‘Brasil esteve ausente do mundo, vamos trazê-lo de volta’, diz Mauro Vieira, novo chanceler de Lula


Ministro indicado para comando do Itamaraty já foi chanceler de Dilma e hoje é embaixador do Brasil em Zagreb, na Croácia; ele volta ao Brasil no fim de semana

Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - O embaixador Mauro Vieira, indicado nesta sexta-feira, 9, como futuro ministro das Relações Exteriores pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou ao Estadão que terá como missão principal trazer o País de volta ao centro das decisões mundiais.

“Política externa é um instrumento da afirmação internacional do País e de defesa da soberania, da presença no mundo. O Brasil esteve ausente do mundo e dos grandes centros de decisão nos últimos anos. Todas as medidas que se tomam são importantes nesse sentido, de trazer de volta o Brasil para o cenário internacional”, afirmou Mauro Vieira, que foi chanceler da ex-presidente Dilma Rousseff entre 2015 e 2016.

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O futuro chanceler Mauro Vieira com a ex-presidente Dilma Rousseff, de quem foi ministro, durante viagem a Quito. Foto: Rodrigo Buendia/AFP

A primeira declaração do chanceler repete o tom adotado por Lula na viagem internacional de estreia após eleito. O petista viajou à Cúpula do Clima (COP 27), no Egito, e afirmou que o Brasil estava “de volta ao mundo”. Vieira foi ao país acompanhar a agenda de Lula.

É também uma crítica direta à política externa adotada pelo governo Jair Bolsonaro, que escanteou diplomatas mais experientes como Mauro Vieira, e colocou em segundo plano a agenda do multilateralismo - o termo chegou a ser vetado em documentos e discursos.

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Atual embaixador do Brasil em Zagreb, na Croácia, Vieira vai retornar ao Brasil no fim de semana para estar presente na segunda-feira, dia 12, na cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também terá no mesmo dia a primeira reunião com Lula presencialmente.

“Fui convidado pelo presidente ontem (quinta-feira), estou muito honrado pela confiança que ele depositou em mim”, disse Vieira ao Estadão. “Estou viajando ao Brasil para me reunir com ele e receber as instruções e orientações sobre como implementar uma política externa que defenda os interesses do Brasil. Só falamos por telefone por enquanto, preciso conversar mais com ele.”

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“Tenho uma grande relação com Mauro Vieira. Tive uma extraordinária relação quando presidente e resolvi escolhê-lo como meu ministro das Relações Exteriores”, disse Lula ao confirmar o retorno do ex-chanceler ao MRE. “O Brasil precisa voltar a ter uma política externa protagonista, uma política externa, como diz sempre o companheiro Celso Amorim, ativa e altiva.”

O futuro ministro disse que ainda vai discutir com Lula a composição de sua equipe no Itamaraty e as indicações para embaixadas. O presidente eleito conseguiu travar as sabatinas no Senado, com indicados de Jair Bolsonaro. A operação foi coordenada no Senado e com o atual chanceler Carlos França, pelo ex-ministro Celso Amorim, com que Vieira trabalhou diretamente no passado.

Mauro Vieira sofreu forte pressão política, das mulheres diplomatas, que almejavam ter uma chanceler mulher pela primeira vez ha história do País, mas foram preteridas. Cobram ainda indicações para postos mais prestigiados, como as embaixadas em Washington, Buenos Aires e Paris, além da secretaria-geral das Relações Exteriores. O chanceler indicado não quis antecipar que espaço elas terão, antes de conversar com Lula.

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“Tenho que conversar tudo isso com o presidente”, afirmou Vieira. “Não tenho nada a dizer ainda. Tenho que conversar com o presidente e procurar as pessoas que se adaptem ao perfil de cada função.”

Na equipe de transição, a aposta principal é que as embaixadoras Maria Laura da Rocha e Maria Luiza Viotti, ambas ex-colaboradoras de Celso Amorim, desempenhem funções-chave na chancelaria. Uma delas poderia ser a número dois da pasta.

Apesar da resistência interna de alguns setores que advogavam por outros nomes, Vieira recebeu apoio da Associação dos Diplomatas Brasileiros. Em nota, a ADB disse que pretende contribuir para uma “temporada vindoura, próspera e pacífica” e deu boas-vindas ao ex e futuro chanceler. “A ADB dá as boas-vindas ao chefe da diplomacia brasileira no próximo governo, com quem buscará manter diálogo fluido e aberto, bem como aportar ideias em prol do fortalecimento institucional, da diversidade e da modernização das capacidades do Itamaraty para lidar com um mundo cada vez mais desafiador e complexo”, escreveu em nota a embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, presidente da entidade.

