Navio iraniano atracado no Rio sob protesto dos EUA é palco de festa com participação do Brasil


Representantes do governo brasileiro participaram de uma comemoração alusiva aos 120 anos das relações com o Irã

Por Felipe Frazão, Vinícius Valfré e Roberto Godoy
Atualização:

BRASÍLIA - Além de receber, sob críticas públicas dos Estados Unidos, navios da frota de guerra do Irã no Rio de Janeiro, o governo brasileiro também enviou representantes para participar, na terça-feira, 28, de uma cerimônia em alusão aos 120 anos de relações diplomáticas entre os dois países. O Estadão apurou que a solenidade foi realizada a bordo da fragata Iris Dena, um dos dois navios militares iranianos ancorados no porto do Rio. A celebração, da qual participaram oficiais da Marinha e integrantes do Itamaraty, não foi divulgada pelos canais oficiais do Ministério das Relações Exteriores.

A entrada das embarcações na costa brasileira gerou um mal estar na relação diplomática do Brasil com os EUA, que impõem sanções ao Irã alegando atos de terrorismo e violações aos Direitos Humanos. “No passado, esses navios facilitaram o comércio ilegal e atividades terroristas, e também foram sancionados pelos EUA. O Brasil é uma nação soberana, mas acreditamos firmemente que esses navios não devem atracar em lugar nenhum”, disse a embaixadora, no dia 15, em sua primeira entrevista coletiva no Brasil.

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Embarcação pertencente à frota de guerra iraniana, ancorada no porto do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos / Estadão

Na quarta-feira, o governo norte-americano voltou a criticar a manobra. “Queremos garantir que a Guarda Revolucionária do Irã e o Irã, de forma mais ampla, não sejam capazes de adquirir uma posição de destaque e de conseguir vantagem por meio de outros neste hemisfério. Certamente o governo brasileiro ou o povo brasileiro não gostariam de fazer algo que ajudasse um governo, um regime que é responsável por uma repressão brutal e violenta contra seu próprio povo”, afirmou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

Navio militar iraniano na costa brasileira no Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters
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O governo de Israel também protestou. Lior Haiat, porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, publicou uma nota em seu Twitter chamando de “perigosa e lamentável” a ação brasileira.

O Estadão apurou que a confraternização dentro da fragata foi uma cerimônia reservada, restrita a diplomatas dos dois países e com a orientação que não divulgassem fotos. Em geral, nesse tipo de solenidade há um discurso de cada diplomata em alusão a relação entre os países e dos oficiais da Marinha. No caso do Irã, eles não servem bebidas alcoólicas e quando promovem eventos como esse na embaixada servem pratos típicos.

Os navios chegaram ao Brasil no domingo, 26, e tem autorização do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para permanecer até o próximo sábado, 4. O Iris Makran é considerado um “monstro do mar”, com 230 metros e cerca de 120 mil toneladas. Mais que um petroleiro convertido em porta-helicópteros, o navio pode lançar drones de grande porte, armados com mísseis ou de espionagem.

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Segundo os serviços de inteligência do Departamento de Defesa americano (DoD na sigla em inglês), o Makran abriga a bordo um avançado centro eletrônico de coleta de dados, escuta de comunicações e vigilância de área. Na flotilha da Marinha do Irã em visita ao Brasil, a fragata Iris Dena escolta o grande Makran. Com 1.300 toneladas, a embarcação dispara mísseis de cruzeiro com alcance de 1,2 mil km e torpedos de 533mm.

O Itamaraty informou que não há pedidos para prorrogar a autorização para permanência no litoral brasileiro. Questionado sobre a lista de enviados à cerimônia, o ministério não comentou. A expectativa é a de que, no fim de semana, as embarcações partam do Brasil e sigam de volta ao Irã.

Os navios tiveram um primeiro aval para aportar entre no fim de janeiro. No entanto, a manobra ocorreria pouco antes da visita de Estado do presidente Lula ao presidente americano Joe Biden. A entrada dos navios acabou adiada para o fim de fevereiro, dada a sensibilidade diplomática do tema.

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Navio de guerra iraniano Iris Dena no porto do Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a autorização aos navios iranianos. “(O Brasil é) O único país da América Latina que se submete aos sabores do Irã. (A chegada das embarcações) Representa ameaça terrorista não só aos EUA, mas a toda a região”, disse.

