Cláudio Castro e mais: Relembre todos os governadores do Rio investigados por corrupção


Governador do PL é o sétimo chefe do Executivo fluminense a ser alvo de investigação

Por Rayanderson Guerra

RIO – A Polícia Federal indiciou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por suspeitas de corrupção passiva e peculato em um suposto esquema de desvio de recursos públicos do Estado. Castro se junta à lista de governadores do Rio de Janeiro investigados por suspeitas de corrupção e já é o sétimo chefe do Executivo fluminense a ser alvo das autoridades policiais.

Em nota, a defesa do governador Cláudio Castro diz que vai pedir a nulidade do relatório da PF que o indicia. “Causa estranheza o fato de, em todos esses anos, o governador sequer ter sido convocado a prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.”

Cláudio Castro, governador do Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão
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Entre os governadores eleitos, só Leonel Brizola (PDT, 1983-1987 e 1991-1994) e Marcello Alencar (PSDB, 1995-1998), já mortos, não integram a lista de investigados por corrupção. Outros três, Nilo Batista (PDT, 1994), Benedita da Silva (PT, 2002) e Francisco Dornelles (PP, 2018) – vices que assumiram temporariamente o cargo –, também estão fora da relação dos ex-chefes do Executivo que foram presos.

O antecessor de Castro no governo do Rio, Wilson Witzel, na época no PSC, foi acusado de corrupção na Saúde durante a pandemia de covid-19. Por dez votos a zero, o governador afastado do Rio perdeu o cargo ao ter o impeachment confirmado em abril de 2021. Castro atuava, então, como governador interino e, com o impeachment de Witzel, foi oficializado no cargo.

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Após o impeachement, Witzel afirmou no X que houve um golpe e comparou o tribunal ao Estado Islâmico. Witzel questionou, em uma série de tuítes, o julgamento que decidiu por seu afastamento definitivo do governo do Rio. “Não desistirei jamais do cargo a que fui eleito. As alegações finais do deputado Luiz Paulo são desprovidas de prova e demonstram toda sua frustração por seu grupo ter sido derrotado nas eleições, diga-se o grupo do (Sérgio) Cabral e (Jorge) Picciani”, escreveu Witzel.

Wilson Witzel, quando governador do Rio, comemora a ação que culminou na libertação dos reféns e na morte do sequestrador num ônibus. Foto: Antonio Lacerda/EFE

Mas a história de corrupção se desdobra em anos anteriores. Quando participou da Farra dos Guardanapos em Paris, em 2009, o então governador do Rio Sérgio Cabral Filho estava em pleno voo. Com a noitada na capital francesa, comemorava, oficialmente, a Medalha Légion d’Honneur que recebera do governo local. Secretamente, também celebrava, por antecipação, a escolha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016, comprada com propina de US$ 2 milhões a integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI), segundo o Ministério Público Federal diria anos depois.

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A investigação apontou o ex-governador como líder do esquema que visava trazer a Olimpíada para o Rio por meio de compra de votos internacionalmente. Um desses votos foi, segundo o MPF, de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo, por meio de seu filho, Papa Massata Diack.

A festança foi revelada em 2012, quando vieram a público as imagens de secretários e empresários com as cabeças cobertas por panos brancos, no evento em homenagem ao mandatário. Virou símbolo da Era Cabral, simbolicamente encerrada com sua prisão preventiva em novembro de 2016, que abriu o período do ex-todo poderoso fluminense na cadeia.

Sérgio Cabral e Pezão. Foto: Wilton Júinor/Estadão
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Cabral (PMDB, 2007-2014) foi preso em 2016, na Operação Calicute. As investigações, desdobradas em outras ações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, chegaram a 23 condenações que somam 430 anos. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2022, o ex-governador deixou a cadeia e passou a cumprir prisão domiciliar.

