Bolsonaro quebra silêncio a apoiadores: ‘Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês’


Presidente disse que ‘nada está perdido’ e que País vive momento ‘crucial’; ele se reuniu com manifestantes pela primeira vez após derrota para Lula

Por Lorenna Rodrigues e Bruno Luiz
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a apoiadores na tarde desta sexta-feira, 9, em Brasília, que “nada está perdido” e que eles são responsáveis por decidir o futuro do País e “para onde vão as Forças Armadas”. Na primeira fala a simpatizantes desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo fez um discurso ambíguo. Ao mesmo tempo em que disse “respeitar as quatro linhas da Constituição”, sinalizou para o questionamento ao resultado das eleições.

“Nada está perdido. O final, somente com a morte. Quem decide meu futuro, para onde eu vou, são vocês. Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês”, afirmou em frente ao Palácio do Alvorada, enquanto apoiadores pregavam uma ação de militares para evitar a posse de Lula.

“Hoje estamos vivendo um momento crucial, uma encruzilhada, um destino que o povo tem que tomar”, disse o atual presidente. “Nunca saí das quatro linhas da Constituição e acredito que a vitória será dessa maneira.” Ele ainda reforçou aos apoiadores que “vamos vencer” e que “se Deus quiser, tudo dará certo no momento oportuno”. O chefe do Executivo não especificou, entretanto, em que âmbito e como se daria esta vitória.

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No início da noite desta sexta, 9, o futuro ministro da Defesa do governo Lula, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio, afirmou, em entrevista à Globonews, que é preciso “despolitizar” e “despartidarizar” as Forças Armadas. Ele ainda afirmou ter o sonho de fazer a “pacificação” da caserna.

“O que eu proponho? Que nós voltemos a ser o que sempre fomos e deu certo. Os militares guardiões, uma instituição de Estado e sem participar de política”, afirmou. “É uma volta ao passado? Não. É uma volta ao que sempre foi nas Forças Armadas. A despolitização, e mais, a despartidarização das Forças Armadas é uma coisa absolutamente necessária para o país”, disse.

Sobre a declaração do presidente Bolsonaro, Múcio disse que vai esperar o fim de semana para “se maturar o que levou a isso” e se as declarações do chefe do Executivo podem “criar barreira” para uma transição pacífica entre os governos.

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“Acho que vamos ter a noite, dia de amanhã, para se maturar o que se levou a isso e se o diálogo permanece aberto. Tive uma conversa com o ministro da Defesa, a melhor possível. Na segunda-feira, vou saber se essa fala de hoje redunda em criar barreira”, declarou.

Apesar de dizer que Bolsonaro “colocou a digital” na incitação ao golpe, o futuro ministro da Defesa declarou confiar no “espírito democrático” do presidente. “Tenho confiança no espírito democrático do presidente Bolsonaro, que ele vai querer sair com grandeza pra que seus eleitores, um dia, sonhem que ele possa voltar. Mas só se ele sair sem ruptura, respeitando a democracia”, destacou.

‘Comunismo’

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A presença de Bolsonaro animou seus apoiadores, que entoaram gritos de “ladrão” e “fora, comunismo” em protesto contra a eleição de Lula. Até então, apenas o candidato a vice de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto, havia conversado com manifestantes no local. Ele estava ao lado do presidente durante a fala nesta sexta.

Veja imagens da manifestação pró-Bolsonaro em Brasília:

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Bolsonaro citou o “eu autorizo”, mote utilizado por simpatizantes para defender um “autogolpe” por parte do atual presidente. “Não é ‘eu autorizo’, não, é o que eu posso fazer pela minha pátria. Não é jogar a responsabilidade para uma pessoa”, declarou, ao sugerir que apoiadores deveriam fazer algo pelo País, sem também especificar o quê.

“Não podemos esperar chegar lá na frente, dizer o que eu não fiz lá atrás para chegar a esta situação. O tempo voa, cada minuto é um minuto a menos. Temos como mudar o futuro da nossa Nação. Com o mesmo ingrediente ninguém pode fazer um bolo diferente. Esse ingrediente que temos pela frente, nós sabemos lá atrás o que aconteceu”, disse, em provocação ao presidente eleito.

