Bruno Soller analisa o comportamento do eleitor brasileiro com base em big data e pesquisa

Opinião|Ratinho Jr. pode ser a alternativa popular tão sonhada pela direita brasileira


Chefe do Executivo do Paraná aparece empatado com outros nomes da direita em pesquisas de intenção de voto, mas se destaca entre eleitores de menor renda

Por Bruno Soller
Atualização:

Desde 2006, quando Lula completou seu primeiro mandato presidencial, a configuração eleitoral brasileira segue um padrão de repetição constante. Eleito em 2002 com o discurso da moralidade, com o PT fazendo duras críticas às privatizações tucanas, tidas como obscuras à época, e ao projeto de reeleição comandado por Fernando Henrique Cardoso, Lula conseguiu convencer as classes mais altas brasileiras a lhe darem uma oportunidade após três infrutíferas tentativas de eleição. Com a carta aos Brasileiros e um marketing bem elaborado, Lula deixou de ser o sindicalista radical para se tornar uma alternativa de esperança, em um país com altíssima taxa de desemprego, com o Real em desvalorização e três crises galopantes no certame dos países em desenvolvimento – Argentina, Rússia e México.

Com a caneta na mão, logo essa lua de mel com as classes mais altas se dissipou. O escândalo do Mensalão jogou uma pá de cal na relação do PT com a questão da moralidade. Impactados com essa “traição”, essa porção populacional brasileira, de classes A, B1, B2 e C1, que somam 44% de todo o País, como num efeito dominó começou a rejeitar o PT e buscar sempre a alternativa ao lulismo. Em compensação, com um discurso orientado para as classes mais baixas, C2 e D, com programas sociais de alto impacto, como Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida e ProUni, o PT fidelizou essa população, criando uma divisão que se carrega até hoje.

As eleições subsequentes mostraram esse rearranjo. Em 2006, Geraldo Alckmin vence nos estados mais abastados, enquanto Lula goleia nos mais pobres. Pouco a pouco, até chegar em Bolsonaro, essa porção antilulista vai ganhando terreno e conseguindo aumentar de votação, mas sem penetrar nas camadas inferiores de renda da sociedade. Bolsonaro, com uma abordagem completamente distinta das tentadas por Alckmin, Serra e Aécio, é o único que consegue encravar nesse nicho populacional. É importante ressaltar, todo o contexto pelo qual o Brasil passava, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, rejeitada por 71% dos brasileiros, segundo o Datafolha, ganhando a posição de presidente mais rechaçada da história, superando Fernando Collor de Mello, em seu impedimento.

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O governador do Paraná, Ratinho Jr., demonstra boa aceitação entre as classes mais baixas Foto: Alex Silva/Estadão

Na tentativa de reeleição, Bolsonaro perde justamente o seu ativo que o fez vencedor no pleito de 2018 contra Fernando Haddad, a sua entrada na classe C2 brasileira. Com a crise econômica derivada da covid19 e a atuação bastante questionável de Bolsonaro como presidente durante a pandemia, com declarações desastrosas, rejeitadas em grande parte pelos eleitores, mesmo entre quem nutria simpatia pelo capitão reformado (de acordo com o Datafolha, em 2021, 60% disseram não confiar em nada do que o presidente falava), Bolsonaro viu sua entrada nessas classes derreter. Pegando municípios com altíssima taxa de classe C2, quase 40% da cidade, como Diadema, na grande São Paulo, é possível perceber essa tendência: em 2018, Bolsonaro fez 52% dos votos, já em 2022, caiu para 40%. Perda de 12% do eleitorado. Mesmo em municípios desse perfil em que saiu vitorioso, observou-se a queda. Caso, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde saiu de 72% em 2018, para 63%, em 2022, 9% de perda.

Com Bolsonaro proibido de ser candidato na próxima contenda presidencial, a direita brasileira busca um nome para enfrentar o lulismo, que pode vir encarnado no próprio presidente Lula ou em algum de seus apontados, como o ministro Fernando Haddad. O fato é que essa direita, para ser competitiva, precisa de alguém que tenha interlocução com as classes mais baixas. Um fato, no entanto, chamou a atenção na última pesquisa presidencial realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, no mês de outubro: a inclusão do nome do governador paranaense Ratinho Jr., do PSD. Em um cenário estimulado, com diversas candidaturas, o chefe do executivo do Paraná aparece em empate técnico com Simone Tebet, Sérgio Moro, Ciro Gomes e Romeu Zema e à frente numericamente de Eduardo Leite, Tereza Cristina e Ronaldo Caiado.

