Boulos reage após apoiadores cobrarem postura contra Marçal como a adotada por Tabata


Aliados do psolista dizem que o foco é numa campanha propositiva, mas que não vai deixar de reforçar os ataques aos rivais ligados ao bolsonarismo, o coach e o prefeito Ricardo Nunes; procurados, Nunes e Marçal não se manifestaram

Por Guilherme Caetano
Atualização:

BRASÍLIA - Diante do crescimento de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral e Guilherme Boulos vinham adotado posturas distintas para lidar com a virulência do coach. Enquanto a candidata do PSB tem partido para cima com vídeos bem produzidos sobre os escândalos envolvendo o adversário, a campanha do PSOL vinha patinando para rebater o rival — e recebendo críticas de apoiadores.

Tentando não deixar Marçal atacá-lo sem resposta, Boulos publicou dois vídeos nesta segunda-feira, 26. Um deles, num tom similar aos vídeos de Tabata (veja abaixo), mostra cápsulas de projéteis de fuzil representando os rivais do PRTB e MDB. O outro aponta as acusações de ligações com organizações criminosas contra o “padrinho de Marçal”, em referência ao presidente do PRTB, Leonardo Avalanche. A publicação, no entanto, recebeu dezenas de queixas dos próprios apoiadores: “AINDA TÁ FRACO BOULOS PLMDS REAGE HOMEMMMM!!”, “Quero ver vc batendo nesse picareta igual a Tabata”, “tem q ir na jugular desse bandido coisa q a Tabata ta fazendo, tá muito água com açúcar essa sua campanha”. Procurados, Marçal não se manifestou até o momento, e Nunes afirmou que “tem a face conhecida de invasor da casa dos outros, de queimar pneus nas ruas e rejeitado nas urnas pelos paulistanos. O outro é um mentiroso, condenado pela justiça no passado e talvez no futuro”.

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Dos primeiros 150 comentários da publicação no X, 60 se tratavam de apoiadores preocupados com o comportamento do candidato, criticando a demora ou a ineficiência da comunicação da campanha em contra-atacar Marçal, e a maioria aconselhava-o a se inspirar em Tabata. O restante das mensagens se dividia entre incentivo dos usuários e chacota dos fãs de Marçal.

Ex-presidente do PSOL e atualmente na coordenação de campanha de Boulos, Juliano Medeiros reagiu às críticas: “Teve gente que viu uma brincadeira circulando por aí e começou a achar que a campanha de Boulos estava descontraída demais. Desafio: entre agora nas redes de Boulos e veja quantos memes há em comparação com propostas e denúncias. Você vai ver que eleição é coisa séria pra gente”, escreveu no X.

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Apoiadores de Boulos compartilham vídeos de Tabata

Também nesta segunda, a campanha de Tabata divulgou sua segunda “superprodução” contra Marçal, considerada pela esquerda uma reação à altura da difamação que ele vem distribuindo na internet aos oponentes. Na última peça, a deputada federal menciona que ele foi condenado à prisão em 2010 e o associa ao PCC, em razão das diversas suspeitas envolvendo membros do partido dele, o PRTB.

“Uma pesquisa por seus aliados esbarra sempre nas mesmas letras: P de Pablo, C de coach, C de criminoso”, diz a candidata.

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Enquanto Tabata Amaral partiu para cima de Pablo Marçal nas redes, Guilherme Boulos tem apostado numa campanha propositiva Foto: Werther Santana/Estadão

O vídeo de tom sombrio, que alcançou quase 3 milhões de visualizações no X (antigo Twitter) e 1,8 milhão no Instagram em 12 horas, traz um visual que se assemelha às produções do estúdio ultraconservador Brasil Paralelo, “Investigação Paralela”, como destacou o professor João Cezar de Castro Rocha, da Uerj.

Comunicadores e lideranças que apoiam publicamente Boulos passaram a compartilhar os vídeos de Tabata com certa euforia nos últimos dias. O militante Jones Manoel (318 mil inscritos no YouTube), crítico contumaz da deputada, por exemplo, chamou o conteúdo de “ótima peça” e questionou a campanha PSOL-PT: “Como é possível ser ameaçado de perder o papel de principal antagonista da extrema-direita para Tabata?”. O jornalista Leandro Demori (424 mil seguidores no X) chamou o post de “estratégia perfeita”. Felipe Neto (46 milhões de inscritos no YouTube) também compartilhou o vídeo.

