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Opinião|A Moody’s fotografou o voo de galinha do Brasil


A agência que melhora a nota de risco do País é a mesma que a rebaixará quando afinal considerar os elementos estruturais em razão dos quais deveria ser mais prudente-cética agora

Por Carlos Andreazza
Atualização:

A Moody’s que dá é a mesma que tirará. Já vimos essa fita. Serve-nos aqui o clichê da comparação entre fotografia e filme. A agência aumentou o grau de confiança no Brasil observando o impulso da galinha ao disparar seu voo. Boa foto.

A galinha alçou-se tirando mais as patas do chão do que se projetava. Salto que surpreende; surpresa cujo encanto faz negligenciar o fato de ser uma galinha quem se lança. Galinha manjada. Que já deu seus pulos no passado.

A Moody’s deu pouca importância ao fato de ser uma galinha quem se alavanca, donde talvez a pouca relevância ao exercício de memória sobre como fora a aterrisagem do bicho quando da armação artificial de voo anterior. Não foi bem uma aterrisagem. Pagamos por ela até hoje. Catamos as penas até hoje.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad; segundo ele, a Moody's reconheceu o trabalho do governo Foto: Diogo Zacarias/MF

Faltavam — como ora faltam — os fundamentos. Inexistente a capacidade de sustentar o arremesso. O plano de voo não fecha porque não fecha a conta. Gasta e gasta — e controla gastos com pente-fino.

A Moody’s que melhora a nota de risco do Brasil — priorizando o crescimento insustentável da economia brasileira — é a mesma que a rebaixará quando afinal considerar, com os devidos pesos, os elementos estruturais em razão dos quais deveria ser mais prudente-cética agora. A galinha está inchada.

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O caso do país cujo endividamento cresce e cresce, ao mesmo tempo — matemática de Fernando Haddad — cumprida a meta fiscal, bulido, vilipendiado, o corpo morto do menino arcabouço. Pouca a transparência? Interessa é que crescemos.

O crescimento brasileiro corrente tem base precária forjada nos gastos públicos; na jorração de dinheiros públicos para induzir a atividade econômica, via consumo, e compensar a insuficiente potência do investimento entre nós, ausentes os meios para incrementar a capacidade produtiva. Estamos em pleno emprego. Contrata-se pressão inflacionária. Conjunto que é a própria definição do voo de galinha.

Voo de galinha não dura, embora essa turma saiba adiar o pouso. Que nunca é pouso.

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Sobre a doença do jogo, o vício da aposta, o presidente Lula declarou: “Tem muita gente se endividando. Tem muita gente gastando o que não tem”.

O Brasil gasta o que não tem e se endivida em ritmo vigoroso. O governo Lula também joga um jogo e faz aposta. Casou, casa e ainda casará muitos bilhões em que o voo da galinha mantenha seu esplendor até 2026, quando soltará uma PEC Kamikaze para chamar de sua. O pouso — que pouso não será — fica para 27. Posa-se.

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A Moody’s, contemplando a fotografia, melhorou a nota de crédito de quem raspa o tacho de tostões privados esquecidos em bancos e contabiliza esse desespero arrecadador como receita primária. É assim que batemos nossas metas.

A Moody’s que dá é a mesma que tirará. Já vimos essa fita. Serve-nos aqui o clichê da comparação entre fotografia e filme. A agência aumentou o grau de confiança no Brasil observando o impulso da galinha ao disparar seu voo. Boa foto.

A galinha alçou-se tirando mais as patas do chão do que se projetava. Salto que surpreende; surpresa cujo encanto faz negligenciar o fato de ser uma galinha quem se lança. Galinha manjada. Que já deu seus pulos no passado.

A Moody’s deu pouca importância ao fato de ser uma galinha quem se alavanca, donde talvez a pouca relevância ao exercício de memória sobre como fora a aterrisagem do bicho quando da armação artificial de voo anterior. Não foi bem uma aterrisagem. Pagamos por ela até hoje. Catamos as penas até hoje.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad; segundo ele, a Moody's reconheceu o trabalho do governo Foto: Diogo Zacarias/MF

Faltavam — como ora faltam — os fundamentos. Inexistente a capacidade de sustentar o arremesso. O plano de voo não fecha porque não fecha a conta. Gasta e gasta — e controla gastos com pente-fino.

A Moody’s que melhora a nota de risco do Brasil — priorizando o crescimento insustentável da economia brasileira — é a mesma que a rebaixará quando afinal considerar, com os devidos pesos, os elementos estruturais em razão dos quais deveria ser mais prudente-cética agora. A galinha está inchada.

