Brasil ainda se preocupa com alta de gasto público em vez de carbono neutro, diz Jorge Caldeira


País está na contramão da tendência mundial, diz historiador, palestrante da Brazil Conference

Por Vitor Marques e Gustavo Queiroz
Entrevista comJorge CaldeiraCientista político, é autor, entre outros, de ‘Mauá – empresário do Império’ e ‘Brasil: paraíso restaurável’

O escritor e cientista político Jorge Caldeira afirma que a antiga busca dos países desenvolvidos de crescer a qualquer custo está perdendo espaço para o planejamento a longo prazo com foco em zerar a conta de carbono. Segundo ele, o plano estratégico brasileiro segue no caminho contrário ao priorizar o gasto público como forma de desenvolvimento. “Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta. Isso é o atraso brasileiro”, disse Caldeira, que vai debater sustentabilidade na Brazil Conference.

Como transformar a floresta em um ativo em um cenário de avanço do garimpo e do desmatamento?

O conceito da fixação de carbono evoluiu muito depressa. Nos últimos três anos, houve um progresso na direção de organizar toda a economia (mundial) com base no equilíbrio de carbono. Toda a distribuição de recursos, ao invés de ser “vamos crescer o PIB”, passou a ser “vamos equilibrar a conta de carbono”. Hoje, União Europeia, Japão, China, Coreia do Sul, EUA e Inglaterra organizam sua economia (dessa forma). O Brasil perdeu esses três anos, apesar de ser o país que tem mais potencial para fixar carbono no planeta, e agora tem uma certa defasagem.

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O mercado de carbono pode, de fato, diminuir o desmatamento?

O crédito de carbono funciona: alguém que emite paga para alguém que fixa. O potencial maior do Brasil é como fixador de carbono, que é fazer árvore crescer. O País precisa criar instituições críveis e condições legais e financeiras para que os que pagam paguem para quem tem floresta. Carbono fixado é mercadoria. Se a floresta for negócio, as coisas mudam muito. A preservação da floresta vai acontecer quando o proprietário receber dinheiro para mantê-la em pé ao invés de destruí-la.

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O crédito de carbono é saída para o desenvolvimento econômico mesmo em um cenário de recessão?

O que o governo brasileiro precisa fazer é garantir legitimidade (para este mercado). O resto é com o setor privado. A recessão interna impacta pouco, o mercado de carbono é mundial. Muitas vezes o PIB do Brasil pode entrar nesse mercado se fizer as coisas direito. A oportunidade está em ser a primeira economia de carbono neutro do planeta.

Jorge Caldeira defende Brasil pode ser primeira economia de carbono neutro do planeta Foto: Denise Andrade/Estadão
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Como garantir um plano estratégico de longo prazo no Brasil, se o planejamento tem sido interrompido conforme as transições entre governantes no País?

O antigo objetivo econômico das grandes economias de crescer mais desapareceu. A União Europeia não quer saber quanto cresceu, mas quer ser uma economia de carbono neutro. O planejamento estratégico brasileiro é feito ainda com princípios da década de 1970, em que o governo junta recursos, gasta e isso cria desenvolvimento. Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta, isso é o atraso brasileiro. Se você não se planeja para o futuro, o futuro não vem. O Brasil tem essa oportunidade não por causa do presidente atual, nem o do passado, mas porque o Brasil fixa, em árvores, cinco vezes a emissão da indústria. O que a atual gestão fala sobre isso? Nada. A obrigação de quem trabalha com o longo prazo é mostrar que o longo prazo é exequível.

O escritor e cientista político Jorge Caldeira afirma que a antiga busca dos países desenvolvidos de crescer a qualquer custo está perdendo espaço para o planejamento a longo prazo com foco em zerar a conta de carbono. Segundo ele, o plano estratégico brasileiro segue no caminho contrário ao priorizar o gasto público como forma de desenvolvimento. “Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta. Isso é o atraso brasileiro”, disse Caldeira, que vai debater sustentabilidade na Brazil Conference.