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Pessoas que trabalham na campanha de Boulos relataram ao Estadão insatisfação em relação aos rumos da comunicação. A avaliação é que Tabata tem sido uma candidata mais “frontal” e sabido se comunicar melhor, e que a sua equipe jurídica produziu até agora a principal e mais eficaz ofensiva jurídica contra o coach.

No sábado, a Justiça Eleitoral atendeu a um pedido da campanha de Tabata e mandou tirar do ar perfis de Marçal em plataformas digitais usadas para monetização, sob suspeita de que o coach fez uso de recursos ilegais para se promover eleitoralmente. Depois de ter sido a candidata responsável por desestabilizar Marçal durante o primeiro debate eleitoral, na TV Bandeirantes, no começo de agosto, Tabata se firmou como a pedra no sapato do rival.

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Boulos, por sua vez, tem recebido reclamações pela reação “morna” ao oponente, depois de ter sido a principal vítima dos ataques, incluindo insinuações sem prova sobre uso de drogas. Ao lado de José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB), o candidato do PSOL faltou ao terceiro debate entre os candidatos, promovido pela revista Veja, para evitar a exposição negativa e as ofensas proferidas pelo coach. No evento anterior, Marçal tirou Boulos do sério ao chacoalhar uma carteira de trabalho na cara dele.

Apoiadores insatisfeitos avaliam que a comunicação da campanha tem recorrido a uma abordagem afetiva demais, para se distanciar do discurso de ódio a que atribui aos bolsonaristas. Nas publicações no Instagram, por exemplo, há diversas fotos de Boulos fazendo o gesto de “coração” com as mãos. E também criticam a aposta em associar Marçal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que eles julgam não surtir efeito para fora da bolha de esquerda.

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A identidade visual da campanha, com os nomes de Boulos e Marta envoltos por um coração, e o Gabinete do Amor, perfil que distribui material de campanha da chapa, trazem referências a sentimentos positivos, que tem norteado a campanha. Mas os apoiadores dizem esperar o oposto na hora de rebater o bombardeio difamatório de Marçal. “Te falta ódio, melhora essa campanha ai”, comentam alguns usuários nas publicações de Boulos.

Aliados de Boulos, contudo, disseram ao Estadão que a campanha não vai deixar de ser propositiva e de apresentar soluções para São Paulo, mas ao mesmo tempo reforçar os ataques aos dois representantes do bolsonarismo na disputa eleitoral: Marçal e Nunes, que até o momento tem o apoio oficial de Bolsonaro.

A linha de atuação do PSOL foi explicitada num vídeo que o próprio Boulos divulgou neste fim de semana: “A primeira (missão até a eleição) é focar no principal. Vocês sabem que um dos segredos em qualquer manual de eleição é o adversário tentar te tirar do foco, te levar para a narrativa dele. Se você cai, você deixou de falar o importante. Por isso, nos últimos dez dias, com toda a barulheira na internet, eu fui andar por vários bairros de periferia da cidade, falando das nossas propostas”, afirmou o candidato.

BRASÍLIA - Diante do crescimento de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral e Guilherme Boulos vinham adotado posturas distintas para lidar com a virulência do coach. Enquanto a candidata do PSB tem partido para cima com vídeos bem produzidos sobre os escândalos envolvendo o adversário, a campanha do PSOL vinha patinando para rebater o rival — e recebendo críticas de apoiadores.

Tentando não deixar Marçal atacá-lo sem resposta, Boulos publicou dois vídeos nesta segunda-feira, 26. Um deles, num tom similar aos vídeos de Tabata (veja abaixo), mostra cápsulas de projéteis de fuzil representando os rivais do PRTB e MDB. O outro aponta as acusações de ligações com organizações criminosas contra o “padrinho de Marçal”, em referência ao presidente do PRTB, Leonardo Avalanche. A publicação, no entanto, recebeu dezenas de queixas dos próprios apoiadores: “AINDA TÁ FRACO BOULOS PLMDS REAGE HOMEMMMM!!”, “Quero ver vc batendo nesse picareta igual a Tabata”, “tem q ir na jugular desse bandido coisa q a Tabata ta fazendo, tá muito água com açúcar essa sua campanha”. Procurados, Marçal não se manifestou até o momento, e Nunes afirmou que “tem a face conhecida de invasor da casa dos outros, de queimar pneus nas ruas e rejeitado nas urnas pelos paulistanos. O outro é um mentiroso, condenado pela justiça no passado e talvez no futuro”.

