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Opinião|Desesperada por grana, Fazenda opera com goela criativa


O grande plano arrecadador para 2024 falhou. Se a arrecadação recordista não alcança o Orçamento de ficção: crie-se.

Por Carlos Andreazza

O governo Lula tem contabilidade própria e, pois, rombo fiscal menor. Menor e gigantesco. Fantasioso e gigantesco. Cada um com seu resultado primário — votou o Parlamento. O Tesouro tem o dele. O Banco Central, o dele. E, então, os dinheiros privados esquecidos em bancos viram receita e passam a servir à conta da meta fiscal. O Tesouro decidiu.

Nenhuma surpresa: Fazenda desesperada por grana opera com goela criativa.

O grande plano arrecadador para 2024 falhou. E nem entraremos na discussão conceitual sobre haver objetivo arrecadatório via condenação administrativa... o voto de qualidade no Carf, que produziria receitas de cerca de R$ 55 bilhões, terá levantado menos de R$ 90 milhões até aqui.

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Fazenda desesperada por grana já limpara, com efeito fiscal em 2023, cerca de R$ 25 bilhões de PIS/Pasep. Receita primária, claro. Uma das obras da esquecida PEC da Transição, aquela por meio da qual Fernando Haddad pôde brincar de fiscalista rigoroso.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda do governo Lula Foto: Diogo Zacarias/MF

O dinheiro acabou. Fabrique-se. Não há arrecadação recordista capaz de fazer frente à arrecadação que faz aumentar o gasto obrigatório — uma das razões por que nascera morto o menino arcabouço. Se a arrecadação recordista não alcança o Orçamento de ficção: crie-se.

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A previsibilidade do artista não turva o impacto da arte nem torna vulgar a sua exposição repetida: a apropriação, pelo Tesouro, de bilhões esquecidos em instituições financeiras para cumprir meta fiscal, essa raspa no tacho alheio sendo transformada em receita primária — mesmo que não computada pelo BC como receita primária.

Cada um com seu resultado primário.

A intenção — fachada — é virtuosa, quando o governo Lula se preocupa com a Lei de Responsabilidade Fiscal: compensar as perdas com a desoneração da folha de pagamentos. Para respeitar a LRF, a Fazenda vilipendia o corpo do arcabouço fiscal, a regra natimorta que criara, segundo a qual o cálculo sobre a meta cabe ao Banco Central. Cabia.

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Para respeitar uma lei, afronta-se outra.

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O caráter primo da arte exige a contemplação insistida: o governo raspando dinheiros alheios esquecidos — cerca de R$ 8.5 bilhões — e os malocando no Tesouro como receita primária, para maquiar o buraco fiscal em expansão, à revelia do que dispõe a metodologia do BC.

Cada um com seu resultado primário. E nem entraremos na discussão conceitual sobre pegar dinheiros dos outros...

O próprio Haddad correndo para se explicar e tentar convencer Arthur Lira sobre a higidez do troço. José Guimarães, líder do governo na Câmara, acabaria relator do bicho. Com sucesso. Agora é o Tesouro a determinar o que seja receita primária — o que não deixará de ser forma de resolver a preocupação com o cumprimento da meta fiscal.

O governo Lula tem contabilidade própria e, pois, rombo fiscal menor. Menor e gigantesco. Fantasioso e gigantesco. Cada um com seu resultado primário — votou o Parlamento. O Tesouro tem o dele. O Banco Central, o dele. E, então, os dinheiros privados esquecidos em bancos viram receita e passam a servir à conta da meta fiscal. O Tesouro decidiu.

Nenhuma surpresa: Fazenda desesperada por grana opera com goela criativa.

O grande plano arrecadador para 2024 falhou. E nem entraremos na discussão conceitual sobre haver objetivo arrecadatório via condenação administrativa... o voto de qualidade no Carf, que produziria receitas de cerca de R$ 55 bilhões, terá levantado menos de R$ 90 milhões até aqui.