Ao deixar a prisão, a defesa de Cabral afirmou que Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a ilegalidade de se manter preso o ex-governador e determinou que ele aguarde em liberdade o desfecho. “A defesa representada pelos advogados Daniel Bialski, Bruno Borrangine, Patricia Proetti e Anna Júlia Menezes esclarece que ele permanecerá em prisão domiciliar aguardando a conclusão das demais ações penais e confia em uma solução justa voltada ao reconhecimento de sua inocência e de uma série de nulidades existentes nos demais processos a que responde”, diz a nota divulgada à época.

O sucessor de Cabral, Luiz Fernando Pezão (MDB, 2015-2018), também foi processado e preso – quando ainda era governador, no fim do mandato, no Palácio das Laranjeiras. Foi posteriormente solto, após meses em um quartel da Polícia Militar. Os dois foram acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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O escritório Mirza & Malan Advogados, que defende Pezão, divulgou nota à época da decisão que levou o governador para prisão domiciliar e negou qualquer ilícito.

“Trata-se de decisão que resgata a dignidade e honra do ex-governador, que teve seu mandato precocemente interrompido e ficou mais de um ano injustamente preso, com base em delações mentirosas e ilações do Ministério Público Federal. Ganham a democracia e o Estado de Direito”, afirma a defesa no texto.

Anthony Garotinho e a mulher Rosinha Garotinho. Foto: Wilton Júnior/Estadão
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Rosinha Garotinho (PMDB, 2003-2006) e Anthony Garotinho (PSB, 1999-2002) também conheceram a cadeia. O ex-governador foi preso em novembro de 2016 na Operação Chequinho, sobre corrupção eleitoral em Campos dos Goytacazes. Garotinho foi solto, mas a mesma operação o reconduziu ao cárcere, em setembro de 2017. Nessa ocasião, Garotinho foi preso quando fazia seu programa na Rádio Tupi. Logo, conseguiu prisão domiciliar.

Dois meses depois, teve nova prisão decretada, com Rosinha, desta vez na Operação Caixa D’Água, sobre suposta arrecadação ilegal de fundos de campanha. Ambos foram soltos, mas, em novembro de 2019, voltaram por breve período à prisão. A acusação era de superfaturamento na prefeitura campista. Garotinho e Rosinha afirmam ser inocentes e vítimas de perseguição política.

Ex-governador do Rio de Janeiro Wellington Moreira Franco. Foto: Sérgio Castro/Estadão

Wellington Moreira Franco (PMDB, 1987-1991), ex-integrante dos governos de Dilma Rousseff e de Michel Temer, ficou menos de uma semana na cadeia, em março de 2019, depois que o Ministério Público Federal o denunciou por corrupção. Foi libertado por liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

RIO – A Polícia Federal indiciou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por suspeitas de corrupção passiva e peculato em um suposto esquema de desvio de recursos públicos do Estado. Castro se junta à lista de governadores do Rio de Janeiro investigados por suspeitas de corrupção e já é o sétimo chefe do Executivo fluminense a ser alvo das autoridades policiais.

Em nota, a defesa do governador Cláudio Castro diz que vai pedir a nulidade do relatório da PF que o indicia. “Causa estranheza o fato de, em todos esses anos, o governador sequer ter sido convocado a prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.”

Cláudio Castro, governador do Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Entre os governadores eleitos, só Leonel Brizola (PDT, 1983-1987 e 1991-1994) e Marcello Alencar (PSDB, 1995-1998), já mortos, não integram a lista de investigados por corrupção. Outros três, Nilo Batista (PDT, 1994), Benedita da Silva (PT, 2002) e Francisco Dornelles (PP, 2018) – vices que assumiram temporariamente o cargo –, também estão fora da relação dos ex-chefes do Executivo que foram presos.

O antecessor de Castro no governo do Rio, Wilson Witzel, na época no PSC, foi acusado de corrupção na Saúde durante a pandemia de covid-19. Por dez votos a zero, o governador afastado do Rio perdeu o cargo ao ter o impeachment confirmado em abril de 2021. Castro atuava, então, como governador interino e, com o impeachment de Witzel, foi oficializado no cargo.