BRASÍLIA - O embaixador Mauro Vieira, indicado nesta sexta-feira, 9, como futuro ministro das Relações Exteriores pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou ao Estadão que terá como missão principal trazer o País de volta ao centro das decisões mundiais.

“Política externa é um instrumento da afirmação internacional do País e de defesa da soberania, da presença no mundo. O Brasil esteve ausente do mundo e dos grandes centros de decisão nos últimos anos. Todas as medidas que se tomam são importantes nesse sentido, de trazer de volta o Brasil para o cenário internacional”, afirmou Mauro Vieira, que foi chanceler da ex-presidente Dilma Rousseff entre 2015 e 2016.

O futuro chanceler Mauro Vieira com a ex-presidente Dilma Rousseff, de quem foi ministro, durante viagem a Quito. Foto: Rodrigo Buendia/AFP

A primeira declaração do chanceler repete o tom adotado por Lula na viagem internacional de estreia após eleito. O petista viajou à Cúpula do Clima (COP 27), no Egito, e afirmou que o Brasil estava “de volta ao mundo”. Vieira foi ao país acompanhar a agenda de Lula.

É também uma crítica direta à política externa adotada pelo governo Jair Bolsonaro, que escanteou diplomatas mais experientes como Mauro Vieira, e colocou em segundo plano a agenda do multilateralismo - o termo chegou a ser vetado em documentos e discursos.

Atual embaixador do Brasil em Zagreb, na Croácia, Vieira vai retornar ao Brasil no fim de semana para estar presente na segunda-feira, dia 12, na cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também terá no mesmo dia a primeira reunião com Lula presencialmente.

“Fui convidado pelo presidente ontem (quinta-feira), estou muito honrado pela confiança que ele depositou em mim”, disse Vieira ao Estadão. “Estou viajando ao Brasil para me reunir com ele e receber as instruções e orientações sobre como implementar uma política externa que defenda os interesses do Brasil. Só falamos por telefone por enquanto, preciso conversar mais com ele.”

“Tenho uma grande relação com Mauro Vieira. Tive uma extraordinária relação quando presidente e resolvi escolhê-lo como meu ministro das Relações Exteriores”, disse Lula ao confirmar o retorno do ex-chanceler ao MRE. “O Brasil precisa voltar a ter uma política externa protagonista, uma política externa, como diz sempre o companheiro Celso Amorim, ativa e altiva.”

O futuro ministro disse que ainda vai discutir com Lula a composição de sua equipe no Itamaraty e as indicações para embaixadas. O presidente eleito conseguiu travar as sabatinas no Senado, com indicados de Jair Bolsonaro. A operação foi coordenada no Senado e com o atual chanceler Carlos França, pelo ex-ministro Celso Amorim, com que Vieira trabalhou diretamente no passado.

Mauro Vieira sofreu forte pressão política, das mulheres diplomatas, que almejavam ter uma chanceler mulher pela primeira vez ha história do País, mas foram preteridas. Cobram ainda indicações para postos mais prestigiados, como as embaixadas em Washington, Buenos Aires e Paris, além da secretaria-geral das Relações Exteriores. O chanceler indicado não quis antecipar que espaço elas terão, antes de conversar com Lula.

“Tenho que conversar tudo isso com o presidente”, afirmou Vieira. “Não tenho nada a dizer ainda. Tenho que conversar com o presidente e procurar as pessoas que se adaptem ao perfil de cada função.”

Na equipe de transição, a aposta principal é que as embaixadoras Maria Laura da Rocha e Maria Luiza Viotti, ambas ex-colaboradoras de Celso Amorim, desempenhem funções-chave na chancelaria. Uma delas poderia ser a número dois da pasta.

Apesar da resistência interna de alguns setores que advogavam por outros nomes, Vieira recebeu apoio da Associação dos Diplomatas Brasileiros. Em nota, a ADB disse que pretende contribuir para uma “temporada vindoura, próspera e pacífica” e deu boas-vindas ao ex e futuro chanceler. “A ADB dá as boas-vindas ao chefe da diplomacia brasileira no próximo governo, com quem buscará manter diálogo fluido e aberto, bem como aportar ideias em prol do fortalecimento institucional, da diversidade e da modernização das capacidades do Itamaraty para lidar com um mundo cada vez mais desafiador e complexo”, escreveu em nota a embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, presidente da entidade.