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O número mais interessante, todavia, está nas entrelinhas da pesquisa. Ratinho Jr é o único dos candidatos desse campo anti-Lula que consegue performar melhor entre as menores rendas do que entre as maiores. Quando se enxerga a questão da escolaridade, entre os que tem apenas Ensino Fundamental, Ratinho Jr faz 5,9%, caindo para 4,2% entre os que tem Ensino Médio e 3,2% entre os que tem Ensino Superior. Uma novidade interessante para a direita brasileira, que tem em todos os demais candidatos a seta em direção contrária, com crescente intenção de votos quando aumenta-se a escolaridade.

Filho do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, que há 25 anos está no horário nobre do SBT, uma das maiores emissoras do País e que se eternizou no imaginário brasileiro como um apresentador bem-humorado, mas ácido na hora de cobrar os políticos, e um promotor da justiça social, fazendo quadros de reencontros entre familiares, de ajudas aos mais pobres e com o polêmico, mas de grande sucesso e serventia pública, à época, Teste do DNA. Ratinho Jr. sai ancorado na popularidade de seu progenitor para se apresentar ao Brasil. A aproximação do apresentador do SBT com Jair Bolsonaro também ajuda no encaixe de Ratinho Jr. na tábua de posições da corrida presidencial.

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Com média de audiência medida pelo Kantar Ibope, em 5,5 pontos percentuais, Ratinho disputa a vice-liderança do horário com a RecordTV, mas consegue em picos de seu programa, por vezes, ultrapassar a líder de horário, Rede Globo. É interessante perceber que justamente as classes C1 e C2 são as maiores telespectadoras do Programa do Ratinho, que vem observando uma crescente entre um público mais jovem, que gosta do tom mais bem-humorado que o programa ganhou nas últimas roupagens, com personagens icônicos que compõem a autodenominada “Turma do Ratinho”.

Reeleito com o maior índice de votação da história do Paraná, superando os 4,2 milhões de votos e 70% dos votos válidos, Ratinho Jr. foi o segundo governador proporcionalmente mais bem votado nas eleições de 2022. Eleito governador em 2018, com apenas 37 anos, em primeiro turno, conseguiu superar a desconfiança que se tinha em seu nome, por ser filho de um apresentador famoso, e tem tido alta aprovação do eleitor paranaense, que estava insatisfeito com o final melancólico do governo antecessor de Beto Richa, involucrado em uma série de denúncias de corrupção.

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Com apenas 9,7% dos entrevistados pela pesquisa IRG/Gazeta do Povo considerando o seu governo ruim ou péssimo, Ratinho Jr. tem credenciais para se apresentar para a totalidade do eleitorado nacional. Caso venha a se mostrar minimamente competitivo, o voto das classes mais altas poderá angariar por osmose, sendo oposição ao lulismo. Seu grande ativo, contudo, é a possibilidade de se referenciar como um candidato popular da direita. Ser o único dos postulantes que podem dialogar e recuperar essa classe C2 que confiou em Bolsonaro e se decepcionou. Seu pai, Carlos Massa, é uma carta de apresentação muito forte e deve ser usada para criar essa primeira empatia com o público. Se quiser deixar de chover no molhado, o campo da direita brasileira precisará inovar e, talvez, Ratinho Jr. seja uma resposta à necessidade eleitoral desse nicho.

Desde 2006, quando Lula completou seu primeiro mandato presidencial, a configuração eleitoral brasileira segue um padrão de repetição constante. Eleito em 2002 com o discurso da moralidade, com o PT fazendo duras críticas às privatizações tucanas, tidas como obscuras à época, e ao projeto de reeleição comandado por Fernando Henrique Cardoso, Lula conseguiu convencer as classes mais altas brasileiras a lhe darem uma oportunidade após três infrutíferas tentativas de eleição. Com a carta aos Brasileiros e um marketing bem elaborado, Lula deixou de ser o sindicalista radical para se tornar uma alternativa de esperança, em um país com altíssima taxa de desemprego, com o Real em desvalorização e três crises galopantes no certame dos países em desenvolvimento – Argentina, Rússia e México.

Com a caneta na mão, logo essa lua de mel com as classes mais altas se dissipou. O escândalo do Mensalão jogou uma pá de cal na relação do PT com a questão da moralidade. Impactados com essa “traição”, essa porção populacional brasileira, de classes A, B1, B2 e C1, que somam 44% de todo o País, como num efeito dominó começou a rejeitar o PT e buscar sempre a alternativa ao lulismo. Em compensação, com um discurso orientado para as classes mais baixas, C2 e D, com programas sociais de alto impacto, como Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida e ProUni, o PT fidelizou essa população, criando uma divisão que se carrega até hoje.

