Bruno Covas piora e estado de saúde é considerado irreversível, diz boletim médico


Prefeito da capital paulista encontra-se sedado no Hospital Sírio-Libanês acompanhado de familiares e amigos; político luta contra um câncer há um ano e meio

Por Adriana Ferraz, Bruno Ribeiro e Pedro Venceslau

Após um ano e meio lutando contra um câncer agressivo, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), de 41 anos, teve uma piora em seu quadro de saúde e, de acordo com boletim médico, seu estado é irreversível. Nota divulgada nesta sexta-feira, 14, pelo Hospital Sírio-Libanês afirma que o tucano segue recebendo medicamentos analgésicos e sedativos cercado por parentes e amigos. “O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica.” 

Auxiliares próximos, como o secretário-executivo Gustavo Pires, e o secretário de Governo, Rubens Rizek, permaneciam no hospital até as 22h para dar auxílio a familiares que estavam no quarto com Covas, sem falar com a imprensa. Ele chegou por volta das 20h40, acompanhado do padre João Paulo Rizek, seu irmão. O religioso foi contemporâneo de prefeito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, e foi ao hospital a convite da família. 

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, durante a campanha à reeleição Foto: Valeria Gonçalvez/Estadão
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Segundo o Estadão apurou, os médicos administraram um sedativo paliativo por volta das 18h. A família havia sido avisada um dia antes de que o quadro não poderia ser revertido. Sob efeito de medicação, Covas recebeu o filho Tomás, de 15 anos, para se despedir. O jovem nunca deixou de acompanhar e incentivar o tratamento do pai.

O tucano está licenciado do cargo desde o dia 2, quando foi internado pela última vez. Logo no dia seguinte, durante a realização de um exame para descobrir a causa de uma anemia, os médicos identificaram um sangramento e o levaram para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) intubado.

Após melhora, o prefeito foi extubado e transferido para um quarto, onde chegou a receber visitas e postar mensagens de otimismo em suas redes sociais, ora acompanhado do filho ora de políticos.

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Nesta semana, Covas havia sinalizado disposição e postou fotos ao lado do prefeito em exercício, Ricardo Nunes (MDB); do governador João Doria (PSDB); do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM); e do vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB). De seu quarto no hospital, ele chegou a participar da articulação política que resultou na migração de Garcia, que antes era do DEM, para o quadro tucano. 

“O PSDB de São Paulo ganha muito com sua chegada, reforçando nosso time com sua experiência administrativa e política”, escreveu Covas, acalmando tucanos que se posicionaram contra a mudança em favor de Geraldo Alckmin – de quem o prefeito paulistano também é próximo. Na conversa com Nunes, no cargo desde o último dia 3, Covas tratou sobre temas da cidade que seguia acompanhando mesmo do hospital. O emedebista sempre foi classificado por Covas como um aliado leal que, quando solicitado, tocava a administração conforme as diretrizes tucanas.

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O prefeito descobriu que tinha câncer em outubro de 2019, quando exames que vinham sendo realizados para investigar o surgimento de uma trombose apontaram a existência de três tumores – um no fígado, um na cárdia (a transição entre o estômago e o esôfago) e outro nos gânglios linfáticos. Os médicos atacaram a doença com imunoterapia e quimioterapia, e dois dos três tumores chegaram a desaparecer. 

Ao longo de 2020, com o sucesso do tratamento, Covas pôde tocar seu projeto de reeleição e, mesmo com a pandemia, chegou a fazer campanha na rua e participar normalmente de debates e entrevistas presenciais ou online. 

reference
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Em novembro, obteve sua maior vitória eleitoral, vencendo Guilherme Boulos (PSOL) em segundo turno e sagrando-se prefeito da capital pelo voto de mais de 3 milhões de paulistanos. Seu avô, o ex-governador Mário Covas, também comandou a cidade, mas por escolha indireta.

Em fevereiro deste ano, no entanto, exames identificaram um novo tumor no fígado e Covas retornou à quimioterapia. Entretanto, ao longo desta nova etapa do tratamento, a doença se mostrou mais agressiva, se espalhando para mais pontos do fígado e ossos.

