Veículos da mídia internacional destacam na manhã desta segunda-feira, 31, o silêncio prolongado do presidente Jair Bolsonaro (PL) após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições encerradas no domingo, 30. “Após derrota eleitoral, Bolsonaro fica calado e Brasil se prepara para turbulência”, estampa o The New York Times, na manchete de seu portal. “Bolsonaro permanece em silêncio após derrota eleitoral para Lula enquanto principais aliados aceitam resultado”, traz o britânico The Guardian.
“Seu silêncio estava se tornando cada vez mais preocupante porque Bolsonaro, um líder de extrema-direita muitas vezes comparado ao ex-presidente [dos Estados Unidos] Donald J. Trump, vem alertando há meses que pode não aceitar a derrota, levantando preocupações sobre a estabilidade do maior país da América Latina e um das maiores democracias do mundo”, explica o NYT, que pondera a relativa calma que seguiram as eleições.
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O francês Le Monde descreve o silêncio do presidente como “inquietante”. Questionado por um leitor sobre quais as expectativas para reação do derrotado e se poderia ser comparável ao cenário norte-americano, o correspondente da publicação no Brasil diz que esta é a grande questão nesta manhã. “[Bolsonaro] Perdeu, mas por uma margem muito pequena (2 milhões de votos em um colégio eleitoral de 156 milhões!) e conseguiu eleger 14 governadores aliados (de 27), cerca de 200 eleitos para a Câmara dos Deputados (40% do total). Ele poderia se tornar um poderoso líder da oposição”, diz. “Ele quer jogar tudo isso no lixo tentando uma correria e um protesto na rua, o que provavelmente seria inútil, enquanto seus aliados mais próximos, como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, já reconheceram a a vitória de Lula? Bolsonaro ainda não se expressou. Nós esperamos...”.
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O britânico Financial Times também pontua o silêncio de Bolsonaro e de quase todos os seus aliados próximos em redes sociais. A CBS News afirma que este momento vem na esteira de alegações sem evidências do presidente de fraude no sistema eleitoral e que instituições e a imprensa estariam em uma “conspiração” contra seu movimento de extrema-direita.
No segundo turno das eleições, com 100% das urnas apuradas, Lula venceu Bolsonaro por 50,90% a 49,10%, conquistando um terceiro mandato como presidente do Brasil.