Quem é Celso Sabino, novo ministro do Turismo do governo Lula escolhido pelo Centrão


Ex-tucano e evangélico, deputado do União Brasil vai ocupar pasta que estava nas mãos de Daniela Carneiro; ela pediu desfiliação do partido e perdeu o posto para ex-aliado de Bolsonaro

Por Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – O deputado federal Celso Sabino (União-PA) foi anunciado nesta quinta-feira, 13, como o novo ministro do Turismo do governo Lula. Ele vai substituir Daniela Carneiro, que estava no cargo desde janeiro. Ex-tucano e evangélico, Sabino foi escolhido como um nome capaz de acomodar os interesses do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na Esplanada dos Ministérios e garantir um apoio mais coeso do União Brasil às propostas governistas.

Sabino recebeu o apoio de Lira e dos caciques do Centrão para assumir o cargo. O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, defendeu a troca no Ministério para “garantir apoios no Congresso”. A direção da legenda entendeu que Daniela não representava o partido na Esplanada por ter pedido à Justiça Eleitoral para deixar a sigla.

Mesmo antes de ser indicado formalmente para chefiar a pasta, Sabino já se preparava para a função, como mostrou a Coluna do Estadão.

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Ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento, Celso Sabino (ao centro, de gravata clara) participa de reunião sobre a LDO no ano passado Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Nas redes sociais, o deputado trata Lira como “amigo” e “irmão”: “Aqui em Brasília a gente trabalha muito pelo Brasil e pelo Pará. A rotina é pesada, mas firma também grandes amigos, conquistados com lealdade, correção e muita fraternidade”, escreveu Sabino em uma postagem no Instagram.

Eleito pelo PSDB em 2018, Sabino deixou a legenda após se alinhar ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e defender que o partido apoiasse Lira em vez de Baleia Rossi (MDB-SP), então candidato de Rodrigo Maia. A decisão do deputado de apoiar o candidato do governo à Presidência da Câmara culminou com a abertura de um processo de expulsão da sigla.

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A mudança na pasta ocorreu em meio à queda de braço entre Daniela, o prefeito de Belford Roxo e marido dela, Waguinho, e a cúpula do União Brasil. Waguinho se desfiliou do partido e assumiu a presidência do Republicanos no Rio. Já Daniela busca na Justiça o direito de deixar a legenda sem perder o mandato de deputada federal, mas, na prática, já rompeu com a sigla pela qual foi eleita.

Postagem crítica apagada

Como mostrou o Estadão, além da proximidade com bolsonaristas, Sabino tem um histórico de críticas a Lula. Em 2016, quando o atual presidente foi indicado ministro da Casa Civil no governo Dilma, o parlamentar foi às redes sociais condenar a indicação. “A chefa do Executivo nacional aceitou a manobra do seu partido para garantir o foro privilegiado ao homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro para não citar outros. Assim caminha a atual conjuntura política brasileira”, escreveu em publicação no Facebook. No último dia 12 de junho, questionado pela reportagem, ele apagou a postagem.

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O parlamentar também foi criticado por colegas do PSDB ao assumir a autoria da PEC da Imunidade Parlamentar. Com o aval de Lira, a proposta tinha como objetivo ampliar o alcance da imunidade parlamentar dos deputados e senadores. Na prática, a proposta foi tratada pela oposição como uma forma de dificultar a prisão e o afastamento de parlamentares.

Pautas corporativistas costumam ter apoio significativo de integrantes do Centrão, conhecido pela atuação pragmática também na relação com o Executivo federal, independentemente de ideologia e alinhamento partidário. Fatos como a tramitação da PEC da Imunidade e sobretudo a proximidade com Lira ajudam a explicar por que o grupo político se uniu ao União Brasil para emplacar o deputado no lugar de Daniela Carneiro.

Sabino defendeu, à época, que a PEC buscava apenas especificar o que já está determinado na Constituição: “O que a proposta faz é encerrar os imbróglios, trazer a literalidade da norma para a Constituição para que não haja margem de interpretação acima do limite que os Poderes independentes podem suportar”.