Fazenda desesperada por grana já limpara, com efeito fiscal em 2023, cerca de R$ 25 bilhões de PIS/Pasep. Receita primária, claro. Uma das obras da esquecida PEC da Transição, aquela por meio da qual Fernando Haddad pôde brincar de fiscalista rigoroso.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda do governo Lula Foto: Diogo Zacarias/MF

O dinheiro acabou. Fabrique-se. Não há arrecadação recordista capaz de fazer frente à arrecadação que faz aumentar o gasto obrigatório — uma das razões por que nascera morto o menino arcabouço. Se a arrecadação recordista não alcança o Orçamento de ficção: crie-se.

A previsibilidade do artista não turva o impacto da arte nem torna vulgar a sua exposição repetida: a apropriação, pelo Tesouro, de bilhões esquecidos em instituições financeiras para cumprir meta fiscal, essa raspa no tacho alheio sendo transformada em receita primária — mesmo que não computada pelo BC como receita primária.

Cada um com seu resultado primário.

A intenção — fachada — é virtuosa, quando o governo Lula se preocupa com a Lei de Responsabilidade Fiscal: compensar as perdas com a desoneração da folha de pagamentos. Para respeitar a LRF, a Fazenda vilipendia o corpo do arcabouço fiscal, a regra natimorta que criara, segundo a qual o cálculo sobre a meta cabe ao Banco Central. Cabia.

Para respeitar uma lei, afronta-se outra.

O caráter primo da arte exige a contemplação insistida: o governo raspando dinheiros alheios esquecidos — cerca de R$ 8.5 bilhões — e os malocando no Tesouro como receita primária, para maquiar o buraco fiscal em expansão, à revelia do que dispõe a metodologia do BC.

Cada um com seu resultado primário. E nem entraremos na discussão conceitual sobre pegar dinheiros dos outros...

O próprio Haddad correndo para se explicar e tentar convencer Arthur Lira sobre a higidez do troço. José Guimarães, líder do governo na Câmara, acabaria relator do bicho. Com sucesso. Agora é o Tesouro a determinar o que seja receita primária — o que não deixará de ser forma de resolver a preocupação com o cumprimento da meta fiscal.

O governo Lula tem contabilidade própria e, pois, rombo fiscal menor. Menor e gigantesco. Fantasioso e gigantesco. Cada um com seu resultado primário — votou o Parlamento. O Tesouro tem o dele. O Banco Central, o dele. E, então, os dinheiros privados esquecidos em bancos viram receita e passam a servir à conta da meta fiscal. O Tesouro decidiu.

Nenhuma surpresa: Fazenda desesperada por grana opera com goela criativa.

O grande plano arrecadador para 2024 falhou. E nem entraremos na discussão conceitual sobre haver objetivo arrecadatório via condenação administrativa... o voto de qualidade no Carf, que produziria receitas de cerca de R$ 55 bilhões, terá levantado menos de R$ 90 milhões até aqui.

Fazenda desesperada por grana já limpara, com efeito fiscal em 2023, cerca de R$ 25 bilhões de PIS/Pasep. Receita primária, claro. Uma das obras da esquecida PEC da Transição, aquela por meio da qual Fernando Haddad pôde brincar de fiscalista rigoroso.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda do governo Lula Foto: Diogo Zacarias/MF

O dinheiro acabou. Fabrique-se. Não há arrecadação recordista capaz de fazer frente à arrecadação que faz aumentar o gasto obrigatório — uma das razões por que nascera morto o menino arcabouço. Se a arrecadação recordista não alcança o Orçamento de ficção: crie-se.

A previsibilidade do artista não turva o impacto da arte nem torna vulgar a sua exposição repetida: a apropriação, pelo Tesouro, de bilhões esquecidos em instituições financeiras para cumprir meta fiscal, essa raspa no tacho alheio sendo transformada em receita primária — mesmo que não computada pelo BC como receita primária.

Cada um com seu resultado primário.

A intenção — fachada — é virtuosa, quando o governo Lula se preocupa com a Lei de Responsabilidade Fiscal: compensar as perdas com a desoneração da folha de pagamentos. Para respeitar a LRF, a Fazenda vilipendia o corpo do arcabouço fiscal, a regra natimorta que criara, segundo a qual o cálculo sobre a meta cabe ao Banco Central. Cabia.

