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Opinião|Projeto para liberar emendas entrega anel para manter gorduchos os dedos


Doravante será o Senado cumprir seu papel no teatro e todos — STF incluído — encenarem que o bicho respeita a Constituição. O mundo real estando no lugar de sempre: onde não se vê

Por Carlos Andreazza

Reportagem de Levy Teles dá conta de que a Câmara poderá não votar a LDO, caso o STF não libere a distribuição de emendas parlamentares. A ameaça chantagista é conversa fiada; ou se contrataria o apagão do Estado em 2025. Ocorre que bravata também comunica.

Os deputados da bazófia mui dedicados a informar que a rebelião seria “movimento sem cabeça”, fruto da indignação congressista difusa. Informam que o levante não teria liderança os liderados preferidos Claudio Cajado, do PP da Bahia, e Júlio Arcoverde, do PP do Piauí — que são Arthur Lira e Ciro Nogueira.

Plenário da Câmara na terça passada, 5 de novembro  Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
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A LDO é a que baliza as despesas. Não votá-la acabaria — assim lembrou o sutil Arcoverde, presidente da Comissão Mista de Orçamento — “atingindo o orçamento do próprio Supremo”. Arcoverde é aquele para quem os fundos orçamentários controlados autoritariamente pelos donos do Congresso consistiriam em direito adquirido dos parlamentares.

O movimento parlamentar fanfarrão e sem cabeça tem agenda e ritmo. Serão seis semanas até o fim do ano legislativo. Tudo vai se acertar. Já previsto aquele “esforço concentrado” — o trator das urgências — por meio do qual passará a boiada.

Arcoverde mostra a trilha: “Existe uma movimentação [para não votar a LDO], mas acho que depois que o Senado aprovar [o projeto de lei das emendas] resolve a questão”.

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A senha está dada. É o projeto de regulamentação das emendas parlamentares. Texto que dá “mais transparência” à administração dos fundos orçamentários governados pelos senhores do Congresso. Mais transparência — esse estranho princípio constitucional. Mais transparência sobre o absolutamente obscuro; como se jogar alguma luz sobre a escuridão profunda significasse claridade.

O projeto foi criado com intenção desviada: a de gerar as condições discursivas para a liberação das emendas suspensas. Autor da peça: Rubens Pereira Junior, do PT do Maranhão — que é Lula e Dino. Relator na Câmara: Elmar Nascimento — que, amizades perdidas à parte, é quem se chama na hora de a onça beber água.

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Doravante será o Senado cumprir seu papel no teatro e todos — STF incluído — encenarem que o bicho respeita a Constituição. O mundo real estando no lugar de sempre: onde não se vê.

O projeto entrega o anel — a falta de objeto da emenda Pix — para manter gorduchos os dedos. A emenda de comissão, superfície para a operação do orçamento secreto, com sua gestão autoritária-opaca blindada.

A deputada Adriana Ventura deu a letra: “(...) na emenda de comissão continua a mesma coisa. Listas secretas de alguns líderes partidários. O presidente da comissão é mero operador. A comissão não sabe. Os membros não sabem. Somos todos laranjas e eu não quero ser laranja”.

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Somos todos otários.

Reportagem de Levy Teles dá conta de que a Câmara poderá não votar a LDO, caso o STF não libere a distribuição de emendas parlamentares. A ameaça chantagista é conversa fiada; ou se contrataria o apagão do Estado em 2025. Ocorre que bravata também comunica.

Os deputados da bazófia mui dedicados a informar que a rebelião seria “movimento sem cabeça”, fruto da indignação congressista difusa. Informam que o levante não teria liderança os liderados preferidos Claudio Cajado, do PP da Bahia, e Júlio Arcoverde, do PP do Piauí — que são Arthur Lira e Ciro Nogueira.

Plenário da Câmara na terça passada, 5 de novembro  Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

A LDO é a que baliza as despesas. Não votá-la acabaria — assim lembrou o sutil Arcoverde, presidente da Comissão Mista de Orçamento — “atingindo o orçamento do próprio Supremo”. Arcoverde é aquele para quem os fundos orçamentários controlados autoritariamente pelos donos do Congresso consistiriam em direito adquirido dos parlamentares.

O movimento parlamentar fanfarrão e sem cabeça tem agenda e ritmo. Serão seis semanas até o fim do ano legislativo. Tudo vai se acertar. Já previsto aquele “esforço concentrado” — o trator das urgências — por meio do qual passará a boiada.

Arcoverde mostra a trilha: “Existe uma movimentação [para não votar a LDO], mas acho que depois que o Senado aprovar [o projeto de lei das emendas] resolve a questão”.

A senha está dada. É o projeto de regulamentação das emendas parlamentares. Texto que dá “mais transparência” à administração dos fundos orçamentários governados pelos senhores do Congresso. Mais transparência — esse estranho princípio constitucional. Mais transparência sobre o absolutamente obscuro; como se jogar alguma luz sobre a escuridão profunda significasse claridade.

