Campanha de Lula teme descontrole verbal de petista às vésperas de lançamento de pré-candidatura


Em entrevista à revista ‘Time’, ex-presidente diz que o ucraniano é ‘tão responsável’ quanto o russo pela guerra; fala expõe preocupação às vésperas de lançamento da chapa

Por Luiz Vassallo e Beatriz Bulla

A série de declarações com repercussões negativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expôs uma preocupação crescente na pré-campanha do petista a três dias do lançamento oficial da chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Reservadamente, auxiliares do entorno do petista temem que o foco em uma base fiel à esquerda venha a minar eventuais alianças ao centro e afastar potenciais eleitores.

No episódio mais recente, em entrevista publicada nesta quarta-feira, 4, na revista Time, Lula afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, é “tão responsável” quanto o presidente russo, Vladimir Putin, pela guerra. De acordo com Lula, “foi errado invadir”. “Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz”, disse. Criticou ainda os Estados Unidos, a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Lula pediu desculpas por fala sobre policiais em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho. Foto: Taba Benedicto/Estadão
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Sob o título de capa “Segundo Ato de Lula”, o que repercutiu no Brasil foi a comparação. Ao Estadão até mesmo aliados mais próximos de Lula a classificaram como “um erro”. Não que eles discordem do teor das falas que se avolumam com discursos sobre aborto, gafe com policiais, propostas de revogação da reforma trabalhista e críticas ao politicamente correto.

O problema, afirmaram ao Estadão integrantes da pré-campanha, é que o petista tem levantado em momentos tidos como “inoportunos” debates que podem desagradar parte do eleitorado situado mais à centro-direita, com quem Lula conta para se eleger e derrotar Jair Bolsonaro (PL).

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Recentemente, Lula chegou, por exemplo, a defender o direito ao aborto. Em entrevista à BandNews em Fortaleza, ele teve de recuar. O ex-presidente afirmou ter “deixado de falar” que é “contra o aborto”, mas a questão deve ser tratada como um tema de “saúde pública”. Reservadamente, aliados dizem que Lula não está errado ao defender que o aborto não seja crime.

Durante um encontro com mulheres na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, Lula afirmou ainda que Bolsonaro “só conhece o ódio” e “não gosta de gente, ele gosta de policial”. Após a repercussão negativa, o petista pediu desculpas em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho, em evento ao lado de aliados e sindicalistas. Internamente, petistas atribuíram a declaração sobre policiais a um “ato falho” no calor do discurso.

Coube a um aliado mais ao centro – o único até agora –, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), repreender em público o que se discute nos bastidores da pré-campanha. “Acho que temos perdido tempo com algumas coisas. Uma vaia dali, uma Internacional (hino socialista) dali, reforma trabalhista”, disse em evento na terça-feira ao anunciar apoio a Lula e Alckmin.

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Os aliados descontentes mais próximos de Lula evitam levar ponderações ao ex-presidente. À reportagem um integrante da pré-campanha relatou que a inércia em aconselhar e até tirar o petista do caminho das “cascas de banana” se deve a indefinições na coordenação eleitoral.

O primeiro atrito levou à queda do ex-ministro Franklin Martins do controle da comunicação da campanha, após divergências com petistas como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o secretário de Comunicação, Jilmar Tatto. A briga também provocou a demissão do marqueteiro Augusto Fonseca, que fora bancado pelo ex-ministro.

Nas últimas semanas, petistas têm se reunido em um hotel em São Paulo para pôr fim ao impasse. Estão divididos entre os nomes do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), e o ex-presidente do partido, Rui Falcão, para comandar a comunicação. O nome favorito é o de Edinho, mas Falcão deve assumir algum posto na coordenação.

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“Eu não estou na campanha do presidente Lula, não estou no cotidiano da campanha, não sei em que circunstâncias ele deu essas declarações”, disse Edinho, ao ser questionado sobre as repercussões negativas. Edinho tem dito que só aceitará cargo que não exija seu afastamento da prefeitura de Araraquara.

Falcão e Edinho foram chamados para uma reunião com Lula na terça-feira, na qual receberam ao lado do ex-presidente o resumo de pesquisas encomendadas pelo partido. Saíram do evento quase ao mesmo tempo. Os presentes disseram que a coordenação não foi discutida. A diferença entre Lula e Bolsonaro tem caído, mostra análise feita pelo Estadão em 12 pesquisas recentes de intenção de votos para a Presidência da República.

