ao ex-presidente — e até mesmo o Partido da Causa Operária (PCO).

Mensagens e diálogos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo e divulgados nesta terça-feira, 13, contudo, mostram que o gabinete de Moraes no STF ordenou, de forma não oficial, que o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) produzisse relatórios para abastecer o inquérito das fake news e embasar as decisões do próprio ministro contra os bolsonaristas.

Em nota, o gabinete de Moraes afirmou que, no curso dos inquéritos, fez solicitações a inúmeros órgãos, incluindo o TSE. Segundo o magistrado, todas as ações foram feitas seguindo os termos regimentais.

Inquérito foi aberto de ofício por Dias Toffoli em 2019 e relatado por Alexandre de Moraes. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADAO Foto: Estadão

A reportagem cita dois casos em que houve pedido de produção dos relatórios: o do blogueiro Paulo Figueiredo Filho e do comentarista Rodrigo Constantino. Segundo o jornal, os documentos continham publicações de ambos nas redes sociais com críticas à atuação da Justiça na eleição de 2022 e serviram como base para Moraes ordenar, no final de 2022, a quebra de sigilo bancário de Figueiredo e Constantino, bloquear os perfis deles na internet e cancelar os respectivos passaportes.

Não é possível precisar todos os investigados no inquérito das fake news porque o processo está sob sigilo no STF, mas, ao longo dos anos, operações e decisões que vieram a público permitem traçar um histórico da investigação.

O principal investigado é Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi incluído no inquérito em agosto de 2021, dias após realizar uma transmissão ao vivo com ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. Meses antes, em fevereiro, o então deputado federal Daniel Silveira teve a prisão em flagrante decretada por Moraes no âmbito da investigação após divulgar um vídeo no qual afirmou que o STF não “faz p.... nenhuma” e que os 11 ministros da Corte deveriam ser destituídos.

Antes disso, em maio de 2020, Moraes expediu 29 mandados de busca e apreensão contra os blogueiros Allan dos Santos e Bernardo Kuster, a ativista Sara Winter, os empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury e o ex-deputado Roberto Jefferson, entre outros alvos. A operação mirava o chamado “gabinete do ódio”, estrutura criada pelo entorno de Bolsonaro para disseminar notícias falsas. Também houve pedidos de quebra de sigilos fiscal e bancários de supostos financiadores do esquema.

Foi nesta operação que Moraes ordenou que oito deputados federais e estaduais bolsonaristas prestassem depoimentos à Polícia Federal no âmbito do inquérito das fake news. Foram eles: Beatriz Kicis (PL-DF) Carla Zambelli (PL-SP), Filipe Barros (PL-PR), Cabo Junio Amaral (PL-MG), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), Gil Diniz (PL-SP), o próprio Daniel Silveira e o à época deputado paulista Douglas Garcia.

O PCO também se tornou alvo do inquérito antes das eleições de 2022. A sigla teve as redes bloqueadas por Moraes após defender a “dissolução do STF”, chamar o ministro de “skinhead de toga” e “tucano fascista”. Outra sigla que sofreu as consequências do processo foi o PL, partido de Bolsonaro.

O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto (PL) foi intimado pelo ministro do Supremo a apresentar explicações sobre um relatório publicado pelo PL que contestava o sistema de apuração de votos do TSE apenas quatro dias antes do primeiro turno em 2022.

