'Esquece o PSL', diz Bolsonaro a apoiador, em indício de que pode deixar o partido


Presidente afirmou ainda que Luciano Bivar, que comanda a legenda, 'está queimado para caramba'

Por Mariana Haubert, Renato Onofre e Camila Turtelli

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro deu indícios nesta terça-feira, 8, de que pode deixar o PSL, sigla pela qual se elegeu no ano passado. Ao ser abordado por um apoiador na porta do Palácio da Alvorada, em Brasília, pediu a ele que “esquecesse” o partido e afirmou que o presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar (PE), "está queimado para caramba".

O partido é alvo de disputas internas e sua bancada na Câmara está dividida, com ameaça de debandada. O comando de Bivar é contestado por aliados de Bolsonaro, que tentam tomar as rédeas da sigla tendo em vista as eleições municipais do ano que vem. O partido terá a maior fatia do fundo eleitoral, dinheiro público que vai financiar as campanhas de candidatos a prefeitos e vereadores. 

A declaração de Bolsonaro para “esquecer” o partido ocorreu após um apoiador abordá-lo dizendo ser pré-candidato no Recife (PE) pelo PSL. O presidente costuma atender quem o espera na porta do Alvorada, pela manhã, para conversar e tirar fotos.Logo após a abordagem, Bolsonaro cochichou em seu ouvido: "Esquece o PSL".

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, no gabinete presidencial Foto: Dida Sampaio / Estadão

Ainda assim, o homem gravou um vídeo junto ao presidente em que diz: "Eu, Bolsonaro e Bivar, juntos por um novo Recife". Bolsonaro, então, pediu para que ele não divulgasse a gravação. "Oh, cara, não divulga isso não. O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", disse.

A conversa foi gravada por um outro apoiador que também aguardava o presidente no local e publicada no canal do YouTube "Cafezinho com pimenta". Jornalistas são proibidos pela segurança presidencial de ficar no mesmo local dos apoiadores.

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Assim que o presidente repreendeu o rapaz, ele respondeu que iria esquecer o PSL e gravou um novo vídeo, mas desta vez sem citar o nome do partido e do dirigente. "Viva o Recife, eu e Bolsonaro". Na segunda-feira, 7, em conversa com jornalistas, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que não havia da parte do presidente nenhuma "formulação com relação a uma suposta transição de partido".  Procurado, Bivar não retornou até a publicação deste texto.

UDN

A saída de Bolsonaro já é dada como certa por parte do PSL. Integrantes da legenda próximos a Bivar calculam que a sigla deve perder até 15 dos 53 deputados e dois senadores – Flávio Bolsonaro (RJ) e Soraya Thronicke(MS).

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Segundo dois deputados ligados a Bolsonaro disseram ao Estado em caráter reservado, o destino mais provável do presidente seria uma sigla “em criação”. Um dos caminhos é a antiga União Democrática Nacional (UDN), extinta após o golpe militar de 1964.  Em fevereiro, o Estado mostrou a aproximação da família Bolsonaro com a UDN. Em entrevista nesta terça ao Estado, o presidente da UDN, Marcus Alves, disse que o partido está de portas abertas para a família Bolsonaro.

Em abril, o advogado Marco Vicenzo protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de refundação da UDN alegando que a necessidade de reparar “injustiças históricas praticadas em desfavor” da legenda e “corrigir as consequências administrativo-eleitorais dos arbítrios ‘ilícitos e inconstitucionais praticados ao arrepio do Direito”.

Se aceito, a legenda pode ser refundada sem o protocolo tradicional de criação de um partido, que inclui reunir um número mínimo de assinaturas em todo o País - o que pessoas próximas ao clã Bolsonaro consideram inviável até a tempo das eleições do ano que vem. A legenda também mudaria de nome e passaria a ser chamada de “Conservadores”. 

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro deu indícios nesta terça-feira, 8, de que pode deixar o PSL, sigla pela qual se elegeu no ano passado. Ao ser abordado por um apoiador na porta do Palácio da Alvorada, em Brasília, pediu a ele que “esquecesse” o partido e afirmou que o presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar (PE), "está queimado para caramba".

O partido é alvo de disputas internas e sua bancada na Câmara está dividida, com ameaça de debandada. O comando de Bivar é contestado por aliados de Bolsonaro, que tentam tomar as rédeas da sigla tendo em vista as eleições municipais do ano que vem. O partido terá a maior fatia do fundo eleitoral, dinheiro público que vai financiar as campanhas de candidatos a prefeitos e vereadores. 

A declaração de Bolsonaro para “esquecer” o partido ocorreu após um apoiador abordá-lo dizendo ser pré-candidato no Recife (PE) pelo PSL. O presidente costuma atender quem o espera na porta do Alvorada, pela manhã, para conversar e tirar fotos.Logo após a abordagem, Bolsonaro cochichou em seu ouvido: "Esquece o PSL".

O presidente da República, Jair Bolsonaro, no gabinete presidencial Foto: Dida Sampaio / Estadão

Ainda assim, o homem gravou um vídeo junto ao presidente em que diz: "Eu, Bolsonaro e Bivar, juntos por um novo Recife". Bolsonaro, então, pediu para que ele não divulgasse a gravação. "Oh, cara, não divulga isso não. O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", disse.

A conversa foi gravada por um outro apoiador que também aguardava o presidente no local e publicada no canal do YouTube "Cafezinho com pimenta". Jornalistas são proibidos pela segurança presidencial de ficar no mesmo local dos apoiadores.

