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Opinião|Bolsonaro não quer que seu eleitor de São Paulo vote num ‘Bolsonaro’ como Marçal


Apoiadores do ex-presidente não se sentem traindo o mito votando no ex-coach, mas têm sentimento de que é o capitão quem está traindo a si próprio por projeto de Valdemar

Por Carlos Andreazza
Atualização:

Houve um tempo, pré-2018, em que Geraldo Alckmin era percebido – e votado – como candidato de direita no Brasil. Até José Serra fora. E então veio Jair Bolsonaro.

Incluído no cardápio, estabeleceu novos parâmetros para a representação eleitoral direitista. Ampliado o cardápio, o eleitorado que se reconhecia-descobria como conservador empurrou todo mundo para a esquerda. Alckmin é vice-presidente de Lula.

Chegamos à eleição municipal paulistana. Sob a dinâmica de reposicionamentos-exigências imposta a partir da encarnação da direita em Bolsonaro, votar em Ricardo Nunes seria o mesmo que votar em Alckmin em 2018.

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O influenciador Pablo Marçal (PRTB) quando recebeu a medalha de "imbrochável" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: @pablomarcal1 via Instagram

Bolsonaro quer que seu eleitor vote em Alckmin. Em 2024. Mesmo tendo, como em 18, a opção de votar em Bolsonaro – em Pablo Marçal. Quer que seu eleitor vote contra o sistema de crenças que lhe deu norte político-ideológico. Quer que seu eleitor vote contra si em nome de projeto de poder articulado com Valdemar Costa Neto.

Não faz sentido para a rapaziada. Para o novo eleitor à direita, cuja identidade se ajustou a partir da ascensão de Bolsonaro, a questão não é se seguirá a orientação do ex-presidente, mas por que ele não apoia Marçal; por que Bolsonaro não apoia Bolsonaro.

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Essa turma vai – já foi – com Marçal. E não se sente traindo o mito. Mais facilmente prosperando o sentimento-incômodo de que Bolsonaro trai o mito. O resto é curto-circuito.

Bolsonaro não é eleitor. Não somente. Ele é candidato. Contra o seu candidato. Donde temos o grande eleitor Bolsonaro contra Bolsonaro.

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Grande eleitor? Bolsonaro superestimou a sua capacidade de transmitir votos a Nunes. Que não é Tarcísio. Que não tem serviços prestados ao bolsonarismo. Já não seria natural. E então vem Marçal.

Bolsonaro subestimou a constituição cerrada do discurso bolsonarista. Linguagem em que o Bolsonaro triatleta lava a égua. Um Bolsonaro de imprevisibilidade sem precedentes solto no terreno do Bolsonaro cansado e inelegível. Curto-circuito e algum desespero.

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As reações à última pesquisa Datafolha dão boa conta. O sujeito avança tomando votos de Nunes e Datena – e tem campo para se espalhar. Bolsonaro soltou a ordem unida e os tanques foram às ruas. Não para pedir votos a Nunes. Para pedir que o eleitorado direitista não vote em Marçal. Para apregoar que esse Bolsonaro não é aquele Bolsonaro. Os agentes da blitz apostando em que essa campanha travará a expansão do cara – o que seria captado nos próximos levantamentos. A ver.

Visto: Bolsonaro pedindo ao eleitor bolsonarista que não vote num Bolsonaro porque não confiável; a turma quase compartilhando os vídeos de Tabata Amaral – teria sua graça, não estivesse São Paulo em jogo.

Houve um tempo, pré-2018, em que Geraldo Alckmin era percebido – e votado – como candidato de direita no Brasil. Até José Serra fora. E então veio Jair Bolsonaro.

Incluído no cardápio, estabeleceu novos parâmetros para a representação eleitoral direitista. Ampliado o cardápio, o eleitorado que se reconhecia-descobria como conservador empurrou todo mundo para a esquerda. Alckmin é vice-presidente de Lula.

