Bolsonaro diz que vai aguardar relatório das Forças Armadas; militares não apresentam relatório


Presidente disse que vai reforçar seu discurso para explicar a população sobre os ‘riscos’ de mudar o governo e promete pedir ajuda para o segundo turno a governadores bem votados

Por Julia Affonso e Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo, 2, que só vai se pronunciar sobre a legitimidade do processo de votação eletrônica após receber relatório da fiscalização feita pelas Forças Armadas. Até 1h desta segunda-feira, porém, os militares não apresentaram nenhum relatório sobre o pleito e silenciaram a respeito do assunto.

Bolsonaro, que vai disputar o segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não deu uma previsão de quando o relatório ficará pronto. ““Vou aguardar o parecer das Forças Armadas. Eles participaram da sala-cofre, devem estar lá até agora. Até o encerramento, vão estar lá. Isso aí vai ser feito um relatório pelo ministro da Defesa (general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira)”, afirmou em entrevista coletiva após o anúncio do resultado.

O Estadão apurou que a última fase do trabalho de fiscalização das eleições por parte das Forças Armadas não foi concluída ainda. Um general que participa da atividade disse que “vai demorar”, sem dar prazo. Embora Bolsonaro e oficiais-generais tenham cobrado mais transparência sobre o sistema eletrônico de votação, a Defesa não permitiu neste domingo que as atividades fossem acompanhadas pela imprensa presencialmente. A tendência é de que eles emitam apenas uma nota ao fim da auditoria. O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, disse que não recebeu nenhum documento da Defesa.

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Como o Estadão mostrou, a cúpula do Exército indicou que respaldaria o resultado das urnas e que havia optado pelo silêncio e pela discrição como forma de repassar à tropa a mensagem de que quem ganhasse levaria a Presidência da República. A postura ficou clara em conversas após a última reunião do Alto Comando do Exército, em agosto. Em nota, o Comando da Força Terrestre contestou a reportagem e negou ter tratado do assunto. O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, publicou no Twitter que era mentirosa a informação de que ele e os demais comandantes não iriam se pronunciar após o fim do primeiro-turno.

No entanto, nenhum dos comandantes-gerais, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, se pronunciou após o primeiro-turno, conforme havia sido reportado. Os oficiais-generais nos comandos de Força preferiram se distanciar politicamente das atividades na Defesa, que foram conduzidas pelo ministro.

Os trabalhos técnicos dos militares ficaram circunscritos à equipe de fiscalização formada por oficiais da ativa que estão vinculados ao Ministério da Defesa. O titular da pasta, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, assinará o relatório final e enviará ao Tribunal Superior Eleitoral. Ele também deve informar a Bolsonaro sobre os achados da fiscalização. A intenção era concluir o documento até as 21h deste domingo, mas houve dificuldade em acessar todos os dados online, segundo um general envolvido na auditoria.

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Neste domingo, militares monitoraram os testes de integridade em 641 urnas, sendo 56 deles com um modelo com biometria de eleitores, como proposto pela Defesa. Checaram o somatório de uma amostra 385 urnas, para verificar a correção da totalização. Na segunda tarefa, os militares usariam arquivos de dados com resumo dos votos em cada urna, os boletins publicados na internet, além de cópias desses boletins de urna impressos e fotografados presencialmente em cada seção eleitoral. A principal tarefa é fazer a conferência dos números. Esse trabalho atrasou, segundo fontes militares, porque teria havido lentidão na disponibilização dos boletins online.

O presidente Jair Bolsonaro falando com apoiadores após o resultado da apuração no primeiro turno. Foto: AFP

Ataques

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Bolsonaro voltou a atacar ontem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quem acusa de apoiar o seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva. “Eles tomaram partido, têm candidato a presidente, né? Ou, então, pelo menos têm um que eles não querem de jeito nenhum lá, que sou eu. Essas decisões do TSE são lamentáveis”, disse. Durante o primeiro turno o TSE tomou várias decisões desfavoráveis a Bolsonaro, entre elas o proibiu de fazer lives eleitorais dentro do Planalto.

