Representantes da base do governo Lula na CPI do MST na Câmara dos Deputados costuraram nesta terça-feira, 11, um acordo para adiar a votação do requerimento de convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Em troca, foram retiradas as obstruções aos demais itens da pauta, permitindo a aprovação tranquila da convocação do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias.
O acordo foi costurado pelo PT e pelo PSOL com demais lideranças de oposição no colegiado, como o deputado Kim Kataguiri (União-SP), e recebido pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito o tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS). Bolsonaristas reclamaram, mas foram acalmados pela Mesa: se a base governista tentar obstruir as pautas na sessão desta quarta-feira, 12, o entendimento é desfeito.
Dessa forma, a base governista conseguiu novamente adiar a convocação de Rui Costa. O ex-governador da Bahia é o principal alvo da CPI do MST e seria convocado em junho. Na ocasião, porém, o autor Evair de Melo (PP-ES) retirou o pedido de pauta por um erro redacional.
O deputado Kim Kataguiri afirmou que Rui Costa enfrenta “fortes fragilidades” no Congresso e questionou o porquê de o governo se esforçar para evitar, a todo custo, sua convocação. O ministro-chefe da Casa Civil enfrenta fortes críticas nos corredores do Congresso, tanto da base governista como do Centrão.
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Gonçalves Dias se tornou um dos principais alvos da oposição ao governo Lula após sua exoneração, em 19 de abril, ocorrida após a divulgação de imagens das câmeras de segurança internas do Palácio do Planalto durante os ataques golpistas. Ele e outros servidores do GSI foram gravados indicando aos invasores a saída do prédio e dando água aos manifestantes.
“Tal convocação se faz necessária para entender a relação do governo Lula com esse movimento criminoso”, comentou o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), um dos nomes mais estridentes da oposição na CPI do MST.