Chefe do Itamaraty no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos França esteve no Irã em setembro. Na ocasião, em encontro com o seu equivalente, ministro Amir Abdollahian, e buscou estreitar relações para “aumentar as trocas comerciais e implementar acordos bilaterais”, como registram agências iranianas. No mesmo mês, a Aditância de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico do Brasil no Irã participou da cerimônia do 14° aniversário da Defesa Aérea do Exército Iraniano. A aditância está presente no Irã desde 1976.

BRASÍLIA - Além de receber, sob críticas públicas dos Estados Unidos, navios da frota de guerra do Irã no Rio de Janeiro, o governo brasileiro também enviou representantes para participar, na terça-feira, 28, de uma cerimônia em alusão aos 120 anos de relações diplomáticas entre os dois países. O Estadão apurou que a solenidade foi realizada a bordo da fragata Iris Dena, um dos dois navios militares iranianos ancorados no porto do Rio. A celebração, da qual participaram oficiais da Marinha e integrantes do Itamaraty, não foi divulgada pelos canais oficiais do Ministério das Relações Exteriores.

A entrada das embarcações na costa brasileira gerou um mal estar na relação diplomática do Brasil com os EUA, que impõem sanções ao Irã alegando atos de terrorismo e violações aos Direitos Humanos. “No passado, esses navios facilitaram o comércio ilegal e atividades terroristas, e também foram sancionados pelos EUA. O Brasil é uma nação soberana, mas acreditamos firmemente que esses navios não devem atracar em lugar nenhum”, disse a embaixadora, no dia 15, em sua primeira entrevista coletiva no Brasil.

Embarcação pertencente à frota de guerra iraniana, ancorada no porto do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos / Estadão

Na quarta-feira, o governo norte-americano voltou a criticar a manobra. “Queremos garantir que a Guarda Revolucionária do Irã e o Irã, de forma mais ampla, não sejam capazes de adquirir uma posição de destaque e de conseguir vantagem por meio de outros neste hemisfério. Certamente o governo brasileiro ou o povo brasileiro não gostariam de fazer algo que ajudasse um governo, um regime que é responsável por uma repressão brutal e violenta contra seu próprio povo”, afirmou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

Navio militar iraniano na costa brasileira no Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O governo de Israel também protestou. Lior Haiat, porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, publicou uma nota em seu Twitter chamando de “perigosa e lamentável” a ação brasileira.

O Estadão apurou que a confraternização dentro da fragata foi uma cerimônia reservada, restrita a diplomatas dos dois países e com a orientação que não divulgassem fotos. Em geral, nesse tipo de solenidade há um discurso de cada diplomata em alusão a relação entre os países e dos oficiais da Marinha. No caso do Irã, eles não servem bebidas alcoólicas e quando promovem eventos como esse na embaixada servem pratos típicos.

Os navios chegaram ao Brasil no domingo, 26, e tem autorização do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para permanecer até o próximo sábado, 4. O Iris Makran é considerado um “monstro do mar”, com 230 metros e cerca de 120 mil toneladas. Mais que um petroleiro convertido em porta-helicópteros, o navio pode lançar drones de grande porte, armados com mísseis ou de espionagem.

Segundo os serviços de inteligência do Departamento de Defesa americano (DoD na sigla em inglês), o Makran abriga a bordo um avançado centro eletrônico de coleta de dados, escuta de comunicações e vigilância de área. Na flotilha da Marinha do Irã em visita ao Brasil, a fragata Iris Dena escolta o grande Makran. Com 1.300 toneladas, a embarcação dispara mísseis de cruzeiro com alcance de 1,2 mil km e torpedos de 533mm.

O Itamaraty informou que não há pedidos para prorrogar a autorização para permanência no litoral brasileiro. Questionado sobre a lista de enviados à cerimônia, o ministério não comentou. A expectativa é a de que, no fim de semana, as embarcações partam do Brasil e sigam de volta ao Irã.

Os navios tiveram um primeiro aval para aportar entre no fim de janeiro. No entanto, a manobra ocorreria pouco antes da visita de Estado do presidente Lula ao presidente americano Joe Biden. A entrada dos navios acabou adiada para o fim de fevereiro, dada a sensibilidade diplomática do tema.

Navio de guerra iraniano Iris Dena no porto do Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a autorização aos navios iranianos. “(O Brasil é) O único país da América Latina que se submete aos sabores do Irã. (A chegada das embarcações) Representa ameaça terrorista não só aos EUA, mas a toda a região”, disse.

Chefe do Itamaraty no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos França esteve no Irã em setembro. Na ocasião, em encontro com o seu equivalente, ministro Amir Abdollahian, e buscou estreitar relações para “aumentar as trocas comerciais e implementar acordos bilaterais”, como registram agências iranianas. No mesmo mês, a Aditância de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico do Brasil no Irã participou da cerimônia do 14° aniversário da Defesa Aérea do Exército Iraniano. A aditância está presente no Irã desde 1976.