As eleições subsequentes mostraram esse rearranjo. Em 2006, Geraldo Alckmin vence nos estados mais abastados, enquanto Lula goleia nos mais pobres. Pouco a pouco, até chegar em Bolsonaro, essa porção antilulista vai ganhando terreno e conseguindo aumentar de votação, mas sem penetrar nas camadas inferiores de renda da sociedade. Bolsonaro, com uma abordagem completamente distinta das tentadas por Alckmin, Serra e Aécio, é o único que consegue encravar nesse nicho populacional. É importante ressaltar, todo o contexto pelo qual o Brasil passava, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, rejeitada por 71% dos brasileiros, segundo o Datafolha, ganhando a posição de presidente mais rechaçada da história, superando Fernando Collor de Mello, em seu impedimento.

O governador do Paraná, Ratinho Jr., demonstra boa aceitação entre as classes mais baixas Foto: Alex Silva/Estadão

Na tentativa de reeleição, Bolsonaro perde justamente o seu ativo que o fez vencedor no pleito de 2018 contra Fernando Haddad, a sua entrada na classe C2 brasileira. Com a crise econômica derivada da covid19 e a atuação bastante questionável de Bolsonaro como presidente durante a pandemia, com declarações desastrosas, rejeitadas em grande parte pelos eleitores, mesmo entre quem nutria simpatia pelo capitão reformado (de acordo com o Datafolha, em 2021, 60% disseram não confiar em nada do que o presidente falava), Bolsonaro viu sua entrada nessas classes derreter. Pegando municípios com altíssima taxa de classe C2, quase 40% da cidade, como Diadema, na grande São Paulo, é possível perceber essa tendência: em 2018, Bolsonaro fez 52% dos votos, já em 2022, caiu para 40%. Perda de 12% do eleitorado. Mesmo em municípios desse perfil em que saiu vitorioso, observou-se a queda. Caso, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde saiu de 72% em 2018, para 63%, em 2022, 9% de perda.

Com Bolsonaro proibido de ser candidato na próxima contenda presidencial, a direita brasileira busca um nome para enfrentar o lulismo, que pode vir encarnado no próprio presidente Lula ou em algum de seus apontados, como o ministro Fernando Haddad. O fato é que essa direita, para ser competitiva, precisa de alguém que tenha interlocução com as classes mais baixas. Um fato, no entanto, chamou a atenção na última pesquisa presidencial realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, no mês de outubro: a inclusão do nome do governador paranaense Ratinho Jr., do PSD. Em um cenário estimulado, com diversas candidaturas, o chefe do executivo do Paraná aparece em empate técnico com Simone Tebet, Sérgio Moro, Ciro Gomes e Romeu Zema e à frente numericamente de Eduardo Leite, Tereza Cristina e Ronaldo Caiado.

O número mais interessante, todavia, está nas entrelinhas da pesquisa. Ratinho Jr é o único dos candidatos desse campo anti-Lula que consegue performar melhor entre as menores rendas do que entre as maiores. Quando se enxerga a questão da escolaridade, entre os que tem apenas Ensino Fundamental, Ratinho Jr faz 5,9%, caindo para 4,2% entre os que tem Ensino Médio e 3,2% entre os que tem Ensino Superior. Uma novidade interessante para a direita brasileira, que tem em todos os demais candidatos a seta em direção contrária, com crescente intenção de votos quando aumenta-se a escolaridade.

Filho do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, que há 25 anos está no horário nobre do SBT, uma das maiores emissoras do País e que se eternizou no imaginário brasileiro como um apresentador bem-humorado, mas ácido na hora de cobrar os políticos, e um promotor da justiça social, fazendo quadros de reencontros entre familiares, de ajudas aos mais pobres e com o polêmico, mas de grande sucesso e serventia pública, à época, Teste do DNA. Ratinho Jr. sai ancorado na popularidade de seu progenitor para se apresentar ao Brasil. A aproximação do apresentador do SBT com Jair Bolsonaro também ajuda no encaixe de Ratinho Jr. na tábua de posições da corrida presidencial.

Com média de audiência medida pelo Kantar Ibope, em 5,5 pontos percentuais, Ratinho disputa a vice-liderança do horário com a RecordTV, mas consegue em picos de seu programa, por vezes, ultrapassar a líder de horário, Rede Globo. É interessante perceber que justamente as classes C1 e C2 são as maiores telespectadoras do Programa do Ratinho, que vem observando uma crescente entre um público mais jovem, que gosta do tom mais bem-humorado que o programa ganhou nas últimas roupagens, com personagens icônicos que compõem a autodenominada “Turma do Ratinho”.

Reeleito com o maior índice de votação da história do Paraná, superando os 4,2 milhões de votos e 70% dos votos válidos, Ratinho Jr. foi o segundo governador proporcionalmente mais bem votado nas eleições de 2022. Eleito governador em 2018, com apenas 37 anos, em primeiro turno, conseguiu superar a desconfiança que se tinha em seu nome, por ser filho de um apresentador famoso, e tem tido alta aprovação do eleitor paranaense, que estava insatisfeito com o final melancólico do governo antecessor de Beto Richa, involucrado em uma série de denúncias de corrupção.