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O texto, no entanto, não atingiu o apoio dos 308 deputados necessários para a aprovação no plenário da Casa. A retirada da proposta da pauta foi a primeira derrota de Lira como presidente da Câmara.

Apoio do governador Helder Barbalho

Além do aval do União Brasil, Sabino contou com o apoio do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), para o cargo. O parlamentar foi secretário estadual do Trabalho, Emprego e Renda do Pará durante a gestão de Simão Jatene (então no PSDB). Graduado em Direito e Administração, Sabino foi auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda do Pará.

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Em 2014, ele foi eleito deputado estadual com quase 40 mil votos, na mesma coligação que apoiou a petista Ana Júlia para o governo local.

Boca de urna

O Ministério Público Eleitoral do Pará denunciou Sabino por boca de urna durante a eleição de 2018. Três pessoas foram presas distribuindo santinhos com o rosto de Sabino e de outros candidatos. O caso ainda tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA).

RIO – O deputado federal Celso Sabino (União-PA) foi anunciado nesta quinta-feira, 13, como o novo ministro do Turismo do governo Lula. Ele vai substituir Daniela Carneiro, que estava no cargo desde janeiro. Ex-tucano e evangélico, Sabino foi escolhido como um nome capaz de acomodar os interesses do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na Esplanada dos Ministérios e garantir um apoio mais coeso do União Brasil às propostas governistas.

Sabino recebeu o apoio de Lira e dos caciques do Centrão para assumir o cargo. O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, defendeu a troca no Ministério para “garantir apoios no Congresso”. A direção da legenda entendeu que Daniela não representava o partido na Esplanada por ter pedido à Justiça Eleitoral para deixar a sigla.

Mesmo antes de ser indicado formalmente para chefiar a pasta, Sabino já se preparava para a função, como mostrou a Coluna do Estadão.

Ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento, Celso Sabino (ao centro, de gravata clara) participa de reunião sobre a LDO no ano passado Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Nas redes sociais, o deputado trata Lira como “amigo” e “irmão”: “Aqui em Brasília a gente trabalha muito pelo Brasil e pelo Pará. A rotina é pesada, mas firma também grandes amigos, conquistados com lealdade, correção e muita fraternidade”, escreveu Sabino em uma postagem no Instagram.

Eleito pelo PSDB em 2018, Sabino deixou a legenda após se alinhar ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e defender que o partido apoiasse Lira em vez de Baleia Rossi (MDB-SP), então candidato de Rodrigo Maia. A decisão do deputado de apoiar o candidato do governo à Presidência da Câmara culminou com a abertura de um processo de expulsão da sigla.

A mudança na pasta ocorreu em meio à queda de braço entre Daniela, o prefeito de Belford Roxo e marido dela, Waguinho, e a cúpula do União Brasil. Waguinho se desfiliou do partido e assumiu a presidência do Republicanos no Rio. Já Daniela busca na Justiça o direito de deixar a legenda sem perder o mandato de deputada federal, mas, na prática, já rompeu com a sigla pela qual foi eleita.

Postagem crítica apagada

Como mostrou o Estadão, além da proximidade com bolsonaristas, Sabino tem um histórico de críticas a Lula. Em 2016, quando o atual presidente foi indicado ministro da Casa Civil no governo Dilma, o parlamentar foi às redes sociais condenar a indicação. “A chefa do Executivo nacional aceitou a manobra do seu partido para garantir o foro privilegiado ao homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro para não citar outros. Assim caminha a atual conjuntura política brasileira”, escreveu em publicação no Facebook. No último dia 12 de junho, questionado pela reportagem, ele apagou a postagem.

O parlamentar também foi criticado por colegas do PSDB ao assumir a autoria da PEC da Imunidade Parlamentar. Com o aval de Lira, a proposta tinha como objetivo ampliar o alcance da imunidade parlamentar dos deputados e senadores. Na prática, a proposta foi tratada pela oposição como uma forma de dificultar a prisão e o afastamento de parlamentares.

