Bruno Pereira: Univaja diz que indigenista foi exonerado por ‘perseguição’


União dos Povos Indígenas do Vale do Javari contesta o presidente da Funai e atribui a demissão de Bruno Pereira a perseguição por questões políticas; indigenista e Dom Phillips, jornalista britânico, seguem desaparecidos

Por Manoela Bonaldo
Atualização:

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) contestou o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, após ele afirmar que Dom Phillips e Bruno Pereira erraram em não comunicar a viagem e não pedir autorização à Funai para ingressar na terra indígena onde desapareceram.

Segundo a Univaja, Bruno Pereira - que há mais de 11 anos atua como indigenista no Vale do Javari - é a maior autoridade no País no trabalho em campo especializado em índios isolados e estava autorizado a transitar pela região por ser integrante da Equipe de Vigilância da Univaja, formada majoritariamente por indígenas.

Imagem do Rio Ituí-Itacoaí, que corta a região do Vale do Javari, no interior do Amazonas. Foto: Fabiano Maisonnave/AP
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Após atuar numa operação que em 2019 destruiu mais de 60 balsas de garimpo ilegal na Terra Indígena Vale do Javari, Bruno passou a ser perseguido politicamente dentro da Funai, afirma a Univaja. Em seguida, ele foi exonerado do cargo de Coordenador-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato.

A Univaja afirma que convidou Bruno a participar da equipe em razão de seu “notório saber”, além da “grande confiança que desperta” nas lideranças da instituição.

“Bruno compreende pelo menos 4 das línguas dos povos do Javari e tem larga experiência no diálogo intercultural com essas populações, o que é um grande diferencial”, afirma a Univaja, em nota.

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Omissão

É do Estado brasileiro, por meio das forças de segurança, a responsabilidade de proteger as terras indígenas. Cabe à Funai a coordenação e implementação das políticas de proteção aos grupos indígenas em isolamento voluntário e recente contato, como é o caso dos que vivem na T.I. Vale do Javari.

Em audiência pública em 2019, o cacique Raoni Metuktire participou de discussão com outras lideranças indígenas, parlamentares e representantes do Incra no Congresso Nacional. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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A região do Vale do Javari há anos vem sendo alvo de disputas de facções criminosas e atividades clandestinas, seja por garimpo ou extração ilegal de madeira.

Um colaborador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maxciel Pereira dos Santos, foi assassinado com dois tiros em Tabatinga no dia 7 de setembro de 2019. Ele trabalhava há 12 anos fiscalizando a região do Vale do Javari.

Em novembro de 2019, a Base de Proteção Etnoambiental do Rio Ituí-Itacoaí, dentro da T.I. Vale do Javari, foi atacada a tiros, o oitavo ataque consecutivo ao território indígena num período de 12 meses, segundo o MPF.

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A pouca efetividade nas ações de proteção de indígenas e segurança na região levou o Ministério Público Federal a ajuizar uma Ação Civil Pública contra a União Federal, pedindo maior investimento para as Frentes de Proteção Etnoambiental no Amazonas.

Por não cumprir a determinação de fornecer apoio necessário para garantir a segurança na região, a Justiça Federal aplicou multa diária de R$10 mil à União em novembro de 2019.

Jornalista experiente

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“O trabalho que Dom Phillips estava fazendo era justamente para enaltecer essa região e o mundo conhecer por dentro - e não por fora de forma superficial -, como essas populações vivem”, afirma o assessor jurídico da UNIVAJA, Yura Marubo.

Jornalista freelancer e colaborador do The Guardian, Dom Phillips acompanhava Bruno colhendo relatos sobre a organização e modos de vida da população indígena da Terra Indigena Vale do Javari.

Em 2021, ele recebeu uma bolsa da Fundação Alicia Patterson, dos Estados Unidos, para investigar modelos de preservação para conservar a Amazônia.

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A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) contestou o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, após ele afirmar que Dom Phillips e Bruno Pereira erraram em não comunicar a viagem e não pedir autorização à Funai para ingressar na terra indígena onde desapareceram.

Segundo a Univaja, Bruno Pereira - que há mais de 11 anos atua como indigenista no Vale do Javari - é a maior autoridade no País no trabalho em campo especializado em índios isolados e estava autorizado a transitar pela região por ser integrante da Equipe de Vigilância da Univaja, formada majoritariamente por indígenas.

Imagem do Rio Ituí-Itacoaí, que corta a região do Vale do Javari, no interior do Amazonas. Foto: Fabiano Maisonnave/AP

Após atuar numa operação que em 2019 destruiu mais de 60 balsas de garimpo ilegal na Terra Indígena Vale do Javari, Bruno passou a ser perseguido politicamente dentro da Funai, afirma a Univaja. Em seguida, ele foi exonerado do cargo de Coordenador-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato.

A Univaja afirma que convidou Bruno a participar da equipe em razão de seu “notório saber”, além da “grande confiança que desperta” nas lideranças da instituição.

“Bruno compreende pelo menos 4 das línguas dos povos do Javari e tem larga experiência no diálogo intercultural com essas populações, o que é um grande diferencial”, afirma a Univaja, em nota.

Omissão

É do Estado brasileiro, por meio das forças de segurança, a responsabilidade de proteger as terras indígenas. Cabe à Funai a coordenação e implementação das políticas de proteção aos grupos indígenas em isolamento voluntário e recente contato, como é o caso dos que vivem na T.I. Vale do Javari.