Como transformar a floresta em um ativo em um cenário de avanço do garimpo e do desmatamento?

O conceito da fixação de carbono evoluiu muito depressa. Nos últimos três anos, houve um progresso na direção de organizar toda a economia (mundial) com base no equilíbrio de carbono. Toda a distribuição de recursos, ao invés de ser “vamos crescer o PIB”, passou a ser “vamos equilibrar a conta de carbono”. Hoje, União Europeia, Japão, China, Coreia do Sul, EUA e Inglaterra organizam sua economia (dessa forma). O Brasil perdeu esses três anos, apesar de ser o país que tem mais potencial para fixar carbono no planeta, e agora tem uma certa defasagem.

O mercado de carbono pode, de fato, diminuir o desmatamento?

O crédito de carbono funciona: alguém que emite paga para alguém que fixa. O potencial maior do Brasil é como fixador de carbono, que é fazer árvore crescer. O País precisa criar instituições críveis e condições legais e financeiras para que os que pagam paguem para quem tem floresta. Carbono fixado é mercadoria. Se a floresta for negócio, as coisas mudam muito. A preservação da floresta vai acontecer quando o proprietário receber dinheiro para mantê-la em pé ao invés de destruí-la.

O crédito de carbono é saída para o desenvolvimento econômico mesmo em um cenário de recessão?

O que o governo brasileiro precisa fazer é garantir legitimidade (para este mercado). O resto é com o setor privado. A recessão interna impacta pouco, o mercado de carbono é mundial. Muitas vezes o PIB do Brasil pode entrar nesse mercado se fizer as coisas direito. A oportunidade está em ser a primeira economia de carbono neutro do planeta.

Jorge Caldeira defende Brasil pode ser primeira economia de carbono neutro do planeta Foto: Denise Andrade/Estadão

Como garantir um plano estratégico de longo prazo no Brasil, se o planejamento tem sido interrompido conforme as transições entre governantes no País?

O antigo objetivo econômico das grandes economias de crescer mais desapareceu. A União Europeia não quer saber quanto cresceu, mas quer ser uma economia de carbono neutro. O planejamento estratégico brasileiro é feito ainda com princípios da década de 1970, em que o governo junta recursos, gasta e isso cria desenvolvimento. Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta, isso é o atraso brasileiro. Se você não se planeja para o futuro, o futuro não vem. O Brasil tem essa oportunidade não por causa do presidente atual, nem o do passado, mas porque o Brasil fixa, em árvores, cinco vezes a emissão da indústria. O que a atual gestão fala sobre isso? Nada. A obrigação de quem trabalha com o longo prazo é mostrar que o longo prazo é exequível.

O escritor e cientista político Jorge Caldeira afirma que a antiga busca dos países desenvolvidos de crescer a qualquer custo está perdendo espaço para o planejamento a longo prazo com foco em zerar a conta de carbono. Segundo ele, o plano estratégico brasileiro segue no caminho contrário ao priorizar o gasto público como forma de desenvolvimento. “Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta. Isso é o atraso brasileiro”, disse Caldeira, que vai debater sustentabilidade na Brazil Conference.

Como transformar a floresta em um ativo em um cenário de avanço do garimpo e do desmatamento?

O conceito da fixação de carbono evoluiu muito depressa. Nos últimos três anos, houve um progresso na direção de organizar toda a economia (mundial) com base no equilíbrio de carbono. Toda a distribuição de recursos, ao invés de ser “vamos crescer o PIB”, passou a ser “vamos equilibrar a conta de carbono”. Hoje, União Europeia, Japão, China, Coreia do Sul, EUA e Inglaterra organizam sua economia (dessa forma). O Brasil perdeu esses três anos, apesar de ser o país que tem mais potencial para fixar carbono no planeta, e agora tem uma certa defasagem.

O mercado de carbono pode, de fato, diminuir o desmatamento?