Ao lado de Braga Netto, Bolsonaro foi até os manifestantes em frente ao Palácio da Alvorada e falou ao grupo pela primeira vez desde o segundo turno. Foto: Wilton Junior/Estadão
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O chefe do Executivo também comentou o período que passou em silêncio após a derrota e falou em dor “na alma”. “Estou há praticamente 40 dias calado. Dói na alma, sempre fui uma pessoa feliz no meio de vocês, mesmo arriscando a minha vida.”

“Se algo der errado porque eu perdi a minha liderança, eu me responsabilizo. Mas peço que não critiquem sem ter certeza absoluta do que está acontecendo”, afirmou. Bolsonaro disse também que tem assistido “dia após dia a absurdos acontecerem na nossa pátria” e afirmou estar “lutando pela liberdade daqueles que nos criticam”.

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Ele destacou aos apoiadores que “uma de suas funções na Constituição é ser o chefe supremo das Forças Armadas” e disse que os militares são “o último obstáculo ao socialismo”. O presidente ainda falou que o Brasil precisa que “suas leis sejam cumpridas”, seguido por gritos de apoio do grupo concentrado na Praça dos Três Poderes.

Bolsonaro quebrou o silêncio no mesmo dia em que Lula anunciou os nomes que irão comandar cinco ministérios, entre eles o de José Múcio Monteiro, à frente da pasta da Defesa. A escolha de Lula pelo ex-deputado federal e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) é vista como uma forma de apaziguar a tensa relação entre o petista e a caserna. Múcio tem bom trânsito nas Forças Armadas.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a apoiadores na tarde desta sexta-feira, 9, em Brasília, que “nada está perdido” e que eles são responsáveis por decidir o futuro do País e “para onde vão as Forças Armadas”. Na primeira fala a simpatizantes desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo fez um discurso ambíguo. Ao mesmo tempo em que disse “respeitar as quatro linhas da Constituição”, sinalizou para o questionamento ao resultado das eleições.

“Nada está perdido. O final, somente com a morte. Quem decide meu futuro, para onde eu vou, são vocês. Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês”, afirmou em frente ao Palácio do Alvorada, enquanto apoiadores pregavam uma ação de militares para evitar a posse de Lula.

“Hoje estamos vivendo um momento crucial, uma encruzilhada, um destino que o povo tem que tomar”, disse o atual presidente. “Nunca saí das quatro linhas da Constituição e acredito que a vitória será dessa maneira.” Ele ainda reforçou aos apoiadores que “vamos vencer” e que “se Deus quiser, tudo dará certo no momento oportuno”. O chefe do Executivo não especificou, entretanto, em que âmbito e como se daria esta vitória.

No início da noite desta sexta, 9, o futuro ministro da Defesa do governo Lula, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio, afirmou, em entrevista à Globonews, que é preciso “despolitizar” e “despartidarizar” as Forças Armadas. Ele ainda afirmou ter o sonho de fazer a “pacificação” da caserna.

“O que eu proponho? Que nós voltemos a ser o que sempre fomos e deu certo. Os militares guardiões, uma instituição de Estado e sem participar de política”, afirmou. “É uma volta ao passado? Não. É uma volta ao que sempre foi nas Forças Armadas. A despolitização, e mais, a despartidarização das Forças Armadas é uma coisa absolutamente necessária para o país”, disse.

Sobre a declaração do presidente Bolsonaro, Múcio disse que vai esperar o fim de semana para “se maturar o que levou a isso” e se as declarações do chefe do Executivo podem “criar barreira” para uma transição pacífica entre os governos.

“Acho que vamos ter a noite, dia de amanhã, para se maturar o que se levou a isso e se o diálogo permanece aberto. Tive uma conversa com o ministro da Defesa, a melhor possível. Na segunda-feira, vou saber se essa fala de hoje redunda em criar barreira”, declarou.

Apesar de dizer que Bolsonaro “colocou a digital” na incitação ao golpe, o futuro ministro da Defesa declarou confiar no “espírito democrático” do presidente. “Tenho confiança no espírito democrático do presidente Bolsonaro, que ele vai querer sair com grandeza pra que seus eleitores, um dia, sonhem que ele possa voltar. Mas só se ele sair sem ruptura, respeitando a democracia”, destacou.