BRASÍLIA - O embaixador Mauro Vieira, indicado nesta sexta-feira, 9, como futuro ministro das Relações Exteriores pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou ao Estadão que terá como missão principal trazer o País de volta ao centro das decisões mundiais.

“Política externa é um instrumento da afirmação internacional do País e de defesa da soberania, da presença no mundo. O Brasil esteve ausente do mundo e dos grandes centros de decisão nos últimos anos. Todas as medidas que se tomam são importantes nesse sentido, de trazer de volta o Brasil para o cenário internacional”, afirmou Mauro Vieira, que foi chanceler da ex-presidente Dilma Rousseff entre 2015 e 2016.

O futuro chanceler Mauro Vieira com a ex-presidente Dilma Rousseff, de quem foi ministro, durante viagem a Quito. Foto: Rodrigo Buendia/AFP

A primeira declaração do chanceler repete o tom adotado por Lula na viagem internacional de estreia após eleito. O petista viajou à Cúpula do Clima (COP 27), no Egito, e afirmou que o Brasil estava “de volta ao mundo”. Vieira foi ao país acompanhar a agenda de Lula.

É também uma crítica direta à política externa adotada pelo governo Jair Bolsonaro, que escanteou diplomatas mais experientes como Mauro Vieira, e colocou em segundo plano a agenda do multilateralismo - o termo chegou a ser vetado em documentos e discursos.

Atual embaixador do Brasil em Zagreb, na Croácia, Vieira vai retornar ao Brasil no fim de semana para estar presente na segunda-feira, dia 12, na cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também terá no mesmo dia a primeira reunião com Lula presencialmente.

“Fui convidado pelo presidente ontem (quinta-feira), estou muito honrado pela confiança que ele depositou em mim”, disse Vieira ao Estadão. “Estou viajando ao Brasil para me reunir com ele e receber as instruções e orientações sobre como implementar uma política externa que defenda os interesses do Brasil. Só falamos por telefone por enquanto, preciso conversar mais com ele.”

“Tenho uma grande relação com Mauro Vieira. Tive uma extraordinária relação quando presidente e resolvi escolhê-lo como meu ministro das Relações Exteriores”, disse Lula ao confirmar o retorno do ex-chanceler ao MRE. “O Brasil precisa voltar a ter uma política externa protagonista, uma política externa, como diz sempre o companheiro Celso Amorim, ativa e altiva.”

O futuro ministro disse que ainda vai discutir com Lula a composição de sua equipe no Itamaraty e as indicações para embaixadas. O presidente eleito conseguiu travar as sabatinas no Senado, com indicados de Jair Bolsonaro. A operação foi coordenada no Senado e com o atual chanceler Carlos França, pelo ex-ministro Celso Amorim, com que Vieira trabalhou diretamente no passado.

Mauro Vieira sofreu forte pressão política, das mulheres diplomatas, que almejavam ter uma chanceler mulher pela primeira vez ha história do País, mas foram preteridas. Cobram ainda indicações para postos mais prestigiados, como as embaixadas em Washington, Buenos Aires e Paris, além da secretaria-geral das Relações Exteriores. O chanceler indicado não quis antecipar que espaço elas terão, antes de conversar com Lula.

“Tenho que conversar tudo isso com o presidente”, afirmou Vieira. “Não tenho nada a dizer ainda. Tenho que conversar com o presidente e procurar as pessoas que se adaptem ao perfil de cada função.”

Na equipe de transição, a aposta principal é que as embaixadoras Maria Laura da Rocha e Maria Luiza Viotti, ambas ex-colaboradoras de Celso Amorim, desempenhem funções-chave na chancelaria. Uma delas poderia ser a número dois da pasta.

Apesar da resistência interna de alguns setores que advogavam por outros nomes, Vieira recebeu apoio da Associação dos Diplomatas Brasileiros. Em nota, a ADB disse que pretende contribuir para uma “temporada vindoura, próspera e pacífica” e deu boas-vindas ao ex e futuro chanceler. “A ADB dá as boas-vindas ao chefe da diplomacia brasileira no próximo governo, com quem buscará manter diálogo fluido e aberto, bem como aportar ideias em prol do fortalecimento institucional, da diversidade e da modernização das capacidades do Itamaraty para lidar com um mundo cada vez mais desafiador e complexo”, escreveu em nota a embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, presidente da entidade.