O crédito de carbono funciona: alguém que emite paga para alguém que fixa. O potencial maior do Brasil é como fixador de carbono, que é fazer árvore crescer. O País precisa criar instituições críveis e condições legais e financeiras para que os que pagam paguem para quem tem floresta. Carbono fixado é mercadoria. Se a floresta for negócio, as coisas mudam muito. A preservação da floresta vai acontecer quando o proprietário receber dinheiro para mantê-la em pé ao invés de destruí-la.

O crédito de carbono é saída para o desenvolvimento econômico mesmo em um cenário de recessão?

O que o governo brasileiro precisa fazer é garantir legitimidade (para este mercado). O resto é com o setor privado. A recessão interna impacta pouco, o mercado de carbono é mundial. Muitas vezes o PIB do Brasil pode entrar nesse mercado se fizer as coisas direito. A oportunidade está em ser a primeira economia de carbono neutro do planeta.

Jorge Caldeira defende Brasil pode ser primeira economia de carbono neutro do planeta Foto: Denise Andrade/Estadão

Como garantir um plano estratégico de longo prazo no Brasil, se o planejamento tem sido interrompido conforme as transições entre governantes no País?

O antigo objetivo econômico das grandes economias de crescer mais desapareceu. A União Europeia não quer saber quanto cresceu, mas quer ser uma economia de carbono neutro. O planejamento estratégico brasileiro é feito ainda com princípios da década de 1970, em que o governo junta recursos, gasta e isso cria desenvolvimento. Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta, isso é o atraso brasileiro. Se você não se planeja para o futuro, o futuro não vem. O Brasil tem essa oportunidade não por causa do presidente atual, nem o do passado, mas porque o Brasil fixa, em árvores, cinco vezes a emissão da indústria. O que a atual gestão fala sobre isso? Nada. A obrigação de quem trabalha com o longo prazo é mostrar que o longo prazo é exequível.

O escritor e cientista político Jorge Caldeira afirma que a antiga busca dos países desenvolvidos de crescer a qualquer custo está perdendo espaço para o planejamento a longo prazo com foco em zerar a conta de carbono. Segundo ele, o plano estratégico brasileiro segue no caminho contrário ao priorizar o gasto público como forma de desenvolvimento. “Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta. Isso é o atraso brasileiro”, disse Caldeira, que vai debater sustentabilidade na Brazil Conference.

Como transformar a floresta em um ativo em um cenário de avanço do garimpo e do desmatamento?

O conceito da fixação de carbono evoluiu muito depressa. Nos últimos três anos, houve um progresso na direção de organizar toda a economia (mundial) com base no equilíbrio de carbono. Toda a distribuição de recursos, ao invés de ser “vamos crescer o PIB”, passou a ser “vamos equilibrar a conta de carbono”. Hoje, União Europeia, Japão, China, Coreia do Sul, EUA e Inglaterra organizam sua economia (dessa forma). O Brasil perdeu esses três anos, apesar de ser o país que tem mais potencial para fixar carbono no planeta, e agora tem uma certa defasagem.

O mercado de carbono pode, de fato, diminuir o desmatamento?

O crédito de carbono funciona: alguém que emite paga para alguém que fixa. O potencial maior do Brasil é como fixador de carbono, que é fazer árvore crescer. O País precisa criar instituições críveis e condições legais e financeiras para que os que pagam paguem para quem tem floresta. Carbono fixado é mercadoria. Se a floresta for negócio, as coisas mudam muito. A preservação da floresta vai acontecer quando o proprietário receber dinheiro para mantê-la em pé ao invés de destruí-la.

O crédito de carbono é saída para o desenvolvimento econômico mesmo em um cenário de recessão?

O que o governo brasileiro precisa fazer é garantir legitimidade (para este mercado). O resto é com o setor privado. A recessão interna impacta pouco, o mercado de carbono é mundial. Muitas vezes o PIB do Brasil pode entrar nesse mercado se fizer as coisas direito. A oportunidade está em ser a primeira economia de carbono neutro do planeta.

Jorge Caldeira defende Brasil pode ser primeira economia de carbono neutro do planeta Foto: Denise Andrade/Estadão

Como garantir um plano estratégico de longo prazo no Brasil, se o planejamento tem sido interrompido conforme as transições entre governantes no País?