Veja lista de investigados, presos, alvos de mandado de busca e apreensão ou citados no inquérito das fake news

  • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente
  • Valdemar Costa Neto (PL), por ser presidente do PL
  • Partido da Causa Operária (PCO)
  • Beatriz Kicis (PL- DF), deputada federal
  • Carla Zambelli (PL-SP), deputado federal
  • Daniel Silveira, ex-deputado federal
  • Filipe Barros (PL-PR), deputado federal
  • Cabo Junio do Amaral (PL-MG), deputado federal
  • Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), deputado federal
  • Douglas Garcia, ex-deputado estadual por São Paulo
  • Gil Diniz (PL-SP), deputado estadual por São Paulo
  • Roberto Jefferson Monteiro Francisco - ex-deputado
  • Luciano Hang - empresário bolsonarista dono das lojas Havan
  • Allan dos Santos - sócio do site conservador Terça Livre; um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo;
  • Sara Winter - ex-ativista bolsonarista
  • Winston Rodrigues Lima - capitão da reserva da Marinha e youtuber
  • Reynaldo Bianchi Junior - youtuber e humorista
  • Bernardo Pires Kuster - youtuber
  • Marcelo Stachin - ativista bolsonarista
  • Edgard Gomes Corona - dono da rede de academia Bio Ritmo e Smartfit
  • Edson Pires Salomão - assessor do então deputado estadual Douglas Garcia
  • Rodrigo Barbosa Ribeiro - auxiliar parlamentar do então deputado estadual Douglas Garcia
  • Enzo Leonardo Suzi Momenti - youtuber
  • Eduardo Fabres Portella
  • Paulo Gonçalves Bezerra
  • Marcos Dominguez Bellizia
  • Otavio Oscar Fakhoury
  • Rafael Moreno

O inquérito das fake news foi aberto de ofício em março de 2019 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para investigar “notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações” contra a Corte. Relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que foi escolhido sem sorteio, o inquérito ainda está aberto e atingiu ao longo dos anos Jair Bolsonaro (PL), deputados, empresários e blogueiros — quase sempre ligados ao ex-presidente — e até mesmo o Partido da Causa Operária (PCO).

Mensagens e diálogos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo e divulgados nesta terça-feira, 13, contudo, mostram que o gabinete de Moraes no STF ordenou, de forma não oficial, que o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) produzisse relatórios para abastecer o inquérito das fake news e embasar as decisões do próprio ministro contra os bolsonaristas.

Em nota, o gabinete de Moraes afirmou que, no curso dos inquéritos, fez solicitações a inúmeros órgãos, incluindo o TSE. Segundo o magistrado, todas as ações foram feitas seguindo os termos regimentais.

Inquérito foi aberto de ofício por Dias Toffoli em 2019 e relatado por Alexandre de Moraes. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADAO Foto: Estadão

A reportagem cita dois casos em que houve pedido de produção dos relatórios: o do blogueiro Paulo Figueiredo Filho e do comentarista Rodrigo Constantino. Segundo o jornal, os documentos continham publicações de ambos nas redes sociais com críticas à atuação da Justiça na eleição de 2022 e serviram como base para Moraes ordenar, no final de 2022, a quebra de sigilo bancário de Figueiredo e Constantino, bloquear os perfis deles na internet e cancelar os respectivos passaportes.

Não é possível precisar todos os investigados no inquérito das fake news porque o processo está sob sigilo no STF, mas, ao longo dos anos, operações e decisões que vieram a público permitem traçar um histórico da investigação.

O principal investigado é Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi incluído no inquérito em agosto de 2021, dias após realizar uma transmissão ao vivo com ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. Meses antes, em fevereiro, o então deputado federal Daniel Silveira teve a prisão em flagrante decretada por Moraes no âmbito da investigação após divulgar um vídeo no qual afirmou que o STF não “faz p.... nenhuma” e que os 11 ministros da Corte deveriam ser destituídos.

Antes disso, em maio de 2020, Moraes expediu 29 mandados de busca e apreensão contra os blogueiros Allan dos Santos e Bernardo Kuster, a ativista Sara Winter, os empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury e o ex-deputado Roberto Jefferson, entre outros alvos. A operação mirava o chamado “gabinete do ódio”, estrutura criada pelo entorno de Bolsonaro para disseminar notícias falsas. Também houve pedidos de quebra de sigilos fiscal e bancários de supostos financiadores do esquema.