Dos primeiros 150 comentários da publicação no X, 60 se tratavam de apoiadores preocupados com o comportamento do candidato, criticando a demora ou a ineficiência da comunicação da campanha em contra-atacar Marçal, e a maioria aconselhava-o a se inspirar em Tabata. O restante das mensagens se dividia entre incentivo dos usuários e chacota dos fãs de Marçal.

Ex-presidente do PSOL e atualmente na coordenação de campanha de Boulos, Juliano Medeiros reagiu às críticas: “Teve gente que viu uma brincadeira circulando por aí e começou a achar que a campanha de Boulos estava descontraída demais. Desafio: entre agora nas redes de Boulos e veja quantos memes há em comparação com propostas e denúncias. Você vai ver que eleição é coisa séria pra gente”, escreveu no X.

Apoiadores de Boulos compartilham vídeos de Tabata

Também nesta segunda, a campanha de Tabata divulgou sua segunda “superprodução” contra Marçal, considerada pela esquerda uma reação à altura da difamação que ele vem distribuindo na internet aos oponentes. Na última peça, a deputada federal menciona que ele foi condenado à prisão em 2010 e o associa ao PCC, em razão das diversas suspeitas envolvendo membros do partido dele, o PRTB.

“Uma pesquisa por seus aliados esbarra sempre nas mesmas letras: P de Pablo, C de coach, C de criminoso”, diz a candidata.

Enquanto Tabata Amaral partiu para cima de Pablo Marçal nas redes, Guilherme Boulos tem apostado numa campanha propositiva Foto: Werther Santana/Estadão

O vídeo de tom sombrio, que alcançou quase 3 milhões de visualizações no X (antigo Twitter) e 1,8 milhão no Instagram em 12 horas, traz um visual que se assemelha às produções do estúdio ultraconservador Brasil Paralelo, “Investigação Paralela”, como destacou o professor João Cezar de Castro Rocha, da Uerj.

Comunicadores e lideranças que apoiam publicamente Boulos passaram a compartilhar os vídeos de Tabata com certa euforia nos últimos dias. O militante Jones Manoel (318 mil inscritos no YouTube), crítico contumaz da deputada, por exemplo, chamou o conteúdo de “ótima peça” e questionou a campanha PSOL-PT: “Como é possível ser ameaçado de perder o papel de principal antagonista da extrema-direita para Tabata?”. O jornalista Leandro Demori (424 mil seguidores no X) chamou o post de “estratégia perfeita”. Felipe Neto (46 milhões de inscritos no YouTube) também compartilhou o vídeo.

Pessoas que trabalham na campanha de Boulos relataram ao Estadão insatisfação em relação aos rumos da comunicação. A avaliação é que Tabata tem sido uma candidata mais “frontal” e sabido se comunicar melhor, e que a sua equipe jurídica produziu até agora a principal e mais eficaz ofensiva jurídica contra o coach.

No sábado, a Justiça Eleitoral atendeu a um pedido da campanha de Tabata e mandou tirar do ar perfis de Marçal em plataformas digitais usadas para monetização, sob suspeita de que o coach fez uso de recursos ilegais para se promover eleitoralmente. Depois de ter sido a candidata responsável por desestabilizar Marçal durante o primeiro debate eleitoral, na TV Bandeirantes, no começo de agosto, Tabata se firmou como a pedra no sapato do rival.

Boulos, por sua vez, tem recebido reclamações pela reação “morna” ao oponente, depois de ter sido a principal vítima dos ataques, incluindo insinuações sem prova sobre uso de drogas. Ao lado de José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB), o candidato do PSOL faltou ao terceiro debate entre os candidatos, promovido pela revista Veja, para evitar a exposição negativa e as ofensas proferidas pelo coach. No evento anterior, Marçal tirou Boulos do sério ao chacoalhar uma carteira de trabalho na cara dele.

Apoiadores insatisfeitos avaliam que a comunicação da campanha tem recorrido a uma abordagem afetiva demais, para se distanciar do discurso de ódio a que atribui aos bolsonaristas. Nas publicações no Instagram, por exemplo, há diversas fotos de Boulos fazendo o gesto de “coração” com as mãos. E também criticam a aposta em associar Marçal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que eles julgam não surtir efeito para fora da bolha de esquerda.