Chegamos à eleição municipal paulistana. Sob a dinâmica de reposicionamentos-exigências imposta a partir da encarnação da direita em Bolsonaro, votar em Ricardo Nunes seria o mesmo que votar em Alckmin em 2018.

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) quando recebeu a medalha de "imbrochável" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: @pablomarcal1 via Instagram

Bolsonaro quer que seu eleitor vote em Alckmin. Em 2024. Mesmo tendo, como em 18, a opção de votar em Bolsonaro – em Pablo Marçal. Quer que seu eleitor vote contra o sistema de crenças que lhe deu norte político-ideológico. Quer que seu eleitor vote contra si em nome de projeto de poder articulado com Valdemar Costa Neto.

Não faz sentido para a rapaziada. Para o novo eleitor à direita, cuja identidade se ajustou a partir da ascensão de Bolsonaro, a questão não é se seguirá a orientação do ex-presidente, mas por que ele não apoia Marçal; por que Bolsonaro não apoia Bolsonaro.

Essa turma vai – já foi – com Marçal. E não se sente traindo o mito. Mais facilmente prosperando o sentimento-incômodo de que Bolsonaro trai o mito. O resto é curto-circuito.

Bolsonaro não é eleitor. Não somente. Ele é candidato. Contra o seu candidato. Donde temos o grande eleitor Bolsonaro contra Bolsonaro.

Grande eleitor? Bolsonaro superestimou a sua capacidade de transmitir votos a Nunes. Que não é Tarcísio. Que não tem serviços prestados ao bolsonarismo. Já não seria natural. E então vem Marçal.

Bolsonaro subestimou a constituição cerrada do discurso bolsonarista. Linguagem em que o Bolsonaro triatleta lava a égua. Um Bolsonaro de imprevisibilidade sem precedentes solto no terreno do Bolsonaro cansado e inelegível. Curto-circuito e algum desespero.

As reações à última pesquisa Datafolha dão boa conta. O sujeito avança tomando votos de Nunes e Datena – e tem campo para se espalhar. Bolsonaro soltou a ordem unida e os tanques foram às ruas. Não para pedir votos a Nunes. Para pedir que o eleitorado direitista não vote em Marçal. Para apregoar que esse Bolsonaro não é aquele Bolsonaro. Os agentes da blitz apostando em que essa campanha travará a expansão do cara – o que seria captado nos próximos levantamentos. A ver.

Visto: Bolsonaro pedindo ao eleitor bolsonarista que não vote num Bolsonaro porque não confiável; a turma quase compartilhando os vídeos de Tabata Amaral – teria sua graça, não estivesse São Paulo em jogo.

Houve um tempo, pré-2018, em que Geraldo Alckmin era percebido – e votado – como candidato de direita no Brasil. Até José Serra fora. E então veio Jair Bolsonaro.

Incluído no cardápio, estabeleceu novos parâmetros para a representação eleitoral direitista. Ampliado o cardápio, o eleitorado que se reconhecia-descobria como conservador empurrou todo mundo para a esquerda. Alckmin é vice-presidente de Lula.

Chegamos à eleição municipal paulistana. Sob a dinâmica de reposicionamentos-exigências imposta a partir da encarnação da direita em Bolsonaro, votar em Ricardo Nunes seria o mesmo que votar em Alckmin em 2018.

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) quando recebeu a medalha de "imbrochável" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: @pablomarcal1 via Instagram

Bolsonaro quer que seu eleitor vote em Alckmin. Em 2024. Mesmo tendo, como em 18, a opção de votar em Bolsonaro – em Pablo Marçal. Quer que seu eleitor vote contra o sistema de crenças que lhe deu norte político-ideológico. Quer que seu eleitor vote contra si em nome de projeto de poder articulado com Valdemar Costa Neto.

Não faz sentido para a rapaziada. Para o novo eleitor à direita, cuja identidade se ajustou a partir da ascensão de Bolsonaro, a questão não é se seguirá a orientação do ex-presidente, mas por que ele não apoia Marçal; por que Bolsonaro não apoia Bolsonaro.