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Quando diagnosticado já em estágio avançado, com metástase – como foi o caso da doença do prefeito –, o câncer de estômago não costuma ter um bom prognóstico e pode levar a pessoa à morte em poucos meses. O avanço das células tumorais para todo o organismo explica a agressividade da doença.

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O tumor de Covas surgiu na cárdia, espécie de válvula entre o estômago e esôfago, e já tinha focos no fígado e linfonodos quando foi descoberto. Segundo o cirurgião oncológico Alexandre Ferreira Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a sobrevida média de pacientes com esse diagnóstico é de 8 a 18 meses. 

“A chance de cura deste câncer se dá no diagnóstico precoce. Quando ele já está em fase metastática, não se pode falar em cura, mas em sobrevida”, afirmou o especialista.

O médico disse que a piora acelerada do prefeito coincide com o espalhamento da doença para regiões importantes do corpo. “Se a doença chega aos ossos, quer dizer que ela já está na corrente sanguínea e há um comprometimento sistêmico. A evolução é muito rápida porque as células tumorais começam a se disseminar com grande rapidez”, explica.

O tratamento do câncer de estômago depende, portanto, do estágio da doença. Nos casos em que não há metástase, a indicação é a cirurgia para a remoção do tumor. Na doença metastática, a opção é o controle da doença com quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

Os médicos de Covas, assim como o prefeito, lançaram mão de todas as opções de tratamento possíveis. Até o início do mês, o prefeito conseguia manter uma rotina de trabalho intensa, seja no gabinete da Prefeitura ou no hospital.

Repercussão

Líderes partidários, aliados e adversários políticos do prefeito Bruno Covas lamentaram o anúncio da piora em seu estado de saúde. Colega de partido de Covas, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB-AM) lembrou da batalha do avô de Bruno contra a mesma doença. "Ele é valente como seu avô", escreveu Virgílio no Twitter. “Mário Covas, junto com meu pai, foi meu maior exemplo na política. Tal avô, tal neto. Mário foi meu mestre, Bruno é meu companheiro e amigo.”

Covas também recebeu mensagens de apoio dos concorrentes nas últimas eleições, da qual ele saiu vitorioso. “Minhas orações, pensamentos e energias positivas para o prefeito”, registrou Orlando Silva (PCdoB) nas redes sociais. “Deixemos as posições políticas de lado neste momento para desejar força ao prefeito Bruno Covas e à família. Força e boas energias”, escreveu Marina Helou (Rede). 

O vereador Eduardo Suplicy (PT), o mais velho da Câmara Municipal, escreveu que ainda torcia pelo prefeito. “Dada a notícia de irreversibilidade da condição de saúde do prefeito Bruno Covas, transmito a todos a minha tristeza, oração a Deus, vontade que possa ainda ocorrer um milagre para que ele se recupere plenamente.” / COLABORARAM FABIANA CAMBRICOLI e TULIO KRUSE

Após um ano e meio lutando contra um câncer agressivo, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), de 41 anos, teve uma piora em seu quadro de saúde e, de acordo com boletim médico, seu estado é irreversível. Nota divulgada nesta sexta-feira, 14, pelo Hospital Sírio-Libanês afirma que o tucano segue recebendo medicamentos analgésicos e sedativos cercado por parentes e amigos. “O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica.” 

Auxiliares próximos, como o secretário-executivo Gustavo Pires, e o secretário de Governo, Rubens Rizek, permaneciam no hospital até as 22h para dar auxílio a familiares que estavam no quarto com Covas, sem falar com a imprensa. Ele chegou por volta das 20h40, acompanhado do padre João Paulo Rizek, seu irmão. O religioso foi contemporâneo de prefeito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, e foi ao hospital a convite da família. 

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, durante a campanha à reeleição Foto: Valeria Gonçalvez/Estadão

Segundo o Estadão apurou, os médicos administraram um sedativo paliativo por volta das 18h. A família havia sido avisada um dia antes de que o quadro não poderia ser revertido. Sob efeito de medicação, Covas recebeu o filho Tomás, de 15 anos, para se despedir. O jovem nunca deixou de acompanhar e incentivar o tratamento do pai.

