Ex-ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) afirmou que o “janjismo” irá atrapalhar as eleições municipais deste ano, referindo-se à primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja e à militância atribuída a ela. Na mesma entrevista, veiculada pelo canal do YouTube My News, na última quinta-feira, 20, Ciro afirma que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), “tem dotes” para concorrer ao pleito de 2026.
“Então o que está acontecendo? Pelo movimento da economia, a população vai votar contra o governo. E pela guerra cultural, sabe, o ‘janjismo’ agora remoçado e tal, vai perder a eleição o governo. Mas não vai perder (somente) em 2026, vamos acompanhar as eleições municipais nas grandes cidades brasileiras. Elas não são uma condição, digamos assim, mortal, mas elas são uma pista nos grandes centros”, afirmou o ex-presidenciável.
Sobre suas apostas para possíveis postulantes em 2026 no campo da direita, uma vez que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue inelegível até 2030, Ciro deu opinião sobre alguns nomes apresentados pela entrevistadora. Ele afirmou que ele próprio não entrará na disputa, pois “perdeu o encanto”.
Ao ser questionado sobre o que ele pensa do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), na disputa, Ciro foi conciso: “Conte-me outra. É o fim da picada”, sem dar mais detalhes.
Ele também falou do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), em tom elogioso, dizendo que o apoiador de Bolsonaro é um “bom governador” e tem dotes”. “Esse cara tem dotes. Mas aí pega carona e vai para Israel. De novo, é um belo de um cara. Eu conheço mais de perto. Um médico, tem espírito público, é um bom administrador”, disse.
Durante a entrevista, Ciro ainda afirmou que a “esquerda internacional” abandou “a ideia holista de superar a miséria, a desigualdade e lutar por uma humanidade pacífica” e possui uma “incapacidade de sair do identitarismo vesgo”.
No último mês, o pedetista usou seu perfil no X (antigo Twitter) para criticar Janja, questionando a postura do Palácio do Planalto sobre as fake news envolvendo a tragédia climática do Rio Grande do Sul. Na ocasião, em que comentava ataques sofridos por uma pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Ciro afirmou que os comentários teriam sido coordenados pela “poderosa máquina lulopetista trituradora”, supostamente “sob forte influência direta” de Janja.