A identidade visual da campanha, com os nomes de Boulos e Marta envoltos por um coração, e o Gabinete do Amor, perfil que distribui material de campanha da chapa, trazem referências a sentimentos positivos, que tem norteado a campanha. Mas os apoiadores dizem esperar o oposto na hora de rebater o bombardeio difamatório de Marçal. “Te falta ódio, melhora essa campanha ai”, comentam alguns usuários nas publicações de Boulos.

Aliados de Boulos, contudo, disseram ao Estadão que a campanha não vai deixar de ser propositiva e de apresentar soluções para São Paulo, mas ao mesmo tempo reforçar os ataques aos dois representantes do bolsonarismo na disputa eleitoral: Marçal e Nunes, que até o momento tem o apoio oficial de Bolsonaro.

A linha de atuação do PSOL foi explicitada num vídeo que o próprio Boulos divulgou neste fim de semana: “A primeira (missão até a eleição) é focar no principal. Vocês sabem que um dos segredos em qualquer manual de eleição é o adversário tentar te tirar do foco, te levar para a narrativa dele. Se você cai, você deixou de falar o importante. Por isso, nos últimos dez dias, com toda a barulheira na internet, eu fui andar por vários bairros de periferia da cidade, falando das nossas propostas”, afirmou o candidato.

BRASÍLIA - Diante do crescimento de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral e Guilherme Boulos vinham adotado posturas distintas para lidar com a virulência do coach. Enquanto a candidata do PSB tem partido para cima com vídeos bem produzidos sobre os escândalos envolvendo o adversário, a campanha do PSOL vinha patinando para rebater o rival — e recebendo críticas de apoiadores.

Tentando não deixar Marçal atacá-lo sem resposta, Boulos publicou dois vídeos nesta segunda-feira, 26. Um deles, num tom similar aos vídeos de Tabata (veja abaixo), mostra cápsulas de projéteis de fuzil representando os rivais do PRTB e MDB. O outro aponta as acusações de ligações com organizações criminosas contra o “padrinho de Marçal”, em referência ao presidente do PRTB, Leonardo Avalanche. A publicação, no entanto, recebeu dezenas de queixas dos próprios apoiadores: “AINDA TÁ FRACO BOULOS PLMDS REAGE HOMEMMMM!!”, “Quero ver vc batendo nesse picareta igual a Tabata”, “tem q ir na jugular desse bandido coisa q a Tabata ta fazendo, tá muito água com açúcar essa sua campanha”. Procurados, Marçal não se manifestou até o momento, e Nunes afirmou que “tem a face conhecida de invasor da casa dos outros, de queimar pneus nas ruas e rejeitado nas urnas pelos paulistanos. O outro é um mentiroso, condenado pela justiça no passado e talvez no futuro”.

Dos primeiros 150 comentários da publicação no X, 60 se tratavam de apoiadores preocupados com o comportamento do candidato, criticando a demora ou a ineficiência da comunicação da campanha em contra-atacar Marçal, e a maioria aconselhava-o a se inspirar em Tabata. O restante das mensagens se dividia entre incentivo dos usuários e chacota dos fãs de Marçal.

Ex-presidente do PSOL e atualmente na coordenação de campanha de Boulos, Juliano Medeiros reagiu às críticas: “Teve gente que viu uma brincadeira circulando por aí e começou a achar que a campanha de Boulos estava descontraída demais. Desafio: entre agora nas redes de Boulos e veja quantos memes há em comparação com propostas e denúncias. Você vai ver que eleição é coisa séria pra gente”, escreveu no X.

Apoiadores de Boulos compartilham vídeos de Tabata

Também nesta segunda, a campanha de Tabata divulgou sua segunda “superprodução” contra Marçal, considerada pela esquerda uma reação à altura da difamação que ele vem distribuindo na internet aos oponentes. Na última peça, a deputada federal menciona que ele foi condenado à prisão em 2010 e o associa ao PCC, em razão das diversas suspeitas envolvendo membros do partido dele, o PRTB.

“Uma pesquisa por seus aliados esbarra sempre nas mesmas letras: P de Pablo, C de coach, C de criminoso”, diz a candidata.

Enquanto Tabata Amaral partiu para cima de Pablo Marçal nas redes, Guilherme Boulos tem apostado numa campanha propositiva Foto: Werther Santana/Estadão

O vídeo de tom sombrio, que alcançou quase 3 milhões de visualizações no X (antigo Twitter) e 1,8 milhão no Instagram em 12 horas, traz um visual que se assemelha às produções do estúdio ultraconservador Brasil Paralelo, “Investigação Paralela”, como destacou o professor João Cezar de Castro Rocha, da Uerj.