Após o impeachement, Witzel afirmou no X que houve um golpe e comparou o tribunal ao Estado Islâmico. Witzel questionou, em uma série de tuítes, o julgamento que decidiu por seu afastamento definitivo do governo do Rio. “Não desistirei jamais do cargo a que fui eleito. As alegações finais do deputado Luiz Paulo são desprovidas de prova e demonstram toda sua frustração por seu grupo ter sido derrotado nas eleições, diga-se o grupo do (Sérgio) Cabral e (Jorge) Picciani”, escreveu Witzel.

Wilson Witzel, quando governador do Rio, comemora a ação que culminou na libertação dos reféns e na morte do sequestrador num ônibus. Foto: Antonio Lacerda/EFE

Mas a história de corrupção se desdobra em anos anteriores. Quando participou da Farra dos Guardanapos em Paris, em 2009, o então governador do Rio Sérgio Cabral Filho estava em pleno voo. Com a noitada na capital francesa, comemorava, oficialmente, a Medalha Légion d’Honneur que recebera do governo local. Secretamente, também celebrava, por antecipação, a escolha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016, comprada com propina de US$ 2 milhões a integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI), segundo o Ministério Público Federal diria anos depois.

A investigação apontou o ex-governador como líder do esquema que visava trazer a Olimpíada para o Rio por meio de compra de votos internacionalmente. Um desses votos foi, segundo o MPF, de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo, por meio de seu filho, Papa Massata Diack.

A festança foi revelada em 2012, quando vieram a público as imagens de secretários e empresários com as cabeças cobertas por panos brancos, no evento em homenagem ao mandatário. Virou símbolo da Era Cabral, simbolicamente encerrada com sua prisão preventiva em novembro de 2016, que abriu o período do ex-todo poderoso fluminense na cadeia.

Sérgio Cabral e Pezão. Foto: Wilton Júinor/Estadão

Cabral (PMDB, 2007-2014) foi preso em 2016, na Operação Calicute. As investigações, desdobradas em outras ações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, chegaram a 23 condenações que somam 430 anos. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2022, o ex-governador deixou a cadeia e passou a cumprir prisão domiciliar.

Ao deixar a prisão, a defesa de Cabral afirmou que Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a ilegalidade de se manter preso o ex-governador e determinou que ele aguarde em liberdade o desfecho. “A defesa representada pelos advogados Daniel Bialski, Bruno Borrangine, Patricia Proetti e Anna Júlia Menezes esclarece que ele permanecerá em prisão domiciliar aguardando a conclusão das demais ações penais e confia em uma solução justa voltada ao reconhecimento de sua inocência e de uma série de nulidades existentes nos demais processos a que responde”, diz a nota divulgada à época.

O sucessor de Cabral, Luiz Fernando Pezão (MDB, 2015-2018), também foi processado e preso – quando ainda era governador, no fim do mandato, no Palácio das Laranjeiras. Foi posteriormente solto, após meses em um quartel da Polícia Militar. Os dois foram acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O escritório Mirza & Malan Advogados, que defende Pezão, divulgou nota à época da decisão que levou o governador para prisão domiciliar e negou qualquer ilícito.

“Trata-se de decisão que resgata a dignidade e honra do ex-governador, que teve seu mandato precocemente interrompido e ficou mais de um ano injustamente preso, com base em delações mentirosas e ilações do Ministério Público Federal. Ganham a democracia e o Estado de Direito”, afirma a defesa no texto.

Anthony Garotinho e a mulher Rosinha Garotinho. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Rosinha Garotinho (PMDB, 2003-2006) e Anthony Garotinho (PSB, 1999-2002) também conheceram a cadeia. O ex-governador foi preso em novembro de 2016 na Operação Chequinho, sobre corrupção eleitoral em Campos dos Goytacazes. Garotinho foi solto, mas a mesma operação o reconduziu ao cárcere, em setembro de 2017. Nessa ocasião, Garotinho foi preso quando fazia seu programa na Rádio Tupi. Logo, conseguiu prisão domiciliar.