Com apenas 9,7% dos entrevistados pela pesquisa IRG/Gazeta do Povo considerando o seu governo ruim ou péssimo, Ratinho Jr. tem credenciais para se apresentar para a totalidade do eleitorado nacional. Caso venha a se mostrar minimamente competitivo, o voto das classes mais altas poderá angariar por osmose, sendo oposição ao lulismo. Seu grande ativo, contudo, é a possibilidade de se referenciar como um candidato popular da direita. Ser o único dos postulantes que podem dialogar e recuperar essa classe C2 que confiou em Bolsonaro e se decepcionou. Seu pai, Carlos Massa, é uma carta de apresentação muito forte e deve ser usada para criar essa primeira empatia com o público. Se quiser deixar de chover no molhado, o campo da direita brasileira precisará inovar e, talvez, Ratinho Jr. seja uma resposta à necessidade eleitoral desse nicho.

Desde 2006, quando Lula completou seu primeiro mandato presidencial, a configuração eleitoral brasileira segue um padrão de repetição constante. Eleito em 2002 com o discurso da moralidade, com o PT fazendo duras críticas às privatizações tucanas, tidas como obscuras à época, e ao projeto de reeleição comandado por Fernando Henrique Cardoso, Lula conseguiu convencer as classes mais altas brasileiras a lhe darem uma oportunidade após três infrutíferas tentativas de eleição. Com a carta aos Brasileiros e um marketing bem elaborado, Lula deixou de ser o sindicalista radical para se tornar uma alternativa de esperança, em um país com altíssima taxa de desemprego, com o Real em desvalorização e três crises galopantes no certame dos países em desenvolvimento – Argentina, Rússia e México.

Com a caneta na mão, logo essa lua de mel com as classes mais altas se dissipou. O escândalo do Mensalão jogou uma pá de cal na relação do PT com a questão da moralidade. Impactados com essa “traição”, essa porção populacional brasileira, de classes A, B1, B2 e C1, que somam 44% de todo o País, como num efeito dominó começou a rejeitar o PT e buscar sempre a alternativa ao lulismo. Em compensação, com um discurso orientado para as classes mais baixas, C2 e D, com programas sociais de alto impacto, como Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida e ProUni, o PT fidelizou essa população, criando uma divisão que se carrega até hoje.

As eleições subsequentes mostraram esse rearranjo. Em 2006, Geraldo Alckmin vence nos estados mais abastados, enquanto Lula goleia nos mais pobres. Pouco a pouco, até chegar em Bolsonaro, essa porção antilulista vai ganhando terreno e conseguindo aumentar de votação, mas sem penetrar nas camadas inferiores de renda da sociedade. Bolsonaro, com uma abordagem completamente distinta das tentadas por Alckmin, Serra e Aécio, é o único que consegue encravar nesse nicho populacional. É importante ressaltar, todo o contexto pelo qual o Brasil passava, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, rejeitada por 71% dos brasileiros, segundo o Datafolha, ganhando a posição de presidente mais rechaçada da história, superando Fernando Collor de Mello, em seu impedimento.

O governador do Paraná, Ratinho Jr., demonstra boa aceitação entre as classes mais baixas Foto: Alex Silva/Estadão

Na tentativa de reeleição, Bolsonaro perde justamente o seu ativo que o fez vencedor no pleito de 2018 contra Fernando Haddad, a sua entrada na classe C2 brasileira. Com a crise econômica derivada da covid19 e a atuação bastante questionável de Bolsonaro como presidente durante a pandemia, com declarações desastrosas, rejeitadas em grande parte pelos eleitores, mesmo entre quem nutria simpatia pelo capitão reformado (de acordo com o Datafolha, em 2021, 60% disseram não confiar em nada do que o presidente falava), Bolsonaro viu sua entrada nessas classes derreter. Pegando municípios com altíssima taxa de classe C2, quase 40% da cidade, como Diadema, na grande São Paulo, é possível perceber essa tendência: em 2018, Bolsonaro fez 52% dos votos, já em 2022, caiu para 40%. Perda de 12% do eleitorado. Mesmo em municípios desse perfil em que saiu vitorioso, observou-se a queda. Caso, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde saiu de 72% em 2018, para 63%, em 2022, 9% de perda.