Pautas corporativistas costumam ter apoio significativo de integrantes do Centrão, conhecido pela atuação pragmática também na relação com o Executivo federal, independentemente de ideologia e alinhamento partidário. Fatos como a tramitação da PEC da Imunidade e sobretudo a proximidade com Lira ajudam a explicar por que o grupo político se uniu ao União Brasil para emplacar o deputado no lugar de Daniela Carneiro.

Sabino defendeu, à época, que a PEC buscava apenas especificar o que já está determinado na Constituição: “O que a proposta faz é encerrar os imbróglios, trazer a literalidade da norma para a Constituição para que não haja margem de interpretação acima do limite que os Poderes independentes podem suportar”.

O texto, no entanto, não atingiu o apoio dos 308 deputados necessários para a aprovação no plenário da Casa. A retirada da proposta da pauta foi a primeira derrota de Lira como presidente da Câmara.

Apoio do governador Helder Barbalho

Além do aval do União Brasil, Sabino contou com o apoio do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), para o cargo. O parlamentar foi secretário estadual do Trabalho, Emprego e Renda do Pará durante a gestão de Simão Jatene (então no PSDB). Graduado em Direito e Administração, Sabino foi auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda do Pará.

Em 2014, ele foi eleito deputado estadual com quase 40 mil votos, na mesma coligação que apoiou a petista Ana Júlia para o governo local.

Boca de urna

O Ministério Público Eleitoral do Pará denunciou Sabino por boca de urna durante a eleição de 2018. Três pessoas foram presas distribuindo santinhos com o rosto de Sabino e de outros candidatos. O caso ainda tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA).

RIO – O deputado federal Celso Sabino (União-PA) foi anunciado nesta quinta-feira, 13, como o novo ministro do Turismo do governo Lula. Ele vai substituir Daniela Carneiro, que estava no cargo desde janeiro. Ex-tucano e evangélico, Sabino foi escolhido como um nome capaz de acomodar os interesses do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na Esplanada dos Ministérios e garantir um apoio mais coeso do União Brasil às propostas governistas.

Sabino recebeu o apoio de Lira e dos caciques do Centrão para assumir o cargo. O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, defendeu a troca no Ministério para “garantir apoios no Congresso”. A direção da legenda entendeu que Daniela não representava o partido na Esplanada por ter pedido à Justiça Eleitoral para deixar a sigla.

Mesmo antes de ser indicado formalmente para chefiar a pasta, Sabino já se preparava para a função, como mostrou a Coluna do Estadão.

Ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento, Celso Sabino (ao centro, de gravata clara) participa de reunião sobre a LDO no ano passado Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Nas redes sociais, o deputado trata Lira como “amigo” e “irmão”: “Aqui em Brasília a gente trabalha muito pelo Brasil e pelo Pará. A rotina é pesada, mas firma também grandes amigos, conquistados com lealdade, correção e muita fraternidade”, escreveu Sabino em uma postagem no Instagram.

Eleito pelo PSDB em 2018, Sabino deixou a legenda após se alinhar ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e defender que o partido apoiasse Lira em vez de Baleia Rossi (MDB-SP), então candidato de Rodrigo Maia. A decisão do deputado de apoiar o candidato do governo à Presidência da Câmara culminou com a abertura de um processo de expulsão da sigla.

A mudança na pasta ocorreu em meio à queda de braço entre Daniela, o prefeito de Belford Roxo e marido dela, Waguinho, e a cúpula do União Brasil. Waguinho se desfiliou do partido e assumiu a presidência do Republicanos no Rio. Já Daniela busca na Justiça o direito de deixar a legenda sem perder o mandato de deputada federal, mas, na prática, já rompeu com a sigla pela qual foi eleita.