Foi nesta operação que Moraes ordenou que oito deputados federais e estaduais bolsonaristas prestassem depoimentos à Polícia Federal no âmbito do inquérito das fake news. Foram eles: Beatriz Kicis (PL-DF) Carla Zambelli (PL-SP), Filipe Barros (PL-PR), Cabo Junio Amaral (PL-MG), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), Gil Diniz (PL-SP), o próprio Daniel Silveira e o à época deputado paulista Douglas Garcia.

O PCO também se tornou alvo do inquérito antes das eleições de 2022. A sigla teve as redes bloqueadas por Moraes após defender a “dissolução do STF”, chamar o ministro de “skinhead de toga” e “tucano fascista”. Outra sigla que sofreu as consequências do processo foi o PL, partido de Bolsonaro.

O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto (PL) foi intimado pelo ministro do Supremo a apresentar explicações sobre um relatório publicado pelo PL que contestava o sistema de apuração de votos do TSE apenas quatro dias antes do primeiro turno em 2022.

Veja lista de investigados, presos, alvos de mandado de busca e apreensão ou citados no inquérito das fake news

  • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente
  • Valdemar Costa Neto (PL), por ser presidente do PL
  • Partido da Causa Operária (PCO)
  • Beatriz Kicis (PL- DF), deputada federal
  • Carla Zambelli (PL-SP), deputado federal
  • Daniel Silveira, ex-deputado federal
  • Filipe Barros (PL-PR), deputado federal
  • Cabo Junio do Amaral (PL-MG), deputado federal
  • Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), deputado federal
  • Douglas Garcia, ex-deputado estadual por São Paulo
  • Gil Diniz (PL-SP), deputado estadual por São Paulo
  • Roberto Jefferson Monteiro Francisco - ex-deputado
  • Luciano Hang - empresário bolsonarista dono das lojas Havan
  • Allan dos Santos - sócio do site conservador Terça Livre; um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo;
  • Sara Winter - ex-ativista bolsonarista
  • Winston Rodrigues Lima - capitão da reserva da Marinha e youtuber
  • Reynaldo Bianchi Junior - youtuber e humorista
  • Bernardo Pires Kuster - youtuber
  • Marcelo Stachin - ativista bolsonarista
  • Edgard Gomes Corona - dono da rede de academia Bio Ritmo e Smartfit
  • Edson Pires Salomão - assessor do então deputado estadual Douglas Garcia
  • Rodrigo Barbosa Ribeiro - auxiliar parlamentar do então deputado estadual Douglas Garcia
  • Enzo Leonardo Suzi Momenti - youtuber
  • Eduardo Fabres Portella
  • Paulo Gonçalves Bezerra
  • Marcos Dominguez Bellizia
  • Otavio Oscar Fakhoury
  • Rafael Moreno

O inquérito das fake news foi aberto de ofício em março de 2019 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para investigar “notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações” contra a Corte. Relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que foi escolhido sem sorteio, o inquérito ainda está aberto e atingiu ao longo dos anos Jair Bolsonaro (PL), deputados, empresários e blogueiros — quase sempre ligados ao ex-presidente — e até mesmo o Partido da Causa Operária (PCO).

Mensagens e diálogos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo e divulgados nesta terça-feira, 13, contudo, mostram que o gabinete de Moraes no STF ordenou, de forma não oficial, que o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) produzisse relatórios para abastecer o inquérito das fake news e embasar as decisões do próprio ministro contra os bolsonaristas.

Em nota, o gabinete de Moraes afirmou que, no curso dos inquéritos, fez solicitações a inúmeros órgãos, incluindo o TSE. Segundo o magistrado, todas as ações foram feitas seguindo os termos regimentais.