Com Bolsonaro proibido de ser candidato na próxima contenda presidencial, a direita brasileira busca um nome para enfrentar o lulismo, que pode vir encarnado no próprio presidente Lula ou em algum de seus apontados, como o ministro Fernando Haddad. O fato é que essa direita, para ser competitiva, precisa de alguém que tenha interlocução com as classes mais baixas. Um fato, no entanto, chamou a atenção na última pesquisa presidencial realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, no mês de outubro: a inclusão do nome do governador paranaense Ratinho Jr., do PSD. Em um cenário estimulado, com diversas candidaturas, o chefe do executivo do Paraná aparece em empate técnico com Simone Tebet, Sérgio Moro, Ciro Gomes e Romeu Zema e à frente numericamente de Eduardo Leite, Tereza Cristina e Ronaldo Caiado.

O número mais interessante, todavia, está nas entrelinhas da pesquisa. Ratinho Jr é o único dos candidatos desse campo anti-Lula que consegue performar melhor entre as menores rendas do que entre as maiores. Quando se enxerga a questão da escolaridade, entre os que tem apenas Ensino Fundamental, Ratinho Jr faz 5,9%, caindo para 4,2% entre os que tem Ensino Médio e 3,2% entre os que tem Ensino Superior. Uma novidade interessante para a direita brasileira, que tem em todos os demais candidatos a seta em direção contrária, com crescente intenção de votos quando aumenta-se a escolaridade.

Filho do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, que há 25 anos está no horário nobre do SBT, uma das maiores emissoras do País e que se eternizou no imaginário brasileiro como um apresentador bem-humorado, mas ácido na hora de cobrar os políticos, e um promotor da justiça social, fazendo quadros de reencontros entre familiares, de ajudas aos mais pobres e com o polêmico, mas de grande sucesso e serventia pública, à época, Teste do DNA. Ratinho Jr. sai ancorado na popularidade de seu progenitor para se apresentar ao Brasil. A aproximação do apresentador do SBT com Jair Bolsonaro também ajuda no encaixe de Ratinho Jr. na tábua de posições da corrida presidencial.

Com média de audiência medida pelo Kantar Ibope, em 5,5 pontos percentuais, Ratinho disputa a vice-liderança do horário com a RecordTV, mas consegue em picos de seu programa, por vezes, ultrapassar a líder de horário, Rede Globo. É interessante perceber que justamente as classes C1 e C2 são as maiores telespectadoras do Programa do Ratinho, que vem observando uma crescente entre um público mais jovem, que gosta do tom mais bem-humorado que o programa ganhou nas últimas roupagens, com personagens icônicos que compõem a autodenominada “Turma do Ratinho”.

Reeleito com o maior índice de votação da história do Paraná, superando os 4,2 milhões de votos e 70% dos votos válidos, Ratinho Jr. foi o segundo governador proporcionalmente mais bem votado nas eleições de 2022. Eleito governador em 2018, com apenas 37 anos, em primeiro turno, conseguiu superar a desconfiança que se tinha em seu nome, por ser filho de um apresentador famoso, e tem tido alta aprovação do eleitor paranaense, que estava insatisfeito com o final melancólico do governo antecessor de Beto Richa, involucrado em uma série de denúncias de corrupção.

Com apenas 9,7% dos entrevistados pela pesquisa IRG/Gazeta do Povo considerando o seu governo ruim ou péssimo, Ratinho Jr. tem credenciais para se apresentar para a totalidade do eleitorado nacional. Caso venha a se mostrar minimamente competitivo, o voto das classes mais altas poderá angariar por osmose, sendo oposição ao lulismo. Seu grande ativo, contudo, é a possibilidade de se referenciar como um candidato popular da direita. Ser o único dos postulantes que podem dialogar e recuperar essa classe C2 que confiou em Bolsonaro e se decepcionou. Seu pai, Carlos Massa, é uma carta de apresentação muito forte e deve ser usada para criar essa primeira empatia com o público. Se quiser deixar de chover no molhado, o campo da direita brasileira precisará inovar e, talvez, Ratinho Jr. seja uma resposta à necessidade eleitoral desse nicho.

Desde 2006, quando Lula completou seu primeiro mandato presidencial, a configuração eleitoral brasileira segue um padrão de repetição constante. Eleito em 2002 com o discurso da moralidade, com o PT fazendo duras críticas às privatizações tucanas, tidas como obscuras à época, e ao projeto de reeleição comandado por Fernando Henrique Cardoso, Lula conseguiu convencer as classes mais altas brasileiras a lhe darem uma oportunidade após três infrutíferas tentativas de eleição. Com a carta aos Brasileiros e um marketing bem elaborado, Lula deixou de ser o sindicalista radical para se tornar uma alternativa de esperança, em um país com altíssima taxa de desemprego, com o Real em desvalorização e três crises galopantes no certame dos países em desenvolvimento – Argentina, Rússia e México.