O antigo objetivo econômico das grandes economias de crescer mais desapareceu. A União Europeia não quer saber quanto cresceu, mas quer ser uma economia de carbono neutro. O planejamento estratégico brasileiro é feito ainda com princípios da década de 1970, em que o governo junta recursos, gasta e isso cria desenvolvimento. Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta, isso é o atraso brasileiro. Se você não se planeja para o futuro, o futuro não vem. O Brasil tem essa oportunidade não por causa do presidente atual, nem o do passado, mas porque o Brasil fixa, em árvores, cinco vezes a emissão da indústria. O que a atual gestão fala sobre isso? Nada. A obrigação de quem trabalha com o longo prazo é mostrar que o longo prazo é exequível.

O escritor e cientista político Jorge Caldeira afirma que a antiga busca dos países desenvolvidos de crescer a qualquer custo está perdendo espaço para o planejamento a longo prazo com foco em zerar a conta de carbono. Segundo ele, o plano estratégico brasileiro segue no caminho contrário ao priorizar o gasto público como forma de desenvolvimento. “Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta. Isso é o atraso brasileiro”, disse Caldeira, que vai debater sustentabilidade na Brazil Conference.

Como transformar a floresta em um ativo em um cenário de avanço do garimpo e do desmatamento?

O conceito da fixação de carbono evoluiu muito depressa. Nos últimos três anos, houve um progresso na direção de organizar toda a economia (mundial) com base no equilíbrio de carbono. Toda a distribuição de recursos, ao invés de ser “vamos crescer o PIB”, passou a ser “vamos equilibrar a conta de carbono”. Hoje, União Europeia, Japão, China, Coreia do Sul, EUA e Inglaterra organizam sua economia (dessa forma). O Brasil perdeu esses três anos, apesar de ser o país que tem mais potencial para fixar carbono no planeta, e agora tem uma certa defasagem.

O mercado de carbono pode, de fato, diminuir o desmatamento?

O crédito de carbono funciona: alguém que emite paga para alguém que fixa. O potencial maior do Brasil é como fixador de carbono, que é fazer árvore crescer. O País precisa criar instituições críveis e condições legais e financeiras para que os que pagam paguem para quem tem floresta. Carbono fixado é mercadoria. Se a floresta for negócio, as coisas mudam muito. A preservação da floresta vai acontecer quando o proprietário receber dinheiro para mantê-la em pé ao invés de destruí-la.

O crédito de carbono é saída para o desenvolvimento econômico mesmo em um cenário de recessão?

O que o governo brasileiro precisa fazer é garantir legitimidade (para este mercado). O resto é com o setor privado. A recessão interna impacta pouco, o mercado de carbono é mundial. Muitas vezes o PIB do Brasil pode entrar nesse mercado se fizer as coisas direito. A oportunidade está em ser a primeira economia de carbono neutro do planeta.

Jorge Caldeira defende Brasil pode ser primeira economia de carbono neutro do planeta Foto: Denise Andrade/Estadão

Como garantir um plano estratégico de longo prazo no Brasil, se o planejamento tem sido interrompido conforme as transições entre governantes no País?

O antigo objetivo econômico das grandes economias de crescer mais desapareceu. A União Europeia não quer saber quanto cresceu, mas quer ser uma economia de carbono neutro. O planejamento estratégico brasileiro é feito ainda com princípios da década de 1970, em que o governo junta recursos, gasta e isso cria desenvolvimento. Esse é um método que não é aplicado mais em lugar nenhum do planeta, isso é o atraso brasileiro. Se você não se planeja para o futuro, o futuro não vem. O Brasil tem essa oportunidade não por causa do presidente atual, nem o do passado, mas porque o Brasil fixa, em árvores, cinco vezes a emissão da indústria. O que a atual gestão fala sobre isso? Nada. A obrigação de quem trabalha com o longo prazo é mostrar que o longo prazo é exequível.

Entrevista por Vitor Marques
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