O movimento iniciado na Faculdade de Direito da USP que defende a democracia e o sistema eleitoral brasileiro ganhou o apoio de diversas organizações da sociedade civil, centrais sindicais, universidades e juristas que, além de acompanhar a leitura da carta, vão realizar ao menos seis passeatas e atos nesta quinta-feira, 11 de agosto, em São Paulo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o policiamento na região central será intensificado durante o evento e o efetivo de policiais militares no Largo São Francisco também será reforçado.
Em reunião com os organizadores do evento realizado na sede da faculdade, no Largo São Francisco, a PM definiu que vai controlar o acesso interno dos participantes, respeitando o limite de lotação de segurança máxima prevista no auto de vistoria do Corpo de Bombeiro (AVCB). Apenas convidados poderão acompanhar a leitura da carta no espaço interno das Arcadas da faculdade. Equipamentos de som serão instalados na parte de fora, no Largo São Francisco, para os demais presentes.
Até agora, a PM foi informada da realização de dois atos na mesma data da leitura da carta. Diversos grupos se reunirão em pontos da cidade e seguem em passeata até o local de leitura da carta. Uma delas, organizada pela Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) e com participação prevista de cerca de mil advogados, partirá da sede da OAB às 9h, na Rua Maria Paula, no Bela Vista e segue até a Faculdade de Direito.
Outra manifestação é organizada pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), com concentração inicial prevista à partir de 8h30 no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). O grupo, que comemora na mesma data o dia do estudante, também deve caminhar em direção ao Largo São Francisco e calcula a participação de mais de 100 escolas da cidade. A previsão é que as passeatas estejam no largo até 10hs, horário programado para início da leitura.
Pelo País
Entre os atos marcados, estão 25 manifestações convocadas pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas em todo o País, sendo duas em São Paulo, e 20 preparadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e por movimentos populares que integram as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, das quais duas também reforçam as demais mobilizações que ocorrem na capital paulista.
Os movimentos concentram os atos no Masp pela manhã, mas as centrais sindicais também marcaram manifestações no mesmo local às 17h, após a leitura da carta. Sindicatos como o sindicato dos comerciários de São Paulo farão passeatas próprias partindo de outros pontos da cidade.
Impulsionadas pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia ao menos 35 universidades de 25 Unidades da Federação também repetem o ato alusivo à defesa do sistema eleitoral brasileiro neste dia 11.
No Rio de Janeiro, a carta será lida simultaneamente à da USP. O ato está marcado para os pilotis da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). O espaço abrigou grandes manifestações estudantis contra a ditadura militar em 1977.
Com o aumento das adesões, o presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificou seu discurso contra o documento e voltou a citá-lo durante evento na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta segunda-feira, 8. Para o chefe do Executivo, os banqueiros precisam julgá-lo pelas suas ações e não por meio de assinaturas em “cartinhas”.
A carta pela democracia é uma reação aos ataques ao processo eleitoral feitos pelo presidente. A expectativa é que artistas populares que assinaram o manifesto também passem a engajar seus públicos, o que pode acelerar a marca de 1 milhão de assinaturas até esta quinta-feira.