BRASÍLIA - O embaixador Mauro Vieira, indicado nesta sexta-feira, 9, como futuro ministro das Relações Exteriores pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou ao Estadão que terá como missão principal trazer o País de volta ao centro das decisões mundiais.

“Política externa é um instrumento da afirmação internacional do País e de defesa da soberania, da presença no mundo. O Brasil esteve ausente do mundo e dos grandes centros de decisão nos últimos anos. Todas as medidas que se tomam são importantes nesse sentido, de trazer de volta o Brasil para o cenário internacional”, afirmou Mauro Vieira, que foi chanceler da ex-presidente Dilma Rousseff entre 2015 e 2016.

O futuro chanceler Mauro Vieira com a ex-presidente Dilma Rousseff, de quem foi ministro, durante viagem a Quito. Foto: Rodrigo Buendia/AFP

A primeira declaração do chanceler repete o tom adotado por Lula na viagem internacional de estreia após eleito. O petista viajou à Cúpula do Clima (COP 27), no Egito, e afirmou que o Brasil estava “de volta ao mundo”. Vieira foi ao país acompanhar a agenda de Lula.

É também uma crítica direta à política externa adotada pelo governo Jair Bolsonaro, que escanteou diplomatas mais experientes como Mauro Vieira, e colocou em segundo plano a agenda do multilateralismo - o termo chegou a ser vetado em documentos e discursos.

Atual embaixador do Brasil em Zagreb, na Croácia, Vieira vai retornar ao Brasil no fim de semana para estar presente na segunda-feira, dia 12, na cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também terá no mesmo dia a primeira reunião com Lula presencialmente.

“Fui convidado pelo presidente ontem (quinta-feira), estou muito honrado pela confiança que ele depositou em mim”, disse Vieira ao Estadão. “Estou viajando ao Brasil para me reunir com ele e receber as instruções e orientações sobre como implementar uma política externa que defenda os interesses do Brasil. Só falamos por telefone por enquanto, preciso conversar mais com ele.”

“Tenho uma grande relação com Mauro Vieira. Tive uma extraordinária relação quando presidente e resolvi escolhê-lo como meu ministro das Relações Exteriores”, disse Lula ao confirmar o retorno do ex-chanceler ao MRE. “O Brasil precisa voltar a ter uma política externa protagonista, uma política externa, como diz sempre o companheiro Celso Amorim, ativa e altiva.”

O futuro ministro disse que ainda vai discutir com Lula a composição de sua equipe no Itamaraty e as indicações para embaixadas. O presidente eleito conseguiu travar as sabatinas no Senado, com indicados de Jair Bolsonaro. A operação foi coordenada no Senado e com o atual chanceler Carlos França, pelo ex-ministro Celso Amorim, com que Vieira trabalhou diretamente no passado.

Mauro Vieira sofreu forte pressão política, das mulheres diplomatas, que almejavam ter uma chanceler mulher pela primeira vez ha história do País, mas foram preteridas. Cobram ainda indicações para postos mais prestigiados, como as embaixadas em Washington, Buenos Aires e Paris, além da secretaria-geral das Relações Exteriores. O chanceler indicado não quis antecipar que espaço elas terão, antes de conversar com Lula.

“Tenho que conversar tudo isso com o presidente”, afirmou Vieira. “Não tenho nada a dizer ainda. Tenho que conversar com o presidente e procurar as pessoas que se adaptem ao perfil de cada função.”

Na equipe de transição, a aposta principal é que as embaixadoras Maria Laura da Rocha e Maria Luiza Viotti, ambas ex-colaboradoras de Celso Amorim, desempenhem funções-chave na chancelaria. Uma delas poderia ser a número dois da pasta.

Apesar da resistência interna de alguns setores que advogavam por outros nomes, Vieira recebeu apoio da Associação dos Diplomatas Brasileiros. Em nota, a ADB disse que pretende contribuir para uma “temporada vindoura, próspera e pacífica” e deu boas-vindas ao ex e futuro chanceler. “A ADB dá as boas-vindas ao chefe da diplomacia brasileira no próximo governo, com quem buscará manter diálogo fluido e aberto, bem como aportar ideias em prol do fortalecimento institucional, da diversidade e da modernização das capacidades do Itamaraty para lidar com um mundo cada vez mais desafiador e complexo”, escreveu em nota a embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, presidente da entidade.