Dois meses depois, teve nova prisão decretada, com Rosinha, desta vez na Operação Caixa D’Água, sobre suposta arrecadação ilegal de fundos de campanha. Ambos foram soltos, mas, em novembro de 2019, voltaram por breve período à prisão. A acusação era de superfaturamento na prefeitura campista. Garotinho e Rosinha afirmam ser inocentes e vítimas de perseguição política.

Ex-governador do Rio de Janeiro Wellington Moreira Franco. Foto: Sérgio Castro/Estadão

Wellington Moreira Franco (PMDB, 1987-1991), ex-integrante dos governos de Dilma Rousseff e de Michel Temer, ficou menos de uma semana na cadeia, em março de 2019, depois que o Ministério Público Federal o denunciou por corrupção. Foi libertado por liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

RIO – A Polícia Federal indiciou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por suspeitas de corrupção passiva e peculato em um suposto esquema de desvio de recursos públicos do Estado. Castro se junta à lista de governadores do Rio de Janeiro investigados por suspeitas de corrupção e já é o sétimo chefe do Executivo fluminense a ser alvo das autoridades policiais.

Em nota, a defesa do governador Cláudio Castro diz que vai pedir a nulidade do relatório da PF que o indicia. “Causa estranheza o fato de, em todos esses anos, o governador sequer ter sido convocado a prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.”

Cláudio Castro, governador do Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Entre os governadores eleitos, só Leonel Brizola (PDT, 1983-1987 e 1991-1994) e Marcello Alencar (PSDB, 1995-1998), já mortos, não integram a lista de investigados por corrupção. Outros três, Nilo Batista (PDT, 1994), Benedita da Silva (PT, 2002) e Francisco Dornelles (PP, 2018) – vices que assumiram temporariamente o cargo –, também estão fora da relação dos ex-chefes do Executivo que foram presos.

O antecessor de Castro no governo do Rio, Wilson Witzel, na época no PSC, foi acusado de corrupção na Saúde durante a pandemia de covid-19. Por dez votos a zero, o governador afastado do Rio perdeu o cargo ao ter o impeachment confirmado em abril de 2021. Castro atuava, então, como governador interino e, com o impeachment de Witzel, foi oficializado no cargo.

Após o impeachement, Witzel afirmou no X que houve um golpe e comparou o tribunal ao Estado Islâmico. Witzel questionou, em uma série de tuítes, o julgamento que decidiu por seu afastamento definitivo do governo do Rio. “Não desistirei jamais do cargo a que fui eleito. As alegações finais do deputado Luiz Paulo são desprovidas de prova e demonstram toda sua frustração por seu grupo ter sido derrotado nas eleições, diga-se o grupo do (Sérgio) Cabral e (Jorge) Picciani”, escreveu Witzel.

Wilson Witzel, quando governador do Rio, comemora a ação que culminou na libertação dos reféns e na morte do sequestrador num ônibus. Foto: Antonio Lacerda/EFE

Mas a história de corrupção se desdobra em anos anteriores. Quando participou da Farra dos Guardanapos em Paris, em 2009, o então governador do Rio Sérgio Cabral Filho estava em pleno voo. Com a noitada na capital francesa, comemorava, oficialmente, a Medalha Légion d’Honneur que recebera do governo local. Secretamente, também celebrava, por antecipação, a escolha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016, comprada com propina de US$ 2 milhões a integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI), segundo o Ministério Público Federal diria anos depois.

A investigação apontou o ex-governador como líder do esquema que visava trazer a Olimpíada para o Rio por meio de compra de votos internacionalmente. Um desses votos foi, segundo o MPF, de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo, por meio de seu filho, Papa Massata Diack.