Com a caneta na mão, logo essa lua de mel com as classes mais altas se dissipou. O escândalo do Mensalão jogou uma pá de cal na relação do PT com a questão da moralidade. Impactados com essa “traição”, essa porção populacional brasileira, de classes A, B1, B2 e C1, que somam 44% de todo o País, como num efeito dominó começou a rejeitar o PT e buscar sempre a alternativa ao lulismo. Em compensação, com um discurso orientado para as classes mais baixas, C2 e D, com programas sociais de alto impacto, como Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida e ProUni, o PT fidelizou essa população, criando uma divisão que se carrega até hoje.

As eleições subsequentes mostraram esse rearranjo. Em 2006, Geraldo Alckmin vence nos estados mais abastados, enquanto Lula goleia nos mais pobres. Pouco a pouco, até chegar em Bolsonaro, essa porção antilulista vai ganhando terreno e conseguindo aumentar de votação, mas sem penetrar nas camadas inferiores de renda da sociedade. Bolsonaro, com uma abordagem completamente distinta das tentadas por Alckmin, Serra e Aécio, é o único que consegue encravar nesse nicho populacional. É importante ressaltar, todo o contexto pelo qual o Brasil passava, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, rejeitada por 71% dos brasileiros, segundo o Datafolha, ganhando a posição de presidente mais rechaçada da história, superando Fernando Collor de Mello, em seu impedimento.

O governador do Paraná, Ratinho Jr., demonstra boa aceitação entre as classes mais baixas Foto: Alex Silva/Estadão

Na tentativa de reeleição, Bolsonaro perde justamente o seu ativo que o fez vencedor no pleito de 2018 contra Fernando Haddad, a sua entrada na classe C2 brasileira. Com a crise econômica derivada da covid19 e a atuação bastante questionável de Bolsonaro como presidente durante a pandemia, com declarações desastrosas, rejeitadas em grande parte pelos eleitores, mesmo entre quem nutria simpatia pelo capitão reformado (de acordo com o Datafolha, em 2021, 60% disseram não confiar em nada do que o presidente falava), Bolsonaro viu sua entrada nessas classes derreter. Pegando municípios com altíssima taxa de classe C2, quase 40% da cidade, como Diadema, na grande São Paulo, é possível perceber essa tendência: em 2018, Bolsonaro fez 52% dos votos, já em 2022, caiu para 40%. Perda de 12% do eleitorado. Mesmo em municípios desse perfil em que saiu vitorioso, observou-se a queda. Caso, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde saiu de 72% em 2018, para 63%, em 2022, 9% de perda.

Com Bolsonaro proibido de ser candidato na próxima contenda presidencial, a direita brasileira busca um nome para enfrentar o lulismo, que pode vir encarnado no próprio presidente Lula ou em algum de seus apontados, como o ministro Fernando Haddad. O fato é que essa direita, para ser competitiva, precisa de alguém que tenha interlocução com as classes mais baixas. Um fato, no entanto, chamou a atenção na última pesquisa presidencial realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, no mês de outubro: a inclusão do nome do governador paranaense Ratinho Jr., do PSD. Em um cenário estimulado, com diversas candidaturas, o chefe do executivo do Paraná aparece em empate técnico com Simone Tebet, Sérgio Moro, Ciro Gomes e Romeu Zema e à frente numericamente de Eduardo Leite, Tereza Cristina e Ronaldo Caiado.

O número mais interessante, todavia, está nas entrelinhas da pesquisa. Ratinho Jr é o único dos candidatos desse campo anti-Lula que consegue performar melhor entre as menores rendas do que entre as maiores. Quando se enxerga a questão da escolaridade, entre os que tem apenas Ensino Fundamental, Ratinho Jr faz 5,9%, caindo para 4,2% entre os que tem Ensino Médio e 3,2% entre os que tem Ensino Superior. Uma novidade interessante para a direita brasileira, que tem em todos os demais candidatos a seta em direção contrária, com crescente intenção de votos quando aumenta-se a escolaridade.

Filho do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, que há 25 anos está no horário nobre do SBT, uma das maiores emissoras do País e que se eternizou no imaginário brasileiro como um apresentador bem-humorado, mas ácido na hora de cobrar os políticos, e um promotor da justiça social, fazendo quadros de reencontros entre familiares, de ajudas aos mais pobres e com o polêmico, mas de grande sucesso e serventia pública, à época, Teste do DNA. Ratinho Jr. sai ancorado na popularidade de seu progenitor para se apresentar ao Brasil. A aproximação do apresentador do SBT com Jair Bolsonaro também ajuda no encaixe de Ratinho Jr. na tábua de posições da corrida presidencial.

Com média de audiência medida pelo Kantar Ibope, em 5,5 pontos percentuais, Ratinho disputa a vice-liderança do horário com a RecordTV, mas consegue em picos de seu programa, por vezes, ultrapassar a líder de horário, Rede Globo. É interessante perceber que justamente as classes C1 e C2 são as maiores telespectadoras do Programa do Ratinho, que vem observando uma crescente entre um público mais jovem, que gosta do tom mais bem-humorado que o programa ganhou nas últimas roupagens, com personagens icônicos que compõem a autodenominada “Turma do Ratinho”.