O projeto foi criado com intenção desviada: a de gerar as condições discursivas para a liberação das emendas suspensas. Autor da peça: Rubens Pereira Junior, do PT do Maranhão — que é Lula e Dino. Relator na Câmara: Elmar Nascimento — que, amizades perdidas à parte, é quem se chama na hora de a onça beber água.

Doravante será o Senado cumprir seu papel no teatro e todos — STF incluído — encenarem que o bicho respeita a Constituição. O mundo real estando no lugar de sempre: onde não se vê.

O projeto entrega o anel — a falta de objeto da emenda Pix — para manter gorduchos os dedos. A emenda de comissão, superfície para a operação do orçamento secreto, com sua gestão autoritária-opaca blindada.

A deputada Adriana Ventura deu a letra: “(...) na emenda de comissão continua a mesma coisa. Listas secretas de alguns líderes partidários. O presidente da comissão é mero operador. A comissão não sabe. Os membros não sabem. Somos todos laranjas e eu não quero ser laranja”.

Somos todos otários.

Reportagem de Levy Teles dá conta de que a Câmara poderá não votar a LDO, caso o STF não libere a distribuição de emendas parlamentares. A ameaça chantagista é conversa fiada; ou se contrataria o apagão do Estado em 2025. Ocorre que bravata também comunica.

Os deputados da bazófia mui dedicados a informar que a rebelião seria “movimento sem cabeça”, fruto da indignação congressista difusa. Informam que o levante não teria liderança os liderados preferidos Claudio Cajado, do PP da Bahia, e Júlio Arcoverde, do PP do Piauí — que são Arthur Lira e Ciro Nogueira.

Plenário da Câmara na terça passada, 5 de novembro  Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

A LDO é a que baliza as despesas. Não votá-la acabaria — assim lembrou o sutil Arcoverde, presidente da Comissão Mista de Orçamento — “atingindo o orçamento do próprio Supremo”. Arcoverde é aquele para quem os fundos orçamentários controlados autoritariamente pelos donos do Congresso consistiriam em direito adquirido dos parlamentares.

O movimento parlamentar fanfarrão e sem cabeça tem agenda e ritmo. Serão seis semanas até o fim do ano legislativo. Tudo vai se acertar. Já previsto aquele “esforço concentrado” — o trator das urgências — por meio do qual passará a boiada.

Arcoverde mostra a trilha: “Existe uma movimentação [para não votar a LDO], mas acho que depois que o Senado aprovar [o projeto de lei das emendas] resolve a questão”.

A senha está dada. É o projeto de regulamentação das emendas parlamentares. Texto que dá “mais transparência” à administração dos fundos orçamentários governados pelos senhores do Congresso. Mais transparência — esse estranho princípio constitucional. Mais transparência sobre o absolutamente obscuro; como se jogar alguma luz sobre a escuridão profunda significasse claridade.

O projeto foi criado com intenção desviada: a de gerar as condições discursivas para a liberação das emendas suspensas. Autor da peça: Rubens Pereira Junior, do PT do Maranhão — que é Lula e Dino. Relator na Câmara: Elmar Nascimento — que, amizades perdidas à parte, é quem se chama na hora de a onça beber água.

Doravante será o Senado cumprir seu papel no teatro e todos — STF incluído — encenarem que o bicho respeita a Constituição. O mundo real estando no lugar de sempre: onde não se vê.

O projeto entrega o anel — a falta de objeto da emenda Pix — para manter gorduchos os dedos. A emenda de comissão, superfície para a operação do orçamento secreto, com sua gestão autoritária-opaca blindada.

A deputada Adriana Ventura deu a letra: “(...) na emenda de comissão continua a mesma coisa. Listas secretas de alguns líderes partidários. O presidente da comissão é mero operador. A comissão não sabe. Os membros não sabem. Somos todos laranjas e eu não quero ser laranja”.

Somos todos otários.

Reportagem de Levy Teles dá conta de que a Câmara poderá não votar a LDO, caso o STF não libere a distribuição de emendas parlamentares. A ameaça chantagista é conversa fiada; ou se contrataria o apagão do Estado em 2025. Ocorre que bravata também comunica.

Os deputados da bazófia mui dedicados a informar que a rebelião seria “movimento sem cabeça”, fruto da indignação congressista difusa. Informam que o levante não teria liderança os liderados preferidos Claudio Cajado, do PP da Bahia, e Júlio Arcoverde, do PP do Piauí — que são Arthur Lira e Ciro Nogueira.

Plenário da Câmara na terça passada, 5 de novembro  Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

A LDO é a que baliza as despesas. Não votá-la acabaria — assim lembrou o sutil Arcoverde, presidente da Comissão Mista de Orçamento — “atingindo o orçamento do próprio Supremo”. Arcoverde é aquele para quem os fundos orçamentários controlados autoritariamente pelos donos do Congresso consistiriam em direito adquirido dos parlamentares.