‘Comunismo’

A presença de Bolsonaro animou seus apoiadores, que entoaram gritos de “ladrão” e “fora, comunismo” em protesto contra a eleição de Lula. Até então, apenas o candidato a vice de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto, havia conversado com manifestantes no local. Ele estava ao lado do presidente durante a fala nesta sexta.

Veja imagens da manifestação pró-Bolsonaro em Brasília:

Bolsonaro citou o “eu autorizo”, mote utilizado por simpatizantes para defender um “autogolpe” por parte do atual presidente. “Não é ‘eu autorizo’, não, é o que eu posso fazer pela minha pátria. Não é jogar a responsabilidade para uma pessoa”, declarou, ao sugerir que apoiadores deveriam fazer algo pelo País, sem também especificar o quê.

“Não podemos esperar chegar lá na frente, dizer o que eu não fiz lá atrás para chegar a esta situação. O tempo voa, cada minuto é um minuto a menos. Temos como mudar o futuro da nossa Nação. Com o mesmo ingrediente ninguém pode fazer um bolo diferente. Esse ingrediente que temos pela frente, nós sabemos lá atrás o que aconteceu”, disse, em provocação ao presidente eleito.

Ao lado de Braga Netto, Bolsonaro foi até os manifestantes em frente ao Palácio da Alvorada e falou ao grupo pela primeira vez desde o segundo turno. Foto: Wilton Junior/Estadão

O chefe do Executivo também comentou o período que passou em silêncio após a derrota e falou em dor “na alma”. “Estou há praticamente 40 dias calado. Dói na alma, sempre fui uma pessoa feliz no meio de vocês, mesmo arriscando a minha vida.”

“Se algo der errado porque eu perdi a minha liderança, eu me responsabilizo. Mas peço que não critiquem sem ter certeza absoluta do que está acontecendo”, afirmou. Bolsonaro disse também que tem assistido “dia após dia a absurdos acontecerem na nossa pátria” e afirmou estar “lutando pela liberdade daqueles que nos criticam”.

Ele destacou aos apoiadores que “uma de suas funções na Constituição é ser o chefe supremo das Forças Armadas” e disse que os militares são “o último obstáculo ao socialismo”. O presidente ainda falou que o Brasil precisa que “suas leis sejam cumpridas”, seguido por gritos de apoio do grupo concentrado na Praça dos Três Poderes.

Bolsonaro quebrou o silêncio no mesmo dia em que Lula anunciou os nomes que irão comandar cinco ministérios, entre eles o de José Múcio Monteiro, à frente da pasta da Defesa. A escolha de Lula pelo ex-deputado federal e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) é vista como uma forma de apaziguar a tensa relação entre o petista e a caserna. Múcio tem bom trânsito nas Forças Armadas.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a apoiadores na tarde desta sexta-feira, 9, em Brasília, que “nada está perdido” e que eles são responsáveis por decidir o futuro do País e “para onde vão as Forças Armadas”. Na primeira fala a simpatizantes desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo fez um discurso ambíguo. Ao mesmo tempo em que disse “respeitar as quatro linhas da Constituição”, sinalizou para o questionamento ao resultado das eleições.

“Nada está perdido. O final, somente com a morte. Quem decide meu futuro, para onde eu vou, são vocês. Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês”, afirmou em frente ao Palácio do Alvorada, enquanto apoiadores pregavam uma ação de militares para evitar a posse de Lula.

“Hoje estamos vivendo um momento crucial, uma encruzilhada, um destino que o povo tem que tomar”, disse o atual presidente. “Nunca saí das quatro linhas da Constituição e acredito que a vitória será dessa maneira.” Ele ainda reforçou aos apoiadores que “vamos vencer” e que “se Deus quiser, tudo dará certo no momento oportuno”. O chefe do Executivo não especificou, entretanto, em que âmbito e como se daria esta vitória.

No início da noite desta sexta, 9, o futuro ministro da Defesa do governo Lula, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio, afirmou, em entrevista à Globonews, que é preciso “despolitizar” e “despartidarizar” as Forças Armadas. Ele ainda afirmou ter o sonho de fazer a “pacificação” da caserna.