Postagem crítica apagada

Como mostrou o Estadão, além da proximidade com bolsonaristas, Sabino tem um histórico de críticas a Lula. Em 2016, quando o atual presidente foi indicado ministro da Casa Civil no governo Dilma, o parlamentar foi às redes sociais condenar a indicação. “A chefa do Executivo nacional aceitou a manobra do seu partido para garantir o foro privilegiado ao homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro para não citar outros. Assim caminha a atual conjuntura política brasileira”, escreveu em publicação no Facebook. No último dia 12 de junho, questionado pela reportagem, ele apagou a postagem.

O parlamentar também foi criticado por colegas do PSDB ao assumir a autoria da PEC da Imunidade Parlamentar. Com o aval de Lira, a proposta tinha como objetivo ampliar o alcance da imunidade parlamentar dos deputados e senadores. Na prática, a proposta foi tratada pela oposição como uma forma de dificultar a prisão e o afastamento de parlamentares.

Pautas corporativistas costumam ter apoio significativo de integrantes do Centrão, conhecido pela atuação pragmática também na relação com o Executivo federal, independentemente de ideologia e alinhamento partidário. Fatos como a tramitação da PEC da Imunidade e sobretudo a proximidade com Lira ajudam a explicar por que o grupo político se uniu ao União Brasil para emplacar o deputado no lugar de Daniela Carneiro.

Sabino defendeu, à época, que a PEC buscava apenas especificar o que já está determinado na Constituição: “O que a proposta faz é encerrar os imbróglios, trazer a literalidade da norma para a Constituição para que não haja margem de interpretação acima do limite que os Poderes independentes podem suportar”.

O texto, no entanto, não atingiu o apoio dos 308 deputados necessários para a aprovação no plenário da Casa. A retirada da proposta da pauta foi a primeira derrota de Lira como presidente da Câmara.

Apoio do governador Helder Barbalho

Além do aval do União Brasil, Sabino contou com o apoio do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), para o cargo. O parlamentar foi secretário estadual do Trabalho, Emprego e Renda do Pará durante a gestão de Simão Jatene (então no PSDB). Graduado em Direito e Administração, Sabino foi auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda do Pará.

Em 2014, ele foi eleito deputado estadual com quase 40 mil votos, na mesma coligação que apoiou a petista Ana Júlia para o governo local.

Boca de urna

O Ministério Público Eleitoral do Pará denunciou Sabino por boca de urna durante a eleição de 2018. Três pessoas foram presas distribuindo santinhos com o rosto de Sabino e de outros candidatos. O caso ainda tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA).

RIO – O deputado federal Celso Sabino (União-PA) foi anunciado nesta quinta-feira, 13, como o novo ministro do Turismo do governo Lula. Ele vai substituir Daniela Carneiro, que estava no cargo desde janeiro. Ex-tucano e evangélico, Sabino foi escolhido como um nome capaz de acomodar os interesses do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na Esplanada dos Ministérios e garantir um apoio mais coeso do União Brasil às propostas governistas.

Sabino recebeu o apoio de Lira e dos caciques do Centrão para assumir o cargo. O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, defendeu a troca no Ministério para “garantir apoios no Congresso”. A direção da legenda entendeu que Daniela não representava o partido na Esplanada por ter pedido à Justiça Eleitoral para deixar a sigla.

Mesmo antes de ser indicado formalmente para chefiar a pasta, Sabino já se preparava para a função, como mostrou a Coluna do Estadão.

Ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento, Celso Sabino (ao centro, de gravata clara) participa de reunião sobre a LDO no ano passado Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Nas redes sociais, o deputado trata Lira como “amigo” e “irmão”: “Aqui em Brasília a gente trabalha muito pelo Brasil e pelo Pará. A rotina é pesada, mas firma também grandes amigos, conquistados com lealdade, correção e muita fraternidade”, escreveu Sabino em uma postagem no Instagram.