Candidato à reeleição, Bolsonaro falou por cerca de 40 minutos com a imprensa. Questionado sobre aumentar o número de ministros do Supremo caso seja eleito, o presidente disse que “isso é para depois”.

“Não vou falar em propostas agora para o futuro, porque tudo passa por uma possível reeleição”, disse. “Eu chegando, ano que vem eu tenho mais duas vagas. Com quatro no Supremo, você já começa a fazer valer dentro do Supremo as nossas propostas. Se bem que eu sei que o Supremo não deveria ser um órgão político. Mas, infelizmente, é um órgão político.”

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Pesquisas

Bolsonaro avaliou que saiu vitorioso, mesmo ficando atrás de Lula no primeiro turno. “Pessoal, o resultado foi uma vitória para a gente”, disse a um grupo de apoiadores que foram festejar o resultado da apuração em frente ao Palácio da Alvorada. Ele admitiu que boa parte dos eleitores pode estar insatisfeita com a situação da economia, mas que essas pessoas precisam ser avisadas do risco que seria, segundo ele, a eleição do petista. “Quando está ruim e você quer mudar, pode piorar. Sei que tenho defeitos, mas o outro cara não tem virtude nenhuma”.

O presidente aproveitou o percentual de votos que obteve no primeiro turno para criticar os institutos de pesquisa que apontando risco de Lula vencer antecipadamente. Lula teve 48% dos votos e Bolsonaro, 43%. “Desmoralizou de vez os institutos de pesquisa. Acho que não vão continuar fazendo”, disse. Segundo o presidente, os institutos de pesquisa afetaram o resultado da votação. “Tem gente que vota em quem está na frente. Então, a pesquisa influencia sim”, afirmou.

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Bancada

O presidente festejou os resultados do seu partido, o PL, que elegeu a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 99 deputados. “É um partido que sai na frente para disputar cargos no ano que vem. Temos isso a nosso favor”, afirmou. Ele também celebrou a eleição de ex-ministros de seu governo para o Senado. “São pessoas extremamente alinhadas comigo.”

Bolsonaro também ironizou que antigos aliados e hoje desafetos não se elegeram. Diante de apoiadores no Alvorada, perguntou se eles tinham visto o que ocorreu com Joice Hasselman e Alexandre Frota. Os dois, que em 2018 receberam votações expressivas, romperam com o presidente e não se elegeram.

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Perguntado sobre os apoios que pretende procurar, o presidente afirmou que irá conversar com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que venceu a disputa no Estado no primeiro turno. “Já existe possibilidade de conversar com Romeu Zema”, afirmou. O presidente disse ainda que recebeu telefonema do governador do Rio, Claudio Castro (PL), que também se reelegeu e teria prometido se empenhar no segundo turno na campanha presidencial.

Bolsonaro prometeu votar a fazer campanha a partir de quarta-feira. “Na quarta, volto para a rua”, disse.

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo, 2, que só vai se pronunciar sobre a legitimidade do processo de votação eletrônica após receber relatório da fiscalização feita pelas Forças Armadas. Até 1h desta segunda-feira, porém, os militares não apresentaram nenhum relatório sobre o pleito e silenciaram a respeito do assunto.

Bolsonaro, que vai disputar o segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não deu uma previsão de quando o relatório ficará pronto. ““Vou aguardar o parecer das Forças Armadas. Eles participaram da sala-cofre, devem estar lá até agora. Até o encerramento, vão estar lá. Isso aí vai ser feito um relatório pelo ministro da Defesa (general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira)”, afirmou em entrevista coletiva após o anúncio do resultado.

O Estadão apurou que a última fase do trabalho de fiscalização das eleições por parte das Forças Armadas não foi concluída ainda. Um general que participa da atividade disse que “vai demorar”, sem dar prazo. Embora Bolsonaro e oficiais-generais tenham cobrado mais transparência sobre o sistema eletrônico de votação, a Defesa não permitiu neste domingo que as atividades fossem acompanhadas pela imprensa presencialmente. A tendência é de que eles emitam apenas uma nota ao fim da auditoria. O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, disse que não recebeu nenhum documento da Defesa.