Essa turma vai – já foi – com Marçal. E não se sente traindo o mito. Mais facilmente prosperando o sentimento-incômodo de que Bolsonaro trai o mito. O resto é curto-circuito.

Bolsonaro não é eleitor. Não somente. Ele é candidato. Contra o seu candidato. Donde temos o grande eleitor Bolsonaro contra Bolsonaro.

Grande eleitor? Bolsonaro superestimou a sua capacidade de transmitir votos a Nunes. Que não é Tarcísio. Que não tem serviços prestados ao bolsonarismo. Já não seria natural. E então vem Marçal.

Bolsonaro subestimou a constituição cerrada do discurso bolsonarista. Linguagem em que o Bolsonaro triatleta lava a égua. Um Bolsonaro de imprevisibilidade sem precedentes solto no terreno do Bolsonaro cansado e inelegível. Curto-circuito e algum desespero.

As reações à última pesquisa Datafolha dão boa conta. O sujeito avança tomando votos de Nunes e Datena – e tem campo para se espalhar. Bolsonaro soltou a ordem unida e os tanques foram às ruas. Não para pedir votos a Nunes. Para pedir que o eleitorado direitista não vote em Marçal. Para apregoar que esse Bolsonaro não é aquele Bolsonaro. Os agentes da blitz apostando em que essa campanha travará a expansão do cara – o que seria captado nos próximos levantamentos. A ver.

Visto: Bolsonaro pedindo ao eleitor bolsonarista que não vote num Bolsonaro porque não confiável; a turma quase compartilhando os vídeos de Tabata Amaral – teria sua graça, não estivesse São Paulo em jogo.

Houve um tempo, pré-2018, em que Geraldo Alckmin era percebido – e votado – como candidato de direita no Brasil. Até José Serra fora. E então veio Jair Bolsonaro.

Incluído no cardápio, estabeleceu novos parâmetros para a representação eleitoral direitista. Ampliado o cardápio, o eleitorado que se reconhecia-descobria como conservador empurrou todo mundo para a esquerda. Alckmin é vice-presidente de Lula.

Chegamos à eleição municipal paulistana. Sob a dinâmica de reposicionamentos-exigências imposta a partir da encarnação da direita em Bolsonaro, votar em Ricardo Nunes seria o mesmo que votar em Alckmin em 2018.

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) quando recebeu a medalha de "imbrochável" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: @pablomarcal1 via Instagram

Bolsonaro quer que seu eleitor vote em Alckmin. Em 2024. Mesmo tendo, como em 18, a opção de votar em Bolsonaro – em Pablo Marçal. Quer que seu eleitor vote contra o sistema de crenças que lhe deu norte político-ideológico. Quer que seu eleitor vote contra si em nome de projeto de poder articulado com Valdemar Costa Neto.

Não faz sentido para a rapaziada. Para o novo eleitor à direita, cuja identidade se ajustou a partir da ascensão de Bolsonaro, a questão não é se seguirá a orientação do ex-presidente, mas por que ele não apoia Marçal; por que Bolsonaro não apoia Bolsonaro.

Essa turma vai – já foi – com Marçal. E não se sente traindo o mito. Mais facilmente prosperando o sentimento-incômodo de que Bolsonaro trai o mito. O resto é curto-circuito.

Bolsonaro não é eleitor. Não somente. Ele é candidato. Contra o seu candidato. Donde temos o grande eleitor Bolsonaro contra Bolsonaro.

Grande eleitor? Bolsonaro superestimou a sua capacidade de transmitir votos a Nunes. Que não é Tarcísio. Que não tem serviços prestados ao bolsonarismo. Já não seria natural. E então vem Marçal.

Bolsonaro subestimou a constituição cerrada do discurso bolsonarista. Linguagem em que o Bolsonaro triatleta lava a égua. Um Bolsonaro de imprevisibilidade sem precedentes solto no terreno do Bolsonaro cansado e inelegível. Curto-circuito e algum desespero.

