O candidato a prefeito de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, foi à Justiça neste sábado, 6, para pedir liminarmente a suspensão das redes sociais do adversário Pablo Marçal (PRTB) depois de uma publicação com um laudo falso que aponta uso de cocaína pelo deputado federal. Os advogados do deputado federal pedem suspensão das redes sociais de Marçal — que já são provisórias depois de ação apontar para suposta monetização das contas oficiais —, além de envio dos autos para o Ministério Público Eleitoral (MPE) apurar falsificação de documento e multa de R$ 30 mil ao final da ação.
Na ação apresentada à Justiça Eleitoral às 3h51 deste sábado, os advogados de Boulos afirmaram que o documento publicado por Marçal é falso. “Trata de um inexistente atendimento médico que teria ocorrido em 19 de janeiro de 2021, relatando que o candidato peticionário teria se apresentado ‘com um quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas’, com exame que indicaria resultado positivo para o uso de cocaína. O documento é falso, uma invenção criminosa criada para tumultuar a normalidade do pleito eleitoral”, afirmaram Francisco Prado Filho e Danilo de Morais.
Os advogados citaram ainda que a criação da história de que Boulos usaria cocaína foi alvo de 12 ações na Justiça Eleitoral desde o debate da TV Band, quando Marçal fez a primeira insinuação pública. “Trata-se de um documento falso, fabricado com o único objetivo ‘sustentar’ a criminosa postura do representado e vincular a imagem do representante ao uso de substâncias entorpecentes, tumultuando o pleito e atentando contra a normalidade do processo democrático às vésperas do pleito eleitoral”, afirmaram os advogados.
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Luiz Teixeira da Silva Junior, o dono da clínica Mais Consulta, que aparece no documento de Marçal, foi condenado pela Justiça Federal por falsificar documentos para obter registro profissional no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, após ser denunciado pelo Ministério Público Federal em 19 de dezembro de 2017. Teixeira teria falsificado um diploma de graduação em Medicina e uma ata de colação de grau para requerer inscrição no CRM.
O Estadão não conseguiu contato com o acusado. Telefonou para dois telefones celulares do réus e dois telefones fixos, mas nenhum deles atendeu. Em um deles, a ligação foi atendida, mas a pessoa permaneceu muda mesmo após a reportagem se identificar.