BRASÍLIA - Além de receber, sob críticas públicas dos Estados Unidos, navios da frota de guerra do Irã no Rio de Janeiro, o governo brasileiro também enviou representantes para participar, na terça-feira, 28, de uma cerimônia em alusão aos 120 anos de relações diplomáticas entre os dois países. O Estadão apurou que a solenidade foi realizada a bordo da fragata Iris Dena, um dos dois navios militares iranianos ancorados no porto do Rio. A celebração, da qual participaram oficiais da Marinha e integrantes do Itamaraty, não foi divulgada pelos canais oficiais do Ministério das Relações Exteriores.

A entrada das embarcações na costa brasileira gerou um mal estar na relação diplomática do Brasil com os EUA, que impõem sanções ao Irã alegando atos de terrorismo e violações aos Direitos Humanos. “No passado, esses navios facilitaram o comércio ilegal e atividades terroristas, e também foram sancionados pelos EUA. O Brasil é uma nação soberana, mas acreditamos firmemente que esses navios não devem atracar em lugar nenhum”, disse a embaixadora, no dia 15, em sua primeira entrevista coletiva no Brasil.

Embarcação pertencente à frota de guerra iraniana, ancorada no porto do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos / Estadão

Na quarta-feira, o governo norte-americano voltou a criticar a manobra. “Queremos garantir que a Guarda Revolucionária do Irã e o Irã, de forma mais ampla, não sejam capazes de adquirir uma posição de destaque e de conseguir vantagem por meio de outros neste hemisfério. Certamente o governo brasileiro ou o povo brasileiro não gostariam de fazer algo que ajudasse um governo, um regime que é responsável por uma repressão brutal e violenta contra seu próprio povo”, afirmou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

Navio militar iraniano na costa brasileira no Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O governo de Israel também protestou. Lior Haiat, porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, publicou uma nota em seu Twitter chamando de “perigosa e lamentável” a ação brasileira.

O Estadão apurou que a confraternização dentro da fragata foi uma cerimônia reservada, restrita a diplomatas dos dois países e com a orientação que não divulgassem fotos. Em geral, nesse tipo de solenidade há um discurso de cada diplomata em alusão a relação entre os países e dos oficiais da Marinha. No caso do Irã, eles não servem bebidas alcoólicas e quando promovem eventos como esse na embaixada servem pratos típicos.

Os navios chegaram ao Brasil no domingo, 26, e tem autorização do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para permanecer até o próximo sábado, 4. O Iris Makran é considerado um “monstro do mar”, com 230 metros e cerca de 120 mil toneladas. Mais que um petroleiro convertido em porta-helicópteros, o navio pode lançar drones de grande porte, armados com mísseis ou de espionagem.

Segundo os serviços de inteligência do Departamento de Defesa americano (DoD na sigla em inglês), o Makran abriga a bordo um avançado centro eletrônico de coleta de dados, escuta de comunicações e vigilância de área. Na flotilha da Marinha do Irã em visita ao Brasil, a fragata Iris Dena escolta o grande Makran. Com 1.300 toneladas, a embarcação dispara mísseis de cruzeiro com alcance de 1,2 mil km e torpedos de 533mm.

O Itamaraty informou que não há pedidos para prorrogar a autorização para permanência no litoral brasileiro. Questionado sobre a lista de enviados à cerimônia, o ministério não comentou. A expectativa é a de que, no fim de semana, as embarcações partam do Brasil e sigam de volta ao Irã.

Os navios tiveram um primeiro aval para aportar entre no fim de janeiro. No entanto, a manobra ocorreria pouco antes da visita de Estado do presidente Lula ao presidente americano Joe Biden. A entrada dos navios acabou adiada para o fim de fevereiro, dada a sensibilidade diplomática do tema.

Navio de guerra iraniano Iris Dena no porto do Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a autorização aos navios iranianos. “(O Brasil é) O único país da América Latina que se submete aos sabores do Irã. (A chegada das embarcações) Representa ameaça terrorista não só aos EUA, mas a toda a região”, disse.

Chefe do Itamaraty no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos França esteve no Irã em setembro. Na ocasião, em encontro com o seu equivalente, ministro Amir Abdollahian, e buscou estreitar relações para “aumentar as trocas comerciais e implementar acordos bilaterais”, como registram agências iranianas. No mesmo mês, a Aditância de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico do Brasil no Irã participou da cerimônia do 14° aniversário da Defesa Aérea do Exército Iraniano. A aditância está presente no Irã desde 1976.

