Os cálculos do impacto da tragédia no Rio Grande do Sul são preliminares, mas já apontam o agro como o setor mais afetado. Diante da constatação, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) quer mudanças no seguro rural e condições especiais para pagamento de dívidas no estado.
O grupo prepara uma lista de pedidos que será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. A Coluna do Estadão teve acesso às principais propostas que tratam de socorro financeiro. O documento será finalizado numa reunião, em Brasília, nesta terça-feira, 07.
A FPA quer a prorrogação automática e imediata, por 12 meses, de todos os financiamentos do crédito rural. A ação dependeria de uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CNM). Outro apelo é pela edição de uma medida provisória para garantir prazo de 10 anos, incluindo três de carência, para pagamento de dívidas de custeio, investimentos e de renegociação.
Os parlamentares alegam que o período é necessário para a recuperação completa da estrutura agropecuária dizimada pelas chuvas. A FPA também pede a liberação de recursos emergenciais para produtores e mudanças no seguro rural para casos de eventos climáticos.
O relacionamento do setor com o atual governo é tenso. A FPA aposta em contatos com o ministro Fernando Haddad (Fazenda), e com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, para fazer a ponte com Lula. As tratativas podem melhorar o diálogo ou quebrar de vez qualquer possibilidade de aproximação com a atual gestão.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou nesta segunda-feira, 6, um balanço prévio do impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, com base em dados enviados por apenas 25 municípios. Ou seja, menos de 10% dos que estão em calamidade pública. Como antecipou o Broadcast Agro, a agropecuária é o setor econômico com mais prejuízos levantados, somando R$ 506,8 milhões, sendo R$ 423,8 milhões estão relacionados à agricultura e R$ 83 milhões à pecuária.