A preocupação em alinhar Lula ao centro e dialogar com setores que vão além da esquerda está também no marketing eleitoral. Recém-contratado, o publicitário Sidônio Palmeira fará de tudo para evitar que inserções e peças tratem de temas considerados “bola dividida”.

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Ele prefere focar em assuntos como o desemprego e questões sociais. Palmeira fará uso do verde e amarelo da Bandeira Nacional – mesmo que não venha a esconder totalmente o vermelho, alvo de críticas em 2018, na campanha Fernando Haddad. Ele também prefere que o PT busque o diálogo com o empresariado e o centro.

Aliados reclamam do que consideram excesso de escrutínio sobre as declarações do ex-presidente. “Há uma cobrança exagerada em relação ao ex-presidente Lula. A todo momento, cobra-se que ele fale sobre tudo, e, quando ele se manifesta, as interpretações sempre são esdrúxulas e muito pouco generosas”, afirmou o líder do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, um dos articuladores da campanha de Lula e da aliança com Alckmin.

A série de declarações com repercussões negativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expôs uma preocupação crescente na pré-campanha do petista a três dias do lançamento oficial da chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Reservadamente, auxiliares do entorno do petista temem que o foco em uma base fiel à esquerda venha a minar eventuais alianças ao centro e afastar potenciais eleitores.

No episódio mais recente, em entrevista publicada nesta quarta-feira, 4, na revista Time, Lula afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, é “tão responsável” quanto o presidente russo, Vladimir Putin, pela guerra. De acordo com Lula, “foi errado invadir”. “Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz”, disse. Criticou ainda os Estados Unidos, a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Lula pediu desculpas por fala sobre policiais em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Sob o título de capa “Segundo Ato de Lula”, o que repercutiu no Brasil foi a comparação. Ao Estadão até mesmo aliados mais próximos de Lula a classificaram como “um erro”. Não que eles discordem do teor das falas que se avolumam com discursos sobre aborto, gafe com policiais, propostas de revogação da reforma trabalhista e críticas ao politicamente correto.

O problema, afirmaram ao Estadão integrantes da pré-campanha, é que o petista tem levantado em momentos tidos como “inoportunos” debates que podem desagradar parte do eleitorado situado mais à centro-direita, com quem Lula conta para se eleger e derrotar Jair Bolsonaro (PL).

Recentemente, Lula chegou, por exemplo, a defender o direito ao aborto. Em entrevista à BandNews em Fortaleza, ele teve de recuar. O ex-presidente afirmou ter “deixado de falar” que é “contra o aborto”, mas a questão deve ser tratada como um tema de “saúde pública”. Reservadamente, aliados dizem que Lula não está errado ao defender que o aborto não seja crime.

Durante um encontro com mulheres na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, Lula afirmou ainda que Bolsonaro “só conhece o ódio” e “não gosta de gente, ele gosta de policial”. Após a repercussão negativa, o petista pediu desculpas em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho, em evento ao lado de aliados e sindicalistas. Internamente, petistas atribuíram a declaração sobre policiais a um “ato falho” no calor do discurso.

Coube a um aliado mais ao centro – o único até agora –, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), repreender em público o que se discute nos bastidores da pré-campanha. “Acho que temos perdido tempo com algumas coisas. Uma vaia dali, uma Internacional (hino socialista) dali, reforma trabalhista”, disse em evento na terça-feira ao anunciar apoio a Lula e Alckmin.

Os aliados descontentes mais próximos de Lula evitam levar ponderações ao ex-presidente. À reportagem um integrante da pré-campanha relatou que a inércia em aconselhar e até tirar o petista do caminho das “cascas de banana” se deve a indefinições na coordenação eleitoral.

O primeiro atrito levou à queda do ex-ministro Franklin Martins do controle da comunicação da campanha, após divergências com petistas como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o secretário de Comunicação, Jilmar Tatto. A briga também provocou a demissão do marqueteiro Augusto Fonseca, que fora bancado pelo ex-ministro.

