Boulos admite negociar cargos na Prefeitura com partidos se for eleito: ‘ninguém governa à força’


Em entrevista à GloboNews, o psolista foi questionado se haveria a presença de Milton Leite (União Brasil) em sua gestão caso fosse eleito

Por Adriana Victorino
Atualização:

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que “não há como não compartilhar espaço no governo quando se traz um partido para a base” após ser perguntado se haveria loteamento político em sua gestão caso fosse eleito, em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira, 28.

Guilherme Boulos afirma que vai dialogar com partidos para compor governo se for eleito Foto: Werther Santana/Estadão
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O psolista foi questionado a respeito de qual seria a participação do atual presidente da Câmara dos Vereadores Milton Leite (União Brasil) em seu governo. Boulos se esquivou dizendo que o vereador não é candidato à reeleição e que seu objetivo é conseguir eleger uma bancada expressiva no legislativo municipal. A respeito das subprefeituras da capital paulista, o candidato garantiu que deverão ser comandadas por moradores da região, o que não o impediria de dialogar com vereadores que possuem atuações fortes nessas áreas.

“Agora, logicamente, se para se obter maioria na Câmara Municipal, precisar dialogar e ampliar com outros partidos, ninguém governa à força de pancada. Eu vou dialogar com quem for preciso”, afirmou.

Linguagem neutra não será pauta de seu governo

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O psolista afirmou que a linguagem neutra não será pauta de seu governo. Um vídeo gravado durante um comício do candidato que contou com a presença de Lula, no último sábado, 24, repercutiu pelo fato do Hino Nacional ser performado com o uso da linguagem neutra, criada para incluir pessoas não-binárias (que não se identificam como homem ou mulher) em diálogos.

Questionado sobre qual seria seu posicionamento caso a Secretaria da Educação propusesse implementar as alterações nas escolas municipais ou documentos oficiais, o psolista afirmou que o órgão é subordinado ao governo e que não haverá espaço para a proposta. Sobre a decisão ir na contramão do que defende o PSOL, o candidato afirmou que “ninguém governa com a cabeça de um partido”.

“Eu respeito quem utiliza, quem considera, não acho que deve ser criminalizada. Agora, você tem que dialogar com a sensibilidade do conjunto da sociedade”, disse. O candidato explicou que, durante a execução do Hino Nacional, ele e o presidente Lula não notaram a alteração no verso “dos filhos deste solo, és mãe gentil”, que se tornou “des filhes deste solo, és mãe gentil”, e que a decisão de usar a linguagem neutra foi da própria cantora.

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“Quando se deu conta da situação, o vídeo já estava circulando nas redes da extrema direita. E nós tomamos uma decisão de retirar o vídeo e soltar uma nota da minha campanha. Foi responsabilidade desta empresa produtora. E esta empresa produtora não trabalhará mais nos eventos da nossa campanha”, explicou.

Críticas ao PT

Sobre falas antigas a respeito do Partido dos Trabalhadores, em que o psolista afirmou que possuía “críticas contundentes aos governos do PT” e que não tinha “a menor dúvida de que houve corrupção” na gestão da sigla, o candidato disse que aliados têm críticas entre si e isso não deve ser um problema. Boulos citou como exemplo a relação entre o atual presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PDB), que segundo o psolista, “se juntaram para salvar a democracia brasileira”, e defendeu que nunca fez críticas pessoais ao presidente Lula e que não se deve “partidarizar” a corrupção.

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Boulos ainda ressaltou que a relação de aproximação do PSOL com PT surgiu em meio a uma “polarização entre democracia e quem quer golpe”. “Não foi uma mudança do PSOL, foi uma mudança do cenário político brasileiro e que os partidos têm que estar atentos para poder responder e se situar bem na história”, afirmou.

Perguntado sobre a fala de Tabata Amaral (PSB) que disse não ver o adversário sendo capaz de dialogar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o candidato afirmou que não tem problemas para se relacionar com a gestão estadual, e garantiu que, caso eleito, irá convidar o governador, o presidente Lula e o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski para tratar da segurança pública na capital paulista.