Em audiência pública em 2019, o cacique Raoni Metuktire participou de discussão com outras lideranças indígenas, parlamentares e representantes do Incra no Congresso Nacional. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A região do Vale do Javari há anos vem sendo alvo de disputas de facções criminosas e atividades clandestinas, seja por garimpo ou extração ilegal de madeira.

Um colaborador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maxciel Pereira dos Santos, foi assassinado com dois tiros em Tabatinga no dia 7 de setembro de 2019. Ele trabalhava há 12 anos fiscalizando a região do Vale do Javari.

Em novembro de 2019, a Base de Proteção Etnoambiental do Rio Ituí-Itacoaí, dentro da T.I. Vale do Javari, foi atacada a tiros, o oitavo ataque consecutivo ao território indígena num período de 12 meses, segundo o MPF.

A pouca efetividade nas ações de proteção de indígenas e segurança na região levou o Ministério Público Federal a ajuizar uma Ação Civil Pública contra a União Federal, pedindo maior investimento para as Frentes de Proteção Etnoambiental no Amazonas.

Por não cumprir a determinação de fornecer apoio necessário para garantir a segurança na região, a Justiça Federal aplicou multa diária de R$10 mil à União em novembro de 2019.

Jornalista experiente

“O trabalho que Dom Phillips estava fazendo era justamente para enaltecer essa região e o mundo conhecer por dentro - e não por fora de forma superficial -, como essas populações vivem”, afirma o assessor jurídico da UNIVAJA, Yura Marubo.

Jornalista freelancer e colaborador do The Guardian, Dom Phillips acompanhava Bruno colhendo relatos sobre a organização e modos de vida da população indígena da Terra Indigena Vale do Javari.

Em 2021, ele recebeu uma bolsa da Fundação Alicia Patterson, dos Estados Unidos, para investigar modelos de preservação para conservar a Amazônia.

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) contestou o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, após ele afirmar que Dom Phillips e Bruno Pereira erraram em não comunicar a viagem e não pedir autorização à Funai para ingressar na terra indígena onde desapareceram.

Segundo a Univaja, Bruno Pereira - que há mais de 11 anos atua como indigenista no Vale do Javari - é a maior autoridade no País no trabalho em campo especializado em índios isolados e estava autorizado a transitar pela região por ser integrante da Equipe de Vigilância da Univaja, formada majoritariamente por indígenas.

Imagem do Rio Ituí-Itacoaí, que corta a região do Vale do Javari, no interior do Amazonas. Foto: Fabiano Maisonnave/AP

Após atuar numa operação que em 2019 destruiu mais de 60 balsas de garimpo ilegal na Terra Indígena Vale do Javari, Bruno passou a ser perseguido politicamente dentro da Funai, afirma a Univaja. Em seguida, ele foi exonerado do cargo de Coordenador-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato.

A Univaja afirma que convidou Bruno a participar da equipe em razão de seu “notório saber”, além da “grande confiança que desperta” nas lideranças da instituição.

“Bruno compreende pelo menos 4 das línguas dos povos do Javari e tem larga experiência no diálogo intercultural com essas populações, o que é um grande diferencial”, afirma a Univaja, em nota.

Omissão

É do Estado brasileiro, por meio das forças de segurança, a responsabilidade de proteger as terras indígenas. Cabe à Funai a coordenação e implementação das políticas de proteção aos grupos indígenas em isolamento voluntário e recente contato, como é o caso dos que vivem na T.I. Vale do Javari.

Em audiência pública em 2019, o cacique Raoni Metuktire participou de discussão com outras lideranças indígenas, parlamentares e representantes do Incra no Congresso Nacional. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A região do Vale do Javari há anos vem sendo alvo de disputas de facções criminosas e atividades clandestinas, seja por garimpo ou extração ilegal de madeira.

Um colaborador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maxciel Pereira dos Santos, foi assassinado com dois tiros em Tabatinga no dia 7 de setembro de 2019. Ele trabalhava há 12 anos fiscalizando a região do Vale do Javari.

Em novembro de 2019, a Base de Proteção Etnoambiental do Rio Ituí-Itacoaí, dentro da T.I. Vale do Javari, foi atacada a tiros, o oitavo ataque consecutivo ao território indígena num período de 12 meses, segundo o MPF.

A pouca efetividade nas ações de proteção de indígenas e segurança na região levou o Ministério Público Federal a ajuizar uma Ação Civil Pública contra a União Federal, pedindo maior investimento para as Frentes de Proteção Etnoambiental no Amazonas.

Por não cumprir a determinação de fornecer apoio necessário para garantir a segurança na região, a Justiça Federal aplicou multa diária de R$10 mil à União em novembro de 2019.

Jornalista experiente

“O trabalho que Dom Phillips estava fazendo era justamente para enaltecer essa região e o mundo conhecer por dentro - e não por fora de forma superficial -, como essas populações vivem”, afirma o assessor jurídico da UNIVAJA, Yura Marubo.

Jornalista freelancer e colaborador do The Guardian, Dom Phillips acompanhava Bruno colhendo relatos sobre a organização e modos de vida da população indígena da Terra Indigena Vale do Javari.

Em 2021, ele recebeu uma bolsa da Fundação Alicia Patterson, dos Estados Unidos, para investigar modelos de preservação para conservar a Amazônia.

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