Nas últimas semanas, petistas têm se reunido em um hotel em São Paulo para pôr fim ao impasse. Estão divididos entre os nomes do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), e o ex-presidente do partido, Rui Falcão, para comandar a comunicação. O nome favorito é o de Edinho, mas Falcão deve assumir algum posto na coordenação.

“Eu não estou na campanha do presidente Lula, não estou no cotidiano da campanha, não sei em que circunstâncias ele deu essas declarações”, disse Edinho, ao ser questionado sobre as repercussões negativas. Edinho tem dito que só aceitará cargo que não exija seu afastamento da prefeitura de Araraquara.

Falcão e Edinho foram chamados para uma reunião com Lula na terça-feira, na qual receberam ao lado do ex-presidente o resumo de pesquisas encomendadas pelo partido. Saíram do evento quase ao mesmo tempo. Os presentes disseram que a coordenação não foi discutida. A diferença entre Lula e Bolsonaro tem caído, mostra análise feita pelo Estadão em 12 pesquisas recentes de intenção de votos para a Presidência da República.

A preocupação em alinhar Lula ao centro e dialogar com setores que vão além da esquerda está também no marketing eleitoral. Recém-contratado, o publicitário Sidônio Palmeira fará de tudo para evitar que inserções e peças tratem de temas considerados “bola dividida”.

Ele prefere focar em assuntos como o desemprego e questões sociais. Palmeira fará uso do verde e amarelo da Bandeira Nacional – mesmo que não venha a esconder totalmente o vermelho, alvo de críticas em 2018, na campanha Fernando Haddad. Ele também prefere que o PT busque o diálogo com o empresariado e o centro.

Aliados reclamam do que consideram excesso de escrutínio sobre as declarações do ex-presidente. “Há uma cobrança exagerada em relação ao ex-presidente Lula. A todo momento, cobra-se que ele fale sobre tudo, e, quando ele se manifesta, as interpretações sempre são esdrúxulas e muito pouco generosas”, afirmou o líder do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, um dos articuladores da campanha de Lula e da aliança com Alckmin.

A série de declarações com repercussões negativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expôs uma preocupação crescente na pré-campanha do petista a três dias do lançamento oficial da chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Reservadamente, auxiliares do entorno do petista temem que o foco em uma base fiel à esquerda venha a minar eventuais alianças ao centro e afastar potenciais eleitores.

No episódio mais recente, em entrevista publicada nesta quarta-feira, 4, na revista Time, Lula afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, é “tão responsável” quanto o presidente russo, Vladimir Putin, pela guerra. De acordo com Lula, “foi errado invadir”. “Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz”, disse. Criticou ainda os Estados Unidos, a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Lula pediu desculpas por fala sobre policiais em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Sob o título de capa “Segundo Ato de Lula”, o que repercutiu no Brasil foi a comparação. Ao Estadão até mesmo aliados mais próximos de Lula a classificaram como “um erro”. Não que eles discordem do teor das falas que se avolumam com discursos sobre aborto, gafe com policiais, propostas de revogação da reforma trabalhista e críticas ao politicamente correto.

O problema, afirmaram ao Estadão integrantes da pré-campanha, é que o petista tem levantado em momentos tidos como “inoportunos” debates que podem desagradar parte do eleitorado situado mais à centro-direita, com quem Lula conta para se eleger e derrotar Jair Bolsonaro (PL).

Recentemente, Lula chegou, por exemplo, a defender o direito ao aborto. Em entrevista à BandNews em Fortaleza, ele teve de recuar. O ex-presidente afirmou ter “deixado de falar” que é “contra o aborto”, mas a questão deve ser tratada como um tema de “saúde pública”. Reservadamente, aliados dizem que Lula não está errado ao defender que o aborto não seja crime.

Durante um encontro com mulheres na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, Lula afirmou ainda que Bolsonaro “só conhece o ódio” e “não gosta de gente, ele gosta de policial”. Após a repercussão negativa, o petista pediu desculpas em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho, em evento ao lado de aliados e sindicalistas. Internamente, petistas atribuíram a declaração sobre policiais a um “ato falho” no calor do discurso.

Coube a um aliado mais ao centro – o único até agora –, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), repreender em público o que se discute nos bastidores da pré-campanha. “Acho que temos perdido tempo com algumas coisas. Uma vaia dali, uma Internacional (hino socialista) dali, reforma trabalhista”, disse em evento na terça-feira ao anunciar apoio a Lula e Alckmin.