Estratégias da campanha

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Boulos foi questionado a respeito de um possível uso de fotos em que o psolista aparece queimando pneus em frente à Fiesp, na Avenida Paulista, em propagandas de televisão de outros candidatos, e afirmou que se orgulha de sua história. “Eu dediquei minha vida a lutar ao lado das pessoas que precisam do básico, de teto. Famílias inteiras. E quando você tá lutando ao lado das pessoas, é seu dever moral defendê-las com unhas e dentes”, explicou Boulos.

O candidato foi questionado se manteria sua estratégia de campanha diante dos resultados da Pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 27, que aponta um empate triplo entre o psolista, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB).

“A nossa candidatura tem crescido apesar de um bombardeio, de um bombardeio de fake news pelas redes sociais, de um bombardeio com o uso da máquina pública pelo atual prefeito”, disse Boulos, que complementou dizendo que sua campanha não se pauta por outros candidatos. “É lógico que tem adversários que jogam baixo e querem que você role na lama com eles. Eu não farei”, concluiu.

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Boulos possui rejeição de 45%, conforme o levantamento, e atribui isso a uma “caricatura que fizeram” sobretudo sua trajetória como integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). O psolista aposta no tempo de televisão para combater fake news que, segundo o candidato, contribuem com o percentual de rejeição.

Antes de responder o primeiro questionamento das entrevista, sobre os ambulantes na capital paulista, Boulos fez uma colocação para citar uma reportagem da Folha de S.Paulo que apontou que Marçal se baseia em um processo de posse de drogas de um homônimo do candidato para acusar, sem provas, o psolista de ser usuário de drogas.

“Quando eu o desafiei, segunda-feira passada, quando eu estive no programa Roda Viva, a expressar qualquer prova, que ele não tinha, obviamente, porque inventou uma mentira, ele disse que soltaria isso no debate da TV Globo, que é o último debate, dois dias antes das eleições. E queria fazê-lo no debate da Globo, logicamente, para não dar tempo, para jogar com a confusão, com a desinformação, e isso impactar o resultado eleitoral”, disse Boulos, que comemorou o fato de a informação ter surgido antes do debate.

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que “não há como não compartilhar espaço no governo quando se traz um partido para a base” após ser perguntado se haveria loteamento político em sua gestão caso fosse eleito, em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira, 28.

Guilherme Boulos afirma que vai dialogar com partidos para compor governo se for eleito Foto: Werther Santana/Estadão

O psolista foi questionado a respeito de qual seria a participação do atual presidente da Câmara dos Vereadores Milton Leite (União Brasil) em seu governo. Boulos se esquivou dizendo que o vereador não é candidato à reeleição e que seu objetivo é conseguir eleger uma bancada expressiva no legislativo municipal. A respeito das subprefeituras da capital paulista, o candidato garantiu que deverão ser comandadas por moradores da região, o que não o impediria de dialogar com vereadores que possuem atuações fortes nessas áreas.

“Agora, logicamente, se para se obter maioria na Câmara Municipal, precisar dialogar e ampliar com outros partidos, ninguém governa à força de pancada. Eu vou dialogar com quem for preciso”, afirmou.

Linguagem neutra não será pauta de seu governo

O psolista afirmou que a linguagem neutra não será pauta de seu governo. Um vídeo gravado durante um comício do candidato que contou com a presença de Lula, no último sábado, 24, repercutiu pelo fato do Hino Nacional ser performado com o uso da linguagem neutra, criada para incluir pessoas não-binárias (que não se identificam como homem ou mulher) em diálogos.

Questionado sobre qual seria seu posicionamento caso a Secretaria da Educação propusesse implementar as alterações nas escolas municipais ou documentos oficiais, o psolista afirmou que o órgão é subordinado ao governo e que não haverá espaço para a proposta. Sobre a decisão ir na contramão do que defende o PSOL, o candidato afirmou que “ninguém governa com a cabeça de um partido”.