O tucano está licenciado do cargo desde o dia 2, quando foi internado pela última vez. Logo no dia seguinte, durante a realização de um exame para descobrir a causa de uma anemia, os médicos identificaram um sangramento e o levaram para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) intubado.

Após melhora, o prefeito foi extubado e transferido para um quarto, onde chegou a receber visitas e postar mensagens de otimismo em suas redes sociais, ora acompanhado do filho ora de políticos.

Nesta semana, Covas havia sinalizado disposição e postou fotos ao lado do prefeito em exercício, Ricardo Nunes (MDB); do governador João Doria (PSDB); do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM); e do vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB). De seu quarto no hospital, ele chegou a participar da articulação política que resultou na migração de Garcia, que antes era do DEM, para o quadro tucano. 

“O PSDB de São Paulo ganha muito com sua chegada, reforçando nosso time com sua experiência administrativa e política”, escreveu Covas, acalmando tucanos que se posicionaram contra a mudança em favor de Geraldo Alckmin – de quem o prefeito paulistano também é próximo. Na conversa com Nunes, no cargo desde o último dia 3, Covas tratou sobre temas da cidade que seguia acompanhando mesmo do hospital. O emedebista sempre foi classificado por Covas como um aliado leal que, quando solicitado, tocava a administração conforme as diretrizes tucanas.

O prefeito descobriu que tinha câncer em outubro de 2019, quando exames que vinham sendo realizados para investigar o surgimento de uma trombose apontaram a existência de três tumores – um no fígado, um na cárdia (a transição entre o estômago e o esôfago) e outro nos gânglios linfáticos. Os médicos atacaram a doença com imunoterapia e quimioterapia, e dois dos três tumores chegaram a desaparecer. 

Ao longo de 2020, com o sucesso do tratamento, Covas pôde tocar seu projeto de reeleição e, mesmo com a pandemia, chegou a fazer campanha na rua e participar normalmente de debates e entrevistas presenciais ou online. 

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Em novembro, obteve sua maior vitória eleitoral, vencendo Guilherme Boulos (PSOL) em segundo turno e sagrando-se prefeito da capital pelo voto de mais de 3 milhões de paulistanos. Seu avô, o ex-governador Mário Covas, também comandou a cidade, mas por escolha indireta.

Em fevereiro deste ano, no entanto, exames identificaram um novo tumor no fígado e Covas retornou à quimioterapia. Entretanto, ao longo desta nova etapa do tratamento, a doença se mostrou mais agressiva, se espalhando para mais pontos do fígado e ossos.

Quando diagnosticado já em estágio avançado, com metástase – como foi o caso da doença do prefeito –, o câncer de estômago não costuma ter um bom prognóstico e pode levar a pessoa à morte em poucos meses. O avanço das células tumorais para todo o organismo explica a agressividade da doença.

O tumor de Covas surgiu na cárdia, espécie de válvula entre o estômago e esôfago, e já tinha focos no fígado e linfonodos quando foi descoberto. Segundo o cirurgião oncológico Alexandre Ferreira Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a sobrevida média de pacientes com esse diagnóstico é de 8 a 18 meses. 

“A chance de cura deste câncer se dá no diagnóstico precoce. Quando ele já está em fase metastática, não se pode falar em cura, mas em sobrevida”, afirmou o especialista.

O médico disse que a piora acelerada do prefeito coincide com o espalhamento da doença para regiões importantes do corpo. “Se a doença chega aos ossos, quer dizer que ela já está na corrente sanguínea e há um comprometimento sistêmico. A evolução é muito rápida porque as células tumorais começam a se disseminar com grande rapidez”, explica.

O tratamento do câncer de estômago depende, portanto, do estágio da doença. Nos casos em que não há metástase, a indicação é a cirurgia para a remoção do tumor. Na doença metastática, a opção é o controle da doença com quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

Os médicos de Covas, assim como o prefeito, lançaram mão de todas as opções de tratamento possíveis. Até o início do mês, o prefeito conseguia manter uma rotina de trabalho intensa, seja no gabinete da Prefeitura ou no hospital.