A festança foi revelada em 2012, quando vieram a público as imagens de secretários e empresários com as cabeças cobertas por panos brancos, no evento em homenagem ao mandatário. Virou símbolo da Era Cabral, simbolicamente encerrada com sua prisão preventiva em novembro de 2016, que abriu o período do ex-todo poderoso fluminense na cadeia.

Sérgio Cabral e Pezão. Foto: Wilton Júinor/Estadão

Cabral (PMDB, 2007-2014) foi preso em 2016, na Operação Calicute. As investigações, desdobradas em outras ações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, chegaram a 23 condenações que somam 430 anos. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2022, o ex-governador deixou a cadeia e passou a cumprir prisão domiciliar.

Ao deixar a prisão, a defesa de Cabral afirmou que Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a ilegalidade de se manter preso o ex-governador e determinou que ele aguarde em liberdade o desfecho. “A defesa representada pelos advogados Daniel Bialski, Bruno Borrangine, Patricia Proetti e Anna Júlia Menezes esclarece que ele permanecerá em prisão domiciliar aguardando a conclusão das demais ações penais e confia em uma solução justa voltada ao reconhecimento de sua inocência e de uma série de nulidades existentes nos demais processos a que responde”, diz a nota divulgada à época.

O sucessor de Cabral, Luiz Fernando Pezão (MDB, 2015-2018), também foi processado e preso – quando ainda era governador, no fim do mandato, no Palácio das Laranjeiras. Foi posteriormente solto, após meses em um quartel da Polícia Militar. Os dois foram acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O escritório Mirza & Malan Advogados, que defende Pezão, divulgou nota à época da decisão que levou o governador para prisão domiciliar e negou qualquer ilícito.

“Trata-se de decisão que resgata a dignidade e honra do ex-governador, que teve seu mandato precocemente interrompido e ficou mais de um ano injustamente preso, com base em delações mentirosas e ilações do Ministério Público Federal. Ganham a democracia e o Estado de Direito”, afirma a defesa no texto.

Anthony Garotinho e a mulher Rosinha Garotinho. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Rosinha Garotinho (PMDB, 2003-2006) e Anthony Garotinho (PSB, 1999-2002) também conheceram a cadeia. O ex-governador foi preso em novembro de 2016 na Operação Chequinho, sobre corrupção eleitoral em Campos dos Goytacazes. Garotinho foi solto, mas a mesma operação o reconduziu ao cárcere, em setembro de 2017. Nessa ocasião, Garotinho foi preso quando fazia seu programa na Rádio Tupi. Logo, conseguiu prisão domiciliar.

Dois meses depois, teve nova prisão decretada, com Rosinha, desta vez na Operação Caixa D’Água, sobre suposta arrecadação ilegal de fundos de campanha. Ambos foram soltos, mas, em novembro de 2019, voltaram por breve período à prisão. A acusação era de superfaturamento na prefeitura campista. Garotinho e Rosinha afirmam ser inocentes e vítimas de perseguição política.

Ex-governador do Rio de Janeiro Wellington Moreira Franco. Foto: Sérgio Castro/Estadão

Wellington Moreira Franco (PMDB, 1987-1991), ex-integrante dos governos de Dilma Rousseff e de Michel Temer, ficou menos de uma semana na cadeia, em março de 2019, depois que o Ministério Público Federal o denunciou por corrupção. Foi libertado por liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

RIO – A Polícia Federal indiciou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por suspeitas de corrupção passiva e peculato em um suposto esquema de desvio de recursos públicos do Estado. Castro se junta à lista de governadores do Rio de Janeiro investigados por suspeitas de corrupção e já é o sétimo chefe do Executivo fluminense a ser alvo das autoridades policiais.

Em nota, a defesa do governador Cláudio Castro diz que vai pedir a nulidade do relatório da PF que o indicia. “Causa estranheza o fato de, em todos esses anos, o governador sequer ter sido convocado a prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.”