O caso do país cujo endividamento cresce e cresce, ao mesmo tempo — matemática de Fernando Haddad — cumprida a meta fiscal, bulido, vilipendiado, o corpo morto do menino arcabouço. Pouca a transparência? Interessa é que crescemos.

O crescimento brasileiro corrente tem base precária forjada nos gastos públicos; na jorração de dinheiros públicos para induzir a atividade econômica, via consumo, e compensar a insuficiente potência do investimento entre nós, ausentes os meios para incrementar a capacidade produtiva. Estamos em pleno emprego. Contrata-se pressão inflacionária. Conjunto que é a própria definição do voo de galinha.

Voo de galinha não dura, embora essa turma saiba adiar o pouso. Que nunca é pouso.

Sobre a doença do jogo, o vício da aposta, o presidente Lula declarou: “Tem muita gente se endividando. Tem muita gente gastando o que não tem”.

O Brasil gasta o que não tem e se endivida em ritmo vigoroso. O governo Lula também joga um jogo e faz aposta. Casou, casa e ainda casará muitos bilhões em que o voo da galinha mantenha seu esplendor até 2026, quando soltará uma PEC Kamikaze para chamar de sua. O pouso — que pouso não será — fica para 27. Posa-se.

A Moody’s, contemplando a fotografia, melhorou a nota de crédito de quem raspa o tacho de tostões privados esquecidos em bancos e contabiliza esse desespero arrecadador como receita primária. É assim que batemos nossas metas.

A Moody’s que dá é a mesma que tirará. Já vimos essa fita. Serve-nos aqui o clichê da comparação entre fotografia e filme. A agência aumentou o grau de confiança no Brasil observando o impulso da galinha ao disparar seu voo. Boa foto.

A galinha alçou-se tirando mais as patas do chão do que se projetava. Salto que surpreende; surpresa cujo encanto faz negligenciar o fato de ser uma galinha quem se lança. Galinha manjada. Que já deu seus pulos no passado.

A Moody’s deu pouca importância ao fato de ser uma galinha quem se alavanca, donde talvez a pouca relevância ao exercício de memória sobre como fora a aterrisagem do bicho quando da armação artificial de voo anterior. Não foi bem uma aterrisagem. Pagamos por ela até hoje. Catamos as penas até hoje.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad; segundo ele, a Moody's reconheceu o trabalho do governo Foto: Diogo Zacarias/MF

Faltavam — como ora faltam — os fundamentos. Inexistente a capacidade de sustentar o arremesso. O plano de voo não fecha porque não fecha a conta. Gasta e gasta — e controla gastos com pente-fino.

A Moody’s que melhora a nota de risco do Brasil — priorizando o crescimento insustentável da economia brasileira — é a mesma que a rebaixará quando afinal considerar, com os devidos pesos, os elementos estruturais em razão dos quais deveria ser mais prudente-cética agora. A galinha está inchada.

O caso do país cujo endividamento cresce e cresce, ao mesmo tempo — matemática de Fernando Haddad — cumprida a meta fiscal, bulido, vilipendiado, o corpo morto do menino arcabouço. Pouca a transparência? Interessa é que crescemos.

O crescimento brasileiro corrente tem base precária forjada nos gastos públicos; na jorração de dinheiros públicos para induzir a atividade econômica, via consumo, e compensar a insuficiente potência do investimento entre nós, ausentes os meios para incrementar a capacidade produtiva. Estamos em pleno emprego. Contrata-se pressão inflacionária. Conjunto que é a própria definição do voo de galinha.

Voo de galinha não dura, embora essa turma saiba adiar o pouso. Que nunca é pouso.

Sobre a doença do jogo, o vício da aposta, o presidente Lula declarou: “Tem muita gente se endividando. Tem muita gente gastando o que não tem”.

O Brasil gasta o que não tem e se endivida em ritmo vigoroso. O governo Lula também joga um jogo e faz aposta. Casou, casa e ainda casará muitos bilhões em que o voo da galinha mantenha seu esplendor até 2026, quando soltará uma PEC Kamikaze para chamar de sua. O pouso — que pouso não será — fica para 27. Posa-se.

A Moody’s, contemplando a fotografia, melhorou a nota de crédito de quem raspa o tacho de tostões privados esquecidos em bancos e contabiliza esse desespero arrecadador como receita primária. É assim que batemos nossas metas.

Opinião por Carlos Andreazza

Andreazza foi colunista do jornal O Globo e âncora da Rádio CBN Rio, além de ter colaborado com a Rádio BandNews e com o Grupo Jovem Pan. Formado em jornalismo pela PUC-Rio, escreve às segundas e sextas.

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