BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 28, que não pediu para que os quarteis "comemorassem" a data de 31 de março, e sim que rememorassem. “Não foi comemorar. Rememorar, rever, ver o que está errado, o que está certo. E usar isso para o bem do Brasil no futuro”, declarou após participar de cerimônia de aniversário da Justiça Militar, na qual foi condecorado.
No início da semana, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, confirmou que Bolsonaro ao Ministério da Defesa que faça as “comemorações devidas” do aniversário do 31 de março de 1964, quando um golpe militar derrubou o então presidente João Goulart e iniciou um período ditatorial que durou 21 anos. Conforme revelou o Estado no último domingo, 24, a orientação foi repassada a quartéis pelo País.
Em sua fala, o presidente voltou a comparar o debate sobre o período da ditadura militar e vítimas do regime com um casamento. Ao falar sobre eventuais excessos no período, Bolsonaro disse que não se deve voltar "naquele assunto do passado, aquele mal entendido".
"Vamos supor que fôssemos casados, tivéssemos um problema, resolvêssemos nos perdoar lá na frente... É para não voltar naquele assunto do passado, que houve aquele mal entendido entre nós. A Lei da Anistia está aí e valeu para todos", disse Bolsonaro. Ele respondeu a um questionamento sobre a falta de um 'mea culpa' na ordem do dia das Forças Armadas, que será lida em alusão ao aniversário de 55 anos da ditadura.