Eleito pelo PSDB em 2018, Sabino deixou a legenda após se alinhar ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e defender que o partido apoiasse Lira em vez de Baleia Rossi (MDB-SP), então candidato de Rodrigo Maia. A decisão do deputado de apoiar o candidato do governo à Presidência da Câmara culminou com a abertura de um processo de expulsão da sigla.

A mudança na pasta ocorreu em meio à queda de braço entre Daniela, o prefeito de Belford Roxo e marido dela, Waguinho, e a cúpula do União Brasil. Waguinho se desfiliou do partido e assumiu a presidência do Republicanos no Rio. Já Daniela busca na Justiça o direito de deixar a legenda sem perder o mandato de deputada federal, mas, na prática, já rompeu com a sigla pela qual foi eleita.

Postagem crítica apagada

Como mostrou o Estadão, além da proximidade com bolsonaristas, Sabino tem um histórico de críticas a Lula. Em 2016, quando o atual presidente foi indicado ministro da Casa Civil no governo Dilma, o parlamentar foi às redes sociais condenar a indicação. “A chefa do Executivo nacional aceitou a manobra do seu partido para garantir o foro privilegiado ao homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro para não citar outros. Assim caminha a atual conjuntura política brasileira”, escreveu em publicação no Facebook. No último dia 12 de junho, questionado pela reportagem, ele apagou a postagem.

O parlamentar também foi criticado por colegas do PSDB ao assumir a autoria da PEC da Imunidade Parlamentar. Com o aval de Lira, a proposta tinha como objetivo ampliar o alcance da imunidade parlamentar dos deputados e senadores. Na prática, a proposta foi tratada pela oposição como uma forma de dificultar a prisão e o afastamento de parlamentares.

Pautas corporativistas costumam ter apoio significativo de integrantes do Centrão, conhecido pela atuação pragmática também na relação com o Executivo federal, independentemente de ideologia e alinhamento partidário. Fatos como a tramitação da PEC da Imunidade e sobretudo a proximidade com Lira ajudam a explicar por que o grupo político se uniu ao União Brasil para emplacar o deputado no lugar de Daniela Carneiro.

Sabino defendeu, à época, que a PEC buscava apenas especificar o que já está determinado na Constituição: “O que a proposta faz é encerrar os imbróglios, trazer a literalidade da norma para a Constituição para que não haja margem de interpretação acima do limite que os Poderes independentes podem suportar”.

O texto, no entanto, não atingiu o apoio dos 308 deputados necessários para a aprovação no plenário da Casa. A retirada da proposta da pauta foi a primeira derrota de Lira como presidente da Câmara.

Apoio do governador Helder Barbalho

Além do aval do União Brasil, Sabino contou com o apoio do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), para o cargo. O parlamentar foi secretário estadual do Trabalho, Emprego e Renda do Pará durante a gestão de Simão Jatene (então no PSDB). Graduado em Direito e Administração, Sabino foi auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda do Pará.

Em 2014, ele foi eleito deputado estadual com quase 40 mil votos, na mesma coligação que apoiou a petista Ana Júlia para o governo local.

Boca de urna

O Ministério Público Eleitoral do Pará denunciou Sabino por boca de urna durante a eleição de 2018. Três pessoas foram presas distribuindo santinhos com o rosto de Sabino e de outros candidatos. O caso ainda tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA).

RIO – O deputado federal Celso Sabino (União-PA) foi anunciado nesta quinta-feira, 13, como o novo ministro do Turismo do governo Lula. Ele vai substituir Daniela Carneiro, que estava no cargo desde janeiro. Ex-tucano e evangélico, Sabino foi escolhido como um nome capaz de acomodar os interesses do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na Esplanada dos Ministérios e garantir um apoio mais coeso do União Brasil às propostas governistas.

Sabino recebeu o apoio de Lira e dos caciques do Centrão para assumir o cargo. O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, defendeu a troca no Ministério para “garantir apoios no Congresso”. A direção da legenda entendeu que Daniela não representava o partido na Esplanada por ter pedido à Justiça Eleitoral para deixar a sigla.