“Eu respeito quem utiliza, quem considera, não acho que deve ser criminalizada. Agora, você tem que dialogar com a sensibilidade do conjunto da sociedade”, disse. O candidato explicou que, durante a execução do Hino Nacional, ele e o presidente Lula não notaram a alteração no verso “dos filhos deste solo, és mãe gentil”, que se tornou “des filhes deste solo, és mãe gentil”, e que a decisão de usar a linguagem neutra foi da própria cantora.

“Quando se deu conta da situação, o vídeo já estava circulando nas redes da extrema direita. E nós tomamos uma decisão de retirar o vídeo e soltar uma nota da minha campanha. Foi responsabilidade desta empresa produtora. E esta empresa produtora não trabalhará mais nos eventos da nossa campanha”, explicou.

Críticas ao PT

Sobre falas antigas a respeito do Partido dos Trabalhadores, em que o psolista afirmou que possuía “críticas contundentes aos governos do PT” e que não tinha “a menor dúvida de que houve corrupção” na gestão da sigla, o candidato disse que aliados têm críticas entre si e isso não deve ser um problema. Boulos citou como exemplo a relação entre o atual presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PDB), que segundo o psolista, “se juntaram para salvar a democracia brasileira”, e defendeu que nunca fez críticas pessoais ao presidente Lula e que não se deve “partidarizar” a corrupção.

Boulos ainda ressaltou que a relação de aproximação do PSOL com PT surgiu em meio a uma “polarização entre democracia e quem quer golpe”. “Não foi uma mudança do PSOL, foi uma mudança do cenário político brasileiro e que os partidos têm que estar atentos para poder responder e se situar bem na história”, afirmou.

Perguntado sobre a fala de Tabata Amaral (PSB) que disse não ver o adversário sendo capaz de dialogar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o candidato afirmou que não tem problemas para se relacionar com a gestão estadual, e garantiu que, caso eleito, irá convidar o governador, o presidente Lula e o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski para tratar da segurança pública na capital paulista.

Estratégias da campanha

Boulos foi questionado a respeito de um possível uso de fotos em que o psolista aparece queimando pneus em frente à Fiesp, na Avenida Paulista, em propagandas de televisão de outros candidatos, e afirmou que se orgulha de sua história. “Eu dediquei minha vida a lutar ao lado das pessoas que precisam do básico, de teto. Famílias inteiras. E quando você tá lutando ao lado das pessoas, é seu dever moral defendê-las com unhas e dentes”, explicou Boulos.

O candidato foi questionado se manteria sua estratégia de campanha diante dos resultados da Pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 27, que aponta um empate triplo entre o psolista, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB).

“A nossa candidatura tem crescido apesar de um bombardeio, de um bombardeio de fake news pelas redes sociais, de um bombardeio com o uso da máquina pública pelo atual prefeito”, disse Boulos, que complementou dizendo que sua campanha não se pauta por outros candidatos. “É lógico que tem adversários que jogam baixo e querem que você role na lama com eles. Eu não farei”, concluiu.

Boulos possui rejeição de 45%, conforme o levantamento, e atribui isso a uma “caricatura que fizeram” sobretudo sua trajetória como integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). O psolista aposta no tempo de televisão para combater fake news que, segundo o candidato, contribuem com o percentual de rejeição.

Antes de responder o primeiro questionamento das entrevista, sobre os ambulantes na capital paulista, Boulos fez uma colocação para citar uma reportagem da Folha de S.Paulo que apontou que Marçal se baseia em um processo de posse de drogas de um homônimo do candidato para acusar, sem provas, o psolista de ser usuário de drogas.

“Quando eu o desafiei, segunda-feira passada, quando eu estive no programa Roda Viva, a expressar qualquer prova, que ele não tinha, obviamente, porque inventou uma mentira, ele disse que soltaria isso no debate da TV Globo, que é o último debate, dois dias antes das eleições. E queria fazê-lo no debate da Globo, logicamente, para não dar tempo, para jogar com a confusão, com a desinformação, e isso impactar o resultado eleitoral”, disse Boulos, que comemorou o fato de a informação ter surgido antes do debate.