Reeleito com o maior índice de votação da história do Paraná, superando os 4,2 milhões de votos e 70% dos votos válidos, Ratinho Jr. foi o segundo governador proporcionalmente mais bem votado nas eleições de 2022. Eleito governador em 2018, com apenas 37 anos, em primeiro turno, conseguiu superar a desconfiança que se tinha em seu nome, por ser filho de um apresentador famoso, e tem tido alta aprovação do eleitor paranaense, que estava insatisfeito com o final melancólico do governo antecessor de Beto Richa, involucrado em uma série de denúncias de corrupção.

Com apenas 9,7% dos entrevistados pela pesquisa IRG/Gazeta do Povo considerando o seu governo ruim ou péssimo, Ratinho Jr. tem credenciais para se apresentar para a totalidade do eleitorado nacional. Caso venha a se mostrar minimamente competitivo, o voto das classes mais altas poderá angariar por osmose, sendo oposição ao lulismo. Seu grande ativo, contudo, é a possibilidade de se referenciar como um candidato popular da direita. Ser o único dos postulantes que podem dialogar e recuperar essa classe C2 que confiou em Bolsonaro e se decepcionou. Seu pai, Carlos Massa, é uma carta de apresentação muito forte e deve ser usada para criar essa primeira empatia com o público. Se quiser deixar de chover no molhado, o campo da direita brasileira precisará inovar e, talvez, Ratinho Jr. seja uma resposta à necessidade eleitoral desse nicho.

Desde 2006, quando Lula completou seu primeiro mandato presidencial, a configuração eleitoral brasileira segue um padrão de repetição constante. Eleito em 2002 com o discurso da moralidade, com o PT fazendo duras críticas às privatizações tucanas, tidas como obscuras à época, e ao projeto de reeleição comandado por Fernando Henrique Cardoso, Lula conseguiu convencer as classes mais altas brasileiras a lhe darem uma oportunidade após três infrutíferas tentativas de eleição. Com a carta aos Brasileiros e um marketing bem elaborado, Lula deixou de ser o sindicalista radical para se tornar uma alternativa de esperança, em um país com altíssima taxa de desemprego, com o Real em desvalorização e três crises galopantes no certame dos países em desenvolvimento – Argentina, Rússia e México.

Com a caneta na mão, logo essa lua de mel com as classes mais altas se dissipou. O escândalo do Mensalão jogou uma pá de cal na relação do PT com a questão da moralidade. Impactados com essa “traição”, essa porção populacional brasileira, de classes A, B1, B2 e C1, que somam 44% de todo o País, como num efeito dominó começou a rejeitar o PT e buscar sempre a alternativa ao lulismo. Em compensação, com um discurso orientado para as classes mais baixas, C2 e D, com programas sociais de alto impacto, como Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida e ProUni, o PT fidelizou essa população, criando uma divisão que se carrega até hoje.

As eleições subsequentes mostraram esse rearranjo. Em 2006, Geraldo Alckmin vence nos estados mais abastados, enquanto Lula goleia nos mais pobres. Pouco a pouco, até chegar em Bolsonaro, essa porção antilulista vai ganhando terreno e conseguindo aumentar de votação, mas sem penetrar nas camadas inferiores de renda da sociedade. Bolsonaro, com uma abordagem completamente distinta das tentadas por Alckmin, Serra e Aécio, é o único que consegue encravar nesse nicho populacional. É importante ressaltar, todo o contexto pelo qual o Brasil passava, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, rejeitada por 71% dos brasileiros, segundo o Datafolha, ganhando a posição de presidente mais rechaçada da história, superando Fernando Collor de Mello, em seu impedimento.

O governador do Paraná, Ratinho Jr., demonstra boa aceitação entre as classes mais baixas Foto: Alex Silva/Estadão

Na tentativa de reeleição, Bolsonaro perde justamente o seu ativo que o fez vencedor no pleito de 2018 contra Fernando Haddad, a sua entrada na classe C2 brasileira. Com a crise econômica derivada da covid19 e a atuação bastante questionável de Bolsonaro como presidente durante a pandemia, com declarações desastrosas, rejeitadas em grande parte pelos eleitores, mesmo entre quem nutria simpatia pelo capitão reformado (de acordo com o Datafolha, em 2021, 60% disseram não confiar em nada do que o presidente falava), Bolsonaro viu sua entrada nessas classes derreter. Pegando municípios com altíssima taxa de classe C2, quase 40% da cidade, como Diadema, na grande São Paulo, é possível perceber essa tendência: em 2018, Bolsonaro fez 52% dos votos, já em 2022, caiu para 40%. Perda de 12% do eleitorado. Mesmo em municípios desse perfil em que saiu vitorioso, observou-se a queda. Caso, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde saiu de 72% em 2018, para 63%, em 2022, 9% de perda.