O movimento parlamentar fanfarrão e sem cabeça tem agenda e ritmo. Serão seis semanas até o fim do ano legislativo. Tudo vai se acertar. Já previsto aquele “esforço concentrado” — o trator das urgências — por meio do qual passará a boiada.

Arcoverde mostra a trilha: “Existe uma movimentação [para não votar a LDO], mas acho que depois que o Senado aprovar [o projeto de lei das emendas] resolve a questão”.

A senha está dada. É o projeto de regulamentação das emendas parlamentares. Texto que dá “mais transparência” à administração dos fundos orçamentários governados pelos senhores do Congresso. Mais transparência — esse estranho princípio constitucional. Mais transparência sobre o absolutamente obscuro; como se jogar alguma luz sobre a escuridão profunda significasse claridade.

O projeto foi criado com intenção desviada: a de gerar as condições discursivas para a liberação das emendas suspensas. Autor da peça: Rubens Pereira Junior, do PT do Maranhão — que é Lula e Dino. Relator na Câmara: Elmar Nascimento — que, amizades perdidas à parte, é quem se chama na hora de a onça beber água.

Doravante será o Senado cumprir seu papel no teatro e todos — STF incluído — encenarem que o bicho respeita a Constituição. O mundo real estando no lugar de sempre: onde não se vê.

O projeto entrega o anel — a falta de objeto da emenda Pix — para manter gorduchos os dedos. A emenda de comissão, superfície para a operação do orçamento secreto, com sua gestão autoritária-opaca blindada.

A deputada Adriana Ventura deu a letra: “(...) na emenda de comissão continua a mesma coisa. Listas secretas de alguns líderes partidários. O presidente da comissão é mero operador. A comissão não sabe. Os membros não sabem. Somos todos laranjas e eu não quero ser laranja”.

Somos todos otários.

Reportagem de Levy Teles dá conta de que a Câmara poderá não votar a LDO, caso o STF não libere a distribuição de emendas parlamentares. A ameaça chantagista é conversa fiada; ou se contrataria o apagão do Estado em 2025. Ocorre que bravata também comunica.

Os deputados da bazófia mui dedicados a informar que a rebelião seria “movimento sem cabeça”, fruto da indignação congressista difusa. Informam que o levante não teria liderança os liderados preferidos Claudio Cajado, do PP da Bahia, e Júlio Arcoverde, do PP do Piauí — que são Arthur Lira e Ciro Nogueira.

Plenário da Câmara na terça passada, 5 de novembro  Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

A LDO é a que baliza as despesas. Não votá-la acabaria — assim lembrou o sutil Arcoverde, presidente da Comissão Mista de Orçamento — “atingindo o orçamento do próprio Supremo”. Arcoverde é aquele para quem os fundos orçamentários controlados autoritariamente pelos donos do Congresso consistiriam em direito adquirido dos parlamentares.

O movimento parlamentar fanfarrão e sem cabeça tem agenda e ritmo. Serão seis semanas até o fim do ano legislativo. Tudo vai se acertar. Já previsto aquele “esforço concentrado” — o trator das urgências — por meio do qual passará a boiada.

Arcoverde mostra a trilha: “Existe uma movimentação [para não votar a LDO], mas acho que depois que o Senado aprovar [o projeto de lei das emendas] resolve a questão”.

A senha está dada. É o projeto de regulamentação das emendas parlamentares. Texto que dá “mais transparência” à administração dos fundos orçamentários governados pelos senhores do Congresso. Mais transparência — esse estranho princípio constitucional. Mais transparência sobre o absolutamente obscuro; como se jogar alguma luz sobre a escuridão profunda significasse claridade.

O projeto foi criado com intenção desviada: a de gerar as condições discursivas para a liberação das emendas suspensas. Autor da peça: Rubens Pereira Junior, do PT do Maranhão — que é Lula e Dino. Relator na Câmara: Elmar Nascimento — que, amizades perdidas à parte, é quem se chama na hora de a onça beber água.

Doravante será o Senado cumprir seu papel no teatro e todos — STF incluído — encenarem que o bicho respeita a Constituição. O mundo real estando no lugar de sempre: onde não se vê.

O projeto entrega o anel — a falta de objeto da emenda Pix — para manter gorduchos os dedos. A emenda de comissão, superfície para a operação do orçamento secreto, com sua gestão autoritária-opaca blindada.

A deputada Adriana Ventura deu a letra: “(...) na emenda de comissão continua a mesma coisa. Listas secretas de alguns líderes partidários. O presidente da comissão é mero operador. A comissão não sabe. Os membros não sabem. Somos todos laranjas e eu não quero ser laranja”.

Somos todos otários.

Opinião por Carlos Andreazza

Andreazza foi colunista do jornal O Globo e âncora da Rádio CBN Rio, além de ter colaborado com a Rádio BandNews e com o Grupo Jovem Pan. Formado em jornalismo pela PUC-Rio, escreve às segundas e sextas.

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