SÃO PAULO E BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou neste domingo, 9, que recebeu a sugestão de aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que isso será decidido após as eleições, caso saia vitorioso do pleito.
“Essa sugestão já chegou para mim, a gente decide depois das eleições”, afirmou o presidente, em participação no canal Pilhado, no YouTube.
Bolsonaro admitiu que essa seria uma forma de pulverizar o poder dos ministros e alegou que é “impossível” governar por mais quatro anos sob o que chamou de “ativismo judicial” do Supremo.
Ele lembrou que, se vencer no próximo dia 30, o governo poderá indicar nomes para mais duas vagas ao Supremo no ano que vem e que, com isso, “talvez” a sugestão de aumentar o número de integrantes da Corte possa ser descartada. “Se eu for reeleito e o Supremo baixar a temperatura, nós já temos duas pessoas garantidas lá dentro, que são pessoas que não votam com sangue nos olhos, tem mais duas vagas para o ano que vem. Talvez você descarte essa sugestão”, afirmou o presidente. “Tenho certeza que em reeleição o nosso querido STF vai agir de uma forma diferente do que agiu até o momento”, acrescentou.
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Para levar o plano adiante, Bolsonaro reforçou que ele terá mais força para passar propostas no Legislativo, dado o crescimento da bancada conservadora no Congresso, após as eleições de domingo passado. “Com a nova composição do Parlamento, acabaram as dificuldades [no Legislativo]”, afirmou. “Peço a Deus uma reeleição, não é por mim, é para a gente botar para dentro quem está fora das quatro linhas da Constituição”.
O chefe do Executivo voltou a atacar ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disse que eles votam com parcialidade. “Os caras têm lado político. Qualquer ação no Supremo e no TSE, dá ganho de causa para o outro lado, não tem isenção”.
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Guedes
Na conversa, Bolsonaro foi questionado se manteria o ministro da Economia, Paulo Guedes, no cargo se conseguir a reeleição na corrida ao Palácio do Planalto contra o ex-presidente Lula (PT). “No que depender de mim, todos ficam”, desconversou.
O presidente voltou a dizer que não tomou a vacina contra a covid-19 e acrescentou que está “de saco cheio” de falar da pandemia. " Agora, ‘ah não voto mais nele porque ele é genocida, ele atrasou a vacina’. Que vacina atrasou, meu Deus do céu? Que vacina? Um mês depois da primeira vacina, o Brasil estava vacinando. E quem comprou? Foi o governo federal”, defendeu Bolsonaro.
Como mostrou a CPI da covid, o governo federal ignorou diversas ofertas de vacina feitas pelo laboratório Pfizer. Além disso, a vacinação no Brasil começou no Estado de São Paulo, e não nacionalmente.