Os pré-candidatos Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) se encontraram na caminhada da festa da Independência do Brasil na Bahia neste sábado, 2. Ambos marcaram presença na tradicional Caminhada do Largo da Lapinha, no Bairro da Liberdade, em Salvador, e exaltaram a democracia. Tiraram fotos juntos e compartilharam em redes sociais.
Ciro e Simone marcam o terceiro e quarto lugar nas pesquisas. Segundo o Agregador de Pesquisas do Estadão, o ex-ministro tem 8% das intenções, enquanto a senadora registra 2%.
Os líderes das pesquisas para o Palácio do Planalto também estiveram na celebração da Independência do Brasil na Bahia, a poucos quilômetros uns dos outros. O presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou motociata pelas ruas da Orla Atlântica de Salvador, indo do Farol da Barra ao Centro de Convenções da cidade. O pré-candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, circulou pelas ruas de Salvador, junto de apoiadores, depois seguiu para evento na Arena Fonte Nova.
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Durante o evento, Ciro criticou a Proposta de Emenda à Constituição que turbina gastos do governo federal e distribui R$ 41,2 bilhões antes das eleições. “É uma emenda que permite à população acreditar que vai ser salva por um socorro, mas que só vale até dezembro, o que significa um estelionato eleitoral gravíssimo e uma violação da própria Constituição que não pode ser emendada com tal vileza. Espero que o STF ponha um reparo a esse absurdo”, afirmou.
A PEC foi aprovada no Senado nesta quinta-feira, 30 com votação quase unânime, incluindo votos favoráveis de Simone Tebet, como senadora, e de outros senadores da oposição ao governo Bolsonaro. O único voto contrário foi o de José Serra (PSDB).
Em entrevista à CNN, Ciro ainda afirmou que anunciará sua entrada oficial na corrida eleitoral no dia 23 deste mês, durante convenção do PDT. O pré-candidato ainda não indicou um nome para ocupar a vaga de vice-presidente em sua chapa. “Meu vice ou minha vice só será escolhido ou escolhida em julho. Nós vamos delegar à Executiva Nacional do PDT até o último dia possível, que é o dia 6 de agosto, para as tratativas em relação ao meu vice ou à minha vice.”
Ele também destacou a importância do evento. “Aqui se matou e se morreu. Sangue de brasileiros baianos foi derramado para construir a nação brasileira e sua independência. E isso a gente tem de rememorar hoje porque o Brasil está sendo de novo vendido ao estrangeiro”, disse, durante a caminhada.
O pedetista também disse que Tebet é perigosa, por ser a postulante com menos rejeição nas pesquisas. Ambos tentam se viabilizar como alternativa para a chamada terceira via, contra a polarização entre Lula e Bolsonaro.
A senadora chegou na sexta-feira, 1º, a Salvador, onde cumpriu agenda na Obras Sociais Irmã Dulce e com marisqueiros e pescadores. Pela manhã de hoje, esteve com a vice-governadora de PE, Luciana Santos (PCdoB), com o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e com outras lideranças políticas.
A senadora também publicou uma foto do encontro com Ciro nas redes sociais. “Bahia é terra de todos. Democracia e civilidade. Adversário não é inimigo. O Brasil precisa de toda tolerância e respeito”.
Tebet também falou à CNN. Disse que está muito otimista e que a recepção positiva dos baianos “mostra o que as pesquisas me indicam. Eu sou a pré-candidata menos conhecida, mas também a menos rejeitada”. Ela reforça que o ato é o início de sua pré-candidatura.
Governo da Bahia
O pré-candidato do PDT sinalizou nesta sexta-feira, 1º, que, para ele, ACM Neto (União Brasil) seria a melhor opção para o governo da Bahia. O partido de Ciro está negociando acordo para apoiar o ex-prefeito de Salvador.
ACM Neto aparece com destaque para vencer o pleito pelo governo do Estado, segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada na quinta-feira, 9 de junho. Ele teve 56% das intenções de voto. Jerônimo Rodrigues (PT), apoiado por Lula, apareceu com 18%, no segundo lugar. O ex-ministro da Cidadania do governo Bolsonaro, deputado federal João Roma (PL), registrou 10%.
Simone Tebet diz que vai propor ouvidoria feminina em estatais
A senadora Simone Tebet vai propor na próxima semana a criação de uma ouvidoria feminina em todas as estatais do País. “Já que o compliance dessas entidades não escutam ou nem reconhecem o que é um assédio moral ou sexual, uma ouvidoria feminina, com mulher ouvindo o que as outras mulheres têm a dizer, nós teremos diferença”, afirmou durante sua participação no evento em Salvador.
Temos um governo misógino, não respeita as minorias, não respeita a democracia”, disse Tebet sobre as acusações de assédio que pesam contra o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães. “Este caso é um entre milhares. Devia ser para demissão sumária. Não foi uma denúncia, são várias.”