“O que eu proponho? Que nós voltemos a ser o que sempre fomos e deu certo. Os militares guardiões, uma instituição de Estado e sem participar de política”, afirmou. “É uma volta ao passado? Não. É uma volta ao que sempre foi nas Forças Armadas. A despolitização, e mais, a despartidarização das Forças Armadas é uma coisa absolutamente necessária para o país”, disse.

Sobre a declaração do presidente Bolsonaro, Múcio disse que vai esperar o fim de semana para “se maturar o que levou a isso” e se as declarações do chefe do Executivo podem “criar barreira” para uma transição pacífica entre os governos.

“Acho que vamos ter a noite, dia de amanhã, para se maturar o que se levou a isso e se o diálogo permanece aberto. Tive uma conversa com o ministro da Defesa, a melhor possível. Na segunda-feira, vou saber se essa fala de hoje redunda em criar barreira”, declarou.

Apesar de dizer que Bolsonaro “colocou a digital” na incitação ao golpe, o futuro ministro da Defesa declarou confiar no “espírito democrático” do presidente. “Tenho confiança no espírito democrático do presidente Bolsonaro, que ele vai querer sair com grandeza pra que seus eleitores, um dia, sonhem que ele possa voltar. Mas só se ele sair sem ruptura, respeitando a democracia”, destacou.

‘Comunismo’

A presença de Bolsonaro animou seus apoiadores, que entoaram gritos de “ladrão” e “fora, comunismo” em protesto contra a eleição de Lula. Até então, apenas o candidato a vice de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto, havia conversado com manifestantes no local. Ele estava ao lado do presidente durante a fala nesta sexta.

Veja imagens da manifestação pró-Bolsonaro em Brasília:

Bolsonaro citou o “eu autorizo”, mote utilizado por simpatizantes para defender um “autogolpe” por parte do atual presidente. “Não é ‘eu autorizo’, não, é o que eu posso fazer pela minha pátria. Não é jogar a responsabilidade para uma pessoa”, declarou, ao sugerir que apoiadores deveriam fazer algo pelo País, sem também especificar o quê.

“Não podemos esperar chegar lá na frente, dizer o que eu não fiz lá atrás para chegar a esta situação. O tempo voa, cada minuto é um minuto a menos. Temos como mudar o futuro da nossa Nação. Com o mesmo ingrediente ninguém pode fazer um bolo diferente. Esse ingrediente que temos pela frente, nós sabemos lá atrás o que aconteceu”, disse, em provocação ao presidente eleito.

Ao lado de Braga Netto, Bolsonaro foi até os manifestantes em frente ao Palácio da Alvorada e falou ao grupo pela primeira vez desde o segundo turno. Foto: Wilton Junior/Estadão

O chefe do Executivo também comentou o período que passou em silêncio após a derrota e falou em dor “na alma”. “Estou há praticamente 40 dias calado. Dói na alma, sempre fui uma pessoa feliz no meio de vocês, mesmo arriscando a minha vida.”

“Se algo der errado porque eu perdi a minha liderança, eu me responsabilizo. Mas peço que não critiquem sem ter certeza absoluta do que está acontecendo”, afirmou. Bolsonaro disse também que tem assistido “dia após dia a absurdos acontecerem na nossa pátria” e afirmou estar “lutando pela liberdade daqueles que nos criticam”.

Ele destacou aos apoiadores que “uma de suas funções na Constituição é ser o chefe supremo das Forças Armadas” e disse que os militares são “o último obstáculo ao socialismo”. O presidente ainda falou que o Brasil precisa que “suas leis sejam cumpridas”, seguido por gritos de apoio do grupo concentrado na Praça dos Três Poderes.

Bolsonaro quebrou o silêncio no mesmo dia em que Lula anunciou os nomes que irão comandar cinco ministérios, entre eles o de José Múcio Monteiro, à frente da pasta da Defesa. A escolha de Lula pelo ex-deputado federal e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) é vista como uma forma de apaziguar a tensa relação entre o petista e a caserna. Múcio tem bom trânsito nas Forças Armadas.

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