Como o Estadão mostrou, a cúpula do Exército indicou que respaldaria o resultado das urnas e que havia optado pelo silêncio e pela discrição como forma de repassar à tropa a mensagem de que quem ganhasse levaria a Presidência da República. A postura ficou clara em conversas após a última reunião do Alto Comando do Exército, em agosto. Em nota, o Comando da Força Terrestre contestou a reportagem e negou ter tratado do assunto. O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, publicou no Twitter que era mentirosa a informação de que ele e os demais comandantes não iriam se pronunciar após o fim do primeiro-turno.

No entanto, nenhum dos comandantes-gerais, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, se pronunciou após o primeiro-turno, conforme havia sido reportado. Os oficiais-generais nos comandos de Força preferiram se distanciar politicamente das atividades na Defesa, que foram conduzidas pelo ministro.

Os trabalhos técnicos dos militares ficaram circunscritos à equipe de fiscalização formada por oficiais da ativa que estão vinculados ao Ministério da Defesa. O titular da pasta, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, assinará o relatório final e enviará ao Tribunal Superior Eleitoral. Ele também deve informar a Bolsonaro sobre os achados da fiscalização. A intenção era concluir o documento até as 21h deste domingo, mas houve dificuldade em acessar todos os dados online, segundo um general envolvido na auditoria.

Neste domingo, militares monitoraram os testes de integridade em 641 urnas, sendo 56 deles com um modelo com biometria de eleitores, como proposto pela Defesa. Checaram o somatório de uma amostra 385 urnas, para verificar a correção da totalização. Na segunda tarefa, os militares usariam arquivos de dados com resumo dos votos em cada urna, os boletins publicados na internet, além de cópias desses boletins de urna impressos e fotografados presencialmente em cada seção eleitoral. A principal tarefa é fazer a conferência dos números. Esse trabalho atrasou, segundo fontes militares, porque teria havido lentidão na disponibilização dos boletins online.

O presidente Jair Bolsonaro falando com apoiadores após o resultado da apuração no primeiro turno. Foto: AFP

Ataques

Bolsonaro voltou a atacar ontem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quem acusa de apoiar o seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva. “Eles tomaram partido, têm candidato a presidente, né? Ou, então, pelo menos têm um que eles não querem de jeito nenhum lá, que sou eu. Essas decisões do TSE são lamentáveis”, disse. Durante o primeiro turno o TSE tomou várias decisões desfavoráveis a Bolsonaro, entre elas o proibiu de fazer lives eleitorais dentro do Planalto.

Candidato à reeleição, Bolsonaro falou por cerca de 40 minutos com a imprensa. Questionado sobre aumentar o número de ministros do Supremo caso seja eleito, o presidente disse que “isso é para depois”.

“Não vou falar em propostas agora para o futuro, porque tudo passa por uma possível reeleição”, disse. “Eu chegando, ano que vem eu tenho mais duas vagas. Com quatro no Supremo, você já começa a fazer valer dentro do Supremo as nossas propostas. Se bem que eu sei que o Supremo não deveria ser um órgão político. Mas, infelizmente, é um órgão político.”

Pesquisas

Bolsonaro avaliou que saiu vitorioso, mesmo ficando atrás de Lula no primeiro turno. “Pessoal, o resultado foi uma vitória para a gente”, disse a um grupo de apoiadores que foram festejar o resultado da apuração em frente ao Palácio da Alvorada. Ele admitiu que boa parte dos eleitores pode estar insatisfeita com a situação da economia, mas que essas pessoas precisam ser avisadas do risco que seria, segundo ele, a eleição do petista. “Quando está ruim e você quer mudar, pode piorar. Sei que tenho defeitos, mas o outro cara não tem virtude nenhuma”.