As reações à última pesquisa Datafolha dão boa conta. O sujeito avança tomando votos de Nunes e Datena – e tem campo para se espalhar. Bolsonaro soltou a ordem unida e os tanques foram às ruas. Não para pedir votos a Nunes. Para pedir que o eleitorado direitista não vote em Marçal. Para apregoar que esse Bolsonaro não é aquele Bolsonaro. Os agentes da blitz apostando em que essa campanha travará a expansão do cara – o que seria captado nos próximos levantamentos. A ver.

Visto: Bolsonaro pedindo ao eleitor bolsonarista que não vote num Bolsonaro porque não confiável; a turma quase compartilhando os vídeos de Tabata Amaral – teria sua graça, não estivesse São Paulo em jogo.

Houve um tempo, pré-2018, em que Geraldo Alckmin era percebido – e votado – como candidato de direita no Brasil. Até José Serra fora. E então veio Jair Bolsonaro.

Incluído no cardápio, estabeleceu novos parâmetros para a representação eleitoral direitista. Ampliado o cardápio, o eleitorado que se reconhecia-descobria como conservador empurrou todo mundo para a esquerda. Alckmin é vice-presidente de Lula.

Chegamos à eleição municipal paulistana. Sob a dinâmica de reposicionamentos-exigências imposta a partir da encarnação da direita em Bolsonaro, votar em Ricardo Nunes seria o mesmo que votar em Alckmin em 2018.

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) quando recebeu a medalha de "imbrochável" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: @pablomarcal1 via Instagram

Bolsonaro quer que seu eleitor vote em Alckmin. Em 2024. Mesmo tendo, como em 18, a opção de votar em Bolsonaro – em Pablo Marçal. Quer que seu eleitor vote contra o sistema de crenças que lhe deu norte político-ideológico. Quer que seu eleitor vote contra si em nome de projeto de poder articulado com Valdemar Costa Neto.

Não faz sentido para a rapaziada. Para o novo eleitor à direita, cuja identidade se ajustou a partir da ascensão de Bolsonaro, a questão não é se seguirá a orientação do ex-presidente, mas por que ele não apoia Marçal; por que Bolsonaro não apoia Bolsonaro.

Essa turma vai – já foi – com Marçal. E não se sente traindo o mito. Mais facilmente prosperando o sentimento-incômodo de que Bolsonaro trai o mito. O resto é curto-circuito.

Bolsonaro não é eleitor. Não somente. Ele é candidato. Contra o seu candidato. Donde temos o grande eleitor Bolsonaro contra Bolsonaro.

Grande eleitor? Bolsonaro superestimou a sua capacidade de transmitir votos a Nunes. Que não é Tarcísio. Que não tem serviços prestados ao bolsonarismo. Já não seria natural. E então vem Marçal.

Bolsonaro subestimou a constituição cerrada do discurso bolsonarista. Linguagem em que o Bolsonaro triatleta lava a égua. Um Bolsonaro de imprevisibilidade sem precedentes solto no terreno do Bolsonaro cansado e inelegível. Curto-circuito e algum desespero.

As reações à última pesquisa Datafolha dão boa conta. O sujeito avança tomando votos de Nunes e Datena – e tem campo para se espalhar. Bolsonaro soltou a ordem unida e os tanques foram às ruas. Não para pedir votos a Nunes. Para pedir que o eleitorado direitista não vote em Marçal. Para apregoar que esse Bolsonaro não é aquele Bolsonaro. Os agentes da blitz apostando em que essa campanha travará a expansão do cara – o que seria captado nos próximos levantamentos. A ver.

Visto: Bolsonaro pedindo ao eleitor bolsonarista que não vote num Bolsonaro porque não confiável; a turma quase compartilhando os vídeos de Tabata Amaral – teria sua graça, não estivesse São Paulo em jogo.

Opinião por Carlos Andreazza

Andreazza foi colunista do jornal O Globo e âncora da Rádio CBN Rio, além de ter colaborado com a Rádio BandNews e com o Grupo Jovem Pan. Formado em jornalismo pela PUC-Rio, escreve às segundas e sextas.

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