Os aliados descontentes mais próximos de Lula evitam levar ponderações ao ex-presidente. À reportagem um integrante da pré-campanha relatou que a inércia em aconselhar e até tirar o petista do caminho das “cascas de banana” se deve a indefinições na coordenação eleitoral.

O primeiro atrito levou à queda do ex-ministro Franklin Martins do controle da comunicação da campanha, após divergências com petistas como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o secretário de Comunicação, Jilmar Tatto. A briga também provocou a demissão do marqueteiro Augusto Fonseca, que fora bancado pelo ex-ministro.

Nas últimas semanas, petistas têm se reunido em um hotel em São Paulo para pôr fim ao impasse. Estão divididos entre os nomes do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), e o ex-presidente do partido, Rui Falcão, para comandar a comunicação. O nome favorito é o de Edinho, mas Falcão deve assumir algum posto na coordenação.

“Eu não estou na campanha do presidente Lula, não estou no cotidiano da campanha, não sei em que circunstâncias ele deu essas declarações”, disse Edinho, ao ser questionado sobre as repercussões negativas. Edinho tem dito que só aceitará cargo que não exija seu afastamento da prefeitura de Araraquara.

Falcão e Edinho foram chamados para uma reunião com Lula na terça-feira, na qual receberam ao lado do ex-presidente o resumo de pesquisas encomendadas pelo partido. Saíram do evento quase ao mesmo tempo. Os presentes disseram que a coordenação não foi discutida. A diferença entre Lula e Bolsonaro tem caído, mostra análise feita pelo Estadão em 12 pesquisas recentes de intenção de votos para a Presidência da República.

A preocupação em alinhar Lula ao centro e dialogar com setores que vão além da esquerda está também no marketing eleitoral. Recém-contratado, o publicitário Sidônio Palmeira fará de tudo para evitar que inserções e peças tratem de temas considerados “bola dividida”.

Ele prefere focar em assuntos como o desemprego e questões sociais. Palmeira fará uso do verde e amarelo da Bandeira Nacional – mesmo que não venha a esconder totalmente o vermelho, alvo de críticas em 2018, na campanha Fernando Haddad. Ele também prefere que o PT busque o diálogo com o empresariado e o centro.

Aliados reclamam do que consideram excesso de escrutínio sobre as declarações do ex-presidente. “Há uma cobrança exagerada em relação ao ex-presidente Lula. A todo momento, cobra-se que ele fale sobre tudo, e, quando ele se manifesta, as interpretações sempre são esdrúxulas e muito pouco generosas”, afirmou o líder do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, um dos articuladores da campanha de Lula e da aliança com Alckmin.

A série de declarações com repercussões negativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expôs uma preocupação crescente na pré-campanha do petista a três dias do lançamento oficial da chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Reservadamente, auxiliares do entorno do petista temem que o foco em uma base fiel à esquerda venha a minar eventuais alianças ao centro e afastar potenciais eleitores.

No episódio mais recente, em entrevista publicada nesta quarta-feira, 4, na revista Time, Lula afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, é “tão responsável” quanto o presidente russo, Vladimir Putin, pela guerra. De acordo com Lula, “foi errado invadir”. “Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz”, disse. Criticou ainda os Estados Unidos, a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Lula pediu desculpas por fala sobre policiais em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Sob o título de capa “Segundo Ato de Lula”, o que repercutiu no Brasil foi a comparação. Ao Estadão até mesmo aliados mais próximos de Lula a classificaram como “um erro”. Não que eles discordem do teor das falas que se avolumam com discursos sobre aborto, gafe com policiais, propostas de revogação da reforma trabalhista e críticas ao politicamente correto.

O problema, afirmaram ao Estadão integrantes da pré-campanha, é que o petista tem levantado em momentos tidos como “inoportunos” debates que podem desagradar parte do eleitorado situado mais à centro-direita, com quem Lula conta para se eleger e derrotar Jair Bolsonaro (PL).

Recentemente, Lula chegou, por exemplo, a defender o direito ao aborto. Em entrevista à BandNews em Fortaleza, ele teve de recuar. O ex-presidente afirmou ter “deixado de falar” que é “contra o aborto”, mas a questão deve ser tratada como um tema de “saúde pública”. Reservadamente, aliados dizem que Lula não está errado ao defender que o aborto não seja crime.