Para respeitar uma lei, afronta-se outra.

O caráter primo da arte exige a contemplação insistida: o governo raspando dinheiros alheios esquecidos — cerca de R$ 8.5 bilhões — e os malocando no Tesouro como receita primária, para maquiar o buraco fiscal em expansão, à revelia do que dispõe a metodologia do BC.

Cada um com seu resultado primário. E nem entraremos na discussão conceitual sobre pegar dinheiros dos outros...

O próprio Haddad correndo para se explicar e tentar convencer Arthur Lira sobre a higidez do troço. José Guimarães, líder do governo na Câmara, acabaria relator do bicho. Com sucesso. Agora é o Tesouro a determinar o que seja receita primária — o que não deixará de ser forma de resolver a preocupação com o cumprimento da meta fiscal.

O governo Lula tem contabilidade própria e, pois, rombo fiscal menor. Menor e gigantesco. Fantasioso e gigantesco. Cada um com seu resultado primário — votou o Parlamento. O Tesouro tem o dele. O Banco Central, o dele. E, então, os dinheiros privados esquecidos em bancos viram receita e passam a servir à conta da meta fiscal. O Tesouro decidiu.

Nenhuma surpresa: Fazenda desesperada por grana opera com goela criativa.

O grande plano arrecadador para 2024 falhou. E nem entraremos na discussão conceitual sobre haver objetivo arrecadatório via condenação administrativa... o voto de qualidade no Carf, que produziria receitas de cerca de R$ 55 bilhões, terá levantado menos de R$ 90 milhões até aqui.

Fazenda desesperada por grana já limpara, com efeito fiscal em 2023, cerca de R$ 25 bilhões de PIS/Pasep. Receita primária, claro. Uma das obras da esquecida PEC da Transição, aquela por meio da qual Fernando Haddad pôde brincar de fiscalista rigoroso.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda do governo Lula Foto: Diogo Zacarias/MF

O dinheiro acabou. Fabrique-se. Não há arrecadação recordista capaz de fazer frente à arrecadação que faz aumentar o gasto obrigatório — uma das razões por que nascera morto o menino arcabouço. Se a arrecadação recordista não alcança o Orçamento de ficção: crie-se.

A previsibilidade do artista não turva o impacto da arte nem torna vulgar a sua exposição repetida: a apropriação, pelo Tesouro, de bilhões esquecidos em instituições financeiras para cumprir meta fiscal, essa raspa no tacho alheio sendo transformada em receita primária — mesmo que não computada pelo BC como receita primária.

Cada um com seu resultado primário.

A intenção — fachada — é virtuosa, quando o governo Lula se preocupa com a Lei de Responsabilidade Fiscal: compensar as perdas com a desoneração da folha de pagamentos. Para respeitar a LRF, a Fazenda vilipendia o corpo do arcabouço fiscal, a regra natimorta que criara, segundo a qual o cálculo sobre a meta cabe ao Banco Central. Cabia.

Para respeitar uma lei, afronta-se outra.

O caráter primo da arte exige a contemplação insistida: o governo raspando dinheiros alheios esquecidos — cerca de R$ 8.5 bilhões — e os malocando no Tesouro como receita primária, para maquiar o buraco fiscal em expansão, à revelia do que dispõe a metodologia do BC.

Cada um com seu resultado primário. E nem entraremos na discussão conceitual sobre pegar dinheiros dos outros...

O próprio Haddad correndo para se explicar e tentar convencer Arthur Lira sobre a higidez do troço. José Guimarães, líder do governo na Câmara, acabaria relator do bicho. Com sucesso. Agora é o Tesouro a determinar o que seja receita primária — o que não deixará de ser forma de resolver a preocupação com o cumprimento da meta fiscal.

Opinião por Carlos Andreazza

Andreazza foi colunista do jornal O Globo e âncora da Rádio CBN Rio, além de ter colaborado com a Rádio BandNews e com o Grupo Jovem Pan. Formado em jornalismo pela PUC-Rio, escreve às segundas e sextas.

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