Repercussão

Líderes partidários, aliados e adversários políticos do prefeito Bruno Covas lamentaram o anúncio da piora em seu estado de saúde. Colega de partido de Covas, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB-AM) lembrou da batalha do avô de Bruno contra a mesma doença. "Ele é valente como seu avô", escreveu Virgílio no Twitter. “Mário Covas, junto com meu pai, foi meu maior exemplo na política. Tal avô, tal neto. Mário foi meu mestre, Bruno é meu companheiro e amigo.”

Covas também recebeu mensagens de apoio dos concorrentes nas últimas eleições, da qual ele saiu vitorioso. “Minhas orações, pensamentos e energias positivas para o prefeito”, registrou Orlando Silva (PCdoB) nas redes sociais. “Deixemos as posições políticas de lado neste momento para desejar força ao prefeito Bruno Covas e à família. Força e boas energias”, escreveu Marina Helou (Rede). 

O vereador Eduardo Suplicy (PT), o mais velho da Câmara Municipal, escreveu que ainda torcia pelo prefeito. “Dada a notícia de irreversibilidade da condição de saúde do prefeito Bruno Covas, transmito a todos a minha tristeza, oração a Deus, vontade que possa ainda ocorrer um milagre para que ele se recupere plenamente.” / COLABORARAM FABIANA CAMBRICOLI e TULIO KRUSE

Após um ano e meio lutando contra um câncer agressivo, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), de 41 anos, teve uma piora em seu quadro de saúde e, de acordo com boletim médico, seu estado é irreversível. Nota divulgada nesta sexta-feira, 14, pelo Hospital Sírio-Libanês afirma que o tucano segue recebendo medicamentos analgésicos e sedativos cercado por parentes e amigos. “O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica.” 

Auxiliares próximos, como o secretário-executivo Gustavo Pires, e o secretário de Governo, Rubens Rizek, permaneciam no hospital até as 22h para dar auxílio a familiares que estavam no quarto com Covas, sem falar com a imprensa. Ele chegou por volta das 20h40, acompanhado do padre João Paulo Rizek, seu irmão. O religioso foi contemporâneo de prefeito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, e foi ao hospital a convite da família. 

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, durante a campanha à reeleição Foto: Valeria Gonçalvez/Estadão

Segundo o Estadão apurou, os médicos administraram um sedativo paliativo por volta das 18h. A família havia sido avisada um dia antes de que o quadro não poderia ser revertido. Sob efeito de medicação, Covas recebeu o filho Tomás, de 15 anos, para se despedir. O jovem nunca deixou de acompanhar e incentivar o tratamento do pai.

O tucano está licenciado do cargo desde o dia 2, quando foi internado pela última vez. Logo no dia seguinte, durante a realização de um exame para descobrir a causa de uma anemia, os médicos identificaram um sangramento e o levaram para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) intubado.

Após melhora, o prefeito foi extubado e transferido para um quarto, onde chegou a receber visitas e postar mensagens de otimismo em suas redes sociais, ora acompanhado do filho ora de políticos.

Nesta semana, Covas havia sinalizado disposição e postou fotos ao lado do prefeito em exercício, Ricardo Nunes (MDB); do governador João Doria (PSDB); do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM); e do vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB). De seu quarto no hospital, ele chegou a participar da articulação política que resultou na migração de Garcia, que antes era do DEM, para o quadro tucano. 

“O PSDB de São Paulo ganha muito com sua chegada, reforçando nosso time com sua experiência administrativa e política”, escreveu Covas, acalmando tucanos que se posicionaram contra a mudança em favor de Geraldo Alckmin – de quem o prefeito paulistano também é próximo. Na conversa com Nunes, no cargo desde o último dia 3, Covas tratou sobre temas da cidade que seguia acompanhando mesmo do hospital. O emedebista sempre foi classificado por Covas como um aliado leal que, quando solicitado, tocava a administração conforme as diretrizes tucanas.