Comunicadores e lideranças que apoiam publicamente Boulos passaram a compartilhar os vídeos de Tabata com certa euforia nos últimos dias. O militante Jones Manoel (318 mil inscritos no YouTube), crítico contumaz da deputada, por exemplo, chamou o conteúdo de “ótima peça” e questionou a campanha PSOL-PT: “Como é possível ser ameaçado de perder o papel de principal antagonista da extrema-direita para Tabata?”. O jornalista Leandro Demori (424 mil seguidores no X) chamou o post de “estratégia perfeita”. Felipe Neto (46 milhões de inscritos no YouTube) também compartilhou o vídeo.

Pessoas que trabalham na campanha de Boulos relataram ao Estadão insatisfação em relação aos rumos da comunicação. A avaliação é que Tabata tem sido uma candidata mais “frontal” e sabido se comunicar melhor, e que a sua equipe jurídica produziu até agora a principal e mais eficaz ofensiva jurídica contra o coach.

No sábado, a Justiça Eleitoral atendeu a um pedido da campanha de Tabata e mandou tirar do ar perfis de Marçal em plataformas digitais usadas para monetização, sob suspeita de que o coach fez uso de recursos ilegais para se promover eleitoralmente. Depois de ter sido a candidata responsável por desestabilizar Marçal durante o primeiro debate eleitoral, na TV Bandeirantes, no começo de agosto, Tabata se firmou como a pedra no sapato do rival.

Boulos, por sua vez, tem recebido reclamações pela reação “morna” ao oponente, depois de ter sido a principal vítima dos ataques, incluindo insinuações sem prova sobre uso de drogas. Ao lado de José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB), o candidato do PSOL faltou ao terceiro debate entre os candidatos, promovido pela revista Veja, para evitar a exposição negativa e as ofensas proferidas pelo coach. No evento anterior, Marçal tirou Boulos do sério ao chacoalhar uma carteira de trabalho na cara dele.

Apoiadores insatisfeitos avaliam que a comunicação da campanha tem recorrido a uma abordagem afetiva demais, para se distanciar do discurso de ódio a que atribui aos bolsonaristas. Nas publicações no Instagram, por exemplo, há diversas fotos de Boulos fazendo o gesto de “coração” com as mãos. E também criticam a aposta em associar Marçal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que eles julgam não surtir efeito para fora da bolha de esquerda.

A identidade visual da campanha, com os nomes de Boulos e Marta envoltos por um coração, e o Gabinete do Amor, perfil que distribui material de campanha da chapa, trazem referências a sentimentos positivos, que tem norteado a campanha. Mas os apoiadores dizem esperar o oposto na hora de rebater o bombardeio difamatório de Marçal. “Te falta ódio, melhora essa campanha ai”, comentam alguns usuários nas publicações de Boulos.

Aliados de Boulos, contudo, disseram ao Estadão que a campanha não vai deixar de ser propositiva e de apresentar soluções para São Paulo, mas ao mesmo tempo reforçar os ataques aos dois representantes do bolsonarismo na disputa eleitoral: Marçal e Nunes, que até o momento tem o apoio oficial de Bolsonaro.

A linha de atuação do PSOL foi explicitada num vídeo que o próprio Boulos divulgou neste fim de semana: “A primeira (missão até a eleição) é focar no principal. Vocês sabem que um dos segredos em qualquer manual de eleição é o adversário tentar te tirar do foco, te levar para a narrativa dele. Se você cai, você deixou de falar o importante. Por isso, nos últimos dez dias, com toda a barulheira na internet, eu fui andar por vários bairros de periferia da cidade, falando das nossas propostas”, afirmou o candidato.

BRASÍLIA - Diante do crescimento de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral e Guilherme Boulos vinham adotado posturas distintas para lidar com a virulência do coach. Enquanto a candidata do PSB tem partido para cima com vídeos bem produzidos sobre os escândalos envolvendo o adversário, a campanha do PSOL vinha patinando para rebater o rival — e recebendo críticas de apoiadores.