Mesmo antes de ser indicado formalmente para chefiar a pasta, Sabino já se preparava para a função, como mostrou a Coluna do Estadão.

Ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento, Celso Sabino (ao centro, de gravata clara) participa de reunião sobre a LDO no ano passado Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Nas redes sociais, o deputado trata Lira como “amigo” e “irmão”: “Aqui em Brasília a gente trabalha muito pelo Brasil e pelo Pará. A rotina é pesada, mas firma também grandes amigos, conquistados com lealdade, correção e muita fraternidade”, escreveu Sabino em uma postagem no Instagram.

Eleito pelo PSDB em 2018, Sabino deixou a legenda após se alinhar ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e defender que o partido apoiasse Lira em vez de Baleia Rossi (MDB-SP), então candidato de Rodrigo Maia. A decisão do deputado de apoiar o candidato do governo à Presidência da Câmara culminou com a abertura de um processo de expulsão da sigla.

A mudança na pasta ocorreu em meio à queda de braço entre Daniela, o prefeito de Belford Roxo e marido dela, Waguinho, e a cúpula do União Brasil. Waguinho se desfiliou do partido e assumiu a presidência do Republicanos no Rio. Já Daniela busca na Justiça o direito de deixar a legenda sem perder o mandato de deputada federal, mas, na prática, já rompeu com a sigla pela qual foi eleita.

Postagem crítica apagada

Como mostrou o Estadão, além da proximidade com bolsonaristas, Sabino tem um histórico de críticas a Lula. Em 2016, quando o atual presidente foi indicado ministro da Casa Civil no governo Dilma, o parlamentar foi às redes sociais condenar a indicação. “A chefa do Executivo nacional aceitou a manobra do seu partido para garantir o foro privilegiado ao homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro para não citar outros. Assim caminha a atual conjuntura política brasileira”, escreveu em publicação no Facebook. No último dia 12 de junho, questionado pela reportagem, ele apagou a postagem.

O parlamentar também foi criticado por colegas do PSDB ao assumir a autoria da PEC da Imunidade Parlamentar. Com o aval de Lira, a proposta tinha como objetivo ampliar o alcance da imunidade parlamentar dos deputados e senadores. Na prática, a proposta foi tratada pela oposição como uma forma de dificultar a prisão e o afastamento de parlamentares.

Pautas corporativistas costumam ter apoio significativo de integrantes do Centrão, conhecido pela atuação pragmática também na relação com o Executivo federal, independentemente de ideologia e alinhamento partidário. Fatos como a tramitação da PEC da Imunidade e sobretudo a proximidade com Lira ajudam a explicar por que o grupo político se uniu ao União Brasil para emplacar o deputado no lugar de Daniela Carneiro.

Sabino defendeu, à época, que a PEC buscava apenas especificar o que já está determinado na Constituição: “O que a proposta faz é encerrar os imbróglios, trazer a literalidade da norma para a Constituição para que não haja margem de interpretação acima do limite que os Poderes independentes podem suportar”.

O texto, no entanto, não atingiu o apoio dos 308 deputados necessários para a aprovação no plenário da Casa. A retirada da proposta da pauta foi a primeira derrota de Lira como presidente da Câmara.

Apoio do governador Helder Barbalho

Além do aval do União Brasil, Sabino contou com o apoio do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), para o cargo. O parlamentar foi secretário estadual do Trabalho, Emprego e Renda do Pará durante a gestão de Simão Jatene (então no PSDB). Graduado em Direito e Administração, Sabino foi auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda do Pará.

Em 2014, ele foi eleito deputado estadual com quase 40 mil votos, na mesma coligação que apoiou a petista Ana Júlia para o governo local.

Boca de urna

O Ministério Público Eleitoral do Pará denunciou Sabino por boca de urna durante a eleição de 2018. Três pessoas foram presas distribuindo santinhos com o rosto de Sabino e de outros candidatos. O caso ainda tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA).

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