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que “não há como não compartilhar espaço no governo quando se traz um partido para a base” após ser perguntado se haveria loteamento político em sua gestão caso fosse eleito, em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira, 28.

Guilherme Boulos afirma que vai dialogar com partidos para compor governo se for eleito Foto: Werther Santana/Estadão

O psolista foi questionado a respeito de qual seria a participação do atual presidente da Câmara dos Vereadores Milton Leite (União Brasil) em seu governo. Boulos se esquivou dizendo que o vereador não é candidato à reeleição e que seu objetivo é conseguir eleger uma bancada expressiva no legislativo municipal. A respeito das subprefeituras da capital paulista, o candidato garantiu que deverão ser comandadas por moradores da região, o que não o impediria de dialogar com vereadores que possuem atuações fortes nessas áreas.

“Agora, logicamente, se para se obter maioria na Câmara Municipal, precisar dialogar e ampliar com outros partidos, ninguém governa à força de pancada. Eu vou dialogar com quem for preciso”, afirmou.

Linguagem neutra não será pauta de seu governo

O psolista afirmou que a linguagem neutra não será pauta de seu governo. Um vídeo gravado durante um comício do candidato que contou com a presença de Lula, no último sábado, 24, repercutiu pelo fato do Hino Nacional ser performado com o uso da linguagem neutra, criada para incluir pessoas não-binárias (que não se identificam como homem ou mulher) em diálogos.

Questionado sobre qual seria seu posicionamento caso a Secretaria da Educação propusesse implementar as alterações nas escolas municipais ou documentos oficiais, o psolista afirmou que o órgão é subordinado ao governo e que não haverá espaço para a proposta. Sobre a decisão ir na contramão do que defende o PSOL, o candidato afirmou que “ninguém governa com a cabeça de um partido”.

“Eu respeito quem utiliza, quem considera, não acho que deve ser criminalizada. Agora, você tem que dialogar com a sensibilidade do conjunto da sociedade”, disse. O candidato explicou que, durante a execução do Hino Nacional, ele e o presidente Lula não notaram a alteração no verso “dos filhos deste solo, és mãe gentil”, que se tornou “des filhes deste solo, és mãe gentil”, e que a decisão de usar a linguagem neutra foi da própria cantora.

“Quando se deu conta da situação, o vídeo já estava circulando nas redes da extrema direita. E nós tomamos uma decisão de retirar o vídeo e soltar uma nota da minha campanha. Foi responsabilidade desta empresa produtora. E esta empresa produtora não trabalhará mais nos eventos da nossa campanha”, explicou.

Críticas ao PT

Sobre falas antigas a respeito do Partido dos Trabalhadores, em que o psolista afirmou que possuía “críticas contundentes aos governos do PT” e que não tinha “a menor dúvida de que houve corrupção” na gestão da sigla, o candidato disse que aliados têm críticas entre si e isso não deve ser um problema. Boulos citou como exemplo a relação entre o atual presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PDB), que segundo o psolista, “se juntaram para salvar a democracia brasileira”, e defendeu que nunca fez críticas pessoais ao presidente Lula e que não se deve “partidarizar” a corrupção.

Boulos ainda ressaltou que a relação de aproximação do PSOL com PT surgiu em meio a uma “polarização entre democracia e quem quer golpe”. “Não foi uma mudança do PSOL, foi uma mudança do cenário político brasileiro e que os partidos têm que estar atentos para poder responder e se situar bem na história”, afirmou.

Perguntado sobre a fala de Tabata Amaral (PSB) que disse não ver o adversário sendo capaz de dialogar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o candidato afirmou que não tem problemas para se relacionar com a gestão estadual, e garantiu que, caso eleito, irá convidar o governador, o presidente Lula e o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski para tratar da segurança pública na capital paulista.