Tentando não deixar Marçal atacá-lo sem resposta, Boulos publicou dois vídeos nesta segunda-feira, 26. Um deles, num tom similar aos vídeos de Tabata (veja abaixo), mostra cápsulas de projéteis de fuzil representando os rivais do PRTB e MDB. O outro aponta as acusações de ligações com organizações criminosas contra o “padrinho de Marçal”, em referência ao presidente do PRTB, Leonardo Avalanche. A publicação, no entanto, recebeu dezenas de queixas dos próprios apoiadores: “AINDA TÁ FRACO BOULOS PLMDS REAGE HOMEMMMM!!”, “Quero ver vc batendo nesse picareta igual a Tabata”, “tem q ir na jugular desse bandido coisa q a Tabata ta fazendo, tá muito água com açúcar essa sua campanha”. Procurados, Marçal não se manifestou até o momento, e Nunes afirmou que “tem a face conhecida de invasor da casa dos outros, de queimar pneus nas ruas e rejeitado nas urnas pelos paulistanos. O outro é um mentiroso, condenado pela justiça no passado e talvez no futuro”.

Dos primeiros 150 comentários da publicação no X, 60 se tratavam de apoiadores preocupados com o comportamento do candidato, criticando a demora ou a ineficiência da comunicação da campanha em contra-atacar Marçal, e a maioria aconselhava-o a se inspirar em Tabata. O restante das mensagens se dividia entre incentivo dos usuários e chacota dos fãs de Marçal.

Ex-presidente do PSOL e atualmente na coordenação de campanha de Boulos, Juliano Medeiros reagiu às críticas: “Teve gente que viu uma brincadeira circulando por aí e começou a achar que a campanha de Boulos estava descontraída demais. Desafio: entre agora nas redes de Boulos e veja quantos memes há em comparação com propostas e denúncias. Você vai ver que eleição é coisa séria pra gente”, escreveu no X.

Apoiadores de Boulos compartilham vídeos de Tabata

Também nesta segunda, a campanha de Tabata divulgou sua segunda “superprodução” contra Marçal, considerada pela esquerda uma reação à altura da difamação que ele vem distribuindo na internet aos oponentes. Na última peça, a deputada federal menciona que ele foi condenado à prisão em 2010 e o associa ao PCC, em razão das diversas suspeitas envolvendo membros do partido dele, o PRTB.

“Uma pesquisa por seus aliados esbarra sempre nas mesmas letras: P de Pablo, C de coach, C de criminoso”, diz a candidata.

Enquanto Tabata Amaral partiu para cima de Pablo Marçal nas redes, Guilherme Boulos tem apostado numa campanha propositiva Foto: Werther Santana/Estadão

O vídeo de tom sombrio, que alcançou quase 3 milhões de visualizações no X (antigo Twitter) e 1,8 milhão no Instagram em 12 horas, traz um visual que se assemelha às produções do estúdio ultraconservador Brasil Paralelo, “Investigação Paralela”, como destacou o professor João Cezar de Castro Rocha, da Uerj.

Comunicadores e lideranças que apoiam publicamente Boulos passaram a compartilhar os vídeos de Tabata com certa euforia nos últimos dias. O militante Jones Manoel (318 mil inscritos no YouTube), crítico contumaz da deputada, por exemplo, chamou o conteúdo de “ótima peça” e questionou a campanha PSOL-PT: “Como é possível ser ameaçado de perder o papel de principal antagonista da extrema-direita para Tabata?”. O jornalista Leandro Demori (424 mil seguidores no X) chamou o post de “estratégia perfeita”. Felipe Neto (46 milhões de inscritos no YouTube) também compartilhou o vídeo.

Pessoas que trabalham na campanha de Boulos relataram ao Estadão insatisfação em relação aos rumos da comunicação. A avaliação é que Tabata tem sido uma candidata mais “frontal” e sabido se comunicar melhor, e que a sua equipe jurídica produziu até agora a principal e mais eficaz ofensiva jurídica contra o coach.

No sábado, a Justiça Eleitoral atendeu a um pedido da campanha de Tabata e mandou tirar do ar perfis de Marçal em plataformas digitais usadas para monetização, sob suspeita de que o coach fez uso de recursos ilegais para se promover eleitoralmente. Depois de ter sido a candidata responsável por desestabilizar Marçal durante o primeiro debate eleitoral, na TV Bandeirantes, no começo de agosto, Tabata se firmou como a pedra no sapato do rival.

Boulos, por sua vez, tem recebido reclamações pela reação “morna” ao oponente, depois de ter sido a principal vítima dos ataques, incluindo insinuações sem prova sobre uso de drogas. Ao lado de José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB), o candidato do PSOL faltou ao terceiro debate entre os candidatos, promovido pela revista Veja, para evitar a exposição negativa e as ofensas proferidas pelo coach. No evento anterior, Marçal tirou Boulos do sério ao chacoalhar uma carteira de trabalho na cara dele.