BRASÍLIA - O embaixador Mauro Vieira, indicado nesta sexta-feira, 9, como futuro ministro das Relações Exteriores pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou ao Estadão que terá como missão principal trazer o País de volta ao centro das decisões mundiais.

“Política externa é um instrumento da afirmação internacional do País e de defesa da soberania, da presença no mundo. O Brasil esteve ausente do mundo e dos grandes centros de decisão nos últimos anos. Todas as medidas que se tomam são importantes nesse sentido, de trazer de volta o Brasil para o cenário internacional”, afirmou Mauro Vieira, que foi chanceler da ex-presidente Dilma Rousseff entre 2015 e 2016.

O futuro chanceler Mauro Vieira com a ex-presidente Dilma Rousseff, de quem foi ministro, durante viagem a Quito. Foto: Rodrigo Buendia/AFP

A primeira declaração do chanceler repete o tom adotado por Lula na viagem internacional de estreia após eleito. O petista viajou à Cúpula do Clima (COP 27), no Egito, e afirmou que o Brasil estava “de volta ao mundo”. Vieira foi ao país acompanhar a agenda de Lula.

É também uma crítica direta à política externa adotada pelo governo Jair Bolsonaro, que escanteou diplomatas mais experientes como Mauro Vieira, e colocou em segundo plano a agenda do multilateralismo - o termo chegou a ser vetado em documentos e discursos.

Atual embaixador do Brasil em Zagreb, na Croácia, Vieira vai retornar ao Brasil no fim de semana para estar presente na segunda-feira, dia 12, na cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também terá no mesmo dia a primeira reunião com Lula presencialmente.

“Fui convidado pelo presidente ontem (quinta-feira), estou muito honrado pela confiança que ele depositou em mim”, disse Vieira ao Estadão. “Estou viajando ao Brasil para me reunir com ele e receber as instruções e orientações sobre como implementar uma política externa que defenda os interesses do Brasil. Só falamos por telefone por enquanto, preciso conversar mais com ele.”

“Tenho uma grande relação com Mauro Vieira. Tive uma extraordinária relação quando presidente e resolvi escolhê-lo como meu ministro das Relações Exteriores”, disse Lula ao confirmar o retorno do ex-chanceler ao MRE. “O Brasil precisa voltar a ter uma política externa protagonista, uma política externa, como diz sempre o companheiro Celso Amorim, ativa e altiva.”

O futuro ministro disse que ainda vai discutir com Lula a composição de sua equipe no Itamaraty e as indicações para embaixadas. O presidente eleito conseguiu travar as sabatinas no Senado, com indicados de Jair Bolsonaro. A operação foi coordenada no Senado e com o atual chanceler Carlos França, pelo ex-ministro Celso Amorim, com que Vieira trabalhou diretamente no passado.

Mauro Vieira sofreu forte pressão política, das mulheres diplomatas, que almejavam ter uma chanceler mulher pela primeira vez ha história do País, mas foram preteridas. Cobram ainda indicações para postos mais prestigiados, como as embaixadas em Washington, Buenos Aires e Paris, além da secretaria-geral das Relações Exteriores. O chanceler indicado não quis antecipar que espaço elas terão, antes de conversar com Lula.

“Tenho que conversar tudo isso com o presidente”, afirmou Vieira. “Não tenho nada a dizer ainda. Tenho que conversar com o presidente e procurar as pessoas que se adaptem ao perfil de cada função.”

Na equipe de transição, a aposta principal é que as embaixadoras Maria Laura da Rocha e Maria Luiza Viotti, ambas ex-colaboradoras de Celso Amorim, desempenhem funções-chave na chancelaria. Uma delas poderia ser a número dois da pasta.

Apesar da resistência interna de alguns setores que advogavam por outros nomes, Vieira recebeu apoio da Associação dos Diplomatas Brasileiros. Em nota, a ADB disse que pretende contribuir para uma “temporada vindoura, próspera e pacífica” e deu boas-vindas ao ex e futuro chanceler. “A ADB dá as boas-vindas ao chefe da diplomacia brasileira no próximo governo, com quem buscará manter diálogo fluido e aberto, bem como aportar ideias em prol do fortalecimento institucional, da diversidade e da modernização das capacidades do Itamaraty para lidar com um mundo cada vez mais desafiador e complexo”, escreveu em nota a embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, presidente da entidade.

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