BRASÍLIA - Além de receber, sob críticas públicas dos Estados Unidos, navios da frota de guerra do Irã no Rio de Janeiro, o governo brasileiro também enviou representantes para participar, na terça-feira, 28, de uma cerimônia em alusão aos 120 anos de relações diplomáticas entre os dois países. O Estadão apurou que a solenidade foi realizada a bordo da fragata Iris Dena, um dos dois navios militares iranianos ancorados no porto do Rio. A celebração, da qual participaram oficiais da Marinha e integrantes do Itamaraty, não foi divulgada pelos canais oficiais do Ministério das Relações Exteriores.

A entrada das embarcações na costa brasileira gerou um mal estar na relação diplomática do Brasil com os EUA, que impõem sanções ao Irã alegando atos de terrorismo e violações aos Direitos Humanos. “No passado, esses navios facilitaram o comércio ilegal e atividades terroristas, e também foram sancionados pelos EUA. O Brasil é uma nação soberana, mas acreditamos firmemente que esses navios não devem atracar em lugar nenhum”, disse a embaixadora, no dia 15, em sua primeira entrevista coletiva no Brasil.

Embarcação pertencente à frota de guerra iraniana, ancorada no porto do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos / Estadão

Na quarta-feira, o governo norte-americano voltou a criticar a manobra. “Queremos garantir que a Guarda Revolucionária do Irã e o Irã, de forma mais ampla, não sejam capazes de adquirir uma posição de destaque e de conseguir vantagem por meio de outros neste hemisfério. Certamente o governo brasileiro ou o povo brasileiro não gostariam de fazer algo que ajudasse um governo, um regime que é responsável por uma repressão brutal e violenta contra seu próprio povo”, afirmou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

Navio militar iraniano na costa brasileira no Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O governo de Israel também protestou. Lior Haiat, porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, publicou uma nota em seu Twitter chamando de “perigosa e lamentável” a ação brasileira.

O Estadão apurou que a confraternização dentro da fragata foi uma cerimônia reservada, restrita a diplomatas dos dois países e com a orientação que não divulgassem fotos. Em geral, nesse tipo de solenidade há um discurso de cada diplomata em alusão a relação entre os países e dos oficiais da Marinha. No caso do Irã, eles não servem bebidas alcoólicas e quando promovem eventos como esse na embaixada servem pratos típicos.

Os navios chegaram ao Brasil no domingo, 26, e tem autorização do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para permanecer até o próximo sábado, 4. O Iris Makran é considerado um “monstro do mar”, com 230 metros e cerca de 120 mil toneladas. Mais que um petroleiro convertido em porta-helicópteros, o navio pode lançar drones de grande porte, armados com mísseis ou de espionagem.

Segundo os serviços de inteligência do Departamento de Defesa americano (DoD na sigla em inglês), o Makran abriga a bordo um avançado centro eletrônico de coleta de dados, escuta de comunicações e vigilância de área. Na flotilha da Marinha do Irã em visita ao Brasil, a fragata Iris Dena escolta o grande Makran. Com 1.300 toneladas, a embarcação dispara mísseis de cruzeiro com alcance de 1,2 mil km e torpedos de 533mm.

O Itamaraty informou que não há pedidos para prorrogar a autorização para permanência no litoral brasileiro. Questionado sobre a lista de enviados à cerimônia, o ministério não comentou. A expectativa é a de que, no fim de semana, as embarcações partam do Brasil e sigam de volta ao Irã.

Os navios tiveram um primeiro aval para aportar entre no fim de janeiro. No entanto, a manobra ocorreria pouco antes da visita de Estado do presidente Lula ao presidente americano Joe Biden. A entrada dos navios acabou adiada para o fim de fevereiro, dada a sensibilidade diplomática do tema.

Navio de guerra iraniano Iris Dena no porto do Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a autorização aos navios iranianos. “(O Brasil é) O único país da América Latina que se submete aos sabores do Irã. (A chegada das embarcações) Representa ameaça terrorista não só aos EUA, mas a toda a região”, disse.

Chefe do Itamaraty no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos França esteve no Irã em setembro. Na ocasião, em encontro com o seu equivalente, ministro Amir Abdollahian, e buscou estreitar relações para “aumentar as trocas comerciais e implementar acordos bilaterais”, como registram agências iranianas. No mesmo mês, a Aditância de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico do Brasil no Irã participou da cerimônia do 14° aniversário da Defesa Aérea do Exército Iraniano. A aditância está presente no Irã desde 1976.