Durante um encontro com mulheres na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, Lula afirmou ainda que Bolsonaro “só conhece o ódio” e “não gosta de gente, ele gosta de policial”. Após a repercussão negativa, o petista pediu desculpas em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho, em evento ao lado de aliados e sindicalistas. Internamente, petistas atribuíram a declaração sobre policiais a um “ato falho” no calor do discurso.

Coube a um aliado mais ao centro – o único até agora –, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), repreender em público o que se discute nos bastidores da pré-campanha. “Acho que temos perdido tempo com algumas coisas. Uma vaia dali, uma Internacional (hino socialista) dali, reforma trabalhista”, disse em evento na terça-feira ao anunciar apoio a Lula e Alckmin.

Os aliados descontentes mais próximos de Lula evitam levar ponderações ao ex-presidente. À reportagem um integrante da pré-campanha relatou que a inércia em aconselhar e até tirar o petista do caminho das “cascas de banana” se deve a indefinições na coordenação eleitoral.

O primeiro atrito levou à queda do ex-ministro Franklin Martins do controle da comunicação da campanha, após divergências com petistas como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o secretário de Comunicação, Jilmar Tatto. A briga também provocou a demissão do marqueteiro Augusto Fonseca, que fora bancado pelo ex-ministro.

Nas últimas semanas, petistas têm se reunido em um hotel em São Paulo para pôr fim ao impasse. Estão divididos entre os nomes do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), e o ex-presidente do partido, Rui Falcão, para comandar a comunicação. O nome favorito é o de Edinho, mas Falcão deve assumir algum posto na coordenação.

“Eu não estou na campanha do presidente Lula, não estou no cotidiano da campanha, não sei em que circunstâncias ele deu essas declarações”, disse Edinho, ao ser questionado sobre as repercussões negativas. Edinho tem dito que só aceitará cargo que não exija seu afastamento da prefeitura de Araraquara.

Falcão e Edinho foram chamados para uma reunião com Lula na terça-feira, na qual receberam ao lado do ex-presidente o resumo de pesquisas encomendadas pelo partido. Saíram do evento quase ao mesmo tempo. Os presentes disseram que a coordenação não foi discutida. A diferença entre Lula e Bolsonaro tem caído, mostra análise feita pelo Estadão em 12 pesquisas recentes de intenção de votos para a Presidência da República.

A preocupação em alinhar Lula ao centro e dialogar com setores que vão além da esquerda está também no marketing eleitoral. Recém-contratado, o publicitário Sidônio Palmeira fará de tudo para evitar que inserções e peças tratem de temas considerados “bola dividida”.

Ele prefere focar em assuntos como o desemprego e questões sociais. Palmeira fará uso do verde e amarelo da Bandeira Nacional – mesmo que não venha a esconder totalmente o vermelho, alvo de críticas em 2018, na campanha Fernando Haddad. Ele também prefere que o PT busque o diálogo com o empresariado e o centro.

Aliados reclamam do que consideram excesso de escrutínio sobre as declarações do ex-presidente. “Há uma cobrança exagerada em relação ao ex-presidente Lula. A todo momento, cobra-se que ele fale sobre tudo, e, quando ele se manifesta, as interpretações sempre são esdrúxulas e muito pouco generosas”, afirmou o líder do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, um dos articuladores da campanha de Lula e da aliança com Alckmin.

A série de declarações com repercussões negativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expôs uma preocupação crescente na pré-campanha do petista a três dias do lançamento oficial da chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Reservadamente, auxiliares do entorno do petista temem que o foco em uma base fiel à esquerda venha a minar eventuais alianças ao centro e afastar potenciais eleitores.

No episódio mais recente, em entrevista publicada nesta quarta-feira, 4, na revista Time, Lula afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, é “tão responsável” quanto o presidente russo, Vladimir Putin, pela guerra. De acordo com Lula, “foi errado invadir”. “Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz”, disse. Criticou ainda os Estados Unidos, a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Lula pediu desculpas por fala sobre policiais em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Sob o título de capa “Segundo Ato de Lula”, o que repercutiu no Brasil foi a comparação. Ao Estadão até mesmo aliados mais próximos de Lula a classificaram como “um erro”. Não que eles discordem do teor das falas que se avolumam com discursos sobre aborto, gafe com policiais, propostas de revogação da reforma trabalhista e críticas ao politicamente correto.

