Bolsonaro repetiu lema integralista ao encerrar discurso na ONU; entenda


Presidente falou em ‘Deus, pátria, família e liberdade’, expressão semelhante à utilizada pela Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista

Por Redação
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro encerrou seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira, 20, afirmando que o povo brasileiro acredita em “Deus, Pátria, família e liberdade”. Utilizada de forma recorrente pelo chefe do Executivo, a frase coincide com o lema do movimento integralista, que surgiu no Brasil na década de 1930 e tem inspiração no fascismo de Benito Mussolini (1883-1945).

Fundado pelo jornalista e escritor Plínio Salgado em 1932, o movimento integralista - ou Ação Integralista Brasileira (AIB) - tem como lema “Deus, Pátria e família”. O presidente da República adicionou à frase a palavra “liberdade”, entendida por seus apoiadores como a “liberdade de expressão”, usada como argumento contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), e “liberdade de ir e vir”, que remonta à época das restrições sanitárias da pandemia.

O chefe do Executivo vem usando a frase no Brasil desde que foi eleito. Antes desta terça-feira, a última vez havia sido durante o debate presidencial da Band TV, em 28 de agosto. Naquela ocasião, o grupo Judeus pela Democracia repudiou o uso da expressão.

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Existem pontos de convergência entre o grupo e a retórica bolsonarista, como a aversão ao comunismo e posições conservadoras no campo dos costumes. Por exemplo, os integralistas se opõem à teologia da libertação, uma espécie de campo progressista da religião, e ao aborto, inclusive em caso de estupro.

Mas também há divergências. Diferentemente dos bolsonaristas, os integralistas são contra o capitalismo, o liberalismo político e econômico e o capital financeiro internacional. Além disso, são comuns entre os integrantes do grupo as críticas aos judeus e a Israel, gerando acusações de antissemitismo, enquanto a retórica bolsonarista exalta o Estado Judeu.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) encerrou seu discurso na ONU afirmando que os brasileiros acreditam em 'Deus, Pátria, família e liberdade'. Foto: Reprodução

Em 2019, ao tomar posse como chefe do Itamaraty, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo terminou seu discurso com a expressão “anauê jaci”, traduzida como “Ave Maria” em tupi. O gesto inspirou associações entre o bolsonarismo e o integralismo, dado que a saudação oficial dos integralistas é “anauê”. Mas a política externa adotada pelo ex-titular foi contrária ao que defende o grupo, que é crítico aos Estados Unidos, por exemplo. Os integralistas também criticam a condução do ministério da Economia, pelas medidas liberais implementadas e defendidas pelo ministro Paulo Guedes.

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Entre as posições defendidas hoje pelos neointegralistas, enraizadas nos princípios originais do movimento, destacam-se a chamada “democracia orgânica”, na qual as decisões políticas seriam tomadas por representantes indicados por diferentes grupos sociais e categorias profissionais; o nacionalismo econômico e cultural, com estímulo ao “setor produtivo” e preservação das estatais consideradas “estratégicas”; o municipalismo; o espiritualismo; e a doutrina social da Igreja. Na visão do movimento, o integralismo seria uma “terceira via” entre o liberalismo e o comunismo.

O presidente Jair Bolsonaro encerrou seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira, 20, afirmando que o povo brasileiro acredita em “Deus, Pátria, família e liberdade”. Utilizada de forma recorrente pelo chefe do Executivo, a frase coincide com o lema do movimento integralista, que surgiu no Brasil na década de 1930 e tem inspiração no fascismo de Benito Mussolini (1883-1945).

Fundado pelo jornalista e escritor Plínio Salgado em 1932, o movimento integralista - ou Ação Integralista Brasileira (AIB) - tem como lema “Deus, Pátria e família”. O presidente da República adicionou à frase a palavra “liberdade”, entendida por seus apoiadores como a “liberdade de expressão”, usada como argumento contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), e “liberdade de ir e vir”, que remonta à época das restrições sanitárias da pandemia.

O chefe do Executivo vem usando a frase no Brasil desde que foi eleito. Antes desta terça-feira, a última vez havia sido durante o debate presidencial da Band TV, em 28 de agosto. Naquela ocasião, o grupo Judeus pela Democracia repudiou o uso da expressão.

Existem pontos de convergência entre o grupo e a retórica bolsonarista, como a aversão ao comunismo e posições conservadoras no campo dos costumes. Por exemplo, os integralistas se opõem à teologia da libertação, uma espécie de campo progressista da religião, e ao aborto, inclusive em caso de estupro.