Inquérito foi aberto de ofício por Dias Toffoli em 2019 e relatado por Alexandre de Moraes. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADAO Foto: Estadão

A reportagem cita dois casos em que houve pedido de produção dos relatórios: o do blogueiro Paulo Figueiredo Filho e do comentarista Rodrigo Constantino. Segundo o jornal, os documentos continham publicações de ambos nas redes sociais com críticas à atuação da Justiça na eleição de 2022 e serviram como base para Moraes ordenar, no final de 2022, a quebra de sigilo bancário de Figueiredo e Constantino, bloquear os perfis deles na internet e cancelar os respectivos passaportes.

Não é possível precisar todos os investigados no inquérito das fake news porque o processo está sob sigilo no STF, mas, ao longo dos anos, operações e decisões que vieram a público permitem traçar um histórico da investigação.

O principal investigado é Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi incluído no inquérito em agosto de 2021, dias após realizar uma transmissão ao vivo com ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. Meses antes, em fevereiro, o então deputado federal Daniel Silveira teve a prisão em flagrante decretada por Moraes no âmbito da investigação após divulgar um vídeo no qual afirmou que o STF não “faz p.... nenhuma” e que os 11 ministros da Corte deveriam ser destituídos.

Antes disso, em maio de 2020, Moraes expediu 29 mandados de busca e apreensão contra os blogueiros Allan dos Santos e Bernardo Kuster, a ativista Sara Winter, os empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury e o ex-deputado Roberto Jefferson, entre outros alvos. A operação mirava o chamado “gabinete do ódio”, estrutura criada pelo entorno de Bolsonaro para disseminar notícias falsas. Também houve pedidos de quebra de sigilos fiscal e bancários de supostos financiadores do esquema.

Foi nesta operação que Moraes ordenou que oito deputados federais e estaduais bolsonaristas prestassem depoimentos à Polícia Federal no âmbito do inquérito das fake news. Foram eles: Beatriz Kicis (PL-DF) Carla Zambelli (PL-SP), Filipe Barros (PL-PR), Cabo Junio Amaral (PL-MG), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), Gil Diniz (PL-SP), o próprio Daniel Silveira e o à época deputado paulista Douglas Garcia.

O PCO também se tornou alvo do inquérito antes das eleições de 2022. A sigla teve as redes bloqueadas por Moraes após defender a “dissolução do STF”, chamar o ministro de “skinhead de toga” e “tucano fascista”. Outra sigla que sofreu as consequências do processo foi o PL, partido de Bolsonaro.

O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto (PL) foi intimado pelo ministro do Supremo a apresentar explicações sobre um relatório publicado pelo PL que contestava o sistema de apuração de votos do TSE apenas quatro dias antes do primeiro turno em 2022.

Veja lista de investigados, presos, alvos de mandado de busca e apreensão ou citados no inquérito das fake news

  • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente
  • Valdemar Costa Neto (PL), por ser presidente do PL
  • Partido da Causa Operária (PCO)
  • Beatriz Kicis (PL- DF), deputada federal
  • Carla Zambelli (PL-SP), deputado federal
  • Daniel Silveira, ex-deputado federal
  • Filipe Barros (PL-PR), deputado federal
  • Cabo Junio do Amaral (PL-MG), deputado federal
  • Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PL-SP), deputado federal
  • Douglas Garcia, ex-deputado estadual por São Paulo
  • Gil Diniz (PL-SP), deputado estadual por São Paulo
  • Roberto Jefferson Monteiro Francisco - ex-deputado
  • Luciano Hang - empresário bolsonarista dono das lojas Havan
  • Allan dos Santos - sócio do site conservador Terça Livre; um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo;
  • Sara Winter - ex-ativista bolsonarista
  • Winston Rodrigues Lima - capitão da reserva da Marinha e youtuber
  • Reynaldo Bianchi Junior - youtuber e humorista
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  • Marcelo Stachin - ativista bolsonarista
  • Edgard Gomes Corona - dono da rede de academia Bio Ritmo e Smartfit
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  • Rodrigo Barbosa Ribeiro - auxiliar parlamentar do então deputado estadual Douglas Garcia
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