Com Bolsonaro proibido de ser candidato na próxima contenda presidencial, a direita brasileira busca um nome para enfrentar o lulismo, que pode vir encarnado no próprio presidente Lula ou em algum de seus apontados, como o ministro Fernando Haddad. O fato é que essa direita, para ser competitiva, precisa de alguém que tenha interlocução com as classes mais baixas. Um fato, no entanto, chamou a atenção na última pesquisa presidencial realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, no mês de outubro: a inclusão do nome do governador paranaense Ratinho Jr., do PSD. Em um cenário estimulado, com diversas candidaturas, o chefe do executivo do Paraná aparece em empate técnico com Simone Tebet, Sérgio Moro, Ciro Gomes e Romeu Zema e à frente numericamente de Eduardo Leite, Tereza Cristina e Ronaldo Caiado.

O número mais interessante, todavia, está nas entrelinhas da pesquisa. Ratinho Jr é o único dos candidatos desse campo anti-Lula que consegue performar melhor entre as menores rendas do que entre as maiores. Quando se enxerga a questão da escolaridade, entre os que tem apenas Ensino Fundamental, Ratinho Jr faz 5,9%, caindo para 4,2% entre os que tem Ensino Médio e 3,2% entre os que tem Ensino Superior. Uma novidade interessante para a direita brasileira, que tem em todos os demais candidatos a seta em direção contrária, com crescente intenção de votos quando aumenta-se a escolaridade.

Filho do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, que há 25 anos está no horário nobre do SBT, uma das maiores emissoras do País e que se eternizou no imaginário brasileiro como um apresentador bem-humorado, mas ácido na hora de cobrar os políticos, e um promotor da justiça social, fazendo quadros de reencontros entre familiares, de ajudas aos mais pobres e com o polêmico, mas de grande sucesso e serventia pública, à época, Teste do DNA. Ratinho Jr. sai ancorado na popularidade de seu progenitor para se apresentar ao Brasil. A aproximação do apresentador do SBT com Jair Bolsonaro também ajuda no encaixe de Ratinho Jr. na tábua de posições da corrida presidencial.

Com média de audiência medida pelo Kantar Ibope, em 5,5 pontos percentuais, Ratinho disputa a vice-liderança do horário com a RecordTV, mas consegue em picos de seu programa, por vezes, ultrapassar a líder de horário, Rede Globo. É interessante perceber que justamente as classes C1 e C2 são as maiores telespectadoras do Programa do Ratinho, que vem observando uma crescente entre um público mais jovem, que gosta do tom mais bem-humorado que o programa ganhou nas últimas roupagens, com personagens icônicos que compõem a autodenominada “Turma do Ratinho”.

Reeleito com o maior índice de votação da história do Paraná, superando os 4,2 milhões de votos e 70% dos votos válidos, Ratinho Jr. foi o segundo governador proporcionalmente mais bem votado nas eleições de 2022. Eleito governador em 2018, com apenas 37 anos, em primeiro turno, conseguiu superar a desconfiança que se tinha em seu nome, por ser filho de um apresentador famoso, e tem tido alta aprovação do eleitor paranaense, que estava insatisfeito com o final melancólico do governo antecessor de Beto Richa, involucrado em uma série de denúncias de corrupção.

Com apenas 9,7% dos entrevistados pela pesquisa IRG/Gazeta do Povo considerando o seu governo ruim ou péssimo, Ratinho Jr. tem credenciais para se apresentar para a totalidade do eleitorado nacional. Caso venha a se mostrar minimamente competitivo, o voto das classes mais altas poderá angariar por osmose, sendo oposição ao lulismo. Seu grande ativo, contudo, é a possibilidade de se referenciar como um candidato popular da direita. Ser o único dos postulantes que podem dialogar e recuperar essa classe C2 que confiou em Bolsonaro e se decepcionou. Seu pai, Carlos Massa, é uma carta de apresentação muito forte e deve ser usada para criar essa primeira empatia com o público. Se quiser deixar de chover no molhado, o campo da direita brasileira precisará inovar e, talvez, Ratinho Jr. seja uma resposta à necessidade eleitoral desse nicho.

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Opinião por Bruno Soller

Bruno Soller é estrategista eleitoral. Especializado em pesquisas de opinião pública, é graduado em Relações Internacionais pela PUC-SP, com especialização em Comunicação Política pela George Washington University. Trabalhou no governo federal, Câmara dos Deputados e Comissão Europeia.

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