O presidente aproveitou o percentual de votos que obteve no primeiro turno para criticar os institutos de pesquisa que apontando risco de Lula vencer antecipadamente. Lula teve 48% dos votos e Bolsonaro, 43%. “Desmoralizou de vez os institutos de pesquisa. Acho que não vão continuar fazendo”, disse. Segundo o presidente, os institutos de pesquisa afetaram o resultado da votação. “Tem gente que vota em quem está na frente. Então, a pesquisa influencia sim”, afirmou.

Bancada

O presidente festejou os resultados do seu partido, o PL, que elegeu a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 99 deputados. “É um partido que sai na frente para disputar cargos no ano que vem. Temos isso a nosso favor”, afirmou. Ele também celebrou a eleição de ex-ministros de seu governo para o Senado. “São pessoas extremamente alinhadas comigo.”

Bolsonaro também ironizou que antigos aliados e hoje desafetos não se elegeram. Diante de apoiadores no Alvorada, perguntou se eles tinham visto o que ocorreu com Joice Hasselman e Alexandre Frota. Os dois, que em 2018 receberam votações expressivas, romperam com o presidente e não se elegeram.

Perguntado sobre os apoios que pretende procurar, o presidente afirmou que irá conversar com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que venceu a disputa no Estado no primeiro turno. “Já existe possibilidade de conversar com Romeu Zema”, afirmou. O presidente disse ainda que recebeu telefonema do governador do Rio, Claudio Castro (PL), que também se reelegeu e teria prometido se empenhar no segundo turno na campanha presidencial.

Bolsonaro prometeu votar a fazer campanha a partir de quarta-feira. “Na quarta, volto para a rua”, disse.

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo, 2, que só vai se pronunciar sobre a legitimidade do processo de votação eletrônica após receber relatório da fiscalização feita pelas Forças Armadas. Até 1h desta segunda-feira, porém, os militares não apresentaram nenhum relatório sobre o pleito e silenciaram a respeito do assunto.

Bolsonaro, que vai disputar o segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não deu uma previsão de quando o relatório ficará pronto. ““Vou aguardar o parecer das Forças Armadas. Eles participaram da sala-cofre, devem estar lá até agora. Até o encerramento, vão estar lá. Isso aí vai ser feito um relatório pelo ministro da Defesa (general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira)”, afirmou em entrevista coletiva após o anúncio do resultado.

O Estadão apurou que a última fase do trabalho de fiscalização das eleições por parte das Forças Armadas não foi concluída ainda. Um general que participa da atividade disse que “vai demorar”, sem dar prazo. Embora Bolsonaro e oficiais-generais tenham cobrado mais transparência sobre o sistema eletrônico de votação, a Defesa não permitiu neste domingo que as atividades fossem acompanhadas pela imprensa presencialmente. A tendência é de que eles emitam apenas uma nota ao fim da auditoria. O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, disse que não recebeu nenhum documento da Defesa.

Como o Estadão mostrou, a cúpula do Exército indicou que respaldaria o resultado das urnas e que havia optado pelo silêncio e pela discrição como forma de repassar à tropa a mensagem de que quem ganhasse levaria a Presidência da República. A postura ficou clara em conversas após a última reunião do Alto Comando do Exército, em agosto. Em nota, o Comando da Força Terrestre contestou a reportagem e negou ter tratado do assunto. O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, publicou no Twitter que era mentirosa a informação de que ele e os demais comandantes não iriam se pronunciar após o fim do primeiro-turno.

No entanto, nenhum dos comandantes-gerais, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, se pronunciou após o primeiro-turno, conforme havia sido reportado. Os oficiais-generais nos comandos de Força preferiram se distanciar politicamente das atividades na Defesa, que foram conduzidas pelo ministro.

Os trabalhos técnicos dos militares ficaram circunscritos à equipe de fiscalização formada por oficiais da ativa que estão vinculados ao Ministério da Defesa. O titular da pasta, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, assinará o relatório final e enviará ao Tribunal Superior Eleitoral. Ele também deve informar a Bolsonaro sobre os achados da fiscalização. A intenção era concluir o documento até as 21h deste domingo, mas houve dificuldade em acessar todos os dados online, segundo um general envolvido na auditoria.

