O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência, disse nessa segunda-feira, 9, que não concorda com a tese de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, condenado na Operação Lava Jato, seja um preso político, como defendem o PT e outros partidos e entidades sociais do movimento "Lula Livre".
"É preciso tomar muito cuidado com as palavras. Quando a gente atribui palavras a situação distintas, acaba criando uma confusão, especialmente para o jovem que não sabe o que foi preso político. Preso político foi, por exemplo, o Lula e o Prestes, muitos brasileiros. Eles foram recolhidos apenas porque emitiram opiniões políticas. Você pode considerar injusta a culpa do Lula, mas daí a extrapolar por esse caminho parece estranho", disse Ciro.
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O pedetista e outros presidenciáveis participam hoje do Fórum da Liberdade, evento organizado pelo Instituto de Estudos Empresariais em Porto Alegre. No domingo, 8, Ciro foi o único pré-candidato da esquerda que não participou dos eventos em defesa de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Sua ausência foi criticada por petistas.
Apesar da discordância, o ex-ministro voltou a criticar a prisão do petista. "A gente tem que ter muito respeito, paciência e sensibilidade com o que está acontecendo com o PT e com Lula. Não é trivial. Eu mesmo sinto amargura, aflição".
Ciro também falou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de rejeitar o habeas corpus de Lula. Ele classificou como "exótica" a decisão dos ministros. "É muito exótico que, havendo uma tese pendente de deliberação que vale para todos, haja se optado pela apreciação de caso caso concreto na frente do caso em tese. É muito exótico que voto seja dado contra as próprias convicções do magistrado em nome de uma decisão pretérita do colegiado"
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O pré-candidato do PDT também defendeu que outros réus da Lava Jato tenham o mesmo tratamento do ex-presidente. "Não gosto de delegado falando, mas a sociedade brasileira está muito incomodada porque parece que a mão severa da lei só funciona contra o PT e o Lula. Nenhum dos altíssimos dignitários do PSDB, enrolados em corrupção de altíssimo volume, com somas volumosas de dinheiro na Suíça, passou qualquer tipo de constrangimento. A sociedade brasileira está muito desconfiada desse desequilíbrio".