Mas também há divergências. Diferentemente dos bolsonaristas, os integralistas são contra o capitalismo, o liberalismo político e econômico e o capital financeiro internacional. Além disso, são comuns entre os integrantes do grupo as críticas aos judeus e a Israel, gerando acusações de antissemitismo, enquanto a retórica bolsonarista exalta o Estado Judeu.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) encerrou seu discurso na ONU afirmando que os brasileiros acreditam em 'Deus, Pátria, família e liberdade'. Foto: Reprodução

Em 2019, ao tomar posse como chefe do Itamaraty, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo terminou seu discurso com a expressão “anauê jaci”, traduzida como “Ave Maria” em tupi. O gesto inspirou associações entre o bolsonarismo e o integralismo, dado que a saudação oficial dos integralistas é “anauê”. Mas a política externa adotada pelo ex-titular foi contrária ao que defende o grupo, que é crítico aos Estados Unidos, por exemplo. Os integralistas também criticam a condução do ministério da Economia, pelas medidas liberais implementadas e defendidas pelo ministro Paulo Guedes.

Entre as posições defendidas hoje pelos neointegralistas, enraizadas nos princípios originais do movimento, destacam-se a chamada “democracia orgânica”, na qual as decisões políticas seriam tomadas por representantes indicados por diferentes grupos sociais e categorias profissionais; o nacionalismo econômico e cultural, com estímulo ao “setor produtivo” e preservação das estatais consideradas “estratégicas”; o municipalismo; o espiritualismo; e a doutrina social da Igreja. Na visão do movimento, o integralismo seria uma “terceira via” entre o liberalismo e o comunismo.

O presidente Jair Bolsonaro encerrou seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira, 20, afirmando que o povo brasileiro acredita em “Deus, Pátria, família e liberdade”. Utilizada de forma recorrente pelo chefe do Executivo, a frase coincide com o lema do movimento integralista, que surgiu no Brasil na década de 1930 e tem inspiração no fascismo de Benito Mussolini (1883-1945).

Fundado pelo jornalista e escritor Plínio Salgado em 1932, o movimento integralista - ou Ação Integralista Brasileira (AIB) - tem como lema “Deus, Pátria e família”. O presidente da República adicionou à frase a palavra “liberdade”, entendida por seus apoiadores como a “liberdade de expressão”, usada como argumento contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), e “liberdade de ir e vir”, que remonta à época das restrições sanitárias da pandemia.

O chefe do Executivo vem usando a frase no Brasil desde que foi eleito. Antes desta terça-feira, a última vez havia sido durante o debate presidencial da Band TV, em 28 de agosto. Naquela ocasião, o grupo Judeus pela Democracia repudiou o uso da expressão.

Existem pontos de convergência entre o grupo e a retórica bolsonarista, como a aversão ao comunismo e posições conservadoras no campo dos costumes. Por exemplo, os integralistas se opõem à teologia da libertação, uma espécie de campo progressista da religião, e ao aborto, inclusive em caso de estupro.

Mas também há divergências. Diferentemente dos bolsonaristas, os integralistas são contra o capitalismo, o liberalismo político e econômico e o capital financeiro internacional. Além disso, são comuns entre os integrantes do grupo as críticas aos judeus e a Israel, gerando acusações de antissemitismo, enquanto a retórica bolsonarista exalta o Estado Judeu.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) encerrou seu discurso na ONU afirmando que os brasileiros acreditam em 'Deus, Pátria, família e liberdade'. Foto: Reprodução

Em 2019, ao tomar posse como chefe do Itamaraty, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo terminou seu discurso com a expressão “anauê jaci”, traduzida como “Ave Maria” em tupi. O gesto inspirou associações entre o bolsonarismo e o integralismo, dado que a saudação oficial dos integralistas é “anauê”. Mas a política externa adotada pelo ex-titular foi contrária ao que defende o grupo, que é crítico aos Estados Unidos, por exemplo. Os integralistas também criticam a condução do ministério da Economia, pelas medidas liberais implementadas e defendidas pelo ministro Paulo Guedes.

Entre as posições defendidas hoje pelos neointegralistas, enraizadas nos princípios originais do movimento, destacam-se a chamada “democracia orgânica”, na qual as decisões políticas seriam tomadas por representantes indicados por diferentes grupos sociais e categorias profissionais; o nacionalismo econômico e cultural, com estímulo ao “setor produtivo” e preservação das estatais consideradas “estratégicas”; o municipalismo; o espiritualismo; e a doutrina social da Igreja. Na visão do movimento, o integralismo seria uma “terceira via” entre o liberalismo e o comunismo.

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