Estratégias da campanha

Boulos foi questionado a respeito de um possível uso de fotos em que o psolista aparece queimando pneus em frente à Fiesp, na Avenida Paulista, em propagandas de televisão de outros candidatos, e afirmou que se orgulha de sua história. “Eu dediquei minha vida a lutar ao lado das pessoas que precisam do básico, de teto. Famílias inteiras. E quando você tá lutando ao lado das pessoas, é seu dever moral defendê-las com unhas e dentes”, explicou Boulos.

O candidato foi questionado se manteria sua estratégia de campanha diante dos resultados da Pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 27, que aponta um empate triplo entre o psolista, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB).

“A nossa candidatura tem crescido apesar de um bombardeio, de um bombardeio de fake news pelas redes sociais, de um bombardeio com o uso da máquina pública pelo atual prefeito”, disse Boulos, que complementou dizendo que sua campanha não se pauta por outros candidatos. “É lógico que tem adversários que jogam baixo e querem que você role na lama com eles. Eu não farei”, concluiu.

Boulos possui rejeição de 45%, conforme o levantamento, e atribui isso a uma “caricatura que fizeram” sobretudo sua trajetória como integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). O psolista aposta no tempo de televisão para combater fake news que, segundo o candidato, contribuem com o percentual de rejeição.

Antes de responder o primeiro questionamento das entrevista, sobre os ambulantes na capital paulista, Boulos fez uma colocação para citar uma reportagem da Folha de S.Paulo que apontou que Marçal se baseia em um processo de posse de drogas de um homônimo do candidato para acusar, sem provas, o psolista de ser usuário de drogas.

“Quando eu o desafiei, segunda-feira passada, quando eu estive no programa Roda Viva, a expressar qualquer prova, que ele não tinha, obviamente, porque inventou uma mentira, ele disse que soltaria isso no debate da TV Globo, que é o último debate, dois dias antes das eleições. E queria fazê-lo no debate da Globo, logicamente, para não dar tempo, para jogar com a confusão, com a desinformação, e isso impactar o resultado eleitoral”, disse Boulos, que comemorou o fato de a informação ter surgido antes do debate.

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que “não há como não compartilhar espaço no governo quando se traz um partido para a base” após ser perguntado se haveria loteamento político em sua gestão caso fosse eleito, em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira, 28.

Guilherme Boulos afirma que vai dialogar com partidos para compor governo se for eleito Foto: Werther Santana/Estadão

O psolista foi questionado a respeito de qual seria a participação do atual presidente da Câmara dos Vereadores Milton Leite (União Brasil) em seu governo. Boulos se esquivou dizendo que o vereador não é candidato à reeleição e que seu objetivo é conseguir eleger uma bancada expressiva no legislativo municipal. A respeito das subprefeituras da capital paulista, o candidato garantiu que deverão ser comandadas por moradores da região, o que não o impediria de dialogar com vereadores que possuem atuações fortes nessas áreas.

“Agora, logicamente, se para se obter maioria na Câmara Municipal, precisar dialogar e ampliar com outros partidos, ninguém governa à força de pancada. Eu vou dialogar com quem for preciso”, afirmou.

Linguagem neutra não será pauta de seu governo

O psolista afirmou que a linguagem neutra não será pauta de seu governo. Um vídeo gravado durante um comício do candidato que contou com a presença de Lula, no último sábado, 24, repercutiu pelo fato do Hino Nacional ser performado com o uso da linguagem neutra, criada para incluir pessoas não-binárias (que não se identificam como homem ou mulher) em diálogos.

Questionado sobre qual seria seu posicionamento caso a Secretaria da Educação propusesse implementar as alterações nas escolas municipais ou documentos oficiais, o psolista afirmou que o órgão é subordinado ao governo e que não haverá espaço para a proposta. Sobre a decisão ir na contramão do que defende o PSOL, o candidato afirmou que “ninguém governa com a cabeça de um partido”.