O prefeito descobriu que tinha câncer em outubro de 2019, quando exames que vinham sendo realizados para investigar o surgimento de uma trombose apontaram a existência de três tumores – um no fígado, um na cárdia (a transição entre o estômago e o esôfago) e outro nos gânglios linfáticos. Os médicos atacaram a doença com imunoterapia e quimioterapia, e dois dos três tumores chegaram a desaparecer. 

Ao longo de 2020, com o sucesso do tratamento, Covas pôde tocar seu projeto de reeleição e, mesmo com a pandemia, chegou a fazer campanha na rua e participar normalmente de debates e entrevistas presenciais ou online. 

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Em novembro, obteve sua maior vitória eleitoral, vencendo Guilherme Boulos (PSOL) em segundo turno e sagrando-se prefeito da capital pelo voto de mais de 3 milhões de paulistanos. Seu avô, o ex-governador Mário Covas, também comandou a cidade, mas por escolha indireta.

Em fevereiro deste ano, no entanto, exames identificaram um novo tumor no fígado e Covas retornou à quimioterapia. Entretanto, ao longo desta nova etapa do tratamento, a doença se mostrou mais agressiva, se espalhando para mais pontos do fígado e ossos.

Quando diagnosticado já em estágio avançado, com metástase – como foi o caso da doença do prefeito –, o câncer de estômago não costuma ter um bom prognóstico e pode levar a pessoa à morte em poucos meses. O avanço das células tumorais para todo o organismo explica a agressividade da doença.

O tumor de Covas surgiu na cárdia, espécie de válvula entre o estômago e esôfago, e já tinha focos no fígado e linfonodos quando foi descoberto. Segundo o cirurgião oncológico Alexandre Ferreira Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a sobrevida média de pacientes com esse diagnóstico é de 8 a 18 meses. 

“A chance de cura deste câncer se dá no diagnóstico precoce. Quando ele já está em fase metastática, não se pode falar em cura, mas em sobrevida”, afirmou o especialista.

O médico disse que a piora acelerada do prefeito coincide com o espalhamento da doença para regiões importantes do corpo. “Se a doença chega aos ossos, quer dizer que ela já está na corrente sanguínea e há um comprometimento sistêmico. A evolução é muito rápida porque as células tumorais começam a se disseminar com grande rapidez”, explica.

O tratamento do câncer de estômago depende, portanto, do estágio da doença. Nos casos em que não há metástase, a indicação é a cirurgia para a remoção do tumor. Na doença metastática, a opção é o controle da doença com quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

Os médicos de Covas, assim como o prefeito, lançaram mão de todas as opções de tratamento possíveis. Até o início do mês, o prefeito conseguia manter uma rotina de trabalho intensa, seja no gabinete da Prefeitura ou no hospital.

Repercussão

Líderes partidários, aliados e adversários políticos do prefeito Bruno Covas lamentaram o anúncio da piora em seu estado de saúde. Colega de partido de Covas, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB-AM) lembrou da batalha do avô de Bruno contra a mesma doença. "Ele é valente como seu avô", escreveu Virgílio no Twitter. “Mário Covas, junto com meu pai, foi meu maior exemplo na política. Tal avô, tal neto. Mário foi meu mestre, Bruno é meu companheiro e amigo.”

Covas também recebeu mensagens de apoio dos concorrentes nas últimas eleições, da qual ele saiu vitorioso. “Minhas orações, pensamentos e energias positivas para o prefeito”, registrou Orlando Silva (PCdoB) nas redes sociais. “Deixemos as posições políticas de lado neste momento para desejar força ao prefeito Bruno Covas e à família. Força e boas energias”, escreveu Marina Helou (Rede). 

O vereador Eduardo Suplicy (PT), o mais velho da Câmara Municipal, escreveu que ainda torcia pelo prefeito. “Dada a notícia de irreversibilidade da condição de saúde do prefeito Bruno Covas, transmito a todos a minha tristeza, oração a Deus, vontade que possa ainda ocorrer um milagre para que ele se recupere plenamente.” / COLABORARAM FABIANA CAMBRICOLI e TULIO KRUSE

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