O problema, afirmaram ao Estadão integrantes da pré-campanha, é que o petista tem levantado em momentos tidos como “inoportunos” debates que podem desagradar parte do eleitorado situado mais à centro-direita, com quem Lula conta para se eleger e derrotar Jair Bolsonaro (PL).

Recentemente, Lula chegou, por exemplo, a defender o direito ao aborto. Em entrevista à BandNews em Fortaleza, ele teve de recuar. O ex-presidente afirmou ter “deixado de falar” que é “contra o aborto”, mas a questão deve ser tratada como um tema de “saúde pública”. Reservadamente, aliados dizem que Lula não está errado ao defender que o aborto não seja crime.

Durante um encontro com mulheres na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, Lula afirmou ainda que Bolsonaro “só conhece o ódio” e “não gosta de gente, ele gosta de policial”. Após a repercussão negativa, o petista pediu desculpas em palanque na Praça Charles Miller, no Dia do Trabalho, em evento ao lado de aliados e sindicalistas. Internamente, petistas atribuíram a declaração sobre policiais a um “ato falho” no calor do discurso.

Coube a um aliado mais ao centro – o único até agora –, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), repreender em público o que se discute nos bastidores da pré-campanha. “Acho que temos perdido tempo com algumas coisas. Uma vaia dali, uma Internacional (hino socialista) dali, reforma trabalhista”, disse em evento na terça-feira ao anunciar apoio a Lula e Alckmin.

Os aliados descontentes mais próximos de Lula evitam levar ponderações ao ex-presidente. À reportagem um integrante da pré-campanha relatou que a inércia em aconselhar e até tirar o petista do caminho das “cascas de banana” se deve a indefinições na coordenação eleitoral.

O primeiro atrito levou à queda do ex-ministro Franklin Martins do controle da comunicação da campanha, após divergências com petistas como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o secretário de Comunicação, Jilmar Tatto. A briga também provocou a demissão do marqueteiro Augusto Fonseca, que fora bancado pelo ex-ministro.

Nas últimas semanas, petistas têm se reunido em um hotel em São Paulo para pôr fim ao impasse. Estão divididos entre os nomes do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), e o ex-presidente do partido, Rui Falcão, para comandar a comunicação. O nome favorito é o de Edinho, mas Falcão deve assumir algum posto na coordenação.

“Eu não estou na campanha do presidente Lula, não estou no cotidiano da campanha, não sei em que circunstâncias ele deu essas declarações”, disse Edinho, ao ser questionado sobre as repercussões negativas. Edinho tem dito que só aceitará cargo que não exija seu afastamento da prefeitura de Araraquara.

Falcão e Edinho foram chamados para uma reunião com Lula na terça-feira, na qual receberam ao lado do ex-presidente o resumo de pesquisas encomendadas pelo partido. Saíram do evento quase ao mesmo tempo. Os presentes disseram que a coordenação não foi discutida. A diferença entre Lula e Bolsonaro tem caído, mostra análise feita pelo Estadão em 12 pesquisas recentes de intenção de votos para a Presidência da República.

A preocupação em alinhar Lula ao centro e dialogar com setores que vão além da esquerda está também no marketing eleitoral. Recém-contratado, o publicitário Sidônio Palmeira fará de tudo para evitar que inserções e peças tratem de temas considerados “bola dividida”.

Ele prefere focar em assuntos como o desemprego e questões sociais. Palmeira fará uso do verde e amarelo da Bandeira Nacional – mesmo que não venha a esconder totalmente o vermelho, alvo de críticas em 2018, na campanha Fernando Haddad. Ele também prefere que o PT busque o diálogo com o empresariado e o centro.

Aliados reclamam do que consideram excesso de escrutínio sobre as declarações do ex-presidente. “Há uma cobrança exagerada em relação ao ex-presidente Lula. A todo momento, cobra-se que ele fale sobre tudo, e, quando ele se manifesta, as interpretações sempre são esdrúxulas e muito pouco generosas”, afirmou o líder do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, um dos articuladores da campanha de Lula e da aliança com Alckmin.

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