Neste domingo, militares monitoraram os testes de integridade em 641 urnas, sendo 56 deles com um modelo com biometria de eleitores, como proposto pela Defesa. Checaram o somatório de uma amostra 385 urnas, para verificar a correção da totalização. Na segunda tarefa, os militares usariam arquivos de dados com resumo dos votos em cada urna, os boletins publicados na internet, além de cópias desses boletins de urna impressos e fotografados presencialmente em cada seção eleitoral. A principal tarefa é fazer a conferência dos números. Esse trabalho atrasou, segundo fontes militares, porque teria havido lentidão na disponibilização dos boletins online.

O presidente Jair Bolsonaro falando com apoiadores após o resultado da apuração no primeiro turno. Foto: AFP

Ataques

Bolsonaro voltou a atacar ontem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quem acusa de apoiar o seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva. “Eles tomaram partido, têm candidato a presidente, né? Ou, então, pelo menos têm um que eles não querem de jeito nenhum lá, que sou eu. Essas decisões do TSE são lamentáveis”, disse. Durante o primeiro turno o TSE tomou várias decisões desfavoráveis a Bolsonaro, entre elas o proibiu de fazer lives eleitorais dentro do Planalto.

Candidato à reeleição, Bolsonaro falou por cerca de 40 minutos com a imprensa. Questionado sobre aumentar o número de ministros do Supremo caso seja eleito, o presidente disse que “isso é para depois”.

“Não vou falar em propostas agora para o futuro, porque tudo passa por uma possível reeleição”, disse. “Eu chegando, ano que vem eu tenho mais duas vagas. Com quatro no Supremo, você já começa a fazer valer dentro do Supremo as nossas propostas. Se bem que eu sei que o Supremo não deveria ser um órgão político. Mas, infelizmente, é um órgão político.”

Pesquisas

Bolsonaro avaliou que saiu vitorioso, mesmo ficando atrás de Lula no primeiro turno. “Pessoal, o resultado foi uma vitória para a gente”, disse a um grupo de apoiadores que foram festejar o resultado da apuração em frente ao Palácio da Alvorada. Ele admitiu que boa parte dos eleitores pode estar insatisfeita com a situação da economia, mas que essas pessoas precisam ser avisadas do risco que seria, segundo ele, a eleição do petista. “Quando está ruim e você quer mudar, pode piorar. Sei que tenho defeitos, mas o outro cara não tem virtude nenhuma”.

O presidente aproveitou o percentual de votos que obteve no primeiro turno para criticar os institutos de pesquisa que apontando risco de Lula vencer antecipadamente. Lula teve 48% dos votos e Bolsonaro, 43%. “Desmoralizou de vez os institutos de pesquisa. Acho que não vão continuar fazendo”, disse. Segundo o presidente, os institutos de pesquisa afetaram o resultado da votação. “Tem gente que vota em quem está na frente. Então, a pesquisa influencia sim”, afirmou.

Bancada

O presidente festejou os resultados do seu partido, o PL, que elegeu a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 99 deputados. “É um partido que sai na frente para disputar cargos no ano que vem. Temos isso a nosso favor”, afirmou. Ele também celebrou a eleição de ex-ministros de seu governo para o Senado. “São pessoas extremamente alinhadas comigo.”

Bolsonaro também ironizou que antigos aliados e hoje desafetos não se elegeram. Diante de apoiadores no Alvorada, perguntou se eles tinham visto o que ocorreu com Joice Hasselman e Alexandre Frota. Os dois, que em 2018 receberam votações expressivas, romperam com o presidente e não se elegeram.

Perguntado sobre os apoios que pretende procurar, o presidente afirmou que irá conversar com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que venceu a disputa no Estado no primeiro turno. “Já existe possibilidade de conversar com Romeu Zema”, afirmou. O presidente disse ainda que recebeu telefonema do governador do Rio, Claudio Castro (PL), que também se reelegeu e teria prometido se empenhar no segundo turno na campanha presidencial.

Bolsonaro prometeu votar a fazer campanha a partir de quarta-feira. “Na quarta, volto para a rua”, disse.

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