Assim que o presidente repreendeu o rapaz, ele respondeu que iria esquecer o PSL e gravou um novo vídeo, mas desta vez sem citar o nome do partido e do dirigente. "Viva o Recife, eu e Bolsonaro". Na segunda-feira, 7, em conversa com jornalistas, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que não havia da parte do presidente nenhuma "formulação com relação a uma suposta transição de partido".  Procurado, Bivar não retornou até a publicação deste texto.

UDN

A saída de Bolsonaro já é dada como certa por parte do PSL. Integrantes da legenda próximos a Bivar calculam que a sigla deve perder até 15 dos 53 deputados e dois senadores – Flávio Bolsonaro (RJ) e Soraya Thronicke(MS).

Segundo dois deputados ligados a Bolsonaro disseram ao Estado em caráter reservado, o destino mais provável do presidente seria uma sigla “em criação”. Um dos caminhos é a antiga União Democrática Nacional (UDN), extinta após o golpe militar de 1964.  Em fevereiro, o Estado mostrou a aproximação da família Bolsonaro com a UDN. Em entrevista nesta terça ao Estado, o presidente da UDN, Marcus Alves, disse que o partido está de portas abertas para a família Bolsonaro.

Em abril, o advogado Marco Vicenzo protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de refundação da UDN alegando que a necessidade de reparar “injustiças históricas praticadas em desfavor” da legenda e “corrigir as consequências administrativo-eleitorais dos arbítrios ‘ilícitos e inconstitucionais praticados ao arrepio do Direito”.

Se aceito, a legenda pode ser refundada sem o protocolo tradicional de criação de um partido, que inclui reunir um número mínimo de assinaturas em todo o País - o que pessoas próximas ao clã Bolsonaro consideram inviável até a tempo das eleições do ano que vem. A legenda também mudaria de nome e passaria a ser chamada de “Conservadores”. 

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro deu indícios nesta terça-feira, 8, de que pode deixar o PSL, sigla pela qual se elegeu no ano passado. Ao ser abordado por um apoiador na porta do Palácio da Alvorada, em Brasília, pediu a ele que “esquecesse” o partido e afirmou que o presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar (PE), "está queimado para caramba".

O partido é alvo de disputas internas e sua bancada na Câmara está dividida, com ameaça de debandada. O comando de Bivar é contestado por aliados de Bolsonaro, que tentam tomar as rédeas da sigla tendo em vista as eleições municipais do ano que vem. O partido terá a maior fatia do fundo eleitoral, dinheiro público que vai financiar as campanhas de candidatos a prefeitos e vereadores. 

A declaração de Bolsonaro para “esquecer” o partido ocorreu após um apoiador abordá-lo dizendo ser pré-candidato no Recife (PE) pelo PSL. O presidente costuma atender quem o espera na porta do Alvorada, pela manhã, para conversar e tirar fotos.Logo após a abordagem, Bolsonaro cochichou em seu ouvido: "Esquece o PSL".

O presidente da República, Jair Bolsonaro, no gabinete presidencial Foto: Dida Sampaio / Estadão

Ainda assim, o homem gravou um vídeo junto ao presidente em que diz: "Eu, Bolsonaro e Bivar, juntos por um novo Recife". Bolsonaro, então, pediu para que ele não divulgasse a gravação. "Oh, cara, não divulga isso não. O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", disse.

A conversa foi gravada por um outro apoiador que também aguardava o presidente no local e publicada no canal do YouTube "Cafezinho com pimenta". Jornalistas são proibidos pela segurança presidencial de ficar no mesmo local dos apoiadores.

Assim que o presidente repreendeu o rapaz, ele respondeu que iria esquecer o PSL e gravou um novo vídeo, mas desta vez sem citar o nome do partido e do dirigente. "Viva o Recife, eu e Bolsonaro". Na segunda-feira, 7, em conversa com jornalistas, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que não havia da parte do presidente nenhuma "formulação com relação a uma suposta transição de partido".  Procurado, Bivar não retornou até a publicação deste texto.

UDN

A saída de Bolsonaro já é dada como certa por parte do PSL. Integrantes da legenda próximos a Bivar calculam que a sigla deve perder até 15 dos 53 deputados e dois senadores – Flávio Bolsonaro (RJ) e Soraya Thronicke(MS).

Segundo dois deputados ligados a Bolsonaro disseram ao Estado em caráter reservado, o destino mais provável do presidente seria uma sigla “em criação”. Um dos caminhos é a antiga União Democrática Nacional (UDN), extinta após o golpe militar de 1964.  Em fevereiro, o Estado mostrou a aproximação da família Bolsonaro com a UDN. Em entrevista nesta terça ao Estado, o presidente da UDN, Marcus Alves, disse que o partido está de portas abertas para a família Bolsonaro.

Em abril, o advogado Marco Vicenzo protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de refundação da UDN alegando que a necessidade de reparar “injustiças históricas praticadas em desfavor” da legenda e “corrigir as consequências administrativo-eleitorais dos arbítrios ‘ilícitos e inconstitucionais praticados ao arrepio do Direito”.

Se aceito, a legenda pode ser refundada sem o protocolo tradicional de criação de um partido, que inclui reunir um número mínimo de assinaturas em todo o País - o que pessoas próximas ao clã Bolsonaro consideram inviável até a tempo das eleições do ano que vem. A legenda também mudaria de nome e passaria a ser chamada de “Conservadores”. 

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