Cláudio Castro, governador do Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Entre os governadores eleitos, só Leonel Brizola (PDT, 1983-1987 e 1991-1994) e Marcello Alencar (PSDB, 1995-1998), já mortos, não integram a lista de investigados por corrupção. Outros três, Nilo Batista (PDT, 1994), Benedita da Silva (PT, 2002) e Francisco Dornelles (PP, 2018) – vices que assumiram temporariamente o cargo –, também estão fora da relação dos ex-chefes do Executivo que foram presos.

O antecessor de Castro no governo do Rio, Wilson Witzel, na época no PSC, foi acusado de corrupção na Saúde durante a pandemia de covid-19. Por dez votos a zero, o governador afastado do Rio perdeu o cargo ao ter o impeachment confirmado em abril de 2021. Castro atuava, então, como governador interino e, com o impeachment de Witzel, foi oficializado no cargo.

Após o impeachement, Witzel afirmou no X que houve um golpe e comparou o tribunal ao Estado Islâmico. Witzel questionou, em uma série de tuítes, o julgamento que decidiu por seu afastamento definitivo do governo do Rio. “Não desistirei jamais do cargo a que fui eleito. As alegações finais do deputado Luiz Paulo são desprovidas de prova e demonstram toda sua frustração por seu grupo ter sido derrotado nas eleições, diga-se o grupo do (Sérgio) Cabral e (Jorge) Picciani”, escreveu Witzel.

Wilson Witzel, quando governador do Rio, comemora a ação que culminou na libertação dos reféns e na morte do sequestrador num ônibus. Foto: Antonio Lacerda/EFE

Mas a história de corrupção se desdobra em anos anteriores. Quando participou da Farra dos Guardanapos em Paris, em 2009, o então governador do Rio Sérgio Cabral Filho estava em pleno voo. Com a noitada na capital francesa, comemorava, oficialmente, a Medalha Légion d’Honneur que recebera do governo local. Secretamente, também celebrava, por antecipação, a escolha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016, comprada com propina de US$ 2 milhões a integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI), segundo o Ministério Público Federal diria anos depois.

A investigação apontou o ex-governador como líder do esquema que visava trazer a Olimpíada para o Rio por meio de compra de votos internacionalmente. Um desses votos foi, segundo o MPF, de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo, por meio de seu filho, Papa Massata Diack.

A festança foi revelada em 2012, quando vieram a público as imagens de secretários e empresários com as cabeças cobertas por panos brancos, no evento em homenagem ao mandatário. Virou símbolo da Era Cabral, simbolicamente encerrada com sua prisão preventiva em novembro de 2016, que abriu o período do ex-todo poderoso fluminense na cadeia.

Sérgio Cabral e Pezão. Foto: Wilton Júinor/Estadão

Cabral (PMDB, 2007-2014) foi preso em 2016, na Operação Calicute. As investigações, desdobradas em outras ações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, chegaram a 23 condenações que somam 430 anos. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2022, o ex-governador deixou a cadeia e passou a cumprir prisão domiciliar.

Ao deixar a prisão, a defesa de Cabral afirmou que Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a ilegalidade de se manter preso o ex-governador e determinou que ele aguarde em liberdade o desfecho. “A defesa representada pelos advogados Daniel Bialski, Bruno Borrangine, Patricia Proetti e Anna Júlia Menezes esclarece que ele permanecerá em prisão domiciliar aguardando a conclusão das demais ações penais e confia em uma solução justa voltada ao reconhecimento de sua inocência e de uma série de nulidades existentes nos demais processos a que responde”, diz a nota divulgada à época.

O sucessor de Cabral, Luiz Fernando Pezão (MDB, 2015-2018), também foi processado e preso – quando ainda era governador, no fim do mandato, no Palácio das Laranjeiras. Foi posteriormente solto, após meses em um quartel da Polícia Militar. Os dois foram acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O escritório Mirza & Malan Advogados, que defende Pezão, divulgou nota à época da decisão que levou o governador para prisão domiciliar e negou qualquer ilícito.

