A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o convite para que ouvir explicações da ex-diretora da Agência de Promoção à Exportação (Apex) Letícia Catelani, exonerada do cargo na semana passada.
Os parlamentares querem que ela esclareça a afirmação de que seu afastamento está ligado ao fato de ela não ter aceitado pressões do governo de Jair Bolsonaro para a manutenção de "contratos espúrios". A data da audiência pública ainda será definida.
O requerimento foi apresentado pelos deputados Rubens Bueno (Cidadania-PR), Aécio Neves (PSDB-MG) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Trata-se de uma denúncia grave que precisa de esclarecimentos. Queremos saber quem fez a pressão, quais são os contratos espúrios e a que se referem. Um caso como esse precisa ser esclarecido para que se investigue a existência de um possível esquema de tráfico de influência ou mesmo corrupção no órgão", afirmou Rubens Bueno.
Demitida pelo novo presidente da agência, o militar Sérgio Segóvia, Catelani escreveu no Twitter na semana passada sobre sua saíde. "Combati incansavelmente a corrupção e fechei as torneiras que a alimentavam. Estou pagando o preço. Sofri pressão de dentro do governo pela manutenção de contratos espúrios, além de ameaças e difamações. Não me intimidei!"
Ela e outro diretor, Márcio Coimbra, também demitido, são nomes que tinham sido indicados pelo chanceler Ernesto Araújo. Desde janeiro, a Apex se tornou um dos principais focos de embate entre “olavistas” - seguidores do escritor Olavo de Carvalho, como o chanceler - e militares, com embates, principalmente, entre Letícia e os dois últimos presidentes.