Apoiadores insatisfeitos avaliam que a comunicação da campanha tem recorrido a uma abordagem afetiva demais, para se distanciar do discurso de ódio a que atribui aos bolsonaristas. Nas publicações no Instagram, por exemplo, há diversas fotos de Boulos fazendo o gesto de “coração” com as mãos. E também criticam a aposta em associar Marçal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que eles julgam não surtir efeito para fora da bolha de esquerda.

A identidade visual da campanha, com os nomes de Boulos e Marta envoltos por um coração, e o Gabinete do Amor, perfil que distribui material de campanha da chapa, trazem referências a sentimentos positivos, que tem norteado a campanha. Mas os apoiadores dizem esperar o oposto na hora de rebater o bombardeio difamatório de Marçal. “Te falta ódio, melhora essa campanha ai”, comentam alguns usuários nas publicações de Boulos.

Aliados de Boulos, contudo, disseram ao Estadão que a campanha não vai deixar de ser propositiva e de apresentar soluções para São Paulo, mas ao mesmo tempo reforçar os ataques aos dois representantes do bolsonarismo na disputa eleitoral: Marçal e Nunes, que até o momento tem o apoio oficial de Bolsonaro.

A linha de atuação do PSOL foi explicitada num vídeo que o próprio Boulos divulgou neste fim de semana: “A primeira (missão até a eleição) é focar no principal. Vocês sabem que um dos segredos em qualquer manual de eleição é o adversário tentar te tirar do foco, te levar para a narrativa dele. Se você cai, você deixou de falar o importante. Por isso, nos últimos dez dias, com toda a barulheira na internet, eu fui andar por vários bairros de periferia da cidade, falando das nossas propostas”, afirmou o candidato.

BRASÍLIA - Diante do crescimento de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral e Guilherme Boulos vinham adotado posturas distintas para lidar com a virulência do coach. Enquanto a candidata do PSB tem partido para cima com vídeos bem produzidos sobre os escândalos envolvendo o adversário, a campanha do PSOL vinha patinando para rebater o rival — e recebendo críticas de apoiadores.

Tentando não deixar Marçal atacá-lo sem resposta, Boulos publicou dois vídeos nesta segunda-feira, 26. Um deles, num tom similar aos vídeos de Tabata (veja abaixo), mostra cápsulas de projéteis de fuzil representando os rivais do PRTB e MDB. O outro aponta as acusações de ligações com organizações criminosas contra o “padrinho de Marçal”, em referência ao presidente do PRTB, Leonardo Avalanche. A publicação, no entanto, recebeu dezenas de queixas dos próprios apoiadores: “AINDA TÁ FRACO BOULOS PLMDS REAGE HOMEMMMM!!”, “Quero ver vc batendo nesse picareta igual a Tabata”, “tem q ir na jugular desse bandido coisa q a Tabata ta fazendo, tá muito água com açúcar essa sua campanha”. Procurados, Marçal não se manifestou até o momento, e Nunes afirmou que “tem a face conhecida de invasor da casa dos outros, de queimar pneus nas ruas e rejeitado nas urnas pelos paulistanos. O outro é um mentiroso, condenado pela justiça no passado e talvez no futuro”.

Dos primeiros 150 comentários da publicação no X, 60 se tratavam de apoiadores preocupados com o comportamento do candidato, criticando a demora ou a ineficiência da comunicação da campanha em contra-atacar Marçal, e a maioria aconselhava-o a se inspirar em Tabata. O restante das mensagens se dividia entre incentivo dos usuários e chacota dos fãs de Marçal.

Ex-presidente do PSOL e atualmente na coordenação de campanha de Boulos, Juliano Medeiros reagiu às críticas: “Teve gente que viu uma brincadeira circulando por aí e começou a achar que a campanha de Boulos estava descontraída demais. Desafio: entre agora nas redes de Boulos e veja quantos memes há em comparação com propostas e denúncias. Você vai ver que eleição é coisa séria pra gente”, escreveu no X.

Apoiadores de Boulos compartilham vídeos de Tabata

Também nesta segunda, a campanha de Tabata divulgou sua segunda “superprodução” contra Marçal, considerada pela esquerda uma reação à altura da difamação que ele vem distribuindo na internet aos oponentes. Na última peça, a deputada federal menciona que ele foi condenado à prisão em 2010 e o associa ao PCC, em razão das diversas suspeitas envolvendo membros do partido dele, o PRTB.