BRASÍLIA - Além de receber, sob críticas públicas dos Estados Unidos, navios da frota de guerra do Irã no Rio de Janeiro, o governo brasileiro também enviou representantes para participar, na terça-feira, 28, de uma cerimônia em alusão aos 120 anos de relações diplomáticas entre os dois países. O Estadão apurou que a solenidade foi realizada a bordo da fragata Iris Dena, um dos dois navios militares iranianos ancorados no porto do Rio. A celebração, da qual participaram oficiais da Marinha e integrantes do Itamaraty, não foi divulgada pelos canais oficiais do Ministério das Relações Exteriores.

A entrada das embarcações na costa brasileira gerou um mal estar na relação diplomática do Brasil com os EUA, que impõem sanções ao Irã alegando atos de terrorismo e violações aos Direitos Humanos. “No passado, esses navios facilitaram o comércio ilegal e atividades terroristas, e também foram sancionados pelos EUA. O Brasil é uma nação soberana, mas acreditamos firmemente que esses navios não devem atracar em lugar nenhum”, disse a embaixadora, no dia 15, em sua primeira entrevista coletiva no Brasil.

Embarcação pertencente à frota de guerra iraniana, ancorada no porto do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos / Estadão

Na quarta-feira, o governo norte-americano voltou a criticar a manobra. “Queremos garantir que a Guarda Revolucionária do Irã e o Irã, de forma mais ampla, não sejam capazes de adquirir uma posição de destaque e de conseguir vantagem por meio de outros neste hemisfério. Certamente o governo brasileiro ou o povo brasileiro não gostariam de fazer algo que ajudasse um governo, um regime que é responsável por uma repressão brutal e violenta contra seu próprio povo”, afirmou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

Navio militar iraniano na costa brasileira no Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O governo de Israel também protestou. Lior Haiat, porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, publicou uma nota em seu Twitter chamando de “perigosa e lamentável” a ação brasileira.

O Estadão apurou que a confraternização dentro da fragata foi uma cerimônia reservada, restrita a diplomatas dos dois países e com a orientação que não divulgassem fotos. Em geral, nesse tipo de solenidade há um discurso de cada diplomata em alusão a relação entre os países e dos oficiais da Marinha. No caso do Irã, eles não servem bebidas alcoólicas e quando promovem eventos como esse na embaixada servem pratos típicos.

Os navios chegaram ao Brasil no domingo, 26, e tem autorização do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para permanecer até o próximo sábado, 4. O Iris Makran é considerado um “monstro do mar”, com 230 metros e cerca de 120 mil toneladas. Mais que um petroleiro convertido em porta-helicópteros, o navio pode lançar drones de grande porte, armados com mísseis ou de espionagem.

Segundo os serviços de inteligência do Departamento de Defesa americano (DoD na sigla em inglês), o Makran abriga a bordo um avançado centro eletrônico de coleta de dados, escuta de comunicações e vigilância de área. Na flotilha da Marinha do Irã em visita ao Brasil, a fragata Iris Dena escolta o grande Makran. Com 1.300 toneladas, a embarcação dispara mísseis de cruzeiro com alcance de 1,2 mil km e torpedos de 533mm.

O Itamaraty informou que não há pedidos para prorrogar a autorização para permanência no litoral brasileiro. Questionado sobre a lista de enviados à cerimônia, o ministério não comentou. A expectativa é a de que, no fim de semana, as embarcações partam do Brasil e sigam de volta ao Irã.

Os navios tiveram um primeiro aval para aportar entre no fim de janeiro. No entanto, a manobra ocorreria pouco antes da visita de Estado do presidente Lula ao presidente americano Joe Biden. A entrada dos navios acabou adiada para o fim de fevereiro, dada a sensibilidade diplomática do tema.

Navio de guerra iraniano Iris Dena no porto do Rio de Janeiro Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a autorização aos navios iranianos. “(O Brasil é) O único país da América Latina que se submete aos sabores do Irã. (A chegada das embarcações) Representa ameaça terrorista não só aos EUA, mas a toda a região”, disse.

Chefe do Itamaraty no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos França esteve no Irã em setembro. Na ocasião, em encontro com o seu equivalente, ministro Amir Abdollahian, e buscou estreitar relações para “aumentar as trocas comerciais e implementar acordos bilaterais”, como registram agências iranianas. No mesmo mês, a Aditância de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico do Brasil no Irã participou da cerimônia do 14° aniversário da Defesa Aérea do Exército Iraniano. A aditância está presente no Irã desde 1976.

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