“Eu respeito quem utiliza, quem considera, não acho que deve ser criminalizada. Agora, você tem que dialogar com a sensibilidade do conjunto da sociedade”, disse. O candidato explicou que, durante a execução do Hino Nacional, ele e o presidente Lula não notaram a alteração no verso “dos filhos deste solo, és mãe gentil”, que se tornou “des filhes deste solo, és mãe gentil”, e que a decisão de usar a linguagem neutra foi da própria cantora.

“Quando se deu conta da situação, o vídeo já estava circulando nas redes da extrema direita. E nós tomamos uma decisão de retirar o vídeo e soltar uma nota da minha campanha. Foi responsabilidade desta empresa produtora. E esta empresa produtora não trabalhará mais nos eventos da nossa campanha”, explicou.

Críticas ao PT

Sobre falas antigas a respeito do Partido dos Trabalhadores, em que o psolista afirmou que possuía “críticas contundentes aos governos do PT” e que não tinha “a menor dúvida de que houve corrupção” na gestão da sigla, o candidato disse que aliados têm críticas entre si e isso não deve ser um problema. Boulos citou como exemplo a relação entre o atual presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PDB), que segundo o psolista, “se juntaram para salvar a democracia brasileira”, e defendeu que nunca fez críticas pessoais ao presidente Lula e que não se deve “partidarizar” a corrupção.

Boulos ainda ressaltou que a relação de aproximação do PSOL com PT surgiu em meio a uma “polarização entre democracia e quem quer golpe”. “Não foi uma mudança do PSOL, foi uma mudança do cenário político brasileiro e que os partidos têm que estar atentos para poder responder e se situar bem na história”, afirmou.

Perguntado sobre a fala de Tabata Amaral (PSB) que disse não ver o adversário sendo capaz de dialogar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o candidato afirmou que não tem problemas para se relacionar com a gestão estadual, e garantiu que, caso eleito, irá convidar o governador, o presidente Lula e o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski para tratar da segurança pública na capital paulista.

Estratégias da campanha

Boulos foi questionado a respeito de um possível uso de fotos em que o psolista aparece queimando pneus em frente à Fiesp, na Avenida Paulista, em propagandas de televisão de outros candidatos, e afirmou que se orgulha de sua história. “Eu dediquei minha vida a lutar ao lado das pessoas que precisam do básico, de teto. Famílias inteiras. E quando você tá lutando ao lado das pessoas, é seu dever moral defendê-las com unhas e dentes”, explicou Boulos.

O candidato foi questionado se manteria sua estratégia de campanha diante dos resultados da Pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 27, que aponta um empate triplo entre o psolista, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB).

“A nossa candidatura tem crescido apesar de um bombardeio, de um bombardeio de fake news pelas redes sociais, de um bombardeio com o uso da máquina pública pelo atual prefeito”, disse Boulos, que complementou dizendo que sua campanha não se pauta por outros candidatos. “É lógico que tem adversários que jogam baixo e querem que você role na lama com eles. Eu não farei”, concluiu.

Boulos possui rejeição de 45%, conforme o levantamento, e atribui isso a uma “caricatura que fizeram” sobretudo sua trajetória como integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). O psolista aposta no tempo de televisão para combater fake news que, segundo o candidato, contribuem com o percentual de rejeição.

Antes de responder o primeiro questionamento das entrevista, sobre os ambulantes na capital paulista, Boulos fez uma colocação para citar uma reportagem da Folha de S.Paulo que apontou que Marçal se baseia em um processo de posse de drogas de um homônimo do candidato para acusar, sem provas, o psolista de ser usuário de drogas.

“Quando eu o desafiei, segunda-feira passada, quando eu estive no programa Roda Viva, a expressar qualquer prova, que ele não tinha, obviamente, porque inventou uma mentira, ele disse que soltaria isso no debate da TV Globo, que é o último debate, dois dias antes das eleições. E queria fazê-lo no debate da Globo, logicamente, para não dar tempo, para jogar com a confusão, com a desinformação, e isso impactar o resultado eleitoral”, disse Boulos, que comemorou o fato de a informação ter surgido antes do debate.

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