“Uma pesquisa por seus aliados esbarra sempre nas mesmas letras: P de Pablo, C de coach, C de criminoso”, diz a candidata.

Enquanto Tabata Amaral partiu para cima de Pablo Marçal nas redes, Guilherme Boulos tem apostado numa campanha propositiva Foto: Werther Santana/Estadão

O vídeo de tom sombrio, que alcançou quase 3 milhões de visualizações no X (antigo Twitter) e 1,8 milhão no Instagram em 12 horas, traz um visual que se assemelha às produções do estúdio ultraconservador Brasil Paralelo, “Investigação Paralela”, como destacou o professor João Cezar de Castro Rocha, da Uerj.

Comunicadores e lideranças que apoiam publicamente Boulos passaram a compartilhar os vídeos de Tabata com certa euforia nos últimos dias. O militante Jones Manoel (318 mil inscritos no YouTube), crítico contumaz da deputada, por exemplo, chamou o conteúdo de “ótima peça” e questionou a campanha PSOL-PT: “Como é possível ser ameaçado de perder o papel de principal antagonista da extrema-direita para Tabata?”. O jornalista Leandro Demori (424 mil seguidores no X) chamou o post de “estratégia perfeita”. Felipe Neto (46 milhões de inscritos no YouTube) também compartilhou o vídeo.

Pessoas que trabalham na campanha de Boulos relataram ao Estadão insatisfação em relação aos rumos da comunicação. A avaliação é que Tabata tem sido uma candidata mais “frontal” e sabido se comunicar melhor, e que a sua equipe jurídica produziu até agora a principal e mais eficaz ofensiva jurídica contra o coach.

No sábado, a Justiça Eleitoral atendeu a um pedido da campanha de Tabata e mandou tirar do ar perfis de Marçal em plataformas digitais usadas para monetização, sob suspeita de que o coach fez uso de recursos ilegais para se promover eleitoralmente. Depois de ter sido a candidata responsável por desestabilizar Marçal durante o primeiro debate eleitoral, na TV Bandeirantes, no começo de agosto, Tabata se firmou como a pedra no sapato do rival.

Boulos, por sua vez, tem recebido reclamações pela reação “morna” ao oponente, depois de ter sido a principal vítima dos ataques, incluindo insinuações sem prova sobre uso de drogas. Ao lado de José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB), o candidato do PSOL faltou ao terceiro debate entre os candidatos, promovido pela revista Veja, para evitar a exposição negativa e as ofensas proferidas pelo coach. No evento anterior, Marçal tirou Boulos do sério ao chacoalhar uma carteira de trabalho na cara dele.

Apoiadores insatisfeitos avaliam que a comunicação da campanha tem recorrido a uma abordagem afetiva demais, para se distanciar do discurso de ódio a que atribui aos bolsonaristas. Nas publicações no Instagram, por exemplo, há diversas fotos de Boulos fazendo o gesto de “coração” com as mãos. E também criticam a aposta em associar Marçal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que eles julgam não surtir efeito para fora da bolha de esquerda.

A identidade visual da campanha, com os nomes de Boulos e Marta envoltos por um coração, e o Gabinete do Amor, perfil que distribui material de campanha da chapa, trazem referências a sentimentos positivos, que tem norteado a campanha. Mas os apoiadores dizem esperar o oposto na hora de rebater o bombardeio difamatório de Marçal. “Te falta ódio, melhora essa campanha ai”, comentam alguns usuários nas publicações de Boulos.

Aliados de Boulos, contudo, disseram ao Estadão que a campanha não vai deixar de ser propositiva e de apresentar soluções para São Paulo, mas ao mesmo tempo reforçar os ataques aos dois representantes do bolsonarismo na disputa eleitoral: Marçal e Nunes, que até o momento tem o apoio oficial de Bolsonaro.

A linha de atuação do PSOL foi explicitada num vídeo que o próprio Boulos divulgou neste fim de semana: “A primeira (missão até a eleição) é focar no principal. Vocês sabem que um dos segredos em qualquer manual de eleição é o adversário tentar te tirar do foco, te levar para a narrativa dele. Se você cai, você deixou de falar o importante. Por isso, nos últimos dez dias, com toda a barulheira na internet, eu fui andar por vários bairros de periferia da cidade, falando das nossas propostas”, afirmou o candidato.

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