“Trata-se de decisão que resgata a dignidade e honra do ex-governador, que teve seu mandato precocemente interrompido e ficou mais de um ano injustamente preso, com base em delações mentirosas e ilações do Ministério Público Federal. Ganham a democracia e o Estado de Direito”, afirma a defesa no texto.

Anthony Garotinho e a mulher Rosinha Garotinho. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Rosinha Garotinho (PMDB, 2003-2006) e Anthony Garotinho (PSB, 1999-2002) também conheceram a cadeia. O ex-governador foi preso em novembro de 2016 na Operação Chequinho, sobre corrupção eleitoral em Campos dos Goytacazes. Garotinho foi solto, mas a mesma operação o reconduziu ao cárcere, em setembro de 2017. Nessa ocasião, Garotinho foi preso quando fazia seu programa na Rádio Tupi. Logo, conseguiu prisão domiciliar.

Dois meses depois, teve nova prisão decretada, com Rosinha, desta vez na Operação Caixa D’Água, sobre suposta arrecadação ilegal de fundos de campanha. Ambos foram soltos, mas, em novembro de 2019, voltaram por breve período à prisão. A acusação era de superfaturamento na prefeitura campista. Garotinho e Rosinha afirmam ser inocentes e vítimas de perseguição política.

Ex-governador do Rio de Janeiro Wellington Moreira Franco. Foto: Sérgio Castro/Estadão

Wellington Moreira Franco (PMDB, 1987-1991), ex-integrante dos governos de Dilma Rousseff e de Michel Temer, ficou menos de uma semana na cadeia, em março de 2019, depois que o Ministério Público Federal o denunciou por corrupção. Foi libertado por liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

RIO – A Polícia Federal indiciou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por suspeitas de corrupção passiva e peculato em um suposto esquema de desvio de recursos públicos do Estado. Castro se junta à lista de governadores do Rio de Janeiro investigados por suspeitas de corrupção e já é o sétimo chefe do Executivo fluminense a ser alvo das autoridades policiais.

Em nota, a defesa do governador Cláudio Castro diz que vai pedir a nulidade do relatório da PF que o indicia. “Causa estranheza o fato de, em todos esses anos, o governador sequer ter sido convocado a prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.”

Cláudio Castro, governador do Rio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Entre os governadores eleitos, só Leonel Brizola (PDT, 1983-1987 e 1991-1994) e Marcello Alencar (PSDB, 1995-1998), já mortos, não integram a lista de investigados por corrupção. Outros três, Nilo Batista (PDT, 1994), Benedita da Silva (PT, 2002) e Francisco Dornelles (PP, 2018) – vices que assumiram temporariamente o cargo –, também estão fora da relação dos ex-chefes do Executivo que foram presos.

O antecessor de Castro no governo do Rio, Wilson Witzel, na época no PSC, foi acusado de corrupção na Saúde durante a pandemia de covid-19. Por dez votos a zero, o governador afastado do Rio perdeu o cargo ao ter o impeachment confirmado em abril de 2021. Castro atuava, então, como governador interino e, com o impeachment de Witzel, foi oficializado no cargo.

Após o impeachement, Witzel afirmou no X que houve um golpe e comparou o tribunal ao Estado Islâmico. Witzel questionou, em uma série de tuítes, o julgamento que decidiu por seu afastamento definitivo do governo do Rio. “Não desistirei jamais do cargo a que fui eleito. As alegações finais do deputado Luiz Paulo são desprovidas de prova e demonstram toda sua frustração por seu grupo ter sido derrotado nas eleições, diga-se o grupo do (Sérgio) Cabral e (Jorge) Picciani”, escreveu Witzel.

Wilson Witzel, quando governador do Rio, comemora a ação que culminou na libertação dos reféns e na morte do sequestrador num ônibus. Foto: Antonio Lacerda/EFE

Mas a história de corrupção se desdobra em anos anteriores. Quando participou da Farra dos Guardanapos em Paris, em 2009, o então governador do Rio Sérgio Cabral Filho estava em pleno voo. Com a noitada na capital francesa, comemorava, oficialmente, a Medalha Légion d’Honneur que recebera do governo local. Secretamente, também celebrava, por antecipação, a escolha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016, comprada com propina de US$ 2 milhões a integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI), segundo o Ministério Público Federal diria anos depois.

A investigação apontou o ex-governador como líder do esquema que visava trazer a Olimpíada para o Rio por meio de compra de votos internacionalmente. Um desses votos foi, segundo o MPF, de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo, por meio de seu filho, Papa Massata Diack.

A festança foi revelada em 2012, quando vieram a público as imagens de secretários e empresários com as cabeças cobertas por panos brancos, no evento em homenagem ao mandatário. Virou símbolo da Era Cabral, simbolicamente encerrada com sua prisão preventiva em novembro de 2016, que abriu o período do ex-todo poderoso fluminense na cadeia.

Sérgio Cabral e Pezão. Foto: Wilton Júinor/Estadão

Cabral (PMDB, 2007-2014) foi preso em 2016, na Operação Calicute. As investigações, desdobradas em outras ações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, chegaram a 23 condenações que somam 430 anos. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2022, o ex-governador deixou a cadeia e passou a cumprir prisão domiciliar.

Ao deixar a prisão, a defesa de Cabral afirmou que Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a ilegalidade de se manter preso o ex-governador e determinou que ele aguarde em liberdade o desfecho. “A defesa representada pelos advogados Daniel Bialski, Bruno Borrangine, Patricia Proetti e Anna Júlia Menezes esclarece que ele permanecerá em prisão domiciliar aguardando a conclusão das demais ações penais e confia em uma solução justa voltada ao reconhecimento de sua inocência e de uma série de nulidades existentes nos demais processos a que responde”, diz a nota divulgada à época.

O sucessor de Cabral, Luiz Fernando Pezão (MDB, 2015-2018), também foi processado e preso – quando ainda era governador, no fim do mandato, no Palácio das Laranjeiras. Foi posteriormente solto, após meses em um quartel da Polícia Militar. Os dois foram acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O escritório Mirza & Malan Advogados, que defende Pezão, divulgou nota à época da decisão que levou o governador para prisão domiciliar e negou qualquer ilícito.

“Trata-se de decisão que resgata a dignidade e honra do ex-governador, que teve seu mandato precocemente interrompido e ficou mais de um ano injustamente preso, com base em delações mentirosas e ilações do Ministério Público Federal. Ganham a democracia e o Estado de Direito”, afirma a defesa no texto.

Anthony Garotinho e a mulher Rosinha Garotinho. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Rosinha Garotinho (PMDB, 2003-2006) e Anthony Garotinho (PSB, 1999-2002) também conheceram a cadeia. O ex-governador foi preso em novembro de 2016 na Operação Chequinho, sobre corrupção eleitoral em Campos dos Goytacazes. Garotinho foi solto, mas a mesma operação o reconduziu ao cárcere, em setembro de 2017. Nessa ocasião, Garotinho foi preso quando fazia seu programa na Rádio Tupi. Logo, conseguiu prisão domiciliar.

Dois meses depois, teve nova prisão decretada, com Rosinha, desta vez na Operação Caixa D’Água, sobre suposta arrecadação ilegal de fundos de campanha. Ambos foram soltos, mas, em novembro de 2019, voltaram por breve período à prisão. A acusação era de superfaturamento na prefeitura campista. Garotinho e Rosinha afirmam ser inocentes e vítimas de perseguição política.

Ex-governador do Rio de Janeiro Wellington Moreira Franco. Foto: Sérgio Castro/Estadão

Wellington Moreira Franco (PMDB, 1987-1991), ex-integrante dos governos de Dilma Rousseff e de Michel Temer, ficou menos de uma semana na cadeia, em março de 2019, depois que o Ministério Público